Nada há de novo debaixo do sol — assim ecoa o velho sábio do Eclesiastes, como quem contempla o vaivém dos séculos e percebe que o homem, em essência, continua o mesmo. Mudam as roupas, os nomes, as máquinas e os ídolos, mas o coração pulsa as mesmas ambições, os mesmos medos, os mesmos sonhos antigos.
A novidade é apenas o disfarce do tempo: o eterno retornando com outra face. A alegria e a dor, a vaidade e o amor — tudo se repete em ciclos invisíveis, como se o universo, cansado de inventar, apenas recontasse suas histórias em novas vozes.
E talvez a sabedoria esteja justamente nisso: em aceitar que o novo não está nas coisas, mas no olhar que as vê. Sob o mesmo sol, cada amanhecer é antigo, mas sempre pode ser vivido como se fosse a primeira vez.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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