sábado, 25 de novembro de 2017

Arrependimento e Fé para a Salvação


Introdução

O arrependimento e a fé operam conjuntamente para a salvação. É o pecador arrependido que crê no sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário. Essa fé leva o pecador arrependido a abandonar de vez a situação de pecado, para então ser perdoado e, experimentar assim, a paz de Deus em seu coração.

1. Arrependimento — condição para a salvação.

Jesus afirmou que para fazer parte do Reino de Deus é necessário o arrependimento (Mt 4.17). Zaqueu, o publicano, teve um arrependimento tão genuíno que prometeu dar aos pobres metade de seus bens e devolver quatro vezes mais caso houvesse roubado alguém (Lc 19.8). De modo que ele pôde ouvir do Senhor: “Hoje, veio salvação a esta casa” (19.9). Assim, o arrependimento é diferente do remorso; este é momentâneo e passageiro, aquele atinge o lugar mais recôndito do coração humano.

2. Salvação por meio da fé. 

A salvação é pela graça mediante a fé (Ef 2.8), uma condição necessária para se obtê-la, pois sem a fé não se pode crer no sacrifício vicário de Cristo. Assim, o arrependimento produzido pelo convencimento do Espírito Santo e a fé, como dom divino, exercida pela pessoa, operam conjuntamente para a glória de Deus.

3. Arrependimento e conversão.

O arrependimento faz parte do processo de conversão e abrange o ser humano por inteiro: o intelecto (Mt 21.29), as emoções (Lc 18.13) e a vontade (Lc 15.18,19). Portanto, a conversão é uma ruptura com antigas tradições e modos de vida abomináveis e pecaminosos. Agora, tudo se torna novo, surge outra pessoa nascida de novo (Jo 3.3). Isso significa que todas as esferas da vida humana assumem a virtude e a ética do Reino de Deus ensinadas por Cristo Jesus (Mt 5-7).

Conclusão

Como nova criatura, “as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Ao crente que experimentou essa conversão cabe esforçar-se para manter-se afastado do que outrora causou-lhe tanta dor, sendo o motivo de sua perdição. Agora, tudo é novo! Tudo faz sentido!

Fonte: Lição Bíblica 4º Trimestre 2017. CPAD.

sábado, 18 de novembro de 2017

As lições do filho pródigo


By Odair José 

Sentado triste a olhar 
Os porcos que se alimentavam 
Sentiu a tristeza no coração. 
Sentia fome também 
E desejou alimentar-se com a comida dos porcos. 
E chorou dentro de si. 
Sentiu saudades de casa 
Da bonança que sempre tivera 
E sabia que até os jornaleiros de seu pai 
Alimentava-se melhor que ele agora. 
Sentiu vergonha de ter saído de casa 
Arrependia-se de tudo que fizera 
E as lágrimas corriam de seus olhos. 
Os porcos continuavam a comer 
Brigavam entre si 
E enlameavam-se. 

Que situação humilhante 
Alimentar-se da comida dos porcos 
Enquanto na casa do pai havia conforto. 
Mas, ele sabia que havia perdido tudo 
A herança que pedira ao pai 
Ele havia torrado nas bebedeiras e nas noitadas sem fim 
E, enquanto tinha dinheiro tivera amigos 
E os mesmos evaporaram assim que o dinheiro acabou. 
Lembrava da forma tristonha em que o pai havia ficado 
Na noite em que partiu 
Sem ter pena do olhar amoroso e triste do pai. 
O que fizera de sua vida? 

Lembrou-se de seu pai e do quanto o amava 
Queria voltar para casa 
Mas, sabia que não merecia amor depois de tudo que fizera. 
Vou pedir perdão ao meu pai 
E pedir-lhe que me faça como um de seus jornaleiros 
Ainda será melhor do que essa comida de porcos. 
Levantou-se. 
Uma atitude que ainda precisava ter em sua vida. 
Caminhou com passos trêmulos rumo à casa do pai. 
Sabia que tinha perdido tudo 
Mas, queria o perdão. 

O pai ao vê-lo moveu-se de íntima compaixão. 
Deu-lhe um abraço carinhoso e chorou em seus ombros. 
Não sou digno de ser chamado seu filho 
Pois pequei contra os céus e perante ti 
Faça-me como um de seus jornaleiros. 
Não diga isso, meu filho, 
Eis que lhe visto com o melhor vestido, 
Coloco-lhe o anel no dedo 
E sandálias nos pés. 

O vestido simboliza a remissão dos pecados 
Que Deus lança no mar do esquecimento. 
Enquanto os homens olham para o nosso passado, 
Deus vê o nosso futuro. 
Quando o primeiro homem pecou e sentiu-se nu diante de Deus 
Envergonhado, 
O Senhor o cobriu com peles de animais. 
Remissão de pecados 
E libertação da vergonha que este causa ao ser humano. 
O anel no dedo simboliza autoridade. 
O filho perdoado recebe a autoridade do pai 
E todos reconhecerão que ele é o filho honrado. 
As sandálias representam a dignidade de filhos. 
Nessa época apenas os escravos andavam descalços. 
Eis as lições do filho pródigo. 

Quantos filhos estão distantes da casa do pai. 
Receberam sua herança e as perderam nas noitadas da vida 
Em bebedeiras, jogatinas e prostituição 
E hoje estão se alimentando das bolotas que os porcos comem. 
Mas, sente no coração a tristeza dessa vida 
E saudade do tempo em que tinham a comunhão na casa do pai. 
Tome uma atitude. 
Levante-se do lugar onde está e volte-se ao seu Criador. 
Ele te espera para restituir a alegria que tinha 
Quando cantava de alegria e tinha uma vida digna de filho. 
Volte e terá vestidos novos para cobrir tua nudez 
Anel de autoridade no dedo 
E sandálias nos pés mostrando que não és escravo e sim filho. 
Basta que tenha atitude. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

sábado, 4 de novembro de 2017

A Sabedoria da Cruz e o Repúdio ao Mundo


Como ser irrepreensível e sincero, 
Filhos de Deus inculpáveis 
No meio de uma geração 
Corrompida e depravada? 

A sabedoria da cruz 
É o repúdio a norma do mundo. 
Para o cristão, Cristo e não o mundo 
Deve ser o padrão a ser seguido. 

O crente deve se adaptar 
Não as normas da sociedade 
Nem aos prazeres do mundo 
Mas, à vontade de Deus. 

O mundo é um barco que está afundando 
E o caos está nele instalado 
Mas, o crente dele escapa 
Não se integrando a ele 
E, sim, abandonando-o. 

A mensagem do evangelho 
Não é para nos ajustarmos ao mundo 
Nem nos conformarmos com ele. 

A mensagem do evangelho 
É o repúdio social 
E o carregar a cruz. 
Seguir a Cristo significa tomar sua cruz 
E fazer a sua vontade. 

