Habituar-se a não falar mal de ninguém é mais do que uma prática de autocontrole: é um exercício profundo de humanidade. No início, parece simples cortesia ou diplomacia. Mas, com o tempo, torna-se uma disciplina da mente e um refinamento do olhar.
Quando deixamos de alimentar conversas corrosivas, algo muda — dentro e fora de nós. Percebemos que o mundo já está cheio de julgamentos, e que as palavras, uma vez lançadas, nunca retornam sem deixar marca.
Não falar mal de ninguém não é fingir que o erro não existe, nem se calar diante da injustiça. É escolher não ser veículo de veneno gratuito. É resistir à tentação de se sentir superior apontando a falha alheia.
É, sobretudo, perceber que cada pessoa está travando batalhas invisíveis — e que o silêncio compassivo pode, às vezes, ser mais transformador do que a crítica.
Esse hábito, quando cultivado, purifica a linguagem, afina a escuta e aproxima o coração do outro. A boca que se abstém de ferir se torna morada de palavras que curam.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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