As impossibilidades que atravessam a nossa existência não são apenas barreiras concretas — falta de tempo, de recursos, de oportunidades — mas também limites invisíveis, traçados pela fragilidade do corpo, pela incerteza do destino e pelas fronteiras daquilo que jamais poderemos compreender.
Elas nos lembram que não somos deuses, mas viajantes temporários em um caminho estreito. Cada impossibilidade nos confronta com o fato de que a vida não se curva inteiramente ao nosso querer, e que o universo não é moldado pela nossa vontade.
Contudo, há uma lição silenciosa nelas: as impossibilidades não servem apenas para restringir, mas para dar contorno ao que é possível. São como molduras que revelam a beleza do quadro. Se tudo fosse alcançável, nada teria peso. Se tudo fosse fácil, nada teria valor.
Assim, a impossibilidade não é o fim da jornada, mas uma espécie de farol invertido: ao dizer “não por aqui”, nos conduz a outros caminhos. Ela nos educa na humildade, nos ensina a criar diante do vazio e a aceitar que a vida é feita tanto do que realizamos quanto daquilo que nos escapa para sempre.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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