Não funciona ser igual ao mundo 
Na intenção de transformá-lo. 
O poder do cristão 
Origina-se na diferença 
E não na integração. 

Não nos conformemos com este mundo 
Pois, o mundo passa. 
O conselho a ser seguido é: 
Negue-se a si mesmo 
Tome a sua cruz 
E siga a Jesus Cristo. 

Poema: Odair José, o Poeta Cacerense

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Alcance da Obra Expiatória de Cristo


Introdução

A salvação em Cristo alcança a todos (Jo 3.16). É tão eficaz que foi completada de uma vez por todas pelo “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Somente por intermédio de um Cordeiro tão perfeito, de um sacrifício tão completo e de um Deus tão amoroso se poderia realizar essa obra de maneira a raiar a luz para os que estavam em trevas (Mt 4.16).

1. A impossibilidade humana.

Toda tentativa do homem de manter-se puro, sem pecado, e por esforço próprio, fracassou. Nesse sentido o sistema de sacrifícios foi apenas um vislumbre do que viria por intermédio da morte vicária de Cristo. As Escrituras mostram que a Lei é incapaz de justificar o homem diante de Deus (Rm 3.20; Cl 2.16,17), já que o ser humano não consegue resolver o problema grave do pecado, pois ele não pode mantê-lo oculto diante de Deus. Somente o Senhor Jesus pode resolver tal problema.

2. Cristo ocupou o lugar do pecador. 

A expiação aponta para o grande amor de Cristo para com o pecador. Nosso Senhor supriu a necessidade de reconciliação do ser humano com o Pai de amor (Rm 5.8), que deu o seu Filho como oferta expiatória. Nesse sentido, a morte de Cristo é substitutiva, pois quem deveria morrer era o próprio homem (Rm 4.25), mas Cristo ocupou esse lugar (1Jo 2.2) e perdoou o pecador, destruindo o poder do pecado (1Pe 2.24). A morte vicária de Cristo na cruz representa a nossa morte (2Co 5.14), pois foi esse sacrifício que nos resgatou da “maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gl 3.13).

3. Alcance universal da obra expiatória.

O alcance da obra expiatória operada por Cristo é universal, pois ela envolve todos os homens e o homem todo — espírito, alma e corpo — (1Ts 5.23), alcançando todo o mundo (Jo 3.16). Além disso, por meio da expiação de Cristo é garantida a redenção, a reconciliação, a justificação, a adoção e o perdão dos pecadores. Entretanto, convém destacar: essa tão grande salvação precisa ser aceita pela fé para se tornar efetiva (Ef 2.8).

Conclusão

A salvação que Cristo oferece é tão abrangente que, além de uma experiência espiritual primordial e libertadora da pessoa, traz consigo implicações de ordem cultural e social que vão muito além do indivíduo e se estendem por toda ordem de coisas criadas. Em Cristo, Deus ofereceu salvação a todo o mundo.

Fonte: Lições Bíblicas 4º Trimestre 2017. CPAD.

sábado, 28 de outubro de 2017

O Sacrifício de Jesus


Introdução

A obra salvífica de Cristo custou um alto preço ao nosso Senhor — seu próprio sangue derramado na cruz. Sua obra nos garante a salvação porque foi uma oferta completa, perfeita e definitiva. Por causa dessa entrega de amor, temos a garantia da vida eterna e, antecipadamente, podemos desfrutar, neste mundo, dos benefícios dessa salvação.

1. O sacrifício completo.

Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), pois nenhum outro sacrifício, tanto o de animais no Antigo Testamento quanto o de seres humanos na história das nações pagãs, com vistas a alcançar a salvação do homem, teve o êxito de apagar os pecados do passado, do presente e do futuro (Hb 10.1). Somente o sacrifício de Cristo foi completo nesse sentido (Hb 9.26; 10.10), a ponto de anular uma aliança antiga para inaugurar um novo tempo de relacionamento com Deus, estabelecendo uma aliança nova, superior e perfeita (Hb 8.6,7,13). Assim, o sistema de sacrifícios de animais e o arcabouço da Lei serviram como um guia para nos conduzir a Cristo (Gl 3.24).

2. O sacrifício meritório.

Na sociedade judaica do AT, desenvolveu-se uma ideia de mérito por intermédio do sistema de sacrifícios de animais. Bastava apresentar uma vítima inocente no Templo e a pessoa satisfazia a sua própria consciência. Entretanto, esse sistema mostrou-se antiquado e ineficiente (Hb 8.13). Com o advento da nova aliança, mediante o sacrifício vicário de Jesus Cristo, não há mais mérito pessoal, pois o mérito salvífico pertence única e exclusivamente a Cristo (Gl 2.21). Só Cristo é capaz de cobrir todo e qualquer pecado. Só Cristo é capaz de restabelecer a comunhão do pecador com Deus. Logo, o único mérito aceito por Deus nesta nova aliança é o sacrifício vicário realizado definitivamente por Cristo Jesus (Hb 10.11,12).

3. O sacrifício remidor. 

O pecado contradiz a bondade e a autoridade de Deus. Ele se impõe como dúvida sobre tudo quanto tem a ver com o Criador. Além de ser horrendo, o pecado faz separação entre o homem e Deus (Is 59.2). Como o pecado deteriora o ser humano, degenerando seu caráter, deformando nele a imagem divina, o sacrifício de Cristo aparece nas Escrituras como redenção para trazer de volta a integridade humana e restabelecer o caráter dele (2Co 7.9,10; 2Pe 3.9). Assim, Deus estava em Cristo reconciliando o mundo consigo mesmo (2Co 5.19), já que a humanidade foi criada para viver em comunhão com o Pai, em pleno relacionamento de dependência com o Criador (At 17.28).

Conclusão

O alto preço do resgate pago por Cristo (Mc 10.45) em nosso favor leva-nos a glorificar a Deus em todas as dimensões da vida. Logo, por meio da evangelização, desejamos fazer com que milhares de pessoas tenham o privilégio de receber essa tão grande salvação.

Fonte: Lições Bíblicas IV Trimestre 2017. CPAD.

domingo, 22 de outubro de 2017

O Maravilhoso Amor de Deus


Introdução 

A salvação é obra do imenso amor de Deus e de sua maravilhosa misericórdia. Essa obra só foi possível porque o Pai amou tanto a humanidade a ponto de dar o seu próprio Filho para morrer no lugar dela. Assim, por intermédio de sua misericórdia, Deus concedeu perdão ao pecador, fazendo deste seu filho por adoção, dando-lhe vida em abundância.

