sexta-feira, 30 de abril de 2021

O desejo do meu coração

    Eu quero ser um vaso nas mãos do Senhor. 
 
    Assim como o oleiro molda o barro e faz dele um vaso de valor, assim quero ser usado nas mãos do Mestre. Um vaso cheio do Espírito Santo. Cheio da unção divina. Que minha vida seja moldada pela graça de Deus. Que seja um canal de bênção na vida das pessoas que estão a minha volta e mesmo as que estão distantes, mas que são alcançadas por estas palavras. Sei que Deus espera de nós uma disposição em servi-lo para que Ele possa nos usar da forma que Ele quer. E, eu sei que a vontade de Deus é sempre boa. 
 
    Quero que Deus molde as minhas mãos e as torne forte para que eu possa lutar e, com a graça de Deus, vencer as lutas do dia a dia. Os desafios são enormes. Os gigantes se levantam e rugem nas campinas querendo nos amedrontar. No entanto, assim como fez aquele pastor que confiava em Deus, fazemos menção do nome do Senhor e vencemos a batalha mostrando que só o Senhor é Deus. 
 
    Me expresso na mesma expressão do salmista quando disse: “adestra as minhas mãos para a peleja”. Com isso, me coloco na dispensação das misericórdias divinas e me engajo no front para combater, ao lado do Mestre, o bom combate contra as forças do mal. 
 
    Os dias são tenebrosos, os momentos difíceis, pessoas estão prostradas, outras caídas pelas sarjetas e, ainda outras estão abandonando a jornada. Porém, me alegro em ver que existem ainda alguns que estão avançando, pela misericórdia de Deus, e estão progredindo. A seara é enorme, os campos estão brancos para a ceifa, e Deus conclama os ceifeiros do tempo final. A responsabilidade é muito grande. Por isso, urge-nos estarmos debaixo das potentes mãos do Senhor para essa tarefa. Levante-se e siga-me. 
 
    Que Deus nos ajude a vencer. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 20 de abril de 2021

Paraíso Perdido - Canto I

    A desobediência do homem, resultando-lhe daqui a perda do Paraíso em que fora colocado; a Serpente, ou antes Satã dentro da Serpente, motivou essa desgraça, depois que ele, revoltando-se contra Deus e incluindo em seu partido muitas legiões de anjos, foi expulso do Céu e arrojado ao Inferno com toda essa multidão por ordem de Deus. Depois lança-se logo o poema para o meio do assunto, e mostra Satã com seus anjos dentro do Inferno, descrito não no centro da criação (porque Céu e Terra devem então supor-se ainda não feitos), mas nas trevas exteriores mais propriamente chamadas Caos. 
 
    Ali Satã, boiando com seu exército num mar de fogo, crestados todos pelos raios e perdido o tino, afinal torna a si como de um letargo, chama pelo que era o seu imediato em dignidade e poder, e que ali perto jazia; conferem ambos acerca de sua miserável queda. Satã brada por todas as suas legiões que até então se conservavam na mesma confusão e letargo: levantam-se elas; mostra-se o seu número e ordem de batalha; dizem-se os nomes de seus principais chefes que correspondem aos ídolos depois conhecidos em Canaã e países adjacentes. 
 
    Satã dirige-lhes a palavra, anima-os com a esperança de ainda reconquistarem o Céu, e por fim noticia-lhes que serão criados um novo mundo e nova qualidade de criaturas, atendendo a uma antiga profecia ou rumor em voga pelo Céu (pois que, segundo a opinião de muitos antigos padres, existiam os anjos muito antes da criação visível). Para achar a verdade dessa profecia e o que se há de fazer depois, ele convoca uma plena assembleia. Procedimento de seus sócios. 
 
    O Pandemônio, palácio de Satã, ergue-se subitamente construído no Inferno; os pares infernais ali se assentam em conselho. 
 
Milton, John. Paraíso Perdido 
 
Postado por: Odair José, Poeta Cacerense
 
Veja a Introdução

domingo, 18 de abril de 2021

Pessoas boas não vão para o Céu

    "Sou uma boa pessoa, então vou para o céu"; "Faço algumas coisas ruins, mas faço mais coisas boas, então vou para o céu"; "Creio em Deus, mas tenho minhas convicções e sempre procuro fazer coisas boas"; "Todos os caminhos levam a Deus, então procuro fazer coisas boas, por isso vou para o céu". 
 
    Todas essas frases ditas por cidadãos de bem são enganosas. É engano pensar que só porque você se considera uma boa pessoa você será salvo. Não é assim. A salvação é através de Jesus Cristo. Não existem pessoas boas que possam se salvar por seus próprios méritos. 
 
    Todos pecaram e destituídos foram da Glória de Deus, é o que nos diz a Bíblia. Portanto, só há um caminho que pode levar o ser humano a Deus: Jesus Cristo! Ele é o caminho e a verdade e a vida. Ninguém vai ao céu a não ser por Jesus Cristo. Então, pessoas boas não vão para o Céu senão aceitarem a Jesus como salvador. Ele está de braços abertos para te receber, perdoar os seus pecados e garantir a sua salvação. Entrai pela porta estreita. Deus o abençoe! 
 
Mensagem: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 17 de abril de 2021

Fatos polêmicos da Bíblia - Uma jovem para aquecer um velho!

Uma jovem virgem para aquecer um velho! 
(1 Reis 1. 1-4) 
 
    Quando chegou a idade não teve jeito. Havia sido um grande guerreiro e passado por diversas situações terríveis na vida. Tinha um bom coração. Disso sabia todos os que ao seu lado estivera durante os longos anos de peleja. Conquistou muita coisa. Lutou bravamente contra seus inimigos e, principalmente contra os inimigos de Deus. 
 
    Uma coisa que não aceitava de forma alguma era que alguém zombasse de Deus. Sua fé sempre fora muito grande. Chegou a dizer certa vez que não temia mal algum mesmo que andasse pelo vale da sombra da morte. Isso, sem dúvidas, é uma fé inabalável em Deus. E isso fez com que conquistasse a tão sonhada paz em seu reino. Mas, como acontece com quase todas as pessoas, a velhice chegou e agora sentia frio. Muito frio. Tentavam cobri-lo com todas as vestimentas possíveis e fazê-lo aquecer mas nada disso era suficiente. 
 
    Os seus servos, preocupados com a situação, resolveram tomar uma atitude. Encontrar um corpo que pudesse aquecê-lo. Buscou-se entre as jovens do reino uma que pudesse cumprir tão nobre missão e encontrou uma jovem sunamita de beleza extraordinária. Moça virgem e sobremaneira formosa que passou a deitar-se ao lado do rei para aquecê-lo. 
 
    Cuidadosa e delicada cuidou de cada detalhe para que ele se sentisse aquecido de seu longo e interminável frio. Deitava-se silenciosamente sobre o seu peito e cantava canções de sua terra até ele dormir o sono dos justos. O velho rei, no entanto, manteve a sua postura honrosa e nunca tocou na moça com malícia ou menosprezo. Ela o aquecia e ele sentiu-se protegido até o dia da sua morte. 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense 
 
Observação: 
    Davi tinha aproximadamente 70 anos quando morreu (2 Sm 5.4; 1 Cr 29.26-28). Os longos anos em que esteve envolvido na guerra indubitavelmente levaram embora seu vigor físico. “Para que o rei, nosso senhor, aqueça”. O aquecimento de Davi (v. 2) seria obtido a partir do calor do corpo saudável de outra pessoa [Abisague]. Este procedimento clínico usado para cuidar de uma pessoa com hipotermia era conhecido por Galem, um médico grego do século 2 a.C., e pelo historiador judeu Flávio Josefo.

 Davi e Abisague, 1879, Museu Nacional de Belas Artes por Pedro Américo

quinta-feira, 15 de abril de 2021

Por que adorar a Deus?

