quinta-feira, 24 de julho de 2025

Ler não é apenas acumular palavras

    Vivemos em tempos onde a velocidade da informação supera, muitas vezes, a profundidade do pensamento. Deslizamos os olhos por manchetes, ouvimos fragmentos, reagimos antes de compreender. Mas é justamente nesse cenário que a leitura — silenciosa, exigente, transformadora — se torna ainda mais essencial. 
 
    Ler não é apenas acumular palavras; é permitir que elas nos atravessem. Ao dedicarmos tempo à leitura, cultivamos a escuta interior, expandimos a consciência e, sobretudo, refinamos nossa capacidade de pensar. Cada página lida é uma porta aberta para outras realidades, outras formas de ver, sentir e interpretar o mundo. 
 
    A busca pelo conhecimento não deve ser vista como uma obrigação escolar ou profissional, mas como um compromisso íntimo com a própria liberdade. Conhecer é resistir à manipulação, é questionar certezas fáceis, é não se contentar com o raso. Quanto mais lemos, mais percebemos o quanto ainda não sabemos — e esse espanto diante da vastidão é, talvez, o verdadeiro início da sabedoria. 
 
    Dedicar tempo à leitura é um ato de cuidado consigo mesmo. Num mundo de distrações, é um gesto de resistência: escolher mergulhar fundo, quando tudo convida à superfície. É semear, página por página, a própria transformação. 
 
    Porque quem lê, não apenas aprende — se amplia. E quem busca o conhecimento, não apenas entende o mundo — começa, aos poucos, a transformá-lo. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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