quinta-feira, 14 de abril de 2022

Os desafios de uma chamada Ministerial

    "E veio a palavra do SENHOR a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até à minha presença. Porém, Jonas se levantou para fugir da presença do Senhor para Társis. E descendo a Jope, achou um navio que ia para Társis; pagou, pois, a sua passagem, e desceu para dentro dele, para ir com eles para Társis, para longe da presença do Senhor." Jonas 1:1-3 

    A história de Jonas é fantástica. Todas as vezes que a leio eu aprendo coisas novas. Cada vez descubro lições maravilhosas nesta que é uma das histórias mais conhecidas da Bíblia. O Profeta que tenta fugir da direção de Deus. Que tenta agir de acordo com suas próprias convicções, mas que é confrontado com a ordem direta de um Deus que cuida de todas as coisas. Por ser um contexto bíblico de muita profusão, poderíamos aqui falar de diversas coisas. No entanto, chamo a atenção dos nobres leitores para os desafios de uma chamada Ministerial. 

    Existem muitas pessoas que desejam o Ministério. Sonha em ser um Pastor, um Evangelista e, quem sabe, um grande Conferencista reconhecido internacionalmente. Não há pecado em desejar tal posição. Muito pelo contrário. De acordo com a Bíblia, aquele que deseja o episcopado, excelente coisa deseja. Então, qual é o problema? Na verdade, é a incapacidade que muitos tem em saber que uma chamada ao Ministério exige uma entrega muito grande que nem todos estão dispostos a pagar. 

    A pessoa que tem uma chamada de Deus para fazer essa obra deve saber que ele não mais vai viver para si e nem fazer o que bem quer da sua vida. Deve estar ciente de que, a partir do momento de sua chamada, ele deve viver e fazer o que o Senhor lhe ordenar fazer. Veja bem o nosso personagem. Deus o envia a uma missão e ele, por considerar a missão um tanto extravagante (vai ver o que ele pensou) ele toma direção diferente da que Deus o ordenou. Sabemos bem a conclusão da História e o desfecho dado por Deus. Mas, quem deseja ser lançado no fundo do mar, passar três dias no inferno, para, então, fazer a ordem de Deus? Devemos refletir sobre isso. Dessa forma, destaco algumas lições preciosas que aprendemos com o profeta de Deus. Os desafios de uma chamada Ministerial. 

1. Sair da zona de conforto. 

    Ah, meus nobres leitores. Tem muitas pessoas que desejam ardentemente fazer a Obra de Deus. Querem porque querem pregar, evangelizar e trabalhar na seara do mestre. No entanto, querem fazer isso no conforto da igreja, no púlpito do templo. Pior ainda, querem pregar o que as pessoas querem ouvir. Pregar a favor. Pregar prosperidade. Bênçãos. Desejam ser aplaudidos, ovacionados. Mas, e a mensagem de Deus? Aquela mensagem de despertamento? E as almas que estão nas sarjetas, nos valados, nas ruelas, nas favelas? Quem quer ir lá pregar para eles e, melhor ainda, ajudá-las a saírem dessa situação difícil? Pregar a favor é fácil, quero ver pregar contra. Comece a bradar contra o pecado, contra a apostasia, contra o homossexualismo, o mundanismo. Comece a pregar contra tudo isso e você verá a perseguição, o desprezo e a insatisfação. Ninguém mais vai querer ouvir você pregar. A mensagem de Deus é de salvação, sempre será. No entanto, a mensagem de Deus também é de juízo. Não há um Deus que seja bondoso, amoroso e misericordioso que não seja fiel, justo e verdadeiro. Essas são características de um Deus todo poderoso que deve ser anunciado. A pessoa que é chamada para exercer o ministério deve saber disso. Precisa sair da zona de conforto. Precisa pregar a genuína Palavra de Deus. 

2. Vencer os obstáculos. 

    Quando exercemos a chamada ministerial existem desafios enormes para superarmos. Temos medo, desejos e paixões. O medo prejudica nosso desempenho porque ficamos sem saber o que fazer. Podemos ter medo de muitas coisas e o medo faz parte do ser humano. É inerente a natureza humana. O que devemos fazer é confiarmos em Deus e seguir sua orientação para as nossas vidas e escolhas. Outro obstáculo é os nossos desejos. Devemos combatê-los quando estão em conflitos com os propósitos de Deus (e quase sempre estão). Nossos desejos, quase sempre, são egoístas, ambiciosos, invejosos e maldosos. Por isso, devemos combatê-los sempre. Um pensamento mal que sobrevoa a nossa mente deve ser sempre combatido. A nossa mente deve ser moldada dentro dos princípios da Palavra de Deus. A eterna luta entre a carne e o Espírito só será vencida se depositarmos toda nossa devoção ao Senhor. Por último as paixões carnais. Ah! Como é difícil lidarmos com isso. Ainda mais no meio Ministerial. As paixões carnais que deseja o poder, o status, a fama, a glória, o dinheiro e, não menos trágico, o sexo. A pessoa chamada para o Ministério tem o dever de vencer todos esses obstáculos que se apresentam diante dele o tempo todo. Precisa suplicar a misericórdia de Deus para vencer. 

