quinta-feira, 25 de junho de 2020

As Armas Espirituais Indispensáveis ao Crente



“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). 

Ao finalizar a Epístola aos Efésios, o apóstolo convoca a Igreja para lutar e resistir aos inevitáveis conflitos contra as forças espirituais da maldade. Nessa batalha, a fim de suportar os ataques e se manter firme na marcha contra o mal, os soldados de Cristo precisam revestir-se de toda a armadura de Deus. 

1. A armadura completa de Deus. 

A imagem que o apóstolo usa é a de uma linguagem retirada do contexto militar romano. A expressão “toda a armadura” traduz o termo grego panóplia, que significa “a armadura completa de um soldado fortemente armado” (6.11,13). Na Carta, a orientação não é para usar armas próprias, mas tomar o equipamento dado por Deus, resistir bravamente e marchar contra as potestades do ar. 

2. As armas indispensáveis de defesa. 

Vejamos aqui uma lista de armas espirituais disponíveis aos soldados do Senhor: 
a) Cingidos os vossos lombos com a verdade (v.14). Retrata a peça usada para dar mobilidade ao soldado no combate. Nesse sentido, faz referência à verdade da doutrina de Cristo e à integridade do soldado (2Co 13.8). 
b) Vestida a couraça da justiça (6.14). Trata-se de uma malha impenetrável de proteção aos órgãos vitais. Refere-se à justiça de Cristo e à retidão do soldado no campo de batalha (Rm 5.1; 2Co 6.7). 
c) Calçados os pés na preparação do evangelho da paz (6.15). Confeccionada em couro, a “meia-bota” tinha solas cravejadas para dar estabilidade. Refere-se à firmeza que o Evangelho proporciona e à prontidão do soldado em testemunhar de Cristo (Rm 1.16). 
d) Tomando, sobretudo, o escudo da fé (6.16). Longo, retangular, feito de madeira e couro, o escudo protege o corpo inteiro dos dardos incendiários. Refere-se à fé inabalável em Deus, que detém a eficácia das calúnias, dúvidas e rebeliões disparadas pelo Diabo (Pv 30.5). 
e) O capacete da salvação (6.17). Pesado, resistente e fabricado com bronze ou ferro, o capacete serve de proteção para a cabeça. Refere-se à certeza da salvação que já recebemos em Cristo e a convicção da plena salvação no último dia (1Ts 5.8,9). 

3. A imprescindível arma ofensiva. 

Finalmente, “a espada do Espírito” (6.17), a única arma disponível tanto para a defesa quanto para o ataque. O termo grego para ela é machaira , identificada como espada curta. Isso significa que o combate é pessoal, o enfrentamento é diário e acontece “corpo a corpo”. A espada do Espírito é identificada como sendo a “Palavra de Deus” inspirada e penetrante (2Tm 3.16; Hb 4.12). Ela deve ser usada tanto para resistir às ciladas do Diabo (Mt 4.1-10) quanto para derrubar as fortalezas de Satanás (Mt 10.19,20; 2Co 10.4). 

A vitória da Igreja de Cristo contra as forças do mal é garantida pela sobre-excelente grandeza do poder de Deus (1.19). Os ardis de Satanás não podem ser subestimados, porém, o reino das trevas não deve amedrontar o cristão. A Escritura convoca o salvo a combater e a vencer as potestades do ar, revestido com a armadura de Deus (6.11). 

Fonte: https://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2020/2020-02-13.htm

terça-feira, 16 de junho de 2020

O Obreiro aprovado por Deus


Por Odair José da Silva 

Esse texto tem por finalidade problematizar uma questão que perpassa minha mente há algum tempo, mas que se tornou mais efervescente nos últimos dias. O que me fez pensar sobre o assunto é a atual situação de alguns obreiros na casa do Senhor. Na verdade, o compromisso de cada um com o trabalho na Casa do Senhor é o que chama a atenção para a problemática desse texto. Sem a pretensão de acusar este ou aquele em particular, mas tecer um comentário sobre as formas que observamos os acontecimentos dos últimos dias. “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. II Timóteo 2.15. 

