Vivemos tão mergulhados na ideia de futuro que muitas vezes esquecemos que ele nasce, imperceptivelmente, do que fazemos agora. O amanhã não é um salto repentino, mas a continuação silenciosa do presente — como um rio que carrega, gota a gota, tudo o que somos hoje.
Preparar-se para o amanhã não é esperar que ele venha com respostas, mas usar o hoje para fazer as perguntas certas. É plantar com intenção, mesmo sem saber exatamente quando virá a colheita. É cuidar do que se tem nas mãos, porque o que se constrói com presença se sustenta com solidez.
O hoje é argila: quem o molda com consciência, entrega ao amanhã uma escultura mais firme. Adiar é um modo de fugir; agir é um modo de confiar.
Então, talvez a pergunta não seja “o que será do meu futuro?”, mas “o que estou fazendo com meu agora?”. Porque o futuro é sempre moldado em silêncio, com as escolhas que ninguém vê — mas que gritam em voz alta no tempo que virá.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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