Ler é um gesto de libertação.
Não se trata apenas de decifrar sinais no papel, mas de tocar o invisível com as mãos da mente.
Cada palavra é uma centelha, cada página um fôlego que nos resgata do silêncio bruto do mundo.
Ao ler, deixamos de ser um só.
Somos viajantes de desertos, navegadores de mares, andarilhos em florestas que jamais pisamos.
Carregamos amores que não nos pertenceram, dores que não sofremos, vitórias que não vencemos.
E, mesmo assim, tudo isso se aloja em nós como se fosse memória.
A leitura é o prazer mais discreto e, ao mesmo tempo, o mais avassalador.
Não precisa de testemunhas.
Basta o encontro íntimo entre o olho e a palavra, entre o silêncio e a voz secreta do livro.
É nesse pacto invisível que descobrimos a imensidão: a de viver mil vidas dentro de uma só.
Por isso ler é tão bom — porque nos torna infinitos.
E ninguém pode medir a grandeza de um ser humano que aprende a carregar dentro de si o mundo inteiro.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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