3. Não sair da Direção de Deus. 

    Parece bobagem dizer isso. No entanto, a linha que separa o que devemos fazer com o que queremos fazer nem sempre é visível aos nossos olhos. Nem tudo que achamos ser a direção de Deus é o que aparenta ser. Vem a vontade em nosso coração e achamos ser a vontade de Deus. Corremos o sério risco de fazer a coisa errada e pagarmos caro por isso. E, quando saímos da direção de Deus, trazemos muitos prejuízos, não só para nós mesmos, bem como como para a nossa família e, principalmente, para a Obra de Deus. O certo é entregarmos a nossa vida ao Senhor, confiar nEle de todo o nosso coração e deixar que Deus nos oriente em tudo. Existe a vontade diretiva de Deus, aquela que Ele nos dá a direção do que fazer e como fazer, e existe a vontade permissiva. Quando escolhemos fazer de acordo com o que achamos certo, Deus permite que o façamos para ver até onde vamos. Com certeza quebramos a cara como aconteceu com Jonas. Para alguns ainda existe a oportunidade de arrependimento, Deus ouve o seu clamor do fundo do inferno e o salva. Mas, pode ser que não haja essa segunda chance para muitos. Portanto, que façamos a escolha de não sairmos da direção de Deus. Oremos para que o Senhor nos faça descobrir a sua vontade e a façamos com a convicção de que Deus é poderoso para fazer o que Ele quer e a hora que Ele quer. 

4. Reconhecer que tomamos a direção errada. 

    Pode ser que essa linha já foi quebrada. Já estamos na direção errada. Já saímos da direção em que Deus nos orientou. O que fazer agora? Se esse pensamento passa pela sua mente e você reconhece que tomou a direção errada é um sinal de Deus para que possamos parar agora e refletir sobre a nossa situação. Precisamos de arrependimento. Precisamos de perdão e precisamos, mais ainda, de que Deus nos coloque na direção certa outra vez. Quando reconhecemos que saímos da direção certa, o Senhor tem misericórdia de nós e nos ajuda a voltarmos ao caminho certo. Ele fez isso com Jonas e com outros personagens ao longo da História. No entanto, é preciso haver sinceridade em tudo que fazemos para que Deus nos ajude e nos perdoe. "Então estes homens se encheram de grande temor, e disseram-lhe: Por que fizeste tu isto? Pois sabiam os homens que fugia da presença do Senhor, porque ele lho tinha declarado." Jonas 1:10. Quando reconhecemos o nosso erro, não tememos a decisão de Deus na nossa vida. O Senhor nos livrará de todos os perigos. Os homens podem até nos lançar no mar do esquecimento, mas Deus vai preparar o livramento. 

5. Voltar para a direção que Deus quer. 

    "veio a palavra do SENHOR segunda vez a Jonas, dizendo: Levanta-te, e vai à grande cidade de Nínive, e prega contra ela a mensagem que eu te digo. E levantou-se Jonas, e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor" Jonas 3:1-3. Poderia haver um Deus tão compassivo como o que servimos? Se fossem os homens, com certeza não conheceríamos a história de Jonas. As pessoas não costumam dar segundas chances para ninguém. Afirmam que a confiança, uma vez perdida, é difícil recuperar. Em certos casos faz sentido porque é difícil acreditarmos em alguém que "pisou" na bola conosco. Mas, Deus é diferente de tudo que conhecemos. Quem é como o nosso Deus? Misericordioso, amoroso, perdoador. Ele restaurou o Ministério de Jonas, deu-lhe um segunda chance e o Profeta foi fazer o que deveria ter feito da primeira vez. Quem sabe você esteja na mesma situação de Jonas. Tomou a direção errada, saiu fora da vontade de Deus e agora está pagando um alto preço por isso. Saiba você que o Senhor tem uma grande obra a realizar através de você. Reconheça o seu erro, peça perdão de seus pecados e volte-se, agora mesmo, para o Senhor. 

    A vida que Deus nos deu é maravilhosa. Ele nos deu a vida e nos escolheu dentre milhares deste mundo, para fazermos a sua obra. Isso é um privilégio. Isso é uma dádiva. O que você tem feito para valorizar tudo o que o Senhor tem colocado em suas mãos? Fomos chamados e escolhidos, tirados de um mundo pecaminoso e separados para realizar a Obra de Deus. Devemos buscar a sua orientação constantemente. Lermos a sua Palavra, orar e vigiar. Assim vamos realizar a Obra do Senhor, andar em