segunda-feira, 6 de outubro de 2025

Nas feridas do mundo

    De nada serve a inteligência que não se curva diante da dor humana — pois o verdadeiro saber não habita apenas nos livros, mas nas feridas do mundo. A mente que se julga superior à lágrima perde o dom de compreender o essencial. Quando a razão se recusa a ajoelhar-se perante o sofrimento, ela se torna fria, estéril, incapaz de gerar compaixão. Há um limite sagrado onde o pensamento deve silenciar para que o coração fale. Reconhecer esse limite é o gesto mais nobre da sabedoria: entender que, diante da dor alheia, o que vale não é a resposta, mas a presença — não a certeza, mas o amparo silencioso que humaniza o espírito. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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