     Deus criou o homem para adorá-lo em todo o tempo. 
    Deus é Espírito e importa que os que o adoram, adorem em espírito e em verdade. 
    Que eu possa em todo tempo adorá-lo de todo o meu coração, pois Ele é maravilhoso e tem me amado de uma forma maravilhosa. 
    Quando paro e penso, como Deus me amou, eu fico emocionado e feliz em saber que este amor é eterno. 
    Jesus, a maior prova de amor, o qual deu-se a si mesmo para nos salvar é o maior dom que recebemos de Deus. Você tem adorado a Deus? 
    Já observaste o amanhecer tão lindo, quando o sol sai na sua força dissipando a escuridão e dando-nos mais um dia para vivermos? Motivo de adoração ao Criador! 
       Poderia eu citar o meio dia esplendoroso, o entardecer sereno, a chuva do fim do dia, a noite glamourosa cheia de estrelas e tudo isso é motivo de adoração ao Deus Criador. Mas, quero citar o maior motivo de adoração a Deus. Quando, na cruz do Calvário, Jesus, o Filho de Deus, deu a sua vida em resgate de nossas vidas! Quando Ele, poderoso e vencedor, desceu até as profundezas do Inferno e tomou as chaves da morte e do Inferno das mãos do Diabo e ressurgiu de entre os mortos triunfante! 
    Sim. Eu adoro a Deus, adoro a Jesus porque sei que minha vida está nas mãos do Senhor e sei, também, que Ele está acima de todas as coisas! 
    Porventura haveria alguma coisa impossível para Deus? Não! Operando Deus, quem impedirá? Ninguém! Por isso eu digo em alto e bom som: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios." Salmos 103. 1,2. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense 
Obs. Esse texto foi traduzido integral de um escrito de 12/03/2003.

 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Orando em todo tempo...

    "Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos." (Efésios 6.18) 
 
    A oração move o coração de Deus de tal forma que O leva a operar o impossível na vida do crente. A oração é a chave para a vitória do cristão que quer vencer este mundo. 
 
    "Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei" (Sl 27.8). Seja nas primeiras horas de um novo dia ou no entardecer o salmista jamais deixava de ouvir o chamado de Deus para contemplar-lhe a face. Temos suspirado pelo Senhor? Ou será que já não conseguimos ouvi-lo? 
 
    Se nos limitarmos às petições, nossa oração jamais nos enlevará ao coração do Pai. Mas se, em tudo lhe dermos graças, até mesmo pelas tribulações que nos abatem a alma, haveremos de ser, a cada novo amanhecer, surpreendidos pelos cuidados de Deus. 
 
    Sem oração, jamais haveremos de mover a mão de Deus para que haja sobrenaturalmente, no mundo, por intermédio de seu povo. Que possamos dedicar mais tempo à oração. É chegado o momento de buscarmos, ainda mais, a presença do Senhor. 
 
    Que Deus em Cristo nos ajude a orar em todo tempo! 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 13 de abril de 2021

O Grande Divórcio (C.S.Lewis)

"Estou aqui para indicar a leitura deste livro. É uma leitura fantástica!" (Odair José, Poeta Cacerense).
 
O romance atemporal sobre uma viagem de ônibus do Inferno para o Céu. Em O grande divórcio, C. S. Lewis novamente emprega seu formidável talento para fábulas e alegorias. O escritor se encontra no Inferno embarcando em um ônibus com destino ao Paraíso. A incrível oportunidade é que, quem quiser ficar no Céu, fica. Este é o ponto de partida para uma meditação extraordinária sobre o bem e o mal, a graça e o julgamento. A ideia revolucionária de Lewis é a descoberta de que os portões do Inferno estão trancados por dentro. 
 
Nas próprias palavras de Lewis, "Se insistirmos em manter o Inferno (ou mesmo a terra), não veremos o Céu: se aceitarmos o Céu, não seremos capazes de reter nem mesmo as menores e mais íntimas lembranças do Inferno." 
 
"Eu li Lewis para conforto e prazer muitos anos atrás, e uma olhada nos livros reaviva minha antiga admiração." - John Updike.
 
"Se sagacidade e sabedoria, estilo e erudição são requisitos para passar pelos portões de pérolas, o Sr. Lewis estará entre os anjos." - The New Yorker.
 
"C.S. Lewis é o persuasor ideal para os que estão em dúvida, para o homem bom que gostaria de ser um cristão, mas percebe seu intelecto atrapalhando." - New York Time Book Review.
 
"Lewis, talvez mais do que qualquer outro escritor do século XX, forçou aqueles que o ouviam e liam suas obras a confrontarem suas próprias pressuposições filosóficas." - Los Angeles Times. 
 
