domingo, 9 de dezembro de 2018

Ter fé é acreditar


Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.
Santo Agostinho 

Ter fé é acreditar que Deus é poderoso para realizar o desejo de nossos corações, desde que, esses desejos estejam de acordo com sua vontade. Temos a fraqueza de não acreditarmos nos milagres ou nas ações de Deus em nossas vidas. Muitas vezes queremos ansiosamente a realização de um desejo ou mesmo a solução para um problema que nos perturba e pedimos com fé para que Deus possa nos ajudar. Acontece que, não raramente, somos surpreendidos com a nossa incredulidade sobre esses milagres.

Como bem discorre o filósofo fundador da Patrística e consolidador das doutrinas cristãs do século V da era cristã, ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser. Tomar essa atitude demonstra nossa total confiança na sabedoria de Deus sobre as nossas vidas. Demonstra nossa total dependência em sua misericórdia. O que nos impede de receber as bençãos de Deus é que nem sempre estamos dispostos a cumprir a vontade de Deus.

Podemos inferir isso da vida de diversos personagens bíblicos, por exemplo, além de outros personagens históricos que passaram por essa terra. Um dos casos mais emblemáticos que podemos ver é Jonas. Deus o chamou para ser profeta e deu a ele a responsabilidade de ir pregar aos ninivitas. Ele não confiou nos planos de Deus e tomou uma outra direção. Logicamente que teve sérias consequências por ter tomado essa atitude e saído da direção de Deus. Ter fé é acreditar no que Deus estabelece para nós. Entrega teu caminho ao SENHOR, confia nEle e Ele tudo fará.

A mensagem nesse dia é para aqueles que estão passando por momentos de dúvidas e incertezas na vida. Saiba que Deus tem o melhor para você, mas Ele precisa que você confie nEle. Deus quer que entreguemos em suas mãos as nossas ansiedades e deixemos que Ele nos guie até as fontes de água viva. Assine a folha da sua vida e entregue-a nas mãos de Deus. Tenha fé que Ele fará o melhor para você. Isso acontece porque Ele conhece os nossos caminhos e nossa vida e sabe qual é a melhor solução. Mesmo que não entenda no começo, mas logo você verá o agir de Deus na sua vida. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não vêem. Hebreus 11.1. 

Texto: Odair José, Poeta e Escritor Cacerense 

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terça-feira, 3 de julho de 2018

Não deixe vacilar os meus pés


O que devo fazer 
Com os meus pensamentos 
Que insistem em atormentar-me 
Sem dar tréguas a minha alma 
E aos meus sentimentos? 

Tenho em mim um sonho 
Que não pode ser desfeito 
E nessa caminhada 
Com você será perfeito. 

Não deixes vacilar os meus pés 
Pois, contigo quero caminhar 
Em direção ao destino 
Que tenho para cumprir na vida! 

Tu és o meu escudo 
Proteção de todos os males 
Cuida de mim no deserto 
E anda comigo nos vales. 

Senhor Tu és o meu refúgio 
Nas noites de solidão 
Nas horas mais difíceis 
Faço a ti minha oração. 

Não deixes vacilar os meus pés 
Segura em minhas mãos, Senhor 
Faça de mim um vaso novo 
Com o coração de paz e amor! 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Quíron, Nesso, Estevão e a Mulher pecadora: sofrimento, vida e morte


Em breves palavras quero trazer a tona algumas indagações que perturbam minha mente. Compartilho com meus leitores a angústia de querer alcançar respostas para perguntas que, parecem, não têm respostas.

A mitologia grega é envolta de deuses, heróis e diversos personagens. Uso-me dos centauros (metade homem, metade cavalo) para buscar uma resposta. Quíron é um centauro bom. A ele é atribuído a educação dos principais heróis gregos como Aquiles, Ulisses e outros. Nesso é um centauro mau. A ele era incumbido à travessia do rio Eveno. Cada um dos centauros tem a sua história que deverá ser buscada pelos leitores. O que nos interessa aqui é a ligação entre ambos. Os dois são mortos pelo mesmo herói da mitologia grega, isto é, Hércules.

Nesso, responsável por atravessar Hércules e sua esposa Djanira pelo rio Eveno, estupra a jovem esposa do herói grego e é atingido pela flecha envenenada de Hércules. Nesso, na esperança de não morrer, presenteia a mulher que violentou com sua túnica banhada de sangue e esperma. No entanto, morre em agonia pelo mal que praticou na sua animalidade. Quíron, mesmo sem querer, acaba sendo envolvido em uma briga dos centauros contra Hércules quando este estava realizando um de seus trabalhos. Na batalha, Quíron é atingido por uma flecha de Hércules, que envenenada com sangue de hidra, atinge a perna do centauro provocando uma ferida mortal. Acontece que Quíron é imortal, mas, devido à dor imensa que sente, faz um acordo com Prometeu e troca sua imortalidade para que possa se livrar desse sofrimento.

Essa história da mitologia grega me fez buscar dois personagens da Bíblia. Estevão, o jovem diácono de Jerusalém e a mulher pecadora diante de Jesus, também, nas ruas de Jerusalém. A mulher, pega em ato de adultério, foi levada até Jesus para ser apedrejada, já que essa era a lei para as pessoas apanhadas no ato de adultério.

A mulher, como bem sabemos, foi salva por Jesus quando o mesmo desafia os seus acusadores a atirarem as pedras desde que não tivessem pecados. Estevão, por sua vez, mesmo sendo fiel e íntegro diante de Deus, é apedrejado até a morte nas ruas de Jerusalém sem que ninguém possa salvá-lo das pedras.

Situações que nos fazem pensar. Por que uma mulher pecadora é salva de ser apedrejada e um homem justo é apedrejado? Por que Quíron, sendo bom é atingido pela flecha envenenada de Hércules e, devido ao seu sofrimento, deseja a morte, enquanto Nesso, sendo mau, deseja viver ou postergar sua posteridade? O que é o sofrimento? Por que as pessoas sofrem? Onde está Deus diante do sofrimento? Por que crianças inocentes morrem diariamente em solo africano sem que não haja uma intervenção divina? Por que os maus triunfam?

Quíron sofre porque faz o bem. Nesso, por sua vez, sofre porque deixa os seus instintos conduzirem seus desejos. O sofrimento de um o prazer do outro. Como diferenciar a dor do prazer? Como podemos evitar o sofrimento?

Marcel Proust já dizia que “só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até o fim”, Dostoiéveski salienta que “às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão” e Oscar Wilde afirma que “posso partilhar tudo, menos o sofrimento”. Então, compartilho a angústia e fico com o meu sofrimento.

Odair José, o Poeta Cacerense

domingo, 13 de maio de 2018

Ética Cristã e Sexualidade


INTRODUÇÃO

A sexualidade não deveria jamais ser tratada como tabu, pois é parte natural e integrante de cada indivíduo. O relacionamento sexual é uma dádiva que o Criador concedeu ao primeiro casal, bem como às gerações futuras (Gênesis 2.24).

Se precisássemos de uma razão para explicar porque Deus uniu as primeiras pessoas no Éden, poderíamos declarar que o motivo foi a preservação da família e que a união conjugal pautada nas Escrituras Sagradas legitima a procriação (Gênesis 1.27,28; Salmos 139.13-16).

I - SEXUALIDADE: CONCEITOS E PERSPECTIVAS BÍBLICAS 

Se por um lado a atividade sexual tem seu conceito deturpado na sociedade pós-moderna, por outro lado alguns cristãos insistem em tratá-la como temática proibida. Embora possa trazer incômodo para alguns, a sexualidade humana não pode ser desconsiderada por ninguém.

1. Conceito de Sexo e Sexualidade.

Sexo e sexualidade possuem conceitos próprios, ambos constituem-se atos da criação divina. A união estável de homem e mulher conduz a complementação sexual, e a Igreja abençoa no sacramento do matrimônio.

Relativamente, em biologia, o termo "sexo" se refere a uma condição de espécie orgânica que apresenta de maneira clara e inequívoca a diferenciação entre macho e fêmea, o homem da mulher, seja em seres humanos, plantas e animais.

O termo "sexualidade" tem aspectos gerais, como sua relevância, sua legitimidade, sua instituição divina, indissolubilidade, e importância, etc. Representa o conjunto de comportamentos de pessoas que estão relacionadas com a busca da satisfação do apetite sexual; retrata ações e práticas, seja pela necessidade do prazer ou da procriação do gênero humano.

Segundo as Escrituras, o homem surgiu como alvo de toda a atividade criadora no que diz respeito à terra como habitação especial. Desde o princípio a sexualidade não é símbolo de impureza. Deus não faria nada ruim. Ele planejou e formou o homem, a “coroa da criação”, numa totalidade, incluindo o sexo.

2. O sexo foi criado por Deus. 

As mãos que elaboraram o cérebro, também fizeram os órgãos sexuais masculino e feminino. Aquele que fez a mente, fez também o instinto sexual. A íntima junção de corpos é uma criação divina. O contato íntimo não pode ser considerado sujo e indecente; não deve ser tratado como atitude obscena e desprezível. Ao contrário, se dentro do casamento, que é a união legítima entre um homem e uma mulher, o sexo é algo sublime, digno e bonito.

O enlace matrimonial faz parte do plano de Deus, é a condição que torna o sexo em causa de satisfação pessoal ao casal. O que transforma o sexo uma relação abominável por grande número de pessoas é o seu uso antibíblico (Oseias 4.12; 5.4, Romanos 1.26-27). Com a Queda no Éden, no lugar de aceitação veio vergonha; alegria e amor foram marcados pela dor, pela luxúria e repressão (Gênesis. 3.7, 16). O uso da sexualidade desordenada é uma das razões porque o Pentateuco refere-se às expressões sexuais como uma fonte de impureza cerimonial (Levítico 15.1-18).

No que se refere a viver segundo a vontade de Deus, em relação a sexualidade, é necessário a cada um de nós orientar-se pelos princípios morais e éticos das Escrituras Sagradas. O escritor de Provérbios (5.18-23). recomenda aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem neste caso referir-se ao ato procriativo.

3. A sexualidade é criação divina. 

Ninguém ensina ao bebê mamar o leite maternal, porque ele nasce dotado do instinto de sobrevivência. Ele cresce e passa a fazer amizades, assim demonstra ter instinto gregário. Caso a criança se sinta ameaçada, reage defensivamente pois há o instinto de preservação da vida. E neste grupo de estímulos, está contido o impulso sexual que define a tendência de preservação da espécie. 