1. Deus é amor.

Se é difícil dimensionar o amor da mãe pelos filhos, imagine o amor de Deus, que é mais profundo e incomensurável (Is 49.15)! Nesse sentido, Deus usou o profeta Oseias para demonstrar o verdadeiro amor pelo seu povo, ainda que os israelitas se apresentassem indiferentes a esse amor (Os 11.1-4). Ora, amar reflete a natureza do próprio Deus, pois Ele é amor (1Jo 4.8,16). Sendo o Pai a própria essência do amor, nós, seus filhos, somos apenas dotados por Ele com a capacidade de amar (1Jo 4.19). Assim, a maior demonstração do amor de Deus pelo mundo foi quando Ele entregou vicariamente o seu amado Filho (Rm 5.8; 2Co 5.14; Gl 2.20). Logo, o objeto desse amor vai muito além da Criação, pois tem, na humanidade, seu valor monumental (Jo 3.16).

2. Um amor que não se pode conter.

Deus sempre amou o ser humano. A criação do homem e da mulher, por si mesma, é a prova desse amor divino (Gn 1.26,27). Nesse aspecto, o amor de Deus pela humanidade é incondicional, ou seja, não há nada que o ser humano possa fazer para aumentá-lo ou diminuí-lo (2Pe 3.9; 1Tm 2.4). Entretanto, há uma tensão entre o amor de Deus e a sua justiça. Como conciliar isso? As Escrituras mostram que o ser humano escolhe abandonar esse ato de amor, de modo que o Altíssimo, respeitando o livro-arbítrio do homem, o entrega à sua própria condição (Rm 1.18-32). Assim, o amor e a justiça de Deus se conciliam.

3. A certeza do amor de Deus.

As relações humanas, infelizmente, implicam trocas, por isso certa dificuldade de compreendermos a gratuidade do amor de Deus. Pensamos que quando o decepcionamos com nossas atitudes e pecados, Ele vira as costas para nós, como fazem as pessoas as quais frustramos com nossas ações. Ora, havendo quebrantamento de coração (Sl 51.17), verdadeiro arrependimento (Pv 28.13) e atitude de retorno sincero, Deus jamais abandona os seus filhos, ainda que estes o tenham ofendido (Lc 15.11-32). Assim, Ele nos convida a experimentar do seu perdão e a desfrutar do seu amor como filhos mui amados. Isso tudo acontece porque o amor do Altíssimo não se baseia no ser humano, objeto de seu amor, mas nEle mesmo (Dt 7.6,7), a fonte inesgotável de amor.

Conclusão

O amor e a misericórdia de Deus extrapolam a compreensão humana, pois ainda que se usem os melhores recursos linguísticos, estes não seriam capazes de descrever quão incomensuráveis são essas virtudes divinas. Nem mesmo o amor de uma mãe pelo seu filho é capaz de sobrepor o amor e a misericórdia de nosso Deus. Por isso, resta-nos expressar esse amor em nossa relação com cada criatura.

Fonte: Lições Bíblicas 4º Trimestre 2017. CPAD.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O Terceiro Céu



"Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe." (2 Coríntios 12:2)

Li um artigo sobre uma fundação privada de astrônomos e ex-astronautas que estão construindo um telescópio espacial que vai orbitar o sol e rastrear corpos celestes que possam ameaçar a vida na terra. Um astronauta citado disse que nas primeiras três semanas de operação eles iam encontrar mais asteroides do que já foram encontrados nos últimos 200 anos. Mas sabe o que eles não vão encontrar? O terceiro céu.

De acordo com a Bíblia, há três céus. Paulo escreve sobre isso em 2 Coríntios 12: "Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou fora do corpo, não sei; Deus o sabe. E sei que esse homem — se no corpo ou fora do corpo, não sei, mas Deus o sabe — foi arrebatado ao paraíso e ouviu coisas indizíveis, coisas que ao homem não é permitido falar" (versículos 2-4).

O que são os três céus? O primeiro Céu é o que vemos, a atmosfera, as nuvens. Se você fosse caminhar lá fora e olhasse para cima, esse que ia ver seria o primeiro Céu. Aí vem o segundo Céu, que seria tudo no cosmos — basicamente, as coisas acima da atmosfera da terra: a lua, o sol, as estrelas, os planetas, as galáxias, e assim por diante. Mas o terceiro Céu, diferentemente, é o lugar em que está o próprio Deus.

Lembro-me de ter lido sobre um astronauta russo que, ao comentar sobre a sua experiência no espaço, disse: "Não vi Deus lá em cima". É porque não dá para enxergar o terceiro Céu.

Muitas vezes pensamos que o terceiro Céu fica distante, para além das galáxias. Mas acho que o terceiro Céu pode estar mais próximo do que imaginamos. Seja como for, ou esteja onde estiver, é o lugar onde está o próprio Deus.

Fonte: https://www.harvest.org/devotions-and-blogs/daily-devotions/2012-10-16

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Nas mãos dos cruéis assírios



“Samaria virá a ser deserta, porque se rebelou contra o seu Deus; cairão à espada; seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio”. Oséias 13:16.

Esta sentença resume todo o sofrimento que Deus tentou evitar ao longo do tempo. Nas profecias anteriores vimos o esforço divino para que o pior não acontecesse. Infelizmente o povo não fez nada para mudar a relação com Deus, o Criador do céu e da terra, e, finalmente, foi permitido que eles colhessem as conseqüências do próprio procedimento.

Quem invadiu Israel e Samaria foi a Assíria, o terror dos povos daquela época. “O período do Império Assírio vai de 933 a 612 AC. A Assíria e seu povo são mencionados 150 vezes na Bíblia. Seis reis ilustres da Assíria são mencionados por nome, e os nomes de 10 reis hebreus, sendo seis de Israel e quatro de Judá, aparecem nas inscrições reais da Assíria. Além disto, o fato de que o reino de Israel encontrou o seu triste fim nas mãos dos Assírios” (S.D.A.B.C. vol.2 p.55-56).

Os Assírios estavam estabelecidos na parte superior do rio Tigre, ou seja, bem ao norte de Israel. A “Assíria era uma nação pequena, sem fronteiras naturais, e exposta a todos os perigos exteriores, mas adquiriu no decorrer de longa história, o gosto pela guerra, da qual acabou por fazer sua industria nacional” (Modesto Marques, História Antiga p. 70). A capital mudou muitas vezes de nome e de lugar. Assur é a mais antiga que se tem conhecimento, e estava próxima do “pequeno zab”, na margem ocidental do rio Tigre. Mas a maior e a mais famosa das capitais da Assíria foi Nínive, que ficava aproximadamente a uns 80 quilômetros ao norte de Assur. O país era rico em rocha de boa qualidade para a construção de edifícios, monumentos, palácios e templos.

Mas o que mais me chamou a atenção nos assírios foi a crueldade, a forma como tratavam os povos vencidos. Testemunhos escritos, que estão em vários museus do mundo contam um pouco desse povo assustador: “Quando assumiu o poder o Imperador Tiglathpileser I (1116-1078 AC), o exército assírio estava no seu auge. Com ele o exército tornou-se numa máquina de guerra que não conhecia piedade. Ele voltou-se contra Mushki, na Ásia Menor, e ao retornar deixou escrito o seguinte: o sangue do inimigo sacrificado corria como as correntes dos vales, e suas cabeças rolavam nas cidades como milho nos montes” (Modesto Marques, História antiga p.77).

Existiu um outro rei que se destacou por grande habilidade como administrador, porém, o que mais o marcou foi a crueldade. “Assurbanipal II (833-859), é visto como um guerreiro cruel, que se gloriava com o massacre de milhares de inimigos. Quando a cidade de Bit Halupe se revoltou, ele liquidou com a rebelião numa demonstração típica da crueldade assíria. Ele esfolou os rebeldes principais e cobriu a cidade com as suas peles, encerrou a outros dentro da torre, e a outros espetou em postes sobre a torre” (S.D.A.B.C. vol.2, p.64).

A profecia que estamos estudando afirma que Samaria seria sitiada porque se rebelou contra Deus, e seus filhos cairiam a espada e as mulheres seriam despedaçadas. Os assírios, mesmo antes da queda de Samaria, já vinham cobrando pesados tributos de Israel. Nós encontramos relatos que desde os dias de Acabe, Israel já vinha tendo problema com a Assíria. “No ano de 841 AC, Salmanasar III, que reinou de 858-824, derrotou a Hazael no monte Hermon. Salmanasar III reclama haver recebido tributo de Jeú, rei de Israel. Neste obelisco, chamado “obelisco negro”, descoberto por Henry Layard em 1845 na escavação de Calá, aparecem os nomes de Acabe, Onri e Jeú, reis de Israel” (Modesto Marques, História antiga pg. 80). A partir dessa época Israel ficou obrigado a pagar pesadas contribuições para os assírios. Viviam como escravos, porém, ainda em suas casas e cidades de origem.

No ano 732 AC assumiu o reino de Israel Oséias (não o profeta). Esse foi o ultimo rei do norte. Por algum tempo permaneceu fiel aos assírios. O rei Oséias, encorajado pelo Egito, não aceitou mais pagar os impostos. Nesse tempo Salmanasar V, era o rei da Assíria. Quando soube dessa rebelião, imediatamente sitiou Samaria. O cerco durou três anos. “De acordo com os anais assírios, 27.900 cidadãos da melhor classe foram deportados para as cidades de além do Eufrates, e povos de outras regiões foram trazidos para Samaria”.

A profecia diz que Samaria desapareceria e isto depois do ano 722 AC, após os três anos de cerco foi invadida e destruída. Assim, povos de outras partes do mundo foram introduzidos na cidade e arredores. A região de Samaria, como era conhecida nos dias de Cristo, era odiada pelos judeus. Por que? Diz a história que os samaritanos eram fruto de casamentos de judeus com outros povos que foram instalados naquela região. Toda a vez que um judeu encontrava um samaritano ele lembrava que aquela raça era fruto da escravidão que Israel havia enfrentado no passado.

Amigo ouvinte, Israel do norte deixou de existir porque escolheu não ouvir a Deus. Nunca mais puderam voltar a cidade ou país de origem porque escolheram o erro. Que a experiência dos antigos israelitas não seja, em nenhum momento, a sua experiência. Coloque Deus em primeiro lugar e nunca desafie o que está escrito na palavra dEle, a Bíblia Sagrada. Creia no Senhor Deus e você estará seguro. Creia nos profetas dEle e você prosperará.

Fonte: http://www.wgospel.com/nas-maos-dos-crueis-assirios/

terça-feira, 29 de agosto de 2017

As manifestações do Espírito Santo


O batismo no Espírito Santo está disponível hoje? Sim, o batismo no Espírito Santo está disponível para você e para qualquer pessoa que o Senhor nosso Deus chamar. Embora alguns estudiosos afirmem que tal acontecimento não está disponível para os crentes de hoje. Eles dizem que o fenômeno só ocorreu naquele tempo quando a Igreja estava nascendo. Mas milhares de experiências ao longo da história da Igreja desmentem tal ideia. Na Bíblia, não há nenhum versículo que embase a tese de que o batismo no Espírito Santo cessou, pois as Escrituras afirmam o alcance passado, presente e futuro dessa maravilhosa promessa do Pai: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39).

Logo, o batismo no Espírito Santo é uma promessa de Deus para todos: homens, mulheres, crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos. Uma promessa que abarca “todos aqueles que o Senhor, nosso Deus, chamar” (At 2.39). Não estando limitada aos tempos e denominações, mas a corações sinceros e quebrantados, desejosos em mergulhar nas “águas do Espírito”. O batismo no Espírito é uma segunda e extraordinária experiência com Deus através do seu Filho Jesus Cristo — a primeira trata-se da salvação operada por meio de Jesus Cristo.

Como receber o Batismo com o Espírito Santo?

Não há uma resposta exata para isso. Primeiro, porque não podem os agendar o derramamento do Espírito Santo — Ele sopra onde quer (Jo 3.8). Segundo, porque temos de estar vigilantes para não enganarmos a nós mesmos com falsas experiências espirituais.

Nesse aspecto, poderíamos dizer que para receber o batismo no Espírito não há uma “receita”, mas segundo o que nos orientam as Escrituras, em primeiro lugar, devemos crer na promessa do batismo no Espírito Santo por intermédio da Palavra de Deus, isto é, aguardar e confiar em Deus que Ele poderá fazer isso em nossa vida (At 1.4). Em segundo, perseverar em oração e súplicas a Deus. Os nossos irmãos do passado oraram ao Senhor com todo fervor em busca dessa promessa (At 1.14). E depois, amar a exposição da Palavra de Deus. No livro de Atos, após as pessoas ouvirem a exposição da Palavra, o Espírito Santo foi derramado (At 10.44). A exposição do Evangelho gera fé em nosso coração, confiança em Deus e desejo de nos aproximarmos mais dos seus desígnios.

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2017/2017-03-10.htm

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Deus está perto


Por Odair José da Silva 

“Acaso, sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe? Ocultar-se-ia alguém em esconderijos, de modo que eu não o veja? – diz o Senhor; porventura, não encho eu os céus e a terra? – diz o Senhor.” Jeremias 23:23-24.

Deparamo-nos diante de uma série de questionamento feito pelo próprio Deus direcionado ao ser humano. Onde haveria um lugar que ele pudesse se esconder da presença do Todo Poderoso? Nesta passagem bíblica percebemos a diferença entre nós e o nosso Deus. O ser humano não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Deus, não apenas pode estar em dois lugares ao mesmo tempo, Ele pode estar em todos os lugares. Deus é onipresente.

Pela sua natureza Deus deve ser inconcebível e inatingível pela sua criatura. De acordo com o Eclesiastes “porque Deus está nos céus e tu, na terra”. No entanto, sabemos que Ele está próximo de nós ao mesmo tempo. Como afirma Paulo “pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos”. Como pode ser possível? Pela onipresença de Deus. Ele está no céu e sua glória enche os céus e ao mesmo tempo Ele está nos nossos corações nos ajudando a vencer. Eis um mistério que a ciência e muito menos as leis da natureza pode explicar. Só a entendemos pela fé.

