O tempo tem uma estranha delicadeza: ele não se repete, não se dobra e não se devolve. Muitas vezes o gastamos em coisas banais — distrações que não nos nutrem, conversas vazias, preocupações que não mudam nada. Só depois percebemos que esse tempo já não pode ser resgatado.
É como areia escorrendo por entre os dedos: quanto mais tentamos segurar, mais rápido desaparece. O perigo é perceber tarde demais que investimos o melhor de nossa existência em pequenos nadas.
Mas talvez a lição esteja justamente nisso: a consciência de que o tempo é irreversível nos chama à responsabilidade do agora. Cada instante banalizado é um instante não vivido. E, se não podemos recuperar o que foi perdido, podemos aprender a vigiar o presente, para que não nos arrependamos amanhã de tê-lo tratado com indiferença.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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