A sexualidade, em conformidade aos sentidos vitais da constituição e amadurecimento da personalidade, envolve objetivo e componentes mais amplos que a fraternidade. O amor conjugal compõe o instinto sexual, feito de partes psicológicas nutridas nas qualidades físicas dos cônjuges.

A sexualidade ideal do Éden mudou com a queda. O pecador desvirtua o impulso, gera as muitas degradações que desestruturam a sociedade: a depravação física; a baixeza ética e a vileza moral. Contudo, tal situação lamentável não anula o plano do Criador de manter a existência da espécie humana por meio da sexualidade saudável.

Quando se aceita que o desejo humano prevaleça sobre a vontade de Deus, surge a semente da teimosia, esta provoca o endurecimento do coração e morte espiritual.

II – O PROPÓSITO DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS 

Os nossos corpos são membros de Cristo e templo do Espírito Santo e não podem servir a promiscuidade (1 Coríntios 3.16 e 6.13, 15, 16). São consideradas práticas sexuais ilícitas: adultério (Êxodo 20.14); incesto (Levíticos 18.6-18); zoofilia (Levítico 18.23); e homossexualidade (Romanos 1.26-27).

O propósito do casamento é "um homem para cada mulher". Esta doutrina também foi apresentada por Jesus: "deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua mulher" (Gênesis 2.24). Mateus 19.5).

As referências bíblicas de Eclesiastes (9.9) e Cantares (4.1-12; 7.1-9) advertem quanto ao adultério. Nos levam a estar conscientes que pessoas casadas têm o direito legítimo de desfrutar a sexualidade de maneira exclusiva com quem se casou. A legitimidade cristã para a satisfação dos apetites sexuais restringe-se ao casamento monogâmico heterossexual (1 Coríntios 7.9).

1. Multiplicação da espécie humana. 

Em Gênesis, capítulo 1 e versículos 18 ao 23, lemos sobre a afirmação do Senhor dizendo que uma raça assexuada ou unissexuada não seria boa. Há o anúncio do propósito divino em criar a companhia feminina para Adão, a companheira idônea capaz de estar no mesmo plano físico, mental, moral e espiritual com ele. Deus fez Eva a partir de Adão e a apresentou a ele para ser sua esposa. Assim está definida a pureza do casamento: um homem, uma mulher, uma só carne (Gênesis 2.18-25).

Deus, ao criar Adão e Eva, quis que os primeiros seres humanos dessem continuidade à espécie. Com propósitos específicos, puros e elevados, dotou-os de sexualidade plena, deu a ambos a constituição físico-emocional atrelada ao instinto e à aptidão ao ato sexual que os capacitou para a reprodução e preservação da espécie humana. Inclusive, diante disso, está registrado na Bíblia: “viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom e foi a tarde e a manhã: o dia sexto” (Gênesis 1.27, 31).

O homem participa da criação ao reproduzir-se. A procriação é o ato criador do Eterno através do homem. Deus criou o ser humano com a capacidade reprodutiva, instituiu o matrimônio e a família, visando a legitimação desse maravilhoso e sublime processo que a mente da humanidade jamais poderá explicar. “Frutificai e multiplicai-vos”, foi a ordem do Criador (Gênesis 1.27,28).

2. Satisfação e prazer conjugal.

Pesquisadores descobriram um hormônio chamado 'ocitocina'. Essa substância química, conhecida como 'hormônio do amor" é liberada no cérebro durante o prelúdio e ao longo do sexo em si. Ela produz efeitos de empatia, confiança e profunda afeição.

De acordo com as Escrituras Sagradas, o objetivo primordial do sexo é fazer o casal procriar. Mas está claro que entre outros motivos para Deus dar origem ao sexo é o homem encontrar satisfação plena no corpo da mulher e vice-versa (Eclesiastes 9.9).

O texto de Provérbios 5.18,19 fala claramente da recreação física e do benefício humano em um nível biológico proveniente do sexo: "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, como a cerva amorosa e gazela graciosa; saciem-te os seus seios em todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente". Claramente, os versículos 19 ao 23 recomendam aos cônjuges que desfrutem do sexo, sem referir-se, neste caso, ao ato procriativo; de maneira evidente incentivam a valorizar a união conjugal honesta e santa, visivelmente exaltam a monogamia e a fidelidade.

No Antigo Testamento, por determinação do Senhor, a “lua de mel” durava um ano (Deuteronômio 24.5).

3. O correto uso do corpo.

Os deleites físicos e emocionais, decorrentes do relacionamento conjugal fiel, são propostos por Deus e por Ele honrados. Apenas o ato sexual monogâmico, entre homem e mulher casados entre si, é abençoado por Deus. O desvio do padrão santo implicará punição aos que praticam a imoralidade.

O plano divino sempre foi um único homem para uma única mulher, a união sexual monogâmica, entre o marido e a sua esposa, os consortes formando uma só carne. Deus condena de maneira enérgica a poligamia (Provérbios 5.17, 18).

A sonhada felicidade a dois exerce papel importante ao relacionamento entre os cônjuges. A relação feliz é resultado da harmonia espiritual, cordial, física e emocional. Não é conquistada por meio de abstrações ou estratagema intelectual de um ou de outro. É resultado da observância de regras bíblicas voltadas ao relacionamento interpessoal.

A convivência amorosa, recíproca e sincera, é um preceito primário da preservação do casamento e de toda família. A aliança matrimonial produz filhos que serão, ou deveriam ser, criados para servirem a Deus. Após os filhos deixarem o lar, pai e mãe preenchem a ausência, desde que exista entre ambos o companheirismo sob as bênçãos de Deus.


III - O CASAMENTO COMO LIMITE ÉTICO PARA O SEXO 

O matrimônio foi instituído por Deus em caráter indissolúvel e como limite ético dos impulsos sexuais. A união conjugal é a relação legítima onde a cópula pode ser realizada sem que se incorra em atos pecaminosos. (Gênesis 2.18; Mateus 19.4, 5, 8).

1. Prevenção contra a fornicação. 

A fornicação é o contato sexual entre pessoas solteiras, ou entre uma pessoa casada com uma pessoa solteira. A ordem de crescer e multiplicar não foi dada a solteiros, mas a casados (Gênesis 1.27,28). Deus não quis que o homem vivesse só e lhe deu uma mulher para ser sua esposa, cujo biotipo já era de alguém em fase adulta, fisicamente preparada para a união conjugal.

Durante a passagem de Paulo por Corinto, havia naquela cidade o templo pagão dedicado a deusa Vênus. Ali, mil sacerdotisas, prostitutas, mantidas às expensas do povo, permaneciam prontas para se entregar aos prazeres imorais, como culto a falsa deusa. Alguns cristãos coríntios, que se davam a essa religião, consideravam difícil acostumar-se com a doutrina apregoada pelo cristianismo, que proibia a prática devassa. Enfaticamente, Paulo orienta os cristãos a se casaram, para evitar a fornicação, e proíbe o desregramento sexual (1 Corintios 7.2, 12).

A intimidade e interação sexual é privativa dos casados. O ensino bíblico sobre sexo é que o homem deve desfrutar o relacionamento íntimo com a esposa de modo natural, racional, sadio e amoroso; mas jamais com a namorada ou noiva ou alguém sem nenhum compromisso ou vínculo afetivo.

A sexualidade descontrolada, é descrita nas Escrituras como concupiscência da carne, é a responsável pelos desvios de comportamento que arrastam o ser humano à transgressão carnal da lascívia. Os fornicadores não entrarão no céu: 1 Coríntios 6.18; Gálatas 5.19; Apocalipse 21.8.

2. O casamento e o leito sem mácula. 

"Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará" - Hebreus 13.4. Neste texto, "desonra" diz respeito ao uso do corpo para práticas sexuais ilícitas com ênfase nos casos de relações extraconjugais, com pessoas solteiras ou compromissadas em outro casamento (Mateus 19.9; 1 Coríntios 6.10).

Segundo a vontade de Deus, o casamento deve ser respeitado por todos, não pode ser maculado por ninguém. Alguns desonraram a união conjugal. Embora, muitas vezes, escapem da reprovação humana, porém não escaparão do juízo divino (Mateus 19.6; Naum 1.3).

A mídia consente, promove e exalta o erotismo, a lascívia, a prostituição, e o sexo fora do casamento. De modo irresponsável e pecaminoso, incentiva a prática sexual como instrumento de prazeres egocêntricos. Cabe ao cristão ignorar essas sugestões antibíblicas e cumprir o propósito estabelecido por Deus para a sexualidade.

A relação sexual entre pessoas casadas deve ser exclusiva. 1 Coríntios 7.2, 3, 5 nos diz: "Por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher, ao marido.' (...) 'Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência". 

CONCLUSÃO

O propósito original de Deus para a sexualidade é que tanto o homem quanto a mulher vivam uma vida feliz como esposo e esposa. E para atingir esta meta no casamento, é necessário cumprir o compromisso diário de fidelidade e respeito ao parceiro, ou parceira de núpcias. Tal aliança implica direitos e deveres recíprocos entre as partes envolvidas.

Em sua vida de casado ou casada, é preciso que mantenha postura equilibrada e responsável, firmada nas promessas contidas na Palavra de Deus. Se você percebe que não cumpre corretamente seu papel no casamento, ainda é tempo de se corrigir. Em primeiro lugar, reconheça o seu equívoco, busque o perdão do Senhor e do seu cônjuge. Depois, recomece com oração e fé em Deus,. Com essas atitudes, o Senhor lhe dará graça para viver de acordo com os preceitos bíblicos. O apóstolo Paulo afirma que o Senhor nos abençoou com todas as bênçãos, isto inclusive significa a habilidade para fazer do casamento um sucesso (Efésios 1.3). A presença de Cristo no casamento é garantia de alegria duradoura (João 2.1-11).

E.A.G.

Fonte: https://belverede.blogspot.com.br/2018/05/Etica-Crista-e-Sexualidade-Valores-Cristaos-Enfrentando-Questoes-Morais-Nosso-Tempo-Douglas-Baptista-Licoes-Biblicas-2-trimestre-2018-Casa-Publicadora-Assembleias-de-Deus-Brasil-CPAD-Escola-Biblica-Dominical-EBD.html

segunda-feira, 30 de abril de 2018

O estranho caso de Cindy


Por Odair José da Silva

Ela contou-me a história dela. Ou um fragmento, como ela mesma afirmou, do que era a história dela. Enquanto relatava-me a fatídica história eu pude notar as lágrimas que escorriam de seus olhos apesar dela querer ofuscar-me aquele detalhe. Não me sinto confortável ao ver lágrimas, de certa forma me incomoda. Mas, deixei-a livre para falar o que queria. E ela assim me expôs o seu drama.