Muitos chamados, poucos escolhidos 

“Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos”. Mateus 22.14. Utilizando-me de uma das frases bíblicas mais conhecidas, muitos obreiros são chamados para a obra de Deus, no entanto, poucos são escolhidos. Isso, no meu ponto de vista, acontece porque é árduo o trabalho na seara do Mestre e a grande maioria acaba desistindo e não fazendo a coisa certa. Os obreiros chamados devem fazer a obra com diligência, com determinação e não se embaraçar com as coisas deste mundo. Neste sentido, muitos não conseguem cumprir as metas estabelecidas e deixam a desejar. Alguns permanecem levando as coisas pela metade, outros desistem de vez. Mas, devemos ter em mente que não queremos e nem podemos generalizar. Existem, sim, aqueles que batalha e persevera na graça de Deus e fazem a coisa certa. 

Obreiros medíocres 

“Se a humanidade tivesse contado somente com os rotineiros, os nossos conhecimentos não excederiam os que um avoengo hominídeo pudera ter tido. A cultura é o fruto da curiosidade, dessa inquietação misteriosa que convida a olhar para o fundo de todos os abismos. O ignorante não é curioso; nunca interroga a natureza”. (O Homem Medíocre) A mediocridade humana é patente aos olhos. Grande parcela da humanidade está no patamar da mediocridade. Uma pequena parcela se destaca e são gênios, mas esses são uma minoria. Outra parcela estão abaixo da média e são considerados imbecis. A grande maioria da humanidade está entre esses dois extremos. São medíocres. Neste sentido, podemos deduzir que os obreiros estão nesse patamar. No entanto, ser medíocre não quer dizer ser incapaz de fazer a obra de Deus. Se assim fosse, Deus não teria chamado os homens normais para fazerem a diferença neste mundo. É o que podemos deduzir dos grandes líderes registrado nas páginas da Bíblia e da História. Não eram gênios e, no entanto, causaram um grande impacto na humanidade. Exemplos clássicos: Moisés, Davi, Daniel, Paulo para não nos alongarmos na grande lista. 

Determinação 

O que esses homens tiveram de diferentes? Com certeza sua determinação. Ao ser chamado para a obra de Deus eles tiveram a humildade de se deixarem ser usado por Deus. Como diz um provérbio popular: Deus não chama os capacitados, mais capacita os chamados. Neste sentido, podemos deduzir que, a partir do momento em que somos chamados para a obra de Deus, devemos nos colocar na posição de receber a orientação de Deus para as nossas vidas. Acontece que, muitos, para não dizer a maioria, não querem ter essa humildade. Canta um hino e já acha que é um cantor, prega um sermão e já pensa que é um pregador. Aliás, pregadores têm aos montes por ai. O que falta mesmo são profetas usados por Deus. Homens cheios do Espírito Santo e dependentes da graça divina. O que vemos, então, são umas variedades de pregações sem sal, sem gosto. Capim seco para ovelhas rotas e doentes. Utiliza-se de jargões e modismos como receba, receba e nada da graça de Deus. Aproveitam-se do emocionalismo de uma grande parcela de povo inculto e utiliza-se de sensacionalismo para comover as massas e levá-las a acreditar que tudo o que fazem é de Deus. 

Senhor, Senhor! 

Esses são aqueles que um dia vão estar diante de Jesus e vão clamar: Senhor, Senhor, em teu nome fizemos maravilhas, curamos os doentes, e Jesus vai dizer: não vos conheço. Falsos mestres que visam apenas o lucro imediato e não a expansão do Reino de Deus. Que surrupiam as pele das ovelhas, comem da sua carne e causam um estrago muito grande ao Reino de Deus. O joio que cresce no meio do trigo. Mas, além destes, existem os medíocres e é este o tema do meu texto. 