Resenha: Livraria Família Cristã.

sábado, 10 de abril de 2021

No Tribunal de Cristo (Parte III)

Parte III 
 
    A próxima pessoa era uma senhora já bem de idade. Lógico que ali todas as pessoas tinham uma aparência jovial. No entanto, eu consegui ver as pessoas como eram antes de estar ali naquele tribunal. A senhora parou diante do Juiz e abriu-se o telão. Ela tinha sido uma mulher muito devota na Casa do Senhor. Antes de se converter havia sido uma religiosa praticante. Na antiga religião era muito devota a São Sebastião, que agora ela sabia que era igual a qualquer um outro ali. Não existia diferença entre os mais santos e os pecadores. Todos eram pecadores e só foram salvos por causa do sacrifício de Cristo na Cruz. Quando casou ainda bem jovem, logo em seguida o esposo se converteu e ela, tempos depois acabou convencida do sacrifício de Cristo. Só há um mediador entre Deus e os homens pelo qual alguém pode ser salvo: Jesus Cristo. Essa verdade martelou muito forte em seu coração até ela aceitar essa fé. Depois tornou-se uma mulher de intercessão. Quando ficou viúva, ainda uma jovem senhora não se deixou levar por falsas promessas de amores. Resolveu cuidar dos filhos e ensiná-los nos caminhos do Senhor. Teve muitas dificuldades, afinal, com a pensão do esposo não poderia fazer muito na criação dos filhos. Trabalhou muito nas casas de diversas pessoas para complementar sua renda. Mas, sempre foi muito fiel em tudo. Fiel nos dízimos e ofertas. Fiel ao Senhor resistindo as tentações que enfrentou em algumas casas de famílias. Assédio sexual e investidas. Manteve-se sempre com um propósito de caminhar nos caminhos do Senhor. Mas, o que se destacou em toda sua vida foi as orações. Era uma mulher fervorosa na oração. Orava pelas madrugadas. Intercedia pelo seu Pastor e pela sua congregação. Era uma coluna do Círculo de Oração. Por sua causa muitas pessoas se renderam a Cristo. Isso era revelado no telão e lágrimas rolavam dos presentes. O Juiz acenou para o anjo e ele veio com uma coroa cheia de pedras preciosas. Creio que aquela era a maior coroa que tinha visto até então e cada pedra era mais brilhante do que a outra. 
 
    - Você me deixou muito orgulhoso – Disse o Juiz – Deveras tivesse outras centenas de guerreiras como você e minha Igreja teria sido muito maior e mais próspera. Entra no descanso do seu Senhor. 
 
    Eu nem acreditei quando vi o próximo da fila. Era um bêbado. Pelo menos foi assim que o havia conhecido. Abriu-se o telão e começou a passar cenas da vida daquele homem que outrora viveu no mundo do alcoolismo. Ele havia se convertido dias antes de subir. Mas, durante toda sua vida ficou com um pé na Igreja e outro pé no mundo. Foi criado em um lar cristão mas deixou os caminhos do Senhor ainda jovem e se envolveu no mundo do crime e das bebidas. Nunca conseguiu levar a vida muito a sério. Sentia o desejo de servir a Deus, mas era escravizado pelo vício. Em sua luta do Espirito contra a carne sempre deixou esta segunda vencer. Era um milagre estar a salvo agora. Mesmo recebendo uma coroa de palha não se entristeceu. Afinal, estava salvo. O anjo atendeu o chamado do Juiz e entregou-lhe a coroa. Ela queimou no fogo da fornalha. 
 
    - Você desperdiçou uma vida inteira – Disse o Juiz – enterrou os talentos que dei a você e que poderia ter ajudado outras pessoas. 
 