Havia conhecido um rapaz. Era gentil e muito educado com ela. Ajudava-a em muitos dos seus trabalhos na faculdade. Tinha muitas dificuldades em algoritmos e aritméticas e ele dominava essas duas áreas com maestria. Portanto, sem perceber ficara dependente do rapaz. Mas, em determinado momento, percebeu que, quando passava alguns dias sem vê-lo sentia sua ausência emocional também. De certa forma, percebera que tinha adquirido uma espécie de sentimento por ele. E havia prometido a si mesma que não se envolveria com ninguém até terminar a faculdade. Conhecia sua dependência afetiva nos relacionamentos e, por isso, não queria se envolver.

De certa forma, havia percebido que estava entrelaçada emocionalmente e já não conseguia se livrar desse sentimento. Com o passar do tempo sentia o desejo de sempre tê-lo por perto. Então, sempre arrumava desculpas para ele estar perto dela. Um trabalho a ser feito, um livro a ser discutido, um filme para assistir, um açaí para tomar, enfim, alguma coisa que os aproximassem.

Contou-me ela que, ele aproveitou desses encontros e a seduziu. Fez promessas de amor. Jurou-lhe que estava, também, apaixonado por ela. Então começou o seu drama. Seus pais a havia criado em um lar religioso e ensinado-a a esperar pelo casamento. Ele foi categórico e disse-lhe que não queria casar, que era muito novo e precisava terminar a faculdade primeiro. Se ela quisesse ficar com ele teria que ser assim. Durante dias ficou pensativa. Nesses pensamentos vinha-lhe na mente seus pais que moravam naquela pequena cidade do interior. Pessoas simples. Tradicional. O que diriam ao vê-lo? No mínimo achariam estranho seu cabelo comprido e sua tatuagem. Mas, ela, não se importava com isso. A pessoa dele era superior a essas coisas impostas pela sociedade.

Chegou o dia em que ele a abordou seriamente e disse-lhe que não se envolveria com ela em respeito a sua tradicional maneira de ser. Não sabia o que fazer. Entregar-se-ia a ele e sofreria o desprezo e repulsa de seus pais e da comunidade de onde viera? Ou o desprezaria e manteria a sua pureza para agradar os seus pais mesmo que isso lhe causasse muita tristeza? Essas dúvidas arrasavam seu coração e ela chorava noites quase inteiras. Chegava a sala de aula com olheiras e muito sono e isso prejudicava o seu aprendizado. Não entendia porque tinha que haver essas dúvidas. Por que a vida tinha que ser tão cruel a esse ponto?

Foi então que ela tomou aquela decisão. Ficaria com ele e não se importava mais com o que as pessoas fossem dizer a seu respeito. Se preciso fosse não voltaria mais àquela vila. Quando ela decidiu por tomar essa atitude uma amiga lhe confidenciou que aquele rapaz havia tido um relacionamento com uma garota e que ela havia desaparecido. Não deu importância a isso. Provavelmente seria mais uma forma de impedir que o seu relacionamento desse certo.

Dois dias depois que dormiram juntos ele, agora mais sério do que sempre fora, confidenciou-lhe algo estarrecedor. Era soropositivo. Ficou perplexa e perguntou-lhe porque não a avisou desse fato. Sem remorso disse-lhe que se iria morrer que levaria consigo o maior número de pessoas que pudesse.

Ela, em seu desespero, não sabe se conta para os seus pais ou se tira a própria vida. Diz que sente seus pés sem o chão. Que todas as noites, nas quais não consegue dormir, vê monstros saindo de um abismo...

(Fragmentos Confidenciais)

Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

domingo, 29 de abril de 2018

Crepúsculo dos deuses


Perdoe-me se não concordares
Com o que irás ler de agora em diante.
Exalto a minha voz e clamo na madrugada.
Poderia estar dormindo o sono dos justos
Ou nas festas profanas em orgias e degradações.
Mas, estou diante da minha missão.
Bradar contra a ignorância.
Contra a tolice humana.
Quais tentáculos de um aracnídeo
Eles perfuram os cérebros dos incautos 
E os fazem ser dominados e manipulados pelo sistema atual.
Em meu silêncio perturbo-me com o que vejo e ouço durante o dia.
Não que eu queira ser melhor do que ninguém,
Mas o ser humano perdeu a sua humanidade.
E o que é um ser humano sem humanidade?
Pior que os insetos e crustáceos que, pelo menos,
Respeitam sua cadeia alimentar.
Mas, o ser humano na sua ambição, 
Ganância e hipocrisia solapam a esperança do último mortal.
Com fúria nos olhos eles estraçalham todos os sonhos,
Explodem os balões de oxigênios
Que poderiam perpetuar a nossa existência.
E o que fazer nessa situação?
Os deuses estão caídos no chão.
A poeira cobre os seus rostos desfigurados
E as pessoas dançam em volta de seus restos como zumbis.
Não há nenhuma percepção.
Não há saída para tamanho desespero.
E eu rasgo o meu coração na dor de ver
E ouvir essa ladainha o tempo todo.
Por que você não desperta desse sono mórbido?
Por que não dá ouvidos a sabedoria que brada nas praças
E avenidas sem ao menos ser notada?
Por que insiste em ser esse anencéfalo ambulante?
Por favor, pelo menos uma vez na vida
Dê ouvidos a voz da sua consciência
E saia desses emaranhados de coisas tolas
E supérflua que toma conta do seu tempo.
Não seja mais um escravo do sistema.
Liberte-se!

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Morte anunciada


Por Odair José da Silva

"O dia da morte é melhor que o dia do nascimento." (Bíblia)

Ao me deitar ontem a noite comecei a pensar nessa frase que se encontra na Bíblia. Na noite anterior, sábado, tinha planejado sair para uma festa e me divertir. Mas, não me sentia muito bem. Então recebi uma ligação de uma amiga que me pedia um favor. A avó dela tinha sido enternada na UTI e ela queria que eu fosse no domingo de manhã buscar o avô que se encontrava no sitio para visitar a avó no hospital. Sabedor que teria que levantar-me cedo no domingo para realizar tal tarefa decidi ir dormir cedo e desisti da idéia de ir para a festa.

A cena que encontrei naquele sítio, o velhinho de mais de 90 anos, curvado pelas lutas da longa vida que tivera me fez pensar sobre minha vida. Dificilmente acredito que possa chegar nesse patamar de longevidade. Preciso fazer exercícios. Pensei comigo. Com dificuldade para caminhar, Pai Velho, como ouvi o pessoal o chamar sentiu uma dificuldade enorme em ser conduzido para a cidade. Era fácil notar que ele sofria muito com essa situação. O que ele queria era ficar no sossego de seu cantinho alimentando as galinhas com seus pintainhos e os cachorros.

Com muita dificuldade conseguimos levá-lo até o hospital para visitar a esposa. Fiquei imaginando quanto tempo os dois compartilharam momentos felizes durante o longo caminho que trilharam juntos. Quantas alegrias, quantas tristezas, enfim, quanto tempo juntos. Vi o sofrimento no semblante daquele senhor que me deixou perturbado.

Infelizmente, logo após a visita a senhora veio a óbito e descansou, enfim, dessa vida sofrida. Os filhos choravam áquela que, com certeza, tinha sido um baluarte na vida deles. Ao conduzir eles de volta ao sítio ouvia o choro silencioso de Pai Velho e sua filha. Senti-me um tanto confuso quanto a isso.

Deitei-me cedo no domingo. Estava cansado. Então me veio na memória os acontecimentos desse dia e a frase acima. Então perguntei-me ao Criador. Como entender que o dia da morte é melhor que o dia do nascimento?

A vida tem certos caminhos no qual trilhamos que nos fazem refletir. Qual é a nossa função nas engrenagens da vida? Qual o motivo da minha caminhada nesta longa jornada? Já vivi mais de 40 anos de minha vida e o que tenho feito até hoje? Quanto tempo ainda me resta? Conseguirei chegar aos 90 anos? E se chegar, o que devo fazer até lá?

Já dizia alguém que “quando morremos, deixamos atrás de nós tudo o que possuímos e levamos tudo o que somos”. Neste sentido, o importante, penso eu, é fazermos o que cremos ser útil e essencial para realizarmos coisas dignas de nosso caráter e virtude para deixarmos à nossa posteridade.

Pensar sobre a possibilidade da morte é viver. Pois, é isso que nos motivará a sermos melhores e mais fecundos no que fazemos no dia-a-dia.

Para concluir meus pensamentos nesse dia deixo uma frase que considero muito especial para reflexão: "A última cena é sempre trágica, pouco importa quão felizes tenham sido as outras: um pouco de terra é jogada por cima de nossa cabeça e é o fim para todo o sempre." (Blaise Pascal).

Texto: Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

quarta-feira, 18 de abril de 2018

É necessário retirar a pedra!


Por Odair José da Silva 

"Mas ele respondeu: As coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus". Lucas 18:27

Há um provérbio chinês que diz: “Jamais se desespere em meio as sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda”. Esse provérbio deixa-nos uma mensagem de otimismo e confiança. As dificuldades sempre virão e os obstáculos fazem parte do nosso crescimento. Mas, uma coisa que dificulta, e muito, alcançarmos a vitória é pensarmos que tudo tem que ser feito por Deus. Se Deus quiser é uma frase corriqueira que nem nos atentamos em saber seu significado. Quero nestas linhas tecer um comentário sobre a pedra no caminho da vitória.

Temos um exemplo na Bíblia que nos faz lembrar da necessidade em retirar a pedra, isto é, fazermos a nossa parte para que haja o milagre de Deus em nossas vidas. No relato bíblico de João encontramos Lázaro morto a quatro dias e Jesus diante do sepulcro com o coração em lágrimas. Jesus, então pede a Marta, irmã de Lázaro que tirasse a pedra que cobria a porta do sepulcro. Marta questiona que já cheira mal. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? João 11:40.

