quarta-feira, 27 de abril de 2022

O consolo de Deus em meio à aflição

 

    Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação(2 Co 1.3)

    As aflições nos ensinam a lidar com as circunstâncias e a depender inteiramente de Deus, nosso auxílio e consolo.  

“A Consolação Através de Cristo (2 Coríntios 1.3-7)

    Uma atitude típica de Paulo (cf. Rm 15.1-7; 1 Co 1.18-31; 4.9,10; Fp 2.5-11), e particularmente característica dessa carta é o intercâmbio entre as experiências opostas em Cristo. Aqui existe um intercâmbio entre a consolação e a aflição, que está permeando as palavras de ação de graças de Paulo. O pensamento que une estes dois opostos são as aflições de Cristo, pois Paulo está descrevendo seus próprios sofrimentos em relação aos sofrimentos do nosso Senhor.

    Aquele a quem o apóstolo louva como ‘o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo’, ele também experimentou como Pai das misericórdias (Sl 103.12) e o Deus de toda consolação. A continuidade usada por Paulo para enfatizar essa repetição invertida de Deus e Pai está na essência do seu conceito de Divindade. O Pai das misericórdias, como o Deus de toda consolação, consola Paulo e, dessa forma, permite que ele console os outros. Ele é o ‘Deus e Pai’ daquele cujas aflições... são abundantes em nós (5). O Pai é o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo (3). A consequência de Jesus ter se tornado verdadeiramente humano (Jo 1.14; Hb 2.14) foi que se tornou necessário que Ele vivesse em completa dependência de Deus quanto à sua força espiritual (Mc 15.34). Deus é o Pai de Jesus Cristo, pois Jesus também era o divino Filho, que vivia em perfeita obediência ao seu Pai (Jo 5.30). A chave para a perspectiva de Paulo é a verdadeira obediência de Deus como homem, até mesmo para sofrer e morrer pela humanidade (Fp 2.8; Hb 5.8).

    Porque as aflições de Paulo estão tão essencialmente relacionadas aos sofrimentos de Cristo, que a sua consolação sobeja por meio de Cristo (5) para os coríntios. O pensamento de Paulo foi bem expresso pela tradução de Phillips. ‘Na verdade, a experiência mostra que quanto mais participantes do sofrimento de Cristo, mais seremos capazes de dar esse encorajamento’. Dessa forma, tanto as aflições como as consolações de Paulo foram por amor aos coríntios (4.15; 12.15), cujos sofrimentos são iguais aos seus. Assim como eles participam dos sofrimentos — que representam a porção de Paulo como servo de Cristo — eles serão capazes de compartilhar, na mesma medida, a consolação que encontra a sua fonte em Cristo. Esta consolação, como Filson interpreta, ‘é mais do que uma consolação na tristeza ou na provação, ela inclui o encorajamento e implica dom divino da força para enfrentar e vencer as crises da vida’”.

(Comentário Bíblico Beacon. Volume 8: Romanos a 1 e 2 Coríntios. RJ: CPAD, 2005, pp.405-6)

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