Deus fez-se presente no meio da humanidade quando enviou seu Filho amado para viver entre os homens. Jesus Cristo, o Filho de Deus, veio a este mundo e andou entre nós. Vimos a sua glória e seu poder sendo entregue ao ser humano. Seu amor sendo demonstrado através do sacrifício de Cristo para resgate do ser humano. Ele estava na terra e ouviu-se a voz de Deus vinda do céu dizendo “este é o meu filho amado”.

Depois de seu sacrifício para resgate da humanidade, Jesus foi para o céu, mais não antes de prometer o Espírito Santo de Deus. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” foi a promessa. Logo após sua ascensão, houve o derramamento do Espírito Santo de Deus e Ele conforta os corações daqueles que aceitam essa mensagem e aguarda ansiosamente a volta do Filho de Deus para buscar o seu povo.

Aqueles que servem a Deus têm promessas gloriosas de proteção e segurança. “Perto está o Senhor daqueles que o invocam, de todos os que o invocam em verdade”. Outra promessa feita é que “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” palavras gloriosas de Jesus. Não esqueçamos que temos a todo o momento a presença de Deus em nossas vidas. Ele está presente para nos ajudar na caminhada e nos dar a vitória sobre os desafios e batalhas que possam estar diante de nós. Não existe esconderijo onde o mal possa se esconder, pois os olhos do Senhor estão em todos os lugares. Ele é nosso ajudador.

Texto: Odair José, Escritor Cacerense

terça-feira, 13 de junho de 2017

Cinco minutos após a volta de Jesus!


Por Odair José da Silva 

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”. 1 Tessalonicenses 4. 16-17.

Não se sabe ao certo a sensação que essas pessoas sentem agora. Houve um enorme silêncio. Um silêncio aterrador. As informações são desencontradas. Houve uma pane geral nos meios de comunicação. As redes sociais congestionaram. Não há sinal de celular. Algumas pessoas ainda estão atônitas sem saber o que aconteceu. São milhões de desaparecidos. E o fenômeno é mundial. Não há um único lugar no globo terrestre que não haja desaparecidos. Alienígenas? Catástrofes? Vírus? Terceira Guerra Mundial? O que está acontecendo?

Algumas pessoas começam a correr de um lado para outro em busca de informação. Os noticiários, aos poucos, vão voltando à normalidade. Mas, as notícias são desencontradas. O que se pode afirmar é que o número de desaparecidos é enorme. Praticamente em todas as casas há alguém que não mais está presente entre os sobreviventes desta calamidade. Lembram da teoria dos Alienígenas do Passado? Será possível que naves espaciais “sequestraram” tantas pessoas assim ao mesmo tempo em todo o planeta Terra?

E a teoria dos crentes? Lembram-se? Tinha uns fanáticos religiosos que afirmavam que seriam arrebatados, eles sumiriam. Será que de fato isso aconteceu mesmo? As perguntas são muitas e não há nenhuma resposta que satisfaça os desejos da população. Em todos os lugares desapareceram pessoas. Nos aviões, nos ônibus, nos trens, nos navios, nas grandes indústrias, nas escolas, nos hospitais, em todos os lugares. O que aconteceu?

Começa haver pânico entre a multidão. Pessoas desconsoladas correm de um lado para outro na busca frenética por informação. Algumas autoridades também estão entre os desaparecidos. E não há ninguém capaz de dar uma resposta satisfatória sobre a situação. Começa haver choros e gritos de algumas pessoas. Alguém se lembra dos crentes? Ah! Eles devem saber o que aconteceu. Mas, se tem haver com eles não haverá nenhum deles para dar a noticia. Não importa, vamos até uma igreja.

Sim. Aconteceu o arrebatamento descrito na Bíblia. De fato Jesus veio como ladrão de noite e levou os fiéis, os que o aguardavam com esperança e praticavam a piedade de uma vida cristã sincera, os que aceitaram Jesus como Salvador e arrependeram dos pecados. Diante dos olhos arregalados dos interlocutores, o membro da igreja continua - não fomos porque, na verdade, não levamos a coisa muito a sério. Achávamos que ainda tinha tempo. Mas, Jesus veio e levou os fiéis. Eles estão seguros agora. Nós estamos perdidos. Este mundo será entregue nas mãos do Anticristo e ele governará pelos próximos sete anos. Tudo está perdido para nós. O tempo da graça acabou.

Há um pronunciamento em todos os canais de notícias do mundo todo. Um grande personagem irá falar. Não tenham medo. Vamos resolver essa questão em breve. O mundo precisa de paz e segurança. Eu garantirei isso a todos. A partir de hoje estarei no comando das nações e minha prioridade é a instituição de uma única religião e economia. Com isso resolverei a questão da paz e segurança.

“Porque, naqueles dias, haverá uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá”. Marcos 13. 19.

Texto: Odair José, Escritor Cacerense

segunda-feira, 5 de junho de 2017

A vida, a morte e a teologia de John Huss


Por: Aaron Denlinger

“Se ele fosse profético, deve ter se referido a Martinho Lutero, que surgiu cerca de cem anos depois”. Assim escreveu John Foxe em seu Livro dos Mártires do século XVI, referindo-se a uma declaração atribuída ao reformador boêmio João Huss por ocasião de sua morte. Condenado por heresia em 1415 pelo Concílio de Constança, Huss — de acordo com uma história que se originou alguns anos após o fato — voltou-se para seus executores pouco antes da sua sentença ser realizada e afirmou: “Hoje vocês queimam um ganso, mas daqui a cem anos um cisne surgirá que vocês serão incapazes de cozer ou assar”.

Por que Huss se identificou como “um ganso”? E por que os comentaristas posteriores — nada menos que o próprio Lutero — acreditavam que a lendária profecia de Huss se referia ao monge alemão cujo protesto contra as indulgências iniciou a Reforma um século depois?

A primeira pergunta é mais fácil de responder do que a segunda. Huss, nascido por volta de 1372, era proveniente da cidade do sul da Boêmia, Husinec (literalmente, “Goosetown” [Cidade do ganso]), onde agora é a República Checa. Seu sobrenome, derivado do seu lugar de nascimento, significa “ganso” em tcheco. Compreender por que Lutero e os Protestantes mais tarde criam que Huss tinha antecipado, se não previsto, a Reforma é mais difícil e requer alguma consideração sobre a vida, doutrina e morte de Huss.

