domingo, 17 de agosto de 2025

O que Deus nos comunica é claro

    Na comunicação de Deus não existe letra miúda. A transparência é parte de Sua natureza, pois o que é absoluto não precisa se esconder em condicionantes ou cláusulas ocultas. A letra miúda pertence ao mundo humano, onde a confiança é rara e a astúcia se transforma em norma. Deus, porém, fala em essência, não em artifícios. 
 
    Quando parece haver silêncio ou mistério, não é porque Ele tenha escondido algo de nós, mas porque a nossa percepção ainda não alcançou a profundidade do que foi revelado. O divino não se reduz a contratos de conveniência: Sua palavra é totalidade, nunca fragmento. 
 
    Deus não usa armadilhas. Sua mensagem não é um convite disfarçado, nem uma promessa com segundas intenções. O que Ele nos diz é transparente como a luz que atravessa o vidro: amor, justiça, misericórdia, verdade. Se, por vezes, parece enigmático, é porque nossa visão é limitada, não porque Ele esconda algo. A letra miúda é invenção humana — recurso de desconfiança. Deus, ao contrário, comunica em linguagem de vida: simples o suficiente para o coração entender, profundo o bastante para a alma nunca esgotar. 
 
    Assim, pensar em Deus é compreender que a verdade não necessita disfarces, e que aquilo que Ele comunica é claro, mesmo quando nossa compreensão é parcial. A ausência de letra miúda é também um convite à confiança, porque o eterno não engana, apenas espera que nossos olhos amadureçam para enxergar. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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