terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

Religiosidade não significa espiritualidade

    O que será que está acontecendo? Cresce sobremaneira o interesse pela religião. Nunca se falou tanto em religião como nos dias atuais. Não são poucos os novos grupos religiosos, seitas e denominações em todo o mundo. O pior é observar que o mundo sobrevive às duras penas e o fenômeno religioso se contenta a oferecer pouquíssimas melhorias à nossa vida. Faz-se muito barulho; acontecem poucas mudanças. Além disso, verifica-se em alguns lugares o crescimento do ateísmo, com muitas expressões de negação da fé religiosa. Ambientes que anteriormente foram os berços originários da fé, tornaram-se frios, indiferentes e incrédulos. 

    Cresce a religiosidade; mas, também, cresce a "fé" nos artifícios e amuletos, na matéria e tecnologia, no dinheiro e no poder. Eis uma marca destacada deste tempo: superficialidade, alienação, ignorância. Isso porque, naturalmente, religiosidade não significa espiritualidade. Eis um problema bastante atual, que exige uma profunda reflexão de cada um de nós. Há uma grande carência de sintonia entre o que se fala e o que se vive. Falta, sobretudo, a busca por uma espiritualidade interior que nasce da intimidade do coração humano com o coração de Deus. Somente o trabalho da ação de Deus em nossa interioridade resultará em vidas comprometidas com os inúmeros desafios do Reino de Deus. 

    Precisamos analisar a nossa espiritualidade nestes tempos de tanta religiosidade e pouca fé. "Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!" Salmos 19:14. Meditar com profundidade na Palavra de Deus é uma forma eficaz de entendermos em que estágio dessa espiritualidade estamos. Somos nós apenas mero espectadores dos acontecimentos? Estamos nós de que lado da História? Ser religioso é uma coisa, ser cristão verdadeiro é outra bem diferente. Falar que Jesus salva é uma coisa, viver o que Ele nos ensinou é outra bem diferente. Não podemos viver uma vida cristã com máscaras ou com uma fé fingida. Diante dos outros agimos como santos, longe deles como profanos. Essa é a falsa espiritualidade. 

    Não podemos ser apenas mais um número em meio a grande multidão de seguidores de uma falsa religiosidade. Precisamos, sim, de um retorno aos princípios da Palavra e praticar uma vida cristã diária de piedade. Busquemos a Deus com um coração sincero e arrependido pelos nossos pecados. Afinal, é isso que fará a grande diferença no final. Muitos que gritam e professam o nome de Jesus hoje serão envergonhados naquele dia quando Ele mesmo disser: "não vos conheço". Esse é um chamado ao verdadeiro evangelho e a uma profunda espiritualidade onde Cristo é o nosso Senhor e Salvador. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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