Algumas pessoas dos nossos dias estão acostumadas com o anseio de receber tudo na hora, mas não estão dispostas a tirar a pedra que impede o milagre acontecer. Como Marta, atribui sempre um impedimento para que veja o milagre de Deus. E, ainda por cima, culpa o Senhor por não receber a benção. Em várias passagens bíblicas encontramos Jesus realizando milagres, mas, ao mesmo tempo, solicitando que as pessoas fizessem alguma coisa para que esse milagre fosse concluído. Deus não é entregador de pizza como muitos pensam. Temos que fazer a nossa parte. Obediência é uma delas.

Na passagem que usei de cabeçalho ao meu texto a Bíblia fala sobre um jovem príncipe que queria seguir a Cristo. Sabes os mandamentos – perguntou-lhe Jesus. Sei e obedeço desde criança – respondeu ele. Só uma coisa faltava aquele príncipe: desapegar-se de suas riquezas. Ele achou difícil fazer isso e abandonou os caminhos de Jesus. Uma pedra no caminho. Assim como aquele príncipe, muitos hoje em dia colocam pedras no caminho da salvação. Dinheiro, fama, status social, falta de fé, murmuração, entre outras pedras.

É importante sabermos que temos um Deus que pode todas as coisas. Um Deus que faz o impossível. Mas, precisamos saber que é necessário remover a pedra para o milagre acontecer. O significado em hebraico do nome Lázaro é “Deus ajudou”. Note bem que não é Deus fez, mas Deus ajudou. Queremos que Deus faz as coisas por nós e, as vezes, Deus quer nos ajudar. O que impede são as pedras no caminho.

Em outra passagem bíblica encontramos a história de um comandante sírio que sofria uma doença grave, uma espécie de lepra, e foi ter com o profeta Eliseu. Segundo a história, Naamã era comandante dos exércitos de Ben-Hadade II, Rei da Síria. De acordo com a Bíblia, o profeta disse a Naamã que fosse até o rio Jordão e mergulhasse sete vezes. Não era uma tarefa difícil, mas era necessário que ele fizesse sua parte. Naamã, que possivelmente esperava ser atendido por Eliseu e que este fizesse algum ritual mágico, ficou descontente e queria ir embora. Foi persuadido por seus servos a mergulhar no rio as sete vezes. O que irá perder fazendo isso? Depois de mergulhado ele ficou curado de sua doença. Nos dias de hoje acontece a mesma coisa. Algumas pessoas só falta querer que Deus desça do Céu e faça algum ritual para que todos vejam ele recebendo o milagre. Quando lhes é cobrado alguma atitude para que as bençãos aconteçam, eles reclamam. Tire a pedra.

Quando falamos de salvação essa pedra fica maior ainda. As pessoas querem a salvação, dizem ser cristãos, mas não querem sacrificar as suas vidas para viver uma vida diferente. Não pode isto, não pode aquilo e querem viver como as outras pessoas do mundo. E onde está a diferença? É necessário tirar essa pedra. Os que são chamados por Cristo devem ter uma vida diferente. Eles devem ser a luz que brilha no meio da escuridão. Esqueça essa mentira de que Jesus só quer o coração. O Senhor quer o corpo inteiro. A alma só será santificada a partir de compromisso firmado com o Mestre. Se fosse fácil assim, não seria necessário o sacrifício de Cristo no Calvário. É o que Jesus disse: E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. Lucas 9:23.

Existe uma história de um rei que sempre ouvia reclamações em seu reino e ele sempre dava bons conselhos aos seus súditos. Dizia ele que as pessoas deveriam tomar atitudes em vez de só reclamarem. Um dia ele colocou uma pedra no caminho e ficou observando. Durante todo dia as pessoas passavam e reclamavam daquela pedra, outros nela tropeçavam, mas ninguém tirou a pedra do caminho.

Já perdia as esperanças quando uma jovem, cansada da labuta diária por ali passava. Diante da pedra ela parou e disse: preciso tirar essa pedra daqui senão alguém nela pode tropeçar a noite. Com muito esforço ela tirou a pedra do caminho e, para sua surpresa, debaixo da pedra tinha uma caixa com ouro que o rei ali tinha colocado. O rei disse a ela que o ouro pertencia a quem retirasse a pedra do caminho e que, constantemente temos obstáculos pelo caminho, mas que a atitude de cada um é que faz a diferença.

Se até hoje tens esperado o seu milagre e ele ainda não aconteceu, veja quais são as pedras que precisam ser removidas. Faça a sua parte, creia em Deus e Ele atenderá os seus pedidos. Que Deus em Cristo nos abençoe!

Texto: Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Assim falou Nego Johnson


Por Odair José da Silva 

A noite já estava silenciosa e a cidade dormia. Passava da meia noite quando o chefão da comunidade o chamou e determinou que cuidasse da entrada. Que ficasse como vigilante até o amanhecer. E recomendara com muita veemência:
- Vê se fica de olho bem aberto. Não dá mole não, viu! Fique atento a tudo e a todos. Ninguém entra e ninguém sai da comunidade antes das seis da manhã. Ouviu bem?
- Sim. Ninguém entra e ninguém sai. Entendi.
- Nem o papa – reafirmou o chefão com a arma na mão. Vários outros comparsas estavam ao lado dele e observava a conversa entre os dois. – Nem se for minha vovozinha, entendeu?
Balançou a cabeça afirmativamente e caminhou para o posto na entrada da favela. Que merda esse cara pensa que sou. Eu já entendi que não passa ninguém. – pensava no caminho – quero ver quem vai encarar essa pistola aqui. Olhou para a pistola na mão direita e ajeitou o fuzil que trazia pendurado na costa. Ninguém vai ser louco de tentar violar a ordem do toque de recolher.
Ajeitou-se encima de um tambor que estava encostado em um barraco. Tinha a visão completa da rua. O silêncio só era quebrado pelos latidos de alguns vira-latas que, provavelmente corria atrás de algum gato ou coisa qualquer. Deve ser umas duas da manhã, pensou ele. E o tempo passou lentamente. A comunidade estava com medo. Havia tido trocas de tiros durante a noite e sabia que os milicianos rivais poderiam tentar alguma coisa.
Os olhos pesaram e o sono queria dominá-lo quando ele ouviu passos. Assustou-se e ficou em pé olhando em todas as direções. Então ele a avistou. Era uma senhora de idade. Forçou as vistas conforme ela se aproximava com passos lentos.
- Alto lá, vovozinha – disse apontando a arma para ela. – onde a senhora pensa que vai?
- Calma meu filho – disse ela chegando perto dele – eu só estou indo para a igreja.
- Igreja? Hora dessas? Tem igreja agora não. É de madrugada.
- Eu vou orar meu filho, falar com o Senhor.
- Olha aqui dona, vamos parar de palhaçada. O que a senhora está fazendo essa hora da madrugada na rua?
- Eu já disse meu filho, vou orar. Minha igreja fica a duas quadras daqui. É aquela azul que tem perto do mercadinho, você deve saber qual é.
- Sim eu sei qual é. Mas não tem ninguém lá hora dessas. Volte para sua casa e vá dormir. Amanhã a senhora vai na igreja.
- Não posso meu filho, oro sempre de madrugada. Deus ouve aqueles que o buscam nas madrugadas.
- Olha aqui minha senhora – o jovem apontou a arma para ela – daqui você não pode passar. Ninguém pode passar. É ordem.
A senhora ficou em silêncio por algum tempo e então disse:
- Se você vai atirar então atire logo porque eu vou orar.
Começou a caminhar e o jovem a interpelou:
- O que você está fazendo? Sabe que não pode passar por aqui.
- Vou orar por você, meu filho.
Ele praguejou, esperneou e ameaçou atirar naquela velha louca. Que merda essa senhora está fazendo. Onde se viu andar de madrugada pela rua para ir à igreja orar. Porque não ora em casa mesmo? Correndo perigo de ser morta numa rua deserta dessa.
E lá se foi à senhorinha em direção à igreja.

- Tudo normal?
O chefão olhou nos olhos dele. Outros três capangas o acompanhavam. Armados até os dentes eles olharam a cara de terror dele diante da situação.
- Sim. Tudo tranqüilo.
- Ninguém passou por aqui?
- Não.
(Silêncio)
- Não minta para mim.
Engoliu em seco e, então falou:
- Só uma senhora meio louca ai. Disse que ia para a igreja orar.
- Orar? De madrugada? E você acreditou nessa história?
- Sim.
- Você é mesmo um imbecil. – colocou a arma na cabeça dele – e se for uma espiã? E o que eu falei que nem o papa, nem minha vovozinha poderiam passar por aqui antes das seis?
Fechou os olhos esperando a bala perfurar o seu cérebro. Foi então que viu. Havia entrada em um grande salão. Era muito grande o salão e tinha um corredor imenso. Tudo branco e pessoas caminhavam sem pressa. Todos bem arrumados. Estava no paraíso? Viu a senhora. Tinha um semblante tão lindo. Parecia um anjo. Ela caminhou até ele. Pegou nas mãos dele e disse:
- Deus tem um plano na sua vida. E não é ficar cuidando de entrada de favela com armas na mão. Ele tem algo melhor para você. O cara me deu um tiro e eu vim para o paraíso.
- Oh! – Exclamou o chefão. – Não vou te matar agora. Vê se some da minha frente. Imbecil.
O dia havia amanhecido e pessoas caminhavam para os seus trabalhos e afazeres. Andou meio perdido por um tempo e, de relance viu a igreja. E viu a senhora saindo de lá.
- Eu orei por você – disse ela ao passar por ele – pedi a Deus para cuidar de você e transformar o seu coração. Pedi ao Senhor para que você não seja morto pelos criminosos desse lugar. Deus tem um plano para a sua vida.
Não quis que ela percebesse, mas de seus olhos lágrimas estavam rolando.

Prosa: Odair José, o Poeta Cacerense

sábado, 7 de abril de 2018

Ética Cristã e Ideologia de Gênero


INTRODUÇÃO 

Teorias sociais, que nascem em laboratórios de ciências sociais das principais universidades do mundo, ensinam que as diferenças entre os sexos são resultados da relação histórica de opressão e preconceito entre homem e mulher. A este entendimento dá-se o nome de “ideologia de gênero”. Os defensores deste conceito promovem a inversão dos valores e afrontam os princípios cristãos. Apesar de cada época apresentar desafios diferentes à fé cristã, as Escrituras advertem aos cristãos o viver em santidade em todas as épocas e culturas (1Pe 1.15,23-25).

