Mendigos permanentes

    Quem são os mendigos permanentes? Aqueles que sempre estão batendo a sua porta para pedir outra vez? São aqueles que sempre querem as soluções para os seus problemas prontos. Não conseguem, sozinhos, desenvolver uma metodologia para solucioná-los. São alunos, pessoas e mestres que não conseguem resolver suas tarefas cotidianas porque simplesmente têm preguiça de pensar, refletir. 

 

    Tal qual um mendigo que prefere pedir um alimento do que trabalhar para conquistar esse mesmo alimento, essas pessoas vivem em busca de solução para os seus problemas. Um vício cruel que abala as estruturas da alma humana e desenvolve a mediocridade no seio da sociedade. Da mesma forma que contribuo para que um mendigo volte a minha casa para pedir alimento quando sirvo a ele um prato suculento de sopa, estarei contribuindo para que os mendigos intelectuais voltem se sempre resolver para eles suas atividades. 

 

    Sou um eterno combatente da mediocridade humana e por isso não gosto de fazer exercícios para outros. Assim como procuro descobrir a solução de um problema que se apresenta diante de mim espero que todos façam a mesma coisa. Posso ajudar indicando bons livros ou métodos de aprendizado, mas nunca fazer para a pessoa. E não ligo de ser taxado de ruim, chato e etc. Pouco me importa isso. Porque um advogado ou um médico cobra uma consulta e professores têm que dar consulta de graça? Lembrando um provérbio: 

 

    "Dê um peixe a um homem faminto. 

    Quando o peixe acabar e a fome voltar, 

    Ele retornará para pedir mais. 

    Ensine o homem a pescar. 

    Ele não voltará nunca mais."

 

    Precisamos aprender com a experiência, com os conselhos produtivos. Tudo isso nos fará crescer no conhecimento todos os dias. O que não podemos é tolerar os mendigos permanentes. Os ociosos que não querem nada com a vida. Esse tipo de gente só nos atrapalha. Eles tem o poder de nos sugar as energias. 

 

    E, meus nobres leitores, encontramos muitos desses em nosso meio. Pegam livros emprestados e não devolvem. Te procura para orientação e toma o seu precioso tempo e, ainda por cima, saem falando mal da sua vida. É melhor deixarmos para lá. Que aprendamos a cuidar melhor das nossas vidas e expurguemos de nosso meio os mendigos permanentes. 

 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense