quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

As angústias do pensamento humano


    As palavras que escrevo são frutos de longas reflexões e pensamentos sobre o mundo, a vida e a existência. São pensamentos que perpassam a minha mente e me faz refletir sobre os acontecimentos, sobre o que acontece a minha volta e no mundo, no tempo e espaço onde estou. Não procuro externar respostas e nem mesmo salientar que sei alguma coisa. Não. Apenas digo palavras que perpassam o meu pensamento e, simplesmente, não consigo estancá-las dentro de mim e, por isso, eu as externo aqui. Não considero-me um filósofo ou grande pensador, apenas um ser que quer escrever, que quer eternizar suas dúvidas e incertezas existente dentro de si. É um processo de reflexão, de meditação, de introspecção que inquieta a alma e precisa ser problematizada. 

    O que é o pensamento humano? Por que ele nos instiga a permanecer o tempo todo planejando algo, sonhando algo, desejando algo? Será que todos nós temos essas angústias na alma ou isso faz parte do sofrimento dos que pensam além do que é necessário? Não sei as respostas e nem mesmo se todas as pessoas são atormentadas pelos seus pensamentos, mas sei que isso é uma constante em mim e não consigo deixar de pensar sobre todas as coisas que me cercam. Os pensamentos não são ordenados por ordem ou coisa semelhante. Eles são aleatórios e complexos. Alguns, isto é, a maioria para ser mais exato, não podem e não devem, de forma nenhuma, ser descobertos. São pensamentos que a maioria da pessoas não entenderiam e poderiam causar muitas preocupações. A questão é: será só eu a ter pensamentos questionáveis? 

    Vivemos uma época da humanidade onde os pensamentos são banalizados pela avalanche de informação disponível aos seres humanos. No entanto, a grande maioria dessas informações são falsas e causam mais incertezas do que revelam verdades. Muita informação não leva ao conhecimento porque não conseguimos processar todas elas e isso prejudica o pensamento humano. Além disso, a maioria das pessoas deixaram-se ser levados pelo sedentarismo das informações falsas e acomodaram-se diante de ideologias propagadas pela TV e internet. Acreditam no que ouvem no jornal e nos grupos familiares das redes sociais. Não procuram saber se os pensamentos são mesmos coerentes com as informações e isso destroem a maioria das coisas certas e verdadeiras. 

    O que mais percebemos no mundo hodierno são pessoas que acreditam em teorias duvidosas sobre as diversas etapas da vida. Não questionam as informações porque tem preguiça de pensar e preferem as facilidades de explicações em redes sociais e/ou vídeos no YouTube. Na contramão do que faziam os antigos, boa parte da população preferem a zona de conforto de explicações já rotuladas como verdadeiras do que a busca pela veracidade dos fatos e acontecimentos. A maioria não querem se dar ao luxo de perder tempo buscando saber se, de fato, algo é como foi informado. A conclusão de tudo isso é que vivemos uma época muito perigosa. Dão-se ouvidos as mentiras propagadas por grupos e pessoas mal intencionadas cujo objetivos são causar a destruição do pensamento. 

    Pensar é cansativo. Causa uma angústia sem fim. Buscar respostas para as questões existenciais é trabalhoso e requer muita dedicação e força de vontade sobre-humana. Não é qualquer pessoa que procura pagar o preço do conhecimento. Passar horas e horas diante dos livros, conversando com as mentes mais sublimes que já passaram por esse planeta não é uma tarefa fácil. A maioria prefere rir de suas desgraças nos reels e TikTok da vida do que refletir com as Meditações de Marco Aurélio ou os Provérbios de Salomão. É muito mais relaxante deitar-se no sofá confortável diante de uma TV assistindo qualquer bobagem que lá estiver passando do que buscar o silêncio de um ambiente para ler Dante ou Nietzsche e suas reflexões. 

    E o que vemos então? Ou o que podemos esperar da humanidade que cresce de forma assustadora? Haverá esperança para o futuro do pensamento humano? São indagações que perpassam a minha mente e me fazem refletir sobre os acontecimentos que me cercam a todo momento. Penso muito sobre tudo isso e faço as minhas reflexões cotidianas. Não espero encontrar respostas para todas as perguntas que tenho, mas busco saber o que se passa no mundo e o que, ou de que forma, posso contribuir. Os meus pensamentos são fugazes e vão-se com o tempo, mas as minhas palavras aqui registradas tem o poder de permanecer por mais tempo e, além disso, pode fazer com que outros, na mesma situação que me encontro, façam as suas reflexões e busquem conhecimento. Quanto a mim, continuarei sofrendo as angústias do pensamento humano. Apesar do sofrimento, as alegrias do saber causa-me mais conforto do que o não saber. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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