I. A IDEOLOGIA DE GÊNERO

1. Definição de Ideologia. O termo foi desenvolvido pelo francês Destutt de Tracy (1758-1836). O conceito foi amplamente usado pelos alemães Karl Marx e Fredrich Engels, autores do Manifesto Comunista (1848). A palavra é composta pelos vocábulos gregos eidos, que indica “ideia”, e logos com o sentido de “raciocínio”. Assim, ideologia significa qualquer conjunto de ideias que se propõe a orientar o comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas, seja individual, ou seja socialmente. Em sentido amplo, a ideologia se apresenta como o que seria ideal para um determinado grupo.

2. Ideologia de Gênero. A palavra “gênero” tem origem no grego genos e significa “raça”. Na concepção da Lógica, o termo indica “espécie”. Usualmente deveria indicar o “masculino” e o “feminino”, como ocorre na Gramática. Nesse sentido, a expressão é inofensiva; porém, na sociedade pós-moderna tal significado é relativizado e distorcido em “ideologia de gênero”. Essa ideologia também é conhecida como “ausência de sexo”. Esse conceito ignora a natureza e os fatos biológicos, alegando que o ser humano nasce sexualmente neutro. Os ideólogos afirmam que os gêneros — masculino e feminino-são construções histórico-culturais impostas pela sociedade.

3. Marxismo e Feminismo como fonte dessa ideologia. Nos escritos marxistas a ideologia deixa de ser apenas “o conhecimento das ideias” e passa a ser um “instrumento” que assegura o domínio de uma classe sobre outra. O marxismo exerceu forte influência no feminismo, especialmente o livro “A Origem da família, a propriedade privada e o Estado” (1884), onde a família patriarcal é tratada como sistema opressor do homem para com a mulher. Desse modo a ideia central do conceito de gênero nasceu com a feminista e marxista Simone de Beauvoir autora da obra “O Segundo Sexo” (1949), onde é afirmado que “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Assim, do contexto social marxista, que deu origem à “luta de classes”, surgiu a ideologia culturalista como sendo “luta de gêneros”, ou seja, uma fantasiosa “luta de classes entre homens e mulheres”. Nesse aspecto, a Ideologia de Gênero pretende desconstruir os papéis masculinos e femininos na sociedade atual.

II. CONSEQUÊNCIAS DA IDEOLOGIA DE GÊNERO

1. Troca de papéis entre homens a mulheres. A ideologia de gênero propaga que os papéis dos homens e das mulheres foram socialmente construídos e que tais padrões devem ser desconstruídos. Essa posição não aceita o sexo biológico (macho e fêmea) como fator determinante para a definição dos papéis sociais do homem e da mulher. Entretanto, as Escrituras Sagradas ensinam com clareza a distinção natural dos sexos (Gn 2.15-25; Pv 31.10-31). Outra consequência lógica dessa ideologia é que a determinação do sexo de uma pessoa agora é definida pelo fator psicológico, bastando ao homem, ou à mulher, aceitarem-se noutro papel. Além disso, faz-se apologia à prática do homossexualismo e do lesbianismo. Tanto as Escrituras quanto a tradição eclesiástica sempre confrontaram essa tendência humana de inverter os papéis naturais (Rm 1.25-32; Ef 5.22-33).

2. Confusão de identidade para o ser humano. Os adeptos desta ideologia afirmam que a sexualidade (desejo sexual) e o gênero (homem e mulher) não estão relacionados com o sexo (órgãos genitais). Desse modo, a identidade de gênero e a orientação sexual passam a ser moldadas ao longo da vida. Por exemplo, a criança passa a decidir depois de crescida se quer ser menino ou menina. É o aprofundamento dramático da distorção da natureza humana relatada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.26,27). Essa indefinição acerca da própria identidade produz no ser humano um efeito destruidor e provoca nele uma confusão de personalidade, gerando graves problemas de ordem espiritual e psicossocial. Tal ideologia induz ainda ao pior dos pecados: a insolência da criatura de se rebelar contra o seu Criador (Rm 9.20).

3. Desvalorização do casamento e da família. A ideia é de que o desaparecimento dos papéis ligado ao sexo provoque um impacto deletério sobre a família. A Ideologia de Gênero considera a atração pelo sexo oposto, o casamento e a família estereótipos sociais previamente estabelecidos pela sociedade. Nesse contexto, a primeira instituição amada pelo Criador (Gn 2.24) passa a ser constantemente desvalorizada, criticada e massacrada. Estes e outros males são resultados da depravação humana e sinais da iminente volta do Senhor Jesus (2Tm 3.1-5).

III. O IDEAL DIVINO QUANTO AOS SEXOS 

1. Criação de dois sexos. A Bíblia revela que Deus criou dois sexos anatomicamente distintos: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto, biologicamente o sexo está relacionado aos órgãos genitais e às formas do corpo humano. Assim sendo, os seres humanos nascem pertencendo ao sexo masculino ou ao feminino; o homem, designado por Deus como macho, a mulher como fêmea. Por conseguinte, não podemos alterar a verdade bíblica para acomodar a ideologia de gênero. A cultura humana permanece sob o julgamento de Deus (1Pe 4.17-19).

2. Casamento monogâmico e heterossexual. Ao instituir o casamento Deus ordenou: “deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Isto significa que a união monogâmica (um homem e uma mulher) e heterossexual (um macho e uma fêmea) sempre fez parte da criação original de Deus. A diferença dos sexos visa à complementaridade mútua na união conjugal: “nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão” (1Co 11.11). Assim, mudam-se as culturas e os costumes, mas a Palavra de Deus permanece inalterável (Mt 24.35).

3. Educação dos filhos com distinção dos sexos. Educar não consiste apenas em suprir os meios de subsistência e proporcionar o bem-estar necessário à família. Cabe também aos pais educar os filhos na admoestação do Senhor (Ef 6.4), promover o diálogo e o amor mútuo no lar (Ef 6.1,2). A família cristã não pode perder a referência bíblica na educação de seus filhos. Por exemplo, explicar e orientá-los de que homens e mulheres possuem órgãos sexuais distintos, fisiologia diferente e personalidades díspares é responsabilidade dos pais. Sigamos, pois, com respeito às pessoas, não discriminando-as, mas se posicionando com toda firmeza na distinção de homem e mulher e na coibição da inoportuna ideia de “luta de gêneros” (Gn 1.27; 1Co 11.11,12; Ef 5.22-25). 

CONCLUSÃO

A Ideologia de Gênero pretende relativizar a verdade bíblica e impor ao cidadão o que deve ser considerado ideal. Acuada parcela da sociedade não esboça reação e o mal vem sendo propagado. No entanto, a igreja não pode fechar os olhos para a inversão dos valores. Os cristãos precisam reagir e “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd v.3).

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2018/2018-02-02.htm

sexta-feira, 30 de março de 2018

O que é Ética Cristã


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1Co 10.23).

INTRODUÇÃO

Estudar ética é muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos relacionamentos e conduta na sociedade. Entretanto, neste trimestre, veremos que a Ética Cristã difere da secular. Enquanto esta se fundamenta em valores materialistas e relativistas, aquela tem como eixo a Palavra de Deus, a revelação divina imutável. Assim, como vivemos em uma época onde os conceitos pós-modernos relativizam as doutrinas cristãs, é relevante identificarmos os principais fundamentos da Ética Cristã a fim de aperfeiçoar nossa vida de comunhão com Deus e testemunho cristão à sociedade (Mt 5.13,14).

I. O CONCEITO DE ÉTICA CRISTà

1. Definição Geral. A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego ethos, que significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, o termo usado se corresponde a mos (moral), no sentido de “normas” ou “regras”. Devido à proximidade linguística desses termos, muitas vezes eles são usados como sinônimos. Contudo, devemos defini-los separadamente.

2. Ética e Moral. Enquanto ciência, a ética pode ser entendida como a área da filosofia que investiga os fundamentos da moral adotada por uma sociedade. Por conseguinte, a moral refere-se ao comportamento social em relação às regras estabelecidas. Essas regras podem variar de uma cultura para outra, podendo sofrer variadas e sistemáticas alterações. Tudo dependerá da referência de autoridade que serve de fundamento para os padrões de conduta social.

3. Ética Cristã. Tem como objetivo indicar a conduta ideal para a retidão do comportamento cristão. O fundamento moral da Ética Cristã são as Escrituras Sagradas. Por isso, sua natureza não se altera nem se relativiza. Desse modo, a Ética Cristã não se desassocia da moral e dos bons costumes derivados das doutrinas bíblicas.

4. Princípios da Ética Cristã. O Deus Trino é santo e imutável. Ele se revelou nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é plenamente inspirada por Deus. Nesse aspecto, os princípios ético-cristãos que derivam das Escrituras são imutáveis e divinos. Esses princípios têm aplicação adequada para todas as épocas e culturas, pois são universais. Assim, os padrões ético-cristãos não podem ser relativizados: “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35).

II. FUNDAMENTOS DA ÉTICA CRISTÃ

Neste tópico, mostraremos as principais seções bíblicas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento — embora seja impossível mencionarmos o ensino integral da Bíblia sobre o assunto —, que norteiam o senso ético de todo cristão: o Decálogo, os Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as Epístolas Paulinas e Gerais.

1. O Decálogo. Os Dez Mandamentos são preceitos éticos que fazem parte da lei moral de Deus (Êx 20.1-17). Os quatro primeiros tratam da relação do homem para com o Criador: adoração exclusiva, condenação à idolatria, alerta acerca do uso vão de seu santo nome e a sacralidade do tempo (Êx 20.1-11). Os seis últimos mandamentos referem-se à relação do homem com o próximo: honra aos pais, zelo pela integridade da vida, repúdio ao adultério, proibição ao furto, a mentira e a cobiça (Êx 20.12-17). Jesus ensinou que os dez mandamentos resumem-se nestes dois: amar a Deus e amar o próximo (Mt 22.37-39).

2. Os profetas. A mensagem dos profetas do Antigo Testamento tem uma imensa influência ética para os seguidores de Jesus, abarcando as esferas morais (Jr 17.1-11; Ml 1.6-14; 2.10-16), sociais (Is 58; Mq 2.1-5) e espirituais (Jr 31.31,32; Jl 2.28-32).

3. Os Evangelhos. Evangelho são as boas novas de Cristo (Mt 9.35). A mensagem registrada pelos evangelistas contém apelo ao arrependimento, renúncia ao pecado, oferta de perdão, esperança de salvação e santidade de vida (Mt 3.2; Lc 1.77; 9.62). Os seguidores de Cristo são convocados a viverem as doutrinas do Evangelho e a adotarem a ética e a moral do Reino de Deus como estilo de vida (Mc 10.42-45).

