sexta-feira, 30 de março de 2018

O que é Ética Cristã


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1Co 10.23).

INTRODUÇÃO

Estudar ética é muito importante para o aperfeiçoamento dos nossos relacionamentos e conduta na sociedade. Entretanto, neste trimestre, veremos que a Ética Cristã difere da secular. Enquanto esta se fundamenta em valores materialistas e relativistas, aquela tem como eixo a Palavra de Deus, a revelação divina imutável. Assim, como vivemos em uma época onde os conceitos pós-modernos relativizam as doutrinas cristãs, é relevante identificarmos os principais fundamentos da Ética Cristã a fim de aperfeiçoar nossa vida de comunhão com Deus e testemunho cristão à sociedade (Mt 5.13,14).

I. O CONCEITO DE ÉTICA CRISTà

1. Definição Geral. A palavra “ética” possui origem no vocábulo grego ethos, que significa “costumes” ou “hábitos”. No latim, o termo usado se corresponde a mos (moral), no sentido de “normas” ou “regras”. Devido à proximidade linguística desses termos, muitas vezes eles são usados como sinônimos. Contudo, devemos defini-los separadamente.

2. Ética e Moral. Enquanto ciência, a ética pode ser entendida como a área da filosofia que investiga os fundamentos da moral adotada por uma sociedade. Por conseguinte, a moral refere-se ao comportamento social em relação às regras estabelecidas. Essas regras podem variar de uma cultura para outra, podendo sofrer variadas e sistemáticas alterações. Tudo dependerá da referência de autoridade que serve de fundamento para os padrões de conduta social.

3. Ética Cristã. Tem como objetivo indicar a conduta ideal para a retidão do comportamento cristão. O fundamento moral da Ética Cristã são as Escrituras Sagradas. Por isso, sua natureza não se altera nem se relativiza. Desse modo, a Ética Cristã não se desassocia da moral e dos bons costumes derivados das doutrinas bíblicas.

4. Princípios da Ética Cristã. O Deus Trino é santo e imutável. Ele se revelou nas Sagradas Escrituras, e por isso, a Bíblia é plenamente inspirada por Deus. Nesse aspecto, os princípios ético-cristãos que derivam das Escrituras são imutáveis e divinos. Esses princípios têm aplicação adequada para todas as épocas e culturas, pois são universais. Assim, os padrões ético-cristãos não podem ser relativizados: “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mt 24.35).

II. FUNDAMENTOS DA ÉTICA CRISTÃ

Neste tópico, mostraremos as principais seções bíblicas, tanto do Antigo quanto do Novo Testamento — embora seja impossível mencionarmos o ensino integral da Bíblia sobre o assunto —, que norteiam o senso ético de todo cristão: o Decálogo, os Profetas, os Evangelhos, o Sermão do Monte, as Epístolas Paulinas e Gerais.

1. O Decálogo. Os Dez Mandamentos são preceitos éticos que fazem parte da lei moral de Deus (Êx 20.1-17). Os quatro primeiros tratam da relação do homem para com o Criador: adoração exclusiva, condenação à idolatria, alerta acerca do uso vão de seu santo nome e a sacralidade do tempo (Êx 20.1-11). Os seis últimos mandamentos referem-se à relação do homem com o próximo: honra aos pais, zelo pela integridade da vida, repúdio ao adultério, proibição ao furto, a mentira e a cobiça (Êx 20.12-17). Jesus ensinou que os dez mandamentos resumem-se nestes dois: amar a Deus e amar o próximo (Mt 22.37-39).

2. Os profetas. A mensagem dos profetas do Antigo Testamento tem uma imensa influência ética para os seguidores de Jesus, abarcando as esferas morais (Jr 17.1-11; Ml 1.6-14; 2.10-16), sociais (Is 58; Mq 2.1-5) e espirituais (Jr 31.31,32; Jl 2.28-32).

3. Os Evangelhos. Evangelho são as boas novas de Cristo (Mt 9.35). A mensagem registrada pelos evangelistas contém apelo ao arrependimento, renúncia ao pecado, oferta de perdão, esperança de salvação e santidade de vida (Mt 3.2; Lc 1.77; 9.62). Os seguidores de Cristo são convocados a viverem as doutrinas do Evangelho e a adotarem a ética e a moral do Reino de Deus como estilo de vida (Mc 10.42-45).

4. O Sermão do Monte. Este sermão contém princípios do mais alto ideal moral. Nele são reveladas a ética e a moral do Reino de Deus em questões como: a ira, o adultério, o divórcio, o juramento, a vingança e o amor (Mt 5.22,28,32,37,39,44); também aborda a esmola, a oração e os jejuns (Mt 6.1,5,16); passando pela questão do prejulgamento, dos falsos profetas e dos alicerces espirituais (Mt 7.1,15,24-27). O Sermão do Monte está para os cristãos como o Decálogo está para os judeus. Por isso, nosso Senhor convida a seus seguidores que priorizem o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33).