    Qual não foi a minha surpresa ao ver a próxima da fila. Era uma garota de programa. Uma prostituta. Como ela poderia estar ali? Deveria ter acontecido alguma coisa. Abriu-se o telão e todas as dúvidas foram esclarecidas. Ela fora abandonada pelo pai quando ainda era criança. A mãe não tinha condições de cuidar dela e dos seus cinco irmãos e a deixou solta pela vida. Fora seduzida ainda adolescente e se “perdeu” na vida. Sem ter muitas oportunidades acabou se envolvendo no mundo da prostituição. Não conseguia se libertar de sua situação. Mesmo sentindo um vazio no coração o tempo todo seguia naquela vida cruel. Um dia enquanto esperava um cliente sentada em um banco de praça foi abordada por uma senhora cristã que lhe falou de Jesus. Ela ficou com aquelas palavras em seu coração durante anos. Sempre que podia lia a Bíblia. Em uma de suas leituras ela encontrou a passagem em que Jesus restaura uma prostituta. Ficou dias pensando nesse acontecimento até que fez uma sincera oração: “Senhor, se tu salvaste a vida daquela mulher. Salva-me, ó Deus”! Foi uma oração breve, mas foi do fundo da alma. Dias depois pode ter um encontro com Jesus. Aceitou-o como Salvador e Senhor. Não teve muito mais tempo de vida. Estava doente e logo morreria. No entanto, nos poucos dias de vida que lhe restara ela dedicou-os todos ao seu Mestre. Evangelizou, orou e visitou muitas pessoas. Podia se ver um sorriso no rosto do Juiz enquanto chamava o anjo. Ele colocou uma coroa de prata reluzente na mulher. 
 
    - Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido – Disse enquanto a mulher era coroada – Entra no gozo do seu Senhor. 
 
    Eu sabia que estava chegando a minha hora. O coração batia mais acelerado. Olhei para os lados. Via uma grande multidão. Pessoas de todas as raças, povos e nações. Mas, fiquei intrigado porque não conseguia ver muitas pessoas próximas de mim que eu acreditava piamente que as veria ali. Para minha surpresa vi várias pessoas que não acreditava que fosse ser salvas e senti faltas de muitas outras que tinha certeza serem salvas. A maior surpresa, no entanto, era me encontrar ali. 
 
    - Chegou sua vez! 
 
    Ao ouvir as palavras do anjo que me guiava neste lugar eu estremeci! 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense 
 
Leia as outras partes. 
Parte I 
Parte II

sexta-feira, 9 de abril de 2021

No Tribunal de Cristo (Parte II)

Parte II 
 
    Uma jovem se aproximou do Juiz no Grande Trono. Um telão se abriu no espaço e começou a passar cenas de sua vida. Seu trabalho e dedicação na Obra de Deus. Era muito dedicada nos trabalhos da Igreja. Ajudava no conjunto de Jovens, atendia na portaria, contribuía com seus dízimos e ofertas. Orava e lia a Bíblia. Algumas vezes foi injuriada por causa de sua fé em Cristo. Sofreu preconceito na faculdade por ser crente. Mas, ao sentir-se triste com isso, orava pelas pessoas e pedia que o Senhor pudesse salvá-las. Que testemunho dessa jovem. O Juiz fez um aceno e no mesmo instante apareceu um outro anjo. Ele tinha uma coroa de pedras preciosas. Colocou sobre a cabeça da jovem e ela foi tomada por um brilho indescritível. 
 
    - Bem está serva fiel – Disse o Juiz – entra no descanso eterno. 
 
    O segundo da fila era um Pastor. Podia se ver em seu perfil. Calejado da vida no ministério. O telão se abriu e começou a passar sua vida. Infância sofrida. Pouca coisa para comer. Começo no ministério. Congregação pequena e sem recursos. Vida contínua de oração. Ensino sério da Palavra de Deus. Vida exemplar nos negócios. Submissão aos seus pastores na ordem hierárquica. Fugia de contendas e de falar dos outros. Sempre um bom conselho. Foi perseguido algumas vezes por membros insatisfeitos com seus métodos doutrinários. Manteve a fé diante de todas as dificuldades. Não se deixou ser levado por propostas indecorosas. Resistiu a tentação de outras mulheres, de lucros exorbitantes e a fama. Chorou muitas vezes pela sua congregação. Um exemplo de vida piedosa. O Juiz acenou outra vez e o anjo veio com uma coroa de ouro reluzente. 
 
    - Bom está servo fiel – Disse o Juiz – Entra no descanso do seu Senhor. 
 
    O terceiro era um Pregador. Notava-se em sua fisionomia e aparência. Abriu-se o telão. Sapatos de couro de jacaré, terno Slim Corte Italiano. Gravata de luxo. Bíblia do Pregador Pentecostal. Viagens e mais viagens. Pregação em grandes congressos ou igrejas suntuosas. Carro do ano. Jatinho particular. Somas vultuosas de contribuição para o seu ministério. Grandes caches para pregar. Jactância. Orgulho. Soberba. Não respeitava a hierarquia do Ministério e nem parava em sua igreja local. Dizia ser representante de Deus na Terra. Receba! Receba! Receba! O Juiz chamou o anjo. Sobre sua cabeça foi colocado uma coroa de madeira. Passou pelo fogo. Não sobrou nem as cinzas. Podia ver-se a frustração no rosto do Pregador. 
 
    - Você recebeu a sua recompensa na Terra! - Disse o sábio Juiz – A Glória que seria para o meu Pai você desfrutou dela. Tens a salvação, mas não precisava passar essa vergonha. 
 
    A quarta pessoa era uma jovem senhora. Era uma médica. Abriu-se o telão e começou a passar sua vida. Família rica e prospera. Não teve dificuldade na infância e adolescência. Bem cuidada nos caminhos e preceitos conservadores aprendeu sobre a compaixão de Cristo para os enfermos. Na faculdade desviou-se dos caminhos do Senhor e, por um breve período fez coisas desagradáveis. Mas, logo se arrependeu e voltou-se para as coisas de Deus. Moça de grande inteligência poderia ter uma carreira brilhante na Medicina. Preferiu abrir mão de todo conforto e dos grandes projetos para desenvolver ajuda humanitária nas periferias das grandes cidades. Fez projetos sanitários para ajudar crianças na África. Sempre evangelizava de forma humanitária falando do grande Salvador. O Juiz acenou e o anjo veio com uma coroa. Era de prata reluzente. Linda e magnífica. 
 
    - Como aproveitaste os talentos que lhe dei! - Disse o Juiz – Granjeastes com ele e muitas almas que aqui estão estão por sua causa. Entra no descanso do seu Mestre. 
 
    O próximo da fila era um destacado Político cristão. Abriu-se o telão e começou a passar as suas façanhas. Mentiras, falcatruas e enganações. Grandes investimentos para templos, mas a intenção era bajular os pastores locais e angariar votos para as próximas eleições. Reuniões secretas em gabinetes e olhares lascivos para suas assistentes. Uma vida desperdiçada com projetos sem futuro. Grandes oportunidades perdidas quando poderia ter ajudado muitas pessoas carentes. Viveu uma vida inteira de aparências. O Juiz acena para o anjo. Em suas mãos uma coroa de feno. Queimou antes de cair na fornalha. 
 
    - Desperdiçou uma vida inteira com coisas sem valor – Disse o Juiz – tirou dos pobres e carentes quando deveria ter ajudado-os. Recebeste a sua recompensa lá na Terra. 
 
    Nesta altura dos acontecimentos eu já estava bastante angustiado. Muitas coisas passavam pela minha cabeça. Quantas coisas eu poderia ter feito na Obra de Deus? Quantas coisas poderia ter evitado fazer das que fiz que desagrava os mandamentos do Senhor? O quanto eu poderia ter feito a minha vida ser diferente. Agora não valia justificativa. Nada poderia passar despercebido aos olhos do Supremo Juiz. Uma vida inteira pela frente desperdiçada com coisas banais e passatempos ineficazes. Olhei para o anjo que era meu guia e ele apenas abriu as mãos e soltou os ombros como se dissesse “agora não adianta lamentar”. 
 
(Continua...)
Link da Parte I 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 8 de abril de 2021

No Tribunal de Cristo (Parte I)

    Senti meus pés saindo do chão. Sabia que começava uma viagem de que nunca havia imaginado em minha vida. Vi as nuvens no azul-celeste se aproximando. Logo eu já estava sobre elas e vi o planeta Terra se afastando. Que beleza era o infinito do universo. A Terra parecia uma pequena bolita daquelas que jogava quando criança. Então tudo começou a andar muito rápido e estava viajando na velocidade da luz. Em fração de segundos tudo parou. Vi-me em uma gigantesca construção. Parecia um grande templo que sumia diante da minha vista. Um salão enorme que parecia não ter fim. No início parecia que ele estava vazio. Mas ouvi vozes que vinha do outro lado de uma grande parede. Agora eu conseguia ver uma parede de cristal que separava os salões. Andei até uma enorme porta com umbrais dourados e vi uma multidão incontável que caminhava na segunda repartição. Em cada rosto que olhava eu sabia quem era mesmo sabendo que nunca tinha visto aquelas pessoas antes. Que coisa mais espetacular, pensei comigo. Foi então que minha atenção se voltou para um grande personagem. Ele era quase três vezes maior do que qualquer pessoa ali. Tinha duas enormes asas cintilantes e um sorriso magnífico no rosto. Ele sorriu para mim. 
 