4. O Sermão do Monte. Este sermão contém princípios do mais alto ideal moral. Nele são reveladas a ética e a moral do Reino de Deus em questões como: a ira, o adultério, o divórcio, o juramento, a vingança e o amor (Mt 5.22,28,32,37,39,44); também aborda a esmola, a oração e os jejuns (Mt 6.1,5,16); passando pela questão do prejulgamento, dos falsos profetas e dos alicerces espirituais (Mt 7.1,15,24-27). O Sermão do Monte está para os cristãos como o Decálogo está para os judeus. Por isso, nosso Senhor convida a seus seguidores que priorizem o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33).

5. As Epístolas Paulinas e Gerais. As Epístolas Paulinas, bem como as gerais, trazem ensinamentos aprofundados sobre a nossa relação com Deus (Rm 12.1,2; Hb 13.7-17), com o Estado (Rm 13.1-7; 1Pe 2.11-17), com o próximo (Rm 13.8-10; 14.1-12; 1Jo 3.11-24), a injustiça social (Tg 2.1-13; 5.1-6), a questão da sexualidade cristã e do casamento (1Co 6.12-20; 1Co 7.10-24).

III. CHAMADOS A VIVER ETICAMENTE

Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada por Deus no deserto. Tal registro foi feito para a nossa advertência, pois as Escrituras dizem acerca do perigo de não vivermos o ideal ético do Reino (1Co 10.5).

1. “Não cobiceis as coisas más”. Paulo adverte a Igreja em Corinto a não incorrer no pecado da cobiça (1Co 10.6). No deserto os israelitas cobiçaram o que lhes fora proibido e, por isso, sentiram saudades do Egito (Nm 11.4,5). Infelizmente, ainda hoje, pseudocristãos cobiçam os prazeres do mundo. Assim, preferem o hedonismo e a escravidão do pecado a cumprirem a lei moral do Pai.

2. “Não vos torneis idólatras”. O apóstolo exorta acerca do perigo da idolatria (1Co 10.7). Enquanto Moisés recebia as tábuas da Lei (Êx 31.18), os israelitas se corrompiam adorando um bezerro de ouro (Êx 32.1-6). O ato de idolatria não consiste apenas na adoração de uma imagem. Falsos cristãos desprovidos da ética das Escrituras adoram o dinheiro e os bens materiais. A Bíblia chama esse pecado de idolatria (Cl 3.5).

3. “Não nos prostituamos”. À luz da história dos israelitas, o apóstolo alerta acerca da maldição provocada pela prostituição (1Co 10.8). A imoralidade encabeça a lista das obras da carne: “prostituição, impureza, lascívia” (Gl 5.19). Muitos, em nome da “graça barata”, justificam a imoralidade e a sensualidade em suas vidas. A Palavra nos ensina que é preciso conservar o nosso corpo irrepreensível (1Co 6.18,19; 1Ts 5.23).

CONCLUSÃO

A Bíblia Sagrada é o fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É a única regra infalível de fé e de conduta para a Igreja (2Tm 3.16). Portanto, em tempos de ataques ideológicos contra a cultura judaico-cristã, a Igreja não deve furtar-se de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” em pleno século XXI (Mt 5.13,14).

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2018/2018-02-01.htm

sexta-feira, 2 de março de 2018

A batalha não é dos fortes


Por Odair José da Silva

"Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos. Que também o homem não sabe o seu tempo; assim como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles". Eclesiastes 9. 11-12.

Pensar a vida talvez seja a melhor coisa que podemos fazer em determinado momento da nossa jornada. E, ao pensar na vida, começamos a questionar o que acontece a nossa volta. Para onde caminha a humanidade e qual o meu destino no final da caminhada? São perguntas que não são fáceis de serem respondidas. Mas, não há outro meio do que pensar sobre tudo o que acontece a nossa volta.

O que está acontecendo no mundo neste momento é algo para pensar ou isso não me diz respeito? Atingir avião com mísseis e não assumir a culpa pela morte de centenas de inocentes é algo sem importância? Ou atacar meu vizinho com mísseis é justificado a luz de ideologias religiosas? Por que o ser humano age dessa maneira? Os questionamentos são muitos. Mas, onde está a resposta para essas dúvidas?

Salomão, o homem mais sábio (de acordo com a Bíblia) que já existiu nesse mundo faz uma série de indagações e afirma que o homem não sabe o seu tempo. Na verdade não sabe mesmo. Estudamos os grandes feitos da humanidade e os acontecimentos que mudaram a face do planeta e não atentamos para o nosso dia a dia e o que acontece a nossa volta. A violência aumenta todos os dias e as pessoas já não se importam mais com isso.

São de uma profundidade imensa as palavras de Salomão. Podemos considerar que não são os ligeiros que correm as corridas e nem os fortes que lutam nas batalhas. São os pequenos e fracos de nossa sociedade é que são envoltos nesses conflitos generalizados que ceifam milhares de vidas constantemente. Como os peixes que se enroscam nas redes e os passarinhos que caem nas armadilhas, os homens são surpreendidos pelo mau tempo, ou para ser mais exato, o tempo mau em que vivemos.

O que fazer em meio esse caos que assola a humanidade e parece não ter fim? Confiar no Senhor. Ele é a nossa salvação. Esse é o conselho que Davi nos deixa. Quando perseguido ele solicitou a ajuda de Deus e foi atendido. É o que devemos fazer também.

"Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte. Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou. Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam. Levanta-te, Senhor; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção". Salmos 3. 4-8.

Texto: Odair José,Poeta e Escritor Cacerense

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Ler ficção é perda de tempo?


A ficção, junto com composição de músicas e aconselhamento pessoal, são formas constantes que Deus me ensina empatia. É fácil no cristianismo evangélico assumir que todos que se opõe ou discordam de nós deve ser simplesmente evaporado verbalmente como um inimigo a ser destruído. Mas nenhum ensinamento falso ou direcionamento enganoso tem qualquer poder até que aparente ser algo bom a alguém. Jesus nos ensina que aqueles que entregam os discípulos à morte “pensarão que estão fazendo a vontade de Deus”. Praticamente qualquer pessoa se sente o heróis de sua própria narrativa pessoal.

A ficção ajuda pessoas a apresentarem honestamente aquelas histórias íntimas que as pessoas contam a si mesmas, coisas que elas não irão discorrer em, por exemplo, um debate, ou uma monografia, sobre sua forma de viver. Na ficção, um Darwinista pode mostrar como é o temor de se viver uma vida em sentido em um universo sem propósito, mas ele também pode demonstrar onde ele encontra aquelas coisas, como amor e admiração, que só podem ser encontradas de forma plena em Deus.

Uma boa ficção não é “perda de tempo” pela mesma razão que boa música e boa arte não são perdas de tempo. Tudo isso está enraizado em um Deus infinitamente criativo que escolheu ter sua imagem representada por seres humanos que também criam. Cultura não é irrelevante. É parte do que Deus nos mandou fazer no começo, e que ele declara ser bom. Quando você desfruta da verdade e da beleza, quando você é abençoado por dons que Deus deu aos seres humanos, você está desfrutando de um universo em que, apesar de caído, Deus se regozija e considera “muito bom”.

Uma criança aprende a simpatizar com o heroísmo de João, o matador de gigantes do pé de feijão e se sente repelida pela crueldade das irmãs da Cinderela. Quando você pensa sobre isso, é assim que as Escrituras muitas vezes funciona. Provérbios, por exemplo, pinta uma imagem vívida da tragédia revoltante que é o adultério (Provérbios 7).

Jesus não simplesmente fala sobre o perdão de Deus de forma abstrata. Ele conta uma história, do filho pródigo, pensada para ser chocante (um filho que gasta toda sua herança) e para evocar simpatia e identificação. Os apóstolos fazem o mesmo. Eles usam linguagem literária e visual para apelar não somente ao intelecto, mas também a consciência, por meio da imaginação. Pense na linguagem de Paulo ao dizer “sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” ou o uso de temas literários no Novo Testamento (“o fruto do Espírito”, etc.).

A ficção pode, às vezes, como a história do profeta Natã sobre a cordeirinha do homem pobre, despertar partes de nós que estão calejadas, seja por ignorância, preguiça, desatenção ou pecado.

Texto: Russell Moore

Extraído e adaptado de: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2018/02/por-que-cristaos-deveriam-ler-ficcao

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

A revolta de Coré


Quem foi Coré ou Corá? Quais os motivos da sua rebelião? E o desfecho?

Coré não é muito citado na Bíblia. No Antigo Testamento, há algumas referências aos seus ascendentes e descendentes (os coreítas). Ele era da tribo de Levi, seu bisavô. Seu avô era Coate e seu pai Jizar (ou Isar ou Aminadabe) (Ex 6.21; 1Cr 6.22; Nm 16.1). Seus filhos foram Assir, Elcana, Abiasafe (ou Ebiasafe) (Ex 6.24; 1Cr 6.22. 37; 1Cr 9.9). A história de sua rebeldia encontra-se em Números 16. Há mais duas referências a ele em Números 26.9-11 e 27.3. No Novo Testamento há apenas uma referência a ele, em Judas 11.

1. Quem eram os rebeldes?

O líder dos rebeldes era Coré, bisneto de Levi e primo de Moisés. Portanto, estes eram levitas. Coré se associou a dois irmãos, Datã e Abirão (Nm 16.1, 12, 24, 25, 27; 26.9; Dt 11.6; Sl 106.17), e também a Om, sendo todos eles da tribo de Ruben. Contou ainda com o apoio de duzentos e cinquenta homens, príncipes da congregação, eleitos por ela, homens de renome (Nm 16.2). Todos eles se ajuntaram contra Moisés e Arão, para dar um basta à sua liderança sobre o povo.

2. As causas da rebelião 

“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, ….” (1Sm 15.23)

1ª) Uma visão equivocada

“e se ajuntaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Basta! Pois que toda a congregação é santa, cada um deles é santo, e o SENHOR está no meio deles; …” (Nm 16.3a) Uma coisa é ser chamado para ser santo, outra coisa é ser santo, separado. O verdadeiro líder enfatiza a necessidade dos irmãos viverem em santidade de vida, para desfrutarem da comunhão com um Deus que é Santo. Os falsos líderes promovem a libertinagem e fazem vista grossa para o pecado. Banalizam a Graça Divina e promovem a falta de temor à Santidade de Deus. As condições estabelecidas por Deus a este respeito são muito claras: “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel.” (Ex 19.5-6). Santidade não é rótulo, mas um “estilo” de vida.

2ª) Ambição pelo poder 

“…. por que, pois, vos exaltais sobre a congregação do SENHOR?” (Nm 16.3) 
“…. senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós?” (Nm 16.13)

A alegação ou acusação dos rebeldes era a suposta usurpação do poder por parte de Moisés e Arão. É espantoso verificar que, mesmo depois de tantas manifestações milagrosas e incontestáveis do poder de Deus pela intermediação de Moisés (pragas, mar se abrindo etc), essa gente pudesse ainda questionar a liderança e autoridade de Moisés e Arão. Percebe-se, da parte deles, uma inveja incontrolável de Moisés. Afinal, por que esse tal Moisés deveria ser o protagonista de tudo isso? Quem era ele? Foi criado na corte de Faraó. Depois de adulto, com quarenta anos de idade, fugiu para uma terra distante, ficando ali outros quarenta anos. Enquanto isso eles habitaram e sofreram junto ao povo cativo. Agora, depois de todo esse tempo, ele vem de fora para se fazer príncipe sobre o povo? Acontece sempre aquela velha e recorrente situação: “antiguidade é posto, temos que respeitar!”, “chegou agora e já quer se sentar à janela?”. O ser humano, inclusive o cristão, precisa entender que, não importa se o líder é de perto ou é de longe. O que realmente importa é se ele é o melhor para a função e, no caso da igreja, se ele é o designado pelo Soberano Senhor dos céus e da terra para exercer aquela liderança!

3ª) Ambição pelo sacerdócio

“acaso, é para vós outros coisa de somenos que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de cumprirdes o serviço do tabernáculo do SENHOR e estardes perante a congregação para ministrar-lhe; e te fez chegar, Coré, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo? Ainda também procurais o sacerdócio?” (Nm 16.9-10) Na matança dos primogênitos dos egípcios, os primogênitos de Israel foram poupados. Assim, os primogênitos de Israel passaram a pertencer ao Senhor. Então, Deus fez uma troca, desses primogênitos (inclusive dos animais), por todos os homens da tribo de Levi (Nm 3.12-13). Quando Deus separou a tribo de Levi das demais tribos de Israel, não lhe deu herança de terra, mas eles deveriam receber cidades no meio das possessões das demais tribos (Nm 35.2ss). Também os consagrou para o serviço de Deus, primeiramente no Tabernáculo, depois, no Templo. Todos os levitas foram designados para exercer algum encargo na tenda da congregação. Eles deveriam atuar sob a liderança de Arão e seus filhos (Nm 3.9). Em Números 3 e 4 as tarefas relativas ao Tabernáculo são distribuídas pelas famílias dos três filhos de Levi: Gerson, Coate e Merari. Basicamente, coube aos filhos de Gerson cuidar da infraestrutura externa (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.21-26; 4.21-28); aos filhos de Merari cuidar da infraestrutura interna (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.33-37; 4.29-33); e, aos filhos de Coate cuidar do mobiliário e utensílios sagrados do santuário (montagem, desmontagem e transporte) (Nm 3.27-32; 4.1-20). É importante observar que coube à família de Coate a parte mais delicada, cuidar das “coisas santíssimas” (Nm 4.4), como a arca, com risco de morte: “Isto, porém, lhe fareis, para que vivam e não morram, quando se aproximarem das coisas santíssimas: Arão e seus filhos entrarão e lhes designarão a cada um o seu serviço e a sua carga. Porém os coatitas não entrarão, nem por um instante, para ver as coisas santas, para que não morram.” (Nm 4.19-20). Tudo isso foi estabelecido por Deus, por intermédio de Moisés, inclusive o tão cobiçado sacerdócio: “Mas a Arão e a seus filhos ordenarás que se dediquem só ao seu sacerdócio, e o estranho que se aproximar morrerá.” (Nm 3.10).

A igreja é o corpo de Cristo, onde cada membro tem a sua função. É o próprio Senhor quem vocaciona, chama e elege aqueles que devem ser reconhecidos como líderes do rebanho. É danoso para o Corpo de Cristo, quando alguém ambiciona posições e cargos, para os quais o Senhor não o designou, ou quando queremos impor, pela força, aqueles que o Senhor não escolheu para determinada missão. Cada um tem uma missão importante e específica a realizar no reino de Deus e deve se deixar conduzir pelo Espírito Santo de Deus!

3. O desenrolar da rebelião

A prova do líder e dos santos (Nm 16.4-7; 16-19; 27-30) 

“E falou a Coré e a todo o seu grupo, dizendo: Amanhã pela manhã, o SENHOR fará saber quem é dele e quem é o santo que ele fará chegar a si; aquele a quem escolher fará chegar a si.” (Nm 16.5) 

Diante da inesperada rebelião, Moisés não teve outra alternativa senão submeter ao Senhor o arbítrio daquela questão. Moisés estabeleceu dia e hora para o confronto entre a liderança espiritual divinamente instituída e a liderança rebelde. A resposta seria dada pelo próprio Deus! Duas situações haveriam de ser julgadas ali: 1ª) Quem é dele; 2ª) Quem é o santo autorizado a aproximar-se do Senhor. As instruções da prova foram passadas. Ambos os lados deveriam comparecer diante de Deus com os seus incensários acesos; Moisés com o fogo tirado do altar e os rebeldes com o fogo estranho (Nm 16.16-19). Na sua fala final, Moisés esclarece que se algo fora do comum, se coisa inaudita acontecesse ali, levando os rebeldes à morte, ficaria provado que ele era um enviado do Senhor e os seus opositores aqueles que desprezaram ao Senhor (Nm 16.27.30)

A intransigência dos rebeldes e a ira de Moisés (Nm 16.12-15)

Os rebeldes não demonstraram qualquer interesse em dialogar. Eles fizeram o que é característico dos rebeldes: 1º) Acusar os líderes de não dar ao povo uma boa qualidade de vida; 2º) Acusar os líderes de usurpação de poder, de poder não legitimado pelo povo; 3º) Acusar os líderes de enganar os mais simples. É interessante como Moisés, o homem mais manso da terra (“Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra.” Nm 12.3) perde a paciência e desabafa com Deus. Aí, quem perde a paciência é Deus e Moisés tenta aplacar sua ira.

A ira divina e a intercessão de Moisés (Nm 16.20-27)

Diante de tanto atrevimento e rebeldia, a vontade de Deus era de exterminar toda a congregação, imediatamente. Essa era já a terceira vez que Deus manifestou este desejo e foi contido por Moisés (Ver as outras duas: Ex 32.10; Nm 14.11). Mais uma vez o Senhor cedeu e aguardou a separação física entre os rebeldes e o restante da congregação (Nm 16.23-26).

4. As consequências da rebelião

1º castigo: A Coré, Datã e Abirão (Nm 16.31-34)

A terra se abriu e engoliu os três líderes, seus homens e seus bens. E o povo fugiu. Em Números 26.11 há o seguinte registro: “Mas os filhos de Corá (Coré) não morreram.”

2º castigo: Aos 250 príncipes da congregação (Nm 16.35)

Fogo procedente do Senhor consumiu os duzentos e cinquenta homens que se apresentaram diante do Senhor com fogo estranho. 

3º castigo: Aos 14.700 murmuradores da congregação (Nm 16.41-50)

Como se as tragédias ocorridas não fossem suficientes para convencer aquela congregação também rebelde, eles tiveram a ousadia de murmurar contra Moisés e Arão, culpando-os de tamanha matança. Mais uma vez a ira divina se manifesta, agora pela 4ª vez (Nm 16.45), para exterminar toda a congregação. A praga dizimou 14.700 murmuradores. Não fora a expiação do povo, providenciada por Arão, sob a ordem de Moisés, toda a congregação teria sido dizimada. Na verdade, desde que a sentença divina fora pronunciada, por ocasião do relatório negativo dos 10 espias, isto é, que os de vinte anos para cima (exceto Josué e Calebe), não entrariam na terra prometida (Nm 14.20-30), a congregação se tornou propensa a rebeldia.

De tudo o que foi exposto anteriormente, fica claro o alto preço que é pago pelos rebeldes e seus seguidores!!!

Texto: Paulo Raposo Correa
Fonte: https://pauloraposocorreia.com.br/2015/04/21/a-revolta-de-core/

sábado, 20 de janeiro de 2018

Cadáveres no deserto


Por Odair José da Silva* 

“Porém, quanto a vós, o vosso cadáver cairá neste deserto”. Números 14.32

O que pode impedir o cristão de alcançar as promessas de Deus em sua vida? Desobediência e incredulidade. O povo de Israel é o exemplo clássico de que o ser humano é tendencioso a não crer nos milagres que Deus pode operar para cumprir os seus propósitos. Eles haviam sido tirados do Egito por mãos poderosas, tinham visto o livramento de Deus no Mar Vermelho, e outras séries de milagres aconteciam diariamente com eles. Sem dúvida, a mão de Deus era sobre eles. Mesmo assim, eles duvidaram do poder de Deus.

Moisés enviou doze homens para espiar a terra que Deus havia prometido que os dariam. Depois de andar pela terra durante quarenta dias eles voltaram com duas opiniões diferentes. Dez deles disseram que a terra era boa mesmo, mas as cidades eram fortificadas e os homens muito fortes e que era impossível conquistar a terra. No entanto, dois deles, isto é, Josué e Calebe, disseram o contrário. “A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muito boa. Se o Senhor se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor e não temais o povo desta terra, porquanto são eles nosso pão; retirou-se deles o seu amparo, e o Senhor é conosco; não os temais”. (Números 14. 7-9).

Após estas palavras de confiança, o povo queria apedrejar os dois homens que confiaram em Deus. Eles desacreditaram no poder de Deus e afrontaram o Senhor que os tinham tirado com mão forte do Egito do meio da escravidão. Por causa dessa incredulidade, Deus decretou que aqueles que duvidaram do seu poder seriam mortos naquele deserto. “Neste deserto cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes”. (Números 14.29).

É preciso atentar para a grandeza do nosso Deus. Não podemos duvidar do seu poder em realizar suas promessas em nossa vida. A incredulidade é um mal que desagrada a Deus. A Bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus. A falta de fé é o que tem causado a morte de milhares de cristão e lançado os cadáveres no deserto.

Estamos em uma caminhada rumo ao descanso eterno. Mas somos peregrinos nesta terra e ainda não alcançamos o nosso descanso. Por isso, é necessário que sigamos a exortação de Deus para as nossas vidas: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo”. (Hebreus 3.12).