A vida de Huss 

Em 1390, Huss, cujos primeiros anos permanecem desconhecidos, matriculou-se na Universidade de Praga com a intenção de treinar para o sacerdócio. Posteriormente, ele confessou que o ministério ordenado o atraiu por sua promessa de proporcionar uma vida confortável e estima mundana. Apesar de dedicar, por sua própria confissão, muito tempo para jogar xadrez, Huss se destacou em seus estudos e após receber o seu mestrado em 1396, vinculou-se à faculdade de filosofia da universidade.

Pouco depois de começar a ensinar, Huss experimentou, nas palavras de um biógrafo, uma “mudança radical e fundamental”, resultando em um compromisso mais profundo com Cristo. Essa “mudança” pode ter se originado da exposição ao pensamento de John Wycliffe, cujas ideias estavam começando a criar uma comoção em Praga. O programa de reforma de Wycliffe — que incluía críticas estridentes à imoralidade clerical, rejeição da doutrina medieval da transubstanciação e insistência sobre o acesso leigo à Escritura na língua vernácula — chegou à Boêmia graças, em grande parte, aos estudantes tchecos que estudaram na própria Universidade de Oxford de Wycliffe e voltaram para casa com as mentes repletas das ideias de Wycliffe e as mochilas cheias de livros de Wycliffe.

Em 1403, o conflito sobre as ideias de Wycliffe chegou ao ponto alto na Universidade de Praga. Embora Huss se opusesse à rejeição da transubstanciação de Wycliffe, concordou com muito do que o reformador inglês havia dito, e passou a defender o partido reformista pró-Wycliffe. Apenas um ano antes, Huss fora nomeado pregador da Capela de Belém, no centro de Praga. Seus sermões no púlpito de Belém refletiam cada vez mais a preocupação de Wycliffe com a corrupção no interior da igreja.

A pregação do “pequeno ganso de Deus”, como Huss veio a ser chamado, era imensamente popular, atraindo multidões de vários milhares. Huss estava desejoso de tornar as Escrituras e sua mensagem reformadora acessíveis ao povo. Ele não só pregou em tcheco, mas traduziu partes da liturgia, assim como vários hinos latinos para a língua vernácula. Ele mesmo aproveitou o espaço vazio na capela para promover a sua mensagem, colocando murais que contrastavam a humildade e simplicidade de Cristo com a vaidade e a ganância dos sacerdotes contemporâneos.

Em 1409, o papado, perturbado pela crescente fama de Huss, ordenou ao arcebispo de Praga que proibisse qualquer outra pregação na Capela de Belém. Huss se recusou a abandonar seu púlpito. No ano seguinte, o arcebispo excomungou Huss com base em heresia e logo depois fugiu da cidade por medo de represálias populares. Huss continuou pregando. Em 1411, o papado, que tinha então emitido uma segunda excomunhão de Huss (sem efeito), colocou toda a cidade de Praga sob interdito, proibindo, assim, o clero de Praga de oferecer sermões, casamentos, a eucaristia, ou outros serviços religiosos ao povo.

Inicialmente, o interdito do papa teve pouca força graças ao rei Wenceslaus IV, da Boêmia. Wenceslau (cujo nome desde o século décimo se tornaria depois o tema de um hino de Natal) apoiou Huss e ordenou ao clero de Praga que ignorasse o interdito. Em 1412, no entanto, as circunstâncias colocaram Huss e Wenceslau um contra o outro. O papado começou a vender indulgências na Boêmia para arrecadar dinheiro para uma campanha militar. Wenceslau não fez nenhuma objeção a isso, em grande medida porque recebeu uma parte dos ganhos. Mas Huss, que via a venda das indulgências como sinal da corrupção da igreja, protestou tanto do púlpito quanto da tribuna. O rei, ansioso para manter a sua renda recém-descoberta, proibiu a crítica das indulgências. Ele reforçou essa proibição ao decapitar vários homens que falaram contra as indulgências. A fim de enfraquecer ainda mais Huss, o rei agora mandou ao clero de Praga que cumprissem o interdito do papa.

Huss, relutante em ver as pessoas privadas da Palavra e do sacramento, saiu de Praga em 1412. Passou os dois anos seguintes em exílio auto-imposto no sul da Boêmia, escrevendo obras que aprofundaram seus ideais reformadores. Em 1414, foi citado para comparecer perante o Concílio de Constança, para responder às acusações de heresia, e lhe foi prometido um retorno seguro do concílio pelo imperador Sigismundo, irmão do rei Wenceslaus. Huss concordou em participar do concílio, consciente de que ele não retornaria, mas esperançoso de que poderia ter oportunidade de promover sua visão para a reforma da igreja. Ao chegar em Constança, em novembro de 1414, ele foi aprisionado e permaneceu preso até o seu julgamento e execução no verão seguinte.

A teologia de Huss 

Huss não era mero imitador de Wycliffe, como alguns estudiosos têm sugerido. Nem, como outros têm indicado, ele antecipou o protestantismo em todos os aspectos. Contra ambos, Wycliffe e os reformadores, ele defendeu a doutrina da transubstanciação, embora negasse que os sacerdotes por si mesmos têm o poder de realizar a transformação do pão no corpo de Cristo. Contra a doutrina protestante de sola fide, ele cria que a caridade desempenha um papel instrumental na justificação dos pecadores.

Contudo, Huss antecipou uma série de convicções-chave do protestantismo. Ele criticou a veneração idólatra dos seus contemporâneos de Maria e dos santos. Ele também criticou a prática medieval de reter o cálice do povo comum (por temor, ostensivamente, para que não lidassem de modo indevido com o sangue de Cristo) e oferecer-lhes apenas o pão na eucaristia. A insistência de Huss de que os leigos recebessem pão e vinho veio a marcar os seus seguidores de modo que, quando forçados a se defenderem militarmente após a morte de Huss, incorporaram um cálice no brasão.

Ele também antecipou os reformadores — e revelou a extensão de sua dívida com Wycliffe — em sua doutrina da igreja. Huss identificou a verdadeira igreja com aquele corpo invisível de crentes no passado, presente e futuro que foram eternamente eleitos por Deus para a salvação e incorporados em Cristo como a sua cabeça. Nem todos os membros da igreja visível, argumentou ele, pertencem à igreja invisível, e quando o clero em particular prova ser reprovado por suas ações, sua autoridade é suspeita. Essa doutrina baseou as severas críticas de Huss a sacerdotes e papas como “anticristo” e sua disposição em desconsiderar as bulas papais quando claramente contradiziam as Escrituras.

Intimamente relacionada com sua doutrina da igreja, estava a doutrina de Huss sobre as Escrituras. Huss rejeitou qualquer alegação de que a igreja visível, que em qualquer momento poderia ser mais povoada pelos réprobos do que pelos eleitos, exercia a infalibilidade em suas decisões ou interpretações da Escritura. Ele mantinha as vozes tradicionais na igreja, especialmente os pais da igreja, em alta consideração; na verdade, ele privilegiava a interpretação das Escrituras por parte dos pais da igreja sobre a interpretação de qualquer indivíduo, incluindo a sua própria. Mas Huss admitiu que até os pais poderiam errar. Assim, ele reconheceu a Sagrada Escritura como a única regra infalível da fé e prática cristã, uma visão que os reformadores expressariam com o slogan sola Scriptura.