Se é ensinar, que haja dedicação 

“Se é ensinar, que haja dedicação ao ensino”. Romanos 12.7. A Palavra de Deus é bem clara. Se é ensinar, que haja dedicação ao ensino. No entanto, o que vemos é uma gama muito grande de “ensinadores” e “pregadores” que falam coisas absurdas em nossos púlpitos e ainda são aplaudidos, muitas das vezes, por pessoas ingênuas como se aquilo fosse algo grandioso. Se voltarmos no tempo uns 30 anos, temos que considerar que a maioria dos crentes daquela época eram camponeses, pedreiros e donas de casa. O nível de compreensão era bem menor e não exigia tanto estudo teológico. Nos dias atuais a situação é outra bem diferente. Nas nossas igrejas temos pessoas cultas e estudadas frequentando nossos cultos. Não dá mais para tentar enganar com sermões “meia-boca” como vemos em alguns casos. Se não houver uma dedicação para ensinar, os sermões vão sair sempre sem sentido para os ouvintes mais aguçados. Não dá para aceitar que um professor de Escola Dominical venha para ensinar e fica lendo a lição e, pior ainda, dando justificativas de que não teve tempo para ler a lição durante a semana. 

Escola Dominical 

No meu ponto de vista, um professor de Escola Dominical que não lê sua lição todos os dias da semana e faça um estudo aprofundado do tema que vai lecionar no domingo não pode permanecer durante uma ou duas horas enganando o povo. Por isso vemos uma defasagem muito grande nas nossas escolas dominicais. A pessoa vai uma vez e não volta mais. Não há desculpas para casos assim nos nossos dias. Com a facilidade que a internet nos possibilita e a grande variedade de comentários bíblicos e enciclopédias existentes não dá para aceitar a desculpa de que o ensinador não pode preparar uma boa aula. 

Crescei na graça e no conhecimento 

“Antes, crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. II Pedro 3.18. Por outro lado a Bíblia é categórica quando aborda a questão: crescei na graça e no conhecimento. É um conselho prático. Nem só na graça, isto é, na oração e consagração, pois isso torna a pessoa muito fanática e nem só no conhecimento, isto é, só na leitura, pois isto torna o indivíduo legalista. É preciso ter um equilíbrio para se obter sucesso na tarefa de ensinar a Palavra de Deus. Outro detalhe interessante é que o obreiro deve ter compromisso com a obra de Deus. Não fazer a obra de Deus relaxadamente. Maldito aquele que fizer a obra de Deus relaxadamente. Jeremias 48.10. E quantos vemos fazer isso nos dias atuais. 

Renúncia 

Para se ter êxito no ensino da Palavra de Deus é imprescindível uma vida de renúncia. Negar-se a si mesmo é requisito básico para um trabalho bem feito. Por isso o Apóstolo Paulo exortando Timóteo ilustra a figura do soldado, do atleta e do lavrador. II Timóteo 2. 4-6. O soldado faz de tudo para agradar quem o alistou para a função. O atleta tem que ter uma disciplina rigorosa se quiser ser bem sucedido na competição e o lavrador tem que ter uma persistência muito grande se quiser colher bons frutos. Tudo isso ilustra a labuta árdua que o ensinador da Palavra de Deus deve ter. Passar horas estudando a Bíblia, livros que auxiliam a leitura da Bíblia, notícias locais, regionais, nacionais e mundiais, além de um bom dicionário para auxiliar com as palavras difíceis. Tudo isso exige renúncia. Levantar mais cedo para orar e buscar a orientação de Deus sobre o assunto a ser abordado. Não é uma tarefa fácil ser obreiro. Por isso, muitos são chamados e poucos escolhidos. É como se fosse uma peneira. Só ficam os fortes. 

A seara é grande 

“Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros”. Mateus 9.37. O Senhor Jesus Cristo olhou para o mundo e exclamou: a seara é grande e são poucos os ceifeiros. Sim. São poucos os que estão dispostos a renunciar a si mesmo e dedicar na obra de Deus. São poucos os que não medem esforços para levar a Palavra de Deus onde tem um necessitado. São poucos os que não estão só interessados em pregar na igreja no culto de domingo a noite. São poucos os que querem, de coração, a expansão do Reino de Deus. A seara é grande e tem muito trabalho para ser feito. Mas, esse trabalho não pode ser feito de qualquer forma. Tem que haver dedicação, renúncia e comprometimento com a Obra de Deus. Paulo é um exemplo clássico de pessoa comprometida com o Reino de Deus. Precisamos urgentemente ter isso em mente. Não dá mais para vivermos uma vida medíocre e sem resultados. Não dá mais para nos contentarmos com o pouco que temos vistos em nossos cultos. Onde estão os corações inflamados de um Wesley, de Spurgeon, de um Moody? Exemplos lendários de dedicação ao Reino de Deus. De vidas devotadas à causa do Mestre. 