Texto: *Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

domingo, 7 de janeiro de 2018

Empurre a pedra


Certa noite, um homem estava dormindo em sua cabana quando, de repente, uma luz inundou o seu quarto e Deus lhe apareceu dando-lhe uma incumbência. Disse-lhe:
—“Há uma grande rocha defronte à sua cabana; doravante, dia após dia, quero que você a empurre com toda a sua força”.
Surpreso com a inusitada visão o homem resolveu obedecer.
Dia a dia, ele pelejava com seus ombros escorados na fria e maciça superfície da rocha, empurrando-a com toda a sua força, mas ela não se mexia.
E cada noite, aborrecido, retornava à sua cabana, sentindo que o seu esforço era em vão.
Percebendo o desânimo do homem, o adversário (satanás) decidiu entrar em cena colocando pensamentos em sua mente desgastada:
-"Você tem empurrado essa rocha por tanto tempo e ela ainda não se moveu. Não acha melhor desistir? Deixe essa tarefa para outro.”
Estes pensamentos minavam o seu espírito e davam-lhe a impressão de que era um fracassado. Pensando em desistir, elevou seus pensamentos em oração e disse:
—“Senhor, tenho trabalhado duro e por muito tempo em Teu serviço, colocando toda a minha força pra fazer aquilo que o Senhor me mandou. Entretanto, após todo esse tempo, não consegui mover a rocha nem por um milímetro! O que está errado? Por que tenho falhado?”
O Senhor, em Sua infinita misericórdia e conhecendo a aflição que tomava conta daquele coração, respondeu-lhe:
—“Meu filho, quando Eu lhe disse para me servir e você aceitou, expliquei-lhe que o seu trabalho seria empurrar a rocha todos os dias; e é o que você tem feito. Eu nunca lhe pedi que a movesse.” “Por que você pensa que falhou? Olhe-se: Seus braços estão fortes e musculosos, suas costas enrijecidas e bronzeadas, suas mãos estão curtidas, suas pernas se tornaram musculosas e firmes. Todos esses atributos lhe fazem melhor do que antes. Você não moveu a rocha, mas observe que o seu chamado foi para empurrá-la, exercitando sua fé e confiança em Mim. E isso você fez!” AGORA, EU MESMO MOVEREI A ROCHA.

Às vezes, quando ouvimos uma Palavra de Deus, tendemos a usar nosso intelecto para decifrar o que Ele quer de nós, quando na verdade, o que Ele deseja, é apenas nossa obediência e fé.
Em todos os sentidos, exercite a fé que remove montanhas, mas saiba que continua sendo Deus quem as move.
Assim...
Quando tudo lhe parecer errado, apenas EMPURRE!
Quando o trabalho lhe deixar pra baixo, apenas EMPURRE!
Quando as pessoas não agirem da maneira que você espera, apenas EMPURRE!
Quando o seu dinheiro for embora e as contas ficarem, apenas EMPURRE!
Quando as pessoas não compreenderem você... apenas EMPURRE!

E em bom inglês EMPURRE é PUSH!

P– Pray = Ore
U– Until = até
S– Something = alguma coisa
H– Happen = acontecer

“Mas os que esperam no Senhor renovarão, as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão”. (Is.40.31)

Fonte: Portal a Voz de Deus

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

A Revelação de Deus em Hebreus


"Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo". Hebreus 1.1-2.

Introdução

A epístola aos Hebreus contém alguns enigmas. Não esclarece quem foi seu autor; a quem foi realmente destinada, nem a data em que foi escrita. No primeiro século, os chamados pais da Igreja não esclareceram tais detalhes. Clemente de Alexandria e Orígenes entenderam que Paulo escrevera Hebreus. No Século II, Tertuliano discordava da autoria paulina, e cria que Barnabé era o autor da epístola. Agostinho, de início, julgou que fosse Paulo mas, depois, afirmou que ela era anônima. Martinho Lutero sugeriu que a carta poderia ter sido escrita por Apolo (At 18.24). Quanto à data, os estudiosos situam-na entre 68 a 70 d.C. Com relação aos destinatários da carta, Hebreus deve ter sido inicialmente dirigida a judeus helenistas convertidos ao Cristianismo. O propósito deste comentário não é discutir tais pormenores, pois a resposta só teremos no céu, quando nos encontrarmos com o escritor. É fundamental que nestas lições sobre a Epístola aos Hebreus, vejamos a pessoa de Jesus Cristo como o resplendor da glória de Deus, o Salvador perfeito.

1. A antiga revelação. 

No versículo primeiro, o escritor assevera que, “antigamente”, Deus falou “muitas vezes, e de muitas maneiras aos pais, pelos profetas”. Moisés foi um profeta especial. No Salmo 103.7, lemos: “Fez notórios seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel”. Na galeria dos profetas, destacam-se Isaías, que recebeu a revelação do nascimento, vida, ministério, morte e ressurreição do Messias; Jeremias, Ezequiel, Daniel, Joel, Malaquias, e outros, foram instrumentos da revelação, não só para Israel, mas para a Igreja e para o mundo. (Ver 1 Pe 1.12.)

2. Deus falou de muitas maneiras. 

Nas páginas do Antigo Testamento, vemos que Deus não falou de modo uniforme pelos profetas. A uns, como a Moisés, Ele falou direto, “cara a cara”; a outros, como Daniel, falou por sonhos; a Jonas, em voz audível, e por meio do vento, do mar e do peixe. Por esses meios, Deus se revelou de modo progressivo, nas diversas dispensações, até que chegasse “...a posteridade, a quem a promessa tinha sido feita” (Gl 3.19), e a posteridade era Cristo.

3. A última e definitiva revelação.

Deus, “a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (v.1b). Essa afirmação é fundamental para a fé cristã. Primeiro, porque Deus falou. Segundo, porque nos falou “pelo Filho”. A revelação pelos profetas foi divina e progressiva. Eles, com convicção, diziam: “Assim diz o Senhor” (Êx 5.1; Is 7.7; Jr 2.5; Ez 3.11). A revelação pelo Filho, Jesus, é divina e superior, visto ser conclusiva e definitiva. Em Hebreus, vemos a melhor e mais perfeita comunicação do Altíssimo. Ele, nestes “últimos dias”, falou pelo seu próprio Filho, de modo completo, direto e definitivo (cf. Lc 21.33; Mc 13.31). Os ímpios não entenderam esta revelação: os espíritas dizem que o espiritismo é a “terceira revelação”, depois de Moisés e Cristo. Os adeptos da “Nova Era” dizem que virá a “Era de Aquários”, para substituir o Cristianismo. Com esse engodo, o Diabo engana os incrédulos, a fim de que sejam lançados no inferno (cf. Sl 9.17). Jesus é a última e definitiva revelação de Deus aos homens. Ele falou e está falado! “Cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2.20). Nós cristãos, precisamos estar seguros, fundamentados na Palavra de Deus, para refutar toda e qualquer doutrina falsa, que apresente qualquer outra revelação divina.

Conclusão

Alegremo-nos por não servirmos a um deus qualquer, produto da mente humana, ou da necessidade imanente de se acreditar em algo ou em alguém superior, como os indígenas e outros povos tidos como primitivos. O nosso Deus é o excelso Criador. O nosso Cristo é o Verbo Divino, o Salvador, que, cumprida sua missão, assentou-se “à direita da majestade nas alturas”.

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2001/2001-03-01.htm

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O Que Devemos Dar a Deus em 2018


"Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração." (Mateus 6:21)

À medida que entramos em 2018, aqui está algo para lembrarmos: temos 3 coisas que podemos oferecer a Deus: o nosso tesouro, o nosso talento e o nosso tempo. Cada uma dessas coisas nos é dada por Deus, e cada uma delas deveria ser dada de volta em porções generosas.

Primeiro, há o nosso tesouro: eu insisto que você se comprometa com Deus de forma fiel e generosa no ano que está por vir. Jesus disse: "Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração" (Mateus 6:21). Sempre que colocamos o nosso dinheiro em algo, acabamos desenvolvendo um interesse por tal objeto. Faz sentido colocarmos nossos recursos financeiros onde os nossos corações estão. Se amamos ler livros, nos entreter, ou se amamos as últimas tecnologias, gastamos o nosso tesouro nisso. E se o nosso coração deseja mudança, é lá que colocaremos o nosso tesouro.

Mas também funciona no sentido contrário: onde colocarmos os nossos tesouros, o nosso coração irá atrás. Você quer que o seu coração esteja nas coisas de Deus? Então coloque os seus tesouros nas coisas de Deus. Desenvolva um vasto interesse pelo Reino de Deus.

A segunda coisa que podemos dar a Deus é o nosso talento. Deus deu dons distintos a cada cristão. Todo mundo tem algo a oferecer ao Reino de Deus. Romanos 12:4-5 diz: "Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros."

Finalmente, há o nosso tempo. Digamos que certo dia o seu telefone toque, e quem estava ligando era o presidente do banco em que você tem conta. Ele disse que um doador anônimo que o ama muito decidiu depositar 86.400 centavos na sua conta todas as manhãs. À primeira vista não parece muito. Mas então você descobre que seriam R$ 864,00 depositados todos os dias. Contando os 7 dias da semana e as 52 semanas do ano, aqueles centavos somariam quase R$ 315.000,00 por ano! Mas o presidente do banco completa: "O doador anônimo disse que você tem que gastar todo o dinheiro do dia no mesmo dia. O valor não irá se acumular para o dia seguinte. Todas as manhãs o banco irá cancelar o valor que você não usar."

Isso parece fantasia, mas aqui está a realidade: toda manhã, alguém que o ama muito deposita em seu "banco de vida" 86.400 segundos, que representam 1440 minutos, o que obviamente é igual às 24 h de cada dia. Deus lhe dá essa quantia de tempo para usar todos os dias. Nada fica de crédito para o dia seguinte. Não haverá dias de 27 horas. Isso se chama tempo e não temos como escapar dele. O tempo está correndo agora mesmo. A Bíblia nos diz para "resgatar o tempo" - para tornar sagrado e sábio o uso de cada oportunidade.

Ofereça a Deus o seu tesouro, o seu talento e o seu tempo. Viva o próximo ano como se fosse o último, pois de uma certa forma poderá ser. Faça cada minuto valer a pena!

Fonte: https://www.harvest.org/devotions-and-blogs/daily-devotions/2015-01-01