A morte de Huss 

Huss teve oportunidade limitada de defender sua doutrina no Concílio de Constança, e ele acabou sendo condenado por uma mistura de afirmações legítimas e espúrias sobre suas crenças. Ele foi chamado a negar os ensinamentos falsamente atribuídos a ele. Huss recusou-se a fazê-lo, embora selasse seu destino, porque não queria perjurar-se admitindo crenças que não possuía.

Em 6 de julho de 1415, Huss foi despojado das suas vestes clericais, enfeitado com um chapéu de burro com desenhos de demônios, amarrado a uma estaca, e queimado até a morte. De acordo com um relato de testemunhas oculares, ele confiou a sua alma a Deus e cantou um hino a Cristo enquanto as chamas o envolviam. Uma vez morto, as autoridades trituraram seus restos mortais e os jogaram no rio Reno para impedir que fossem venerados por seus seguidores. Ironicamente, Huss provavelmente teria apreciado esse gesto final.

Huss nunca pronunciou realmente a famosa profecia atribuída a ele na ocasião de sua morte. Ele expressou, numa carta que escreveu durante a sua prisão, a esperança de que “pássaros” mais fortes do que ele surgiriam para continuar seu trabalho. De fato, foi Lutero, em escritos da década de 1530, que transformou as palavras de Huss em um oráculo que encontrou sua realização nele. Seja como for, acredita-se que Huss se alegraria ao ver o dia de Lutero e ficaria feliz em reconhecer a obra de Lutero e os subsequentes esforços para reformar a igreja de acordo com a Palavra de Deus como uma continuação digna dos seus próprios labores.

Fonte: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/06/vida-morte-e-teologia-de-john-huss

sexta-feira, 2 de junho de 2017

O primeiro Culto Protestante no Brasil


A história está sempre em construção e seus detalhes trazem descobertas e fascínios cada vez que a estudamos. A religiosidade é uma das questões que sempre me fascinou e procuro entender, mesmo com minhas limitações intelectuais, para ter uma maior compreensão naquilo que acredito e defendo. Do ponto de vista da minha fé, creio ser importante saber as minhas origens e o que moldaram o meu pensamento. Neste sentido, é que me propus analisar, mesmo que sucintamente, a origem do protestantismo no Brasil. Dessa forma, analiso aqui o primeiro culto protestante em terras tupiniquins.

O Brasil era colônia portuguesa em regime de “Padroado”. O historiador presbiteriano, Dr. Alderi, define o Padroado como sendo “uma concessão feita pela Igreja Católica a determinados governantes civis, oferecendo-lhes certo controle sobre a igreja em seus respectivos territórios como um reconhecimento por serviços prestados à causa católica e um incentivo a futuras ações em benefício da igreja”. Em 1493, Papa Alexandre VI redigiu um documento declarando a supremacia espanhola sobre as terras descobertas.

De acordo com o Reverendo Ângelo Vieira da Silva, Ministro Presbiteriano, em 1494, o Tratado de Tordesilhas determinou o que seria da Espanha e o que seria de Portugal nas novas descobertas. Em 1549, chegam os primeiros 6 jesuítas ao Brasil (Companhia de Jesus foi organizada 9 anos antes, em 1540). Em 1553, chega o mais famoso dos jesuítas, José de Anchieta. Em 1555, sob a liderança de Nicolas Durand de Villegaignon, grupo de cerca 600 franceses fundaram o Forte Coligny na Baía da Guanabara-RJ, dando origem à “França Antártica”, ficando, assim, conhecida como “a Invasão Francesa” em nossa história católica brasileira.

Fato interessante nessa história é que Villegaignon solicitou a Calvino o envio de pastores. Em 07/03/1557, chegaram 2 pastores (Pierre Richier e Guillaume Chartier), um grupo de huguenotes (Protestantes franceses) e refugiados vindos de Genebra, numa 2ª expedição. Em 10/03/1557 celebram o 1º culto protestante em solo brasileiro. Em 21/03/1557 ocorre a celebração da 1ª Santa Ceia em rito Genebrino.

Conta-nos a história que a expedição da qual faziam parte os huguenotes chegou ao porto da Guanabara no dia 7 de março de 1557, após quatro meses de viagem da França ao Brasil. Villegaignon recebeu festivamente os huguenotes, pois estes mereciam sua confiança e neles estava a esperança de êxito na conquista desta parte da América.

O desembarque dos huguenotes foi realizado no dia 10 de março de 1557, uma quarta-feira, e no mesmo dia realizou-se o primeiro culto protestante nas Américas, em um salão rústico existente na ilha. Dirigiu o culto o pastor Pierre Richier, o qual pregou com base em Salmos 27.4: “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e aprender no seu templo”. Cantaram na ocasião o Salmo 5.

Estava, portanto, realizado em solo luso-brasileiro o primeiro culto protestante que, mais tarde, viria a crescer e expandir como vemos nos dias atuais em nosso território. Hoje o protestantismo é uma das marcas do povo brasileiro.

Mas, continuando a história do primeiro culto protestante no Brasil, é preciso salientar que infelizmente Villegaignon não era o que todos pensavam. Assim, o “Ex-frade” Jean Cointac levanta questões sobre o sacrifício da missa, a doutrina e usos dos sacramentos, a invocação e mediação dos santos, a oração pelos mortos, o purgatório e muitas outras que fazem com que Villegaignon posicione-se católico e perseguisse os huguenotes. Estes buscaram refúgio entre os índios tupinambás. Tentaram fugir por navio, mas este afundou. Cinco voltaram, e foram aprisionados por Villegaignon. Surgiu assim a “Confissão de Fé da Guanabara” que culminou no enforcamento dos calvinistas.

Essa é, portanto, uma das páginas obscuras e sangrentas da História do Brasil que falaremos em outra oportunidade. O que podemos deixar registrado nesse artigo é que a Palavra de Deus atravessou o oceano e encontrou neste solo uma guarida e, desde então, tem transformado vidas para o Reino de Deus. Não podemos ficar presos aos erros e sim valorizar os acertos em cada realização de evangelismo para a transformação do ser humano à imagem de Cristo. O evangelho, como dia o Apóstolo Paulo, é poder de Deus para transformação e libertação dos pecadores em novas criaturas de Deus.

Texto: Odair José, Poeta e Escritor Cacerense

terça-feira, 30 de maio de 2017

A Demonização da Mulher: Uma análise sobre a obra “O Martelo das Bruxas”


Neste texto procuro analisar uma questão que chamou muito a minha atenção. A mulher enquanto bruxa. Sempre fui fascinado pelo tema e me perguntava porque, ao longo do tempo, as mulheres sempre foram vítimas de preconceito e acusadas de desvios que acabavam as levando para a fogueira. Na Idade Média a fogueira era literal mesmo e milhares de mulheres foram queimadas ao longo dos séculos que é possível ver ainda as fumaças que se levantaram naquela época, mas nos dias atuais ainda vemos as mulheres sendo lançadas nas fogueiras do preconceito e violência. Neste sentido, este texto tenta expor algumas concepções de como tudo isso foi construído e por que, ainda em muitos casos, persiste em continuar.

A demonização da mulher é uma construção ideológica de pessoas que sempre colocaram a culpa do mal sobre os ombros femininos. Tanto o mito de Pandora como as distorções da narração bíblica de Gênesis vai ponderar a mulher como a causadora do pecado. No entanto, o que podemos inferir da narrativa bíblica é que há um enorme equivoco causado por seus interpretes ao longo dos séculos. Os homens que mais condenam as mulheres (desde os antigos filósofos) são aqueles que fizeram construções ideológicas do mal contido no corpo e alma feminina.

Os bispos dominicanos Heinrich Kraemer (também conhecido por Heinrich Institoris) e James Sprenger em cumprimento à bula papal Summis Desiderantis Affectibus, promulgada pelo Papa Inocêncio VIII que os autorizava criar um manual de combate aos praticantes de heresias - e que veio a se tornar o guia dos inquisidores pelo restante do século XV e seguintes. Os dois acima citado, com maior ênfase no primeiro, publicaram o livro O Martelo das Bruxas (1486-87) que estabelecia regras para identificação e execução das mulheres que praticavam a bruxaria. A partir desta obra a Igreja Católica torturou, matou e perseguiu as mulheres durante longos séculos na Europa com maior intensidade e nas Américas.

O livro é dividido em três partes; na primeira, relata as propriedades do demônio e sua ligação com a bruxaria; a segunda trata de como lidar com os malefícios durante o dia a dia; finalmente, a terceira parte faz a descrição de como proceder aos julgamentos e como cumprir as sentenças. A maior inovação da obra do inquisidor Institoris (Kraemer) foi justamente atribuir exclusivamente à mulher a condição de "bruxa". Segundo ele, não existem bruxos, só bruxas.

A mulher sempre foi, ao longo da história humana, atacada de todas as formas como sendo causadora de todo o mal, ou pelo menos, de o provocar. A ideia de sexo frágil e receptáculo do demônio foi permeado pelas ideias de provocar o pecado no mundo. Mas, com essa obra “abençoada” pelo Papa, a demonização da mulher atingiu estágios dantes inimagináveis e provocou milhares de mortes de mulheres acusadas de bruxaria.

Logicamente que é necessário ter estômago para digerir as palavras infelizes de Institoris como podemos inferir da passagem a seguir:

"Há três coisas insaciáveis, quatro mesmo que nunca dizem: Basta! A quarta é a boca do útero. Pelo que, para saciarem a sua lascívia, copulam até mesmo com demônios. Poderíamos adiantar ainda outras razões, mas já nos parece suficientemente claro que não admira ser maior o número de mulheres contaminadas pela heresia da bruxaria. E por esse motivo convém referir-se a tal heresia culposa como a heresia das bruxas e não a dos magos, dado ser maior o contingente de mulheres que se entregam a essa prática. E abençoado seja o Altíssimo, Que até agora tem preservado o sexo masculino de crime tão hediondo: como Ele veio ao mundo e sofreu por nós, deu-nos, a nós homens, esse privilégio". 

No entanto, vale dizer que, não raramente, vemos e ouvimos tais discursos em nossa sociedade contemporânea. Mesmo com as grandes revoluções que moldaram o pensamento Ocidental ainda é possível ouvir vozes como as de Institoris ecoando em nosso meio. As mulheres, ainda hoje, são jogadas nas fogueiras das vaidades, dos discursos e da violência. A maioria dos discursos de desvio de condutas no meio da sociedade têm relação com hábitos femininos. Fato é que até pouco tempo, e, em algumas regiões do Brasil, ainda há uma espécie de demonização da mulher que assassina o marido por causa de agressão física e/ou violência doméstica. Isso é provocado em sua maior parte por, ainda, fazermos parte de uma sociedade patriarcal e machista.

Sendo assim, precisamos nos conscientizarmos de que é necessário termos uma postura diferente diante de construções ideológicas deste tipo. Considero o livro O Martelo das Bruxas pior do que Minha Luta de Hitler e isso pelo fato de ser corroborado por uma autoridade eclesiástica que, no imaginário do povo, é um representante de Deus na terra. A mulher é e sempre será, aos olhos do Criador, a imagem e semelhança de Deus assim como os homens. Em Deus não há essa distinção que a sociedade ainda insiste em manter diferenciando os homens das mulheres. Que possamos construir uma sociedade mais justa e humanitária.

Texto: Odair José, Escritor Cacerense

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Qualificações Para o Serviço



"Por isso os Doze reuniram todos os discípulos e disseram: 'Não é certo negligenciarmos o ministério da palavra de Deus, a fim de servir às mesas. Irmãos, escolham entre vocês sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria. Passaremos a eles essa tarefa'." (Atos 6:2-3)

Se as pessoas perguntassem sobre você, começariam a identificar um padrão, seja ele bom ou ruim. Você tem uma reputação. A questão é: ela é boa ou ruim? Se você quer ser usado por Deus, precisa de uma boa reputação.

Vemos em Atos 6:3 que uma razão pela qual Estêvão foi escolhido para o serviço de Deus foi sua boa reputação. Isso significa que ele tinha integridade pessoal. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo sobre as qualificações para os anciãos da igreja, disse: "Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo" (1 Timóteo 3:7). Ter uma boa reputação significa que as pessoas falam bem de você, até mesmo os não-cristãos.

Estêvão não só tinha uma boa reputação como também era "cheio de fé e do Espírito Santo" (Atos 6:5). Estar cheio do Espírito Santo significa viver uma vida controlada pelo Espírito. Significa ceder ao agir do Espírito a cada dia.

Havia outra qualidade que Estêvão tinha que o fazia ser usado por Deus: sabedoria. Vemos isso quando ele generosamente citou as Escrituras ao apresentar o evangelho ao Sinédrio. É possível ter conhecimento e não sabedoria, mas Estêvão tinha ambos.

Finalmente, Estêvão era fiel nas pequenas coisas. Ele diligentemente fez o que lhe foi atribuído - servir mesas.

Portanto, se você quer ser usado por Deus, seja fiel nas pequenas coisas. Você nunca será pequeno demais para Deus - apenas grande demais. Se você está disposto a fazer o que Deus quer que você faça e ser fiel nisso, basta observar o que Deus realizará através de sua vida.

Fonte: https://www.harvest.org/devotions-and-blogs/daily-devotions/2012-06-05