Obreiro aprovado 

Aquele que é dedicado na obra de Deus. Que faz as coisas com o coração alegre e diligentemente porque sabe que está fazendo para Deus. Esse é o obreiro aprovado. São poucos, mas ainda existem. Deus, no entanto, precisa de mais. Ele conclama obreiros que não almejem só as coisas terrenas, mas sim o Reino de Deus. Onde estão esses que vão levantar essa bandeira nesses últimos dias da Igreja na face da terra? O Senhor da seara está chamando. Quem quer ir por mim a procurar, almas que no mundo estão sofrendo? A quem enviarei e quem há de ir por nós? Procuro alguém que se coloque na brecha. Preciso de intercessores. O Senhor chama, o Senhor capacita. 

Trabalhando 

Os discípulos ao serem chamados estavam todos ocupados. Eram homens simples, mas estavam trabalhando. Estavam fazendo alguma coisa. Pescando, consertando as redes, coletando impostos, enfim, todos tinham uma ocupação. E todos se dedicaram em fazer o que o Mestre mandava-os fazer. Paulo fez muito mais do que qualquer um deles e atribui esse fato à graça de Deus. Tem que haver em nossos corações a chama pentecostal do comprometimento com a causa do Senhor. Nossos sermões e nossas mensagens não podem ser vazias e sem sal como está acontecendo em muitos lugares por ai. Não podemos nos conformar com este mundo e com os ventos de doutrinas que surrupiam a fé do povo de Deus. Não podemos aceitar esse evangelho falso propagado aos quatro ventos através da mídia e que prolifera nos nossos templos. Não podemos nos calar diante de tantas atrocidades teológicas a qual estamos expostos nos últimos dias. A tarefa não é fácil, mas temos que dedicar-nos em fazer o melhor para o nosso Deus. 

Desejo 

Como diz Henry “Eles devem manejar bem a palavra da verdade. Eles não devem inventar um novo evangelho, mas manejar bem o evangelho que é confiado ao seu depósito. Eles devem falar terror àqueles a quem o terror pertence, conforto a quem merece conforto; para dar a cada um o sustento a seu tempo”. (Matthew Henry) O meu desejo é que o Senhor desperte o maior número possível de obreiros determinados a fazerem a obra de Deus com amor e dedicação. Que não fiquem apenas presos aos rótulos e ambições de status. Que não sejam preguiçosos e indolentes em fazer a obra de Deus. Que não a façam relaxadamente. Que o Senhor levante obreiros dispostos a pagar o preço para uma boa mensagem de edificação para a Igreja. Obreiros que não tenha do que se envergonhar. Que maneja bem a Palavra de Deus. Esse é o desejo do meu coração.

Odair José da Silva é Professor de Escola Dominical da AD.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Davi confia em Deus na sua adversidade



Ó SENHOR, COMO cresceu o número dos meus inimigos! Há muita gente contra mim, querendo me destruir. 
Tantos estão dizendo que Deus nem vai se interessar em me salvar. 
Mas Tu, Senhor, és o escudo que me protege; Tu és o meu orgulho. Tu me fazes andar de cabeça erguida, apesar da minha vergonha e do meu sofrimento. 
Contei ao Senhor os meus problemas e Ele me respondeu, do santo lugar onde vive. 
Por isso posso me deitar tranquilo e dormir em paz. Quando acordo, me sinto seguro, porque o Senhor cuida de mim. 
Agora mesmo, cercado de todos os lados por um exército de dez mil inimigos, não tenho medo! 
Pedirei a Ele: "Levanta-te Senhor! Salva-me, meu Deus! " Então, Ele ataca os meus inimigos, fere os seus queixos e quebra os seus dentes. 
Isso acontece porque a salvação pertence ao Senhor. Ele dá grandes bênçãos ao seu povo! 