5. As Epístolas Paulinas e Gerais. As Epístolas Paulinas, bem como as gerais, trazem ensinamentos aprofundados sobre a nossa relação com Deus (Rm 12.1,2; Hb 13.7-17), com o Estado (Rm 13.1-7; 1Pe 2.11-17), com o próximo (Rm 13.8-10; 14.1-12; 1Jo 3.11-24), a injustiça social (Tg 2.1-13; 5.1-6), a questão da sexualidade cristã e do casamento (1Co 6.12-20; 1Co 7.10-24).

III. CHAMADOS A VIVER ETICAMENTE

Os israelitas foram reprovados por não obedecerem a lei moral outorgada por Deus no deserto. Tal registro foi feito para a nossa advertência, pois as Escrituras dizem acerca do perigo de não vivermos o ideal ético do Reino (1Co 10.5).

1. “Não cobiceis as coisas más”. Paulo adverte a Igreja em Corinto a não incorrer no pecado da cobiça (1Co 10.6). No deserto os israelitas cobiçaram o que lhes fora proibido e, por isso, sentiram saudades do Egito (Nm 11.4,5). Infelizmente, ainda hoje, pseudocristãos cobiçam os prazeres do mundo. Assim, preferem o hedonismo e a escravidão do pecado a cumprirem a lei moral do Pai.

2. “Não vos torneis idólatras”. O apóstolo exorta acerca do perigo da idolatria (1Co 10.7). Enquanto Moisés recebia as tábuas da Lei (Êx 31.18), os israelitas se corrompiam adorando um bezerro de ouro (Êx 32.1-6). O ato de idolatria não consiste apenas na adoração de uma imagem. Falsos cristãos desprovidos da ética das Escrituras adoram o dinheiro e os bens materiais. A Bíblia chama esse pecado de idolatria (Cl 3.5).

3. “Não nos prostituamos”. À luz da história dos israelitas, o apóstolo alerta acerca da maldição provocada pela prostituição (1Co 10.8). A imoralidade encabeça a lista das obras da carne: “prostituição, impureza, lascívia” (Gl 5.19). Muitos, em nome da “graça barata”, justificam a imoralidade e a sensualidade em suas vidas. A Palavra nos ensina que é preciso conservar o nosso corpo irrepreensível (1Co 6.18,19; 1Ts 5.23).

CONCLUSÃO

A Bíblia Sagrada é o fundamento para o viver ético-moral dos cristãos. É a única regra infalível de fé e de conduta para a Igreja (2Tm 3.16). Portanto, em tempos de ataques ideológicos contra a cultura judaico-cristã, a Igreja não deve furtar-se de ser o “sal da terra” e a “luz do mundo” em pleno século XXI (Mt 5.13,14).

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2018/2018-02-01.htm

sexta-feira, 2 de março de 2018

A batalha não é dos fortes


Por Odair José da Silva

"Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos. Que também o homem não sabe o seu tempo; assim como os peixes que se pescam com a rede maligna, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enlaçam também os filhos dos homens no mau tempo, quando cai de repente sobre eles". Eclesiastes 9. 11-12.

Pensar a vida talvez seja a melhor coisa que podemos fazer em determinado momento da nossa jornada. E, ao pensar na vida, começamos a questionar o que acontece a nossa volta. Para onde caminha a humanidade e qual o meu destino no final da caminhada? São perguntas que não são fáceis de serem respondidas. Mas, não há outro meio do que pensar sobre tudo o que acontece a nossa volta.

O que está acontecendo no mundo neste momento é algo para pensar ou isso não me diz respeito? Atingir avião com mísseis e não assumir a culpa pela morte de centenas de inocentes é algo sem importância? Ou atacar meu vizinho com mísseis é justificado a luz de ideologias religiosas? Por que o ser humano age dessa maneira? Os questionamentos são muitos. Mas, onde está a resposta para essas dúvidas?

Salomão, o homem mais sábio (de acordo com a Bíblia) que já existiu nesse mundo faz uma série de indagações e afirma que o homem não sabe o seu tempo. Na verdade não sabe mesmo. Estudamos os grandes feitos da humanidade e os acontecimentos que mudaram a face do planeta e não atentamos para o nosso dia a dia e o que acontece a nossa volta. A violência aumenta todos os dias e as pessoas já não se importam mais com isso.

São de uma profundidade imensa as palavras de Salomão. Podemos considerar que não são os ligeiros que correm as corridas e nem os fortes que lutam nas batalhas. São os pequenos e fracos de nossa sociedade é que são envoltos nesses conflitos generalizados que ceifam milhares de vidas constantemente. Como os peixes que se enroscam nas redes e os passarinhos que caem nas armadilhas, os homens são surpreendidos pelo mau tempo, ou para ser mais exato, o tempo mau em que vivemos.

O que fazer em meio esse caos que assola a humanidade e parece não ter fim? Confiar no Senhor. Ele é a nossa salvação. Esse é o conselho que Davi nos deixa. Quando perseguido ele solicitou a ajuda de Deus e foi atendido. É o que devemos fazer também.

"Com a minha voz clamei ao Senhor, e ouviu-me desde o seu santo monte. Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou. Não temerei dez milhares de pessoas que se puseram contra mim e me cercam. Levanta-te, Senhor; salva-me, Deus meu; pois feriste a todos os meus inimigos nos queixos; quebraste os dentes aos ímpios. A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção". Salmos 3. 4-8.

Texto: Odair José,Poeta e Escritor Cacerense