    - Não se preocupe. - Disse ele se aproximando de mim. Fiquei surpreso porque as pessoas passavam por entre ele como se ele fosse um fantasma. - Serei seu guia nesta sua nova jornada. 
 
    - Onde estou? - Eu sabia onde estava, mas queria ter certeza. 
 
    - No Paraíso. - Disse-me ele sempre com aquele sorriso magnífico no rosto. - Mais especificamente no Tribunal onde será julgado pelas suas obras que fez em vida. 
 
    Senti um alívio no coração. Se estava no Paraíso eu estava salvo. A salvação que tanto almejava. Estar com Cristo para sempre. Sim. Eu havia conseguido. Meu coração exultava de alegria. 
 
    - Venha! - Disse-me o anjo que me guiava naquele enorme salão. - Terás a oportunidade de veres alguns semelhantes sendo julgado antes de você. 
 
    Ao segui-lo vi uma enorme parede e grandes quadros nela pendurados. Eram diferentes quadros e uma infinidade de pessoas fazendo alguma coisa em cada um deles. Me detive em um dos quadros. Era eu. Estava jovem. Ajudava uma senhora que tinha dificuldades de carregar suas compras. Abri um leve sorriso. Que maravilha! Então vi o próximo quadro. Nele eu estava orando. Consegui ver algumas palavras da minha oração. Intercedia pela minha família. Sorri outra vez. Andei mais um pouco e vi outro quadro. Nele eu estava pregando em uma pequena congregação. Havia poucas pessoas no pequeno salão onde ministrava. Mas pude ver uma chama de fogo sobre a cabeça de cada uma das pessoas ali presente. Em minha volta havia uma grande chama de fogo. A Bíblia estava aberta e dela saia um brilho como se fosse raios reluzentes. Olhei para o anjo que me guiava e ele sorria. Acenou positivamente com a cabeça como se se orgulhasse do que eu estava fazendo. Fiquei feliz. Andamos mais um pouco e vi outro quadro. Neste eu estava auxiliando meu Pastor. Recolhia as ofertas, cuidava da porta, atendia as viúvas e os órfãos. Meu coração transbordava de felicidade. Tinha outros quadros e em todos eles eu estava fazendo grandes coisas para o Reino de Deus. Rejubilava-me com tudo isso. Que maravilha! O quanto trabalhei na obra de Deus! 
 
    Estava eufórico com tudo isso quando parei um pouco. O anjo que estava comigo parou também. Seu semblante havia mudado. Estava sério. Parecia concentrado em alguma coisa. 
 
    - O que foi? - Ele me perguntou. 
 
    Fiquei em silêncio por alguns segundos, talvez um minuto. Estava pensativo. 
 
    - Estranho – Disse afinal – Não me lembro de ter feito essas coisas que vi nos quadros. 
 
    - Ah sim! - Exclamou o anjo que era meu guia – Então é isso. - Fez uma breve pausa e me olhou com um olhar profundo. Senti minha alma estremecer. - Isso era o que você deveria ter feito. Foi para isso que Ele te deu a vida e a oportunidade de viver na terra dos viventes. É isso que estará em julgamento hoje aqui. 
 
    Senti um calafrio na alma. Eu não havia feito nada com o meu tempo. E agora era tarde demais. Só me restava lamentar. Senti um aperto na alma. Uma tristeza. Como poderia ser isso? Estar no Paraíso, salvo e estar triste? Sim. Era possível. Deus havia me dado uma vida inteira e tinha grandes propósitos para mim e eu não havia feito nada do que Ele queria que eu fizesse. O que seria de minhas obras diante deste Tribunal? 
 