Salmos 3 - Nova Bíblia Viva

sábado, 6 de junho de 2020

O milagre



Ela entrou na cabana naquela madrugada. Seu coração estava ferido. Ela não sabia o que aconteceria com seu filho. Sentia o vazio que ele causara em seu coração e desejava apenas que o Senhor pudesse protegê-lo. Dobrou seus joelhos no assoalho da cabana e encostou o rosto em uma das cadeiras e durante mais de uma hora falou com Deus. Após isso ela sentou-se em uma das cadeiras e puxou a outra colocando-a à sua frente. Ficou em silêncio por uns minutos e lembrou-se de um milagre que ocorrera com ela ali mesmo naquele lugar. 
Ele tinha por volta dos dez anos quando foi acometido por uma doença que o deixou de cama por vários dias. No terceiro dia em que ele apresentava os sintomas de muita febre, tosse, bolhas avermelhadas pelo corpo e falta de respiração o pai foi até a vila e trouxe alguns medicamentos indicados pelo farmacêutico. Ele havia orientado que se caso o menino não melhorasse deveria ser levado para Cáceres, o lugar mais próximo com Hospital. Mas, naquele período eles estavam passando por grandes dificuldades. Fora um ano em que a colheita foi prejudicada pelas faltas de chuvas e o que colheram não deu para pagar as despesas. Não tinham condições de arcar com médicos. Ela tinha visto a angústia no olhar marido sem poder fazer muita coisa pelo filho. Então, na madrugada ela se dirigiu até a cabana e conversou com Jesus expondo sua situação e que, se fosse de sua vontade, curasse o seu filho. Dois dias depois o menino estava correndo atrás dos bezerros como se nada houvesse acontecido. Souberam pelos vizinhos que três pessoas na região haviam morrido devido o surto daquela doença. Ela sabia que Jesus havia feito o milagre na vida de seu filho. 

Trecho do livro "O Filho Pródigo" de Odair José da Silva.
Lançamento em Breve!

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Nunca pare de lutar



Encostado no canto do quarto na penumbra de mais um dia que termina seus olhos não contém às lágrimas que teimam em rolar pela sua face já pálida de tanto sofrimento. Não sabe o que fazer. Leva as mãos ao rosto e sussurra o seu desespero na esperança de que Deus, e apenas Deus possa ouvir a sua voz. Tudo que podia fazer tinha feito e o que recebera fora apenas a ingratidão. Não poderia mais viver com esse peso e na sua alma a única solução para o fim deste terrível sofrimento seria a morte. Só queria forças para executar um último ato neste mundo: tirar a própria vida! 

De relance viu o pequeno inseto que tinha sido preso na teia da aranha. Lutava para escapar enquanto a aranha caminhava lentamente, como que saboreando a vítima, para fazer a sua refeição. Observou como aquele inseto lutava pela sua vida. Mesmo preso pela teia não desistia. Poderia ajudá-lo. Pensou consigo mesmo. Mas, esse era o ciclo da vida e, dessa forma não deveria intervir. O inseto lutou bravamente. Mas, apesar de seus esforços não conseguiu se livrar e, aos poucos fora devorado pela aranha. 

Como poderia isto ser assim? Levantou daquele canto e foi até o banheiro. Olhou para si mesmo no espelho. Como poderia ser derrotado dessa forma? Olha para aquele inseto que lutou até o fim. Será que sou mais miserável do que aquele pequeno inseto? Em seus pensamentos passava toda essa reflexão. Lavou o rosto e sentiu a água fria tocar sua pele. Era como se acordasse de um pesadelo. Não podia ser mais uma vítima do sistema. Tinha que lutar. Desgarrar-se-ia da teia de aranha e correria livre pelas campinas. 

Pegou uma caneta e escreveu em letras garrafais antes de pregar na cabeceira da cama as palavras: “Nunca pare de lutar!”. Como se aquelas palavras fossem uma vitamina que lhe desse mais coragem e determinação, adormeceu. Quando acordou na manhã seguinte estava revigorado. Pronto para mais um dia de labuta e, dessa vez, pensou consigo mesmo, hei de ser um vencedor. 

Texto: Odair José, Poeta e Escritor Cacerense