    Foi então que vi uma grande fornalha. O fogo era quase azul. Uma cor tão profunda e reluzente que nunca tinha visto na minha vida. Ao lado havia uma galeria. Tudo era muito grande. Sumia de vista. Sobre a galeria, uma espécie de prateleira, eu vi coroas. Sim. Eram coroas. Lindas e magníficas. Tinham coroas de todos os tipos e tamanhos. Umas enormes e outras menores. Algumas estavam cheias de pedras preciosas. Tinha umas de ouro puro que brilhava intensamente. Algumas de pratas tão lindas que é impossível descrever com palavras. Fiquei admirados com cada uma delas. E mais ainda com outras que vi ao longe. Elas só tinham carcaças. Só tinham as grades. Não eram ornamentadas. Parecia que não haviam sido terminadas. Senti um aperto no coração. 
 
    - Olhe mais perto – disse-me o anjo. 
 
    Olhei atentamente e vi. Algumas coroas eram feitas de madeira. Outras de palha e outras de feno. Entendi tudo agora. Você recebe a coroa e ela passa pelo fogo. Madeira, feno e palha vão se queimar e a pessoa fica sem nada. 
 
    Neste instante fiquei curioso para ver a minha coroa. Como seria ela? O meu guia parece ter lido meus pensamentos porque disse: 
 
    - Antes de receber a sua coroa veja atentamente. 
 
    Então vi algumas pessoas se aproximando de uma espécie de trono. Eu não consegui ver quem estava no trono, mas tinha um brilho intenso e magnífico. Era muito lindo de se ver. Havia uma multidão de pessoas, mas vi algumas que se destacaram para mim. Contei e eram oito pessoas. Com certeza eram destacadas para mim. Houve um silêncio. Aquelas oito pessoas entraram em uma espécie de fila que os levavam rumo ao trono onde seriam julgadas. 
 
(Continua...) 
 
Conto: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Se quiseres ter uma vida cristã vitoriosa

    Trabalhar a mente para se ter uma vida cristã equilibrada exige muito esforço e dedicação. Manter um propósito não é fácil. Por isso, podemos comparar a vida cristã disciplinada como a de um soldado, de um atleta ou de um agricultor como faz o Apóstolo Paulo. 
 
    O soldado tem e precisa manter uma vida íntegra de obediência e respeito as hierarquias. Precisa treinar muito e ser sempre alerta. Da mesma forma o atleta que quer conquistar uma grande vitória. Para que possa alcançar os seus objetivos é preciso muito treino, abnegação e perseverança. Só assim poderá colher os louros da vitória. Por outro lado, o agricultor precisa de paciência e muito trabalho duro para colher os frutos da sua lavoura. 
 
    Essas simbologias são muito importantes para entendermos a dinâmica da vida cristã. Só vamos alcançar a maturidade de uma vida consagrada e espiritual no momento em que nos propusermos a trilhar esse caminho e perseverarmos nele. O nosso alvo deve ser o Senhor Jesus Cristo sempre. 
 
    Nada neste mundo pode afastar-nos desse propósito. Não é fácil, temos obstáculos pela frente tentando nos tirar do caminho, mas se confiarmos em Cristo seremos vitoriosos. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense. 
Do devocional "Gotas de Bênçãos Diárias" de Odair José da Silva.

quinta-feira, 1 de abril de 2021

É melhor confiar em Deus de todo nosso coração

    Deus é o nosso refúgio e fortaleza. Gosto muito dessa afirmação e medito nela todos os dias. Sua sequência diz que Deus é nosso socorro bem presente na angústia. Por isso medito muito e gosto de pensar no grande amor de Deus e seu olhar misericordioso sobre mim. Vivemos uma época de muitas inseguranças e desafios e nada melhor do que depositar toda nossa confiança naquele que pode todas as coisas. 
 
    No reino animal percebemos que todas as criaturas sempre procuram refúgios para se protegerem dos possíveis predadores. Penso que eles confiam no seu Criador. Foram dotados de instintos para esse fim. No nosso caso, Deus nos deu o livre-arbítrio e podemos escolher confiar em Deus ou procurar outras soluções. É melhor confiar em Deus de todo nosso coração. 
 
    Tudo neste mundo é ilusão. Tudo é passageiro e tudo terá um fim. No entanto, todo aquele que confia no Senhor terá vitória sobre suas aflições e medos. Deus não dorme e nunca deixará um filho seu a mercê dos perigos. Ele pode não te livrar da cova, mas, com certeza, te livrará dos leões. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense. 
Do Devocional "Gotas de bênçãos diárias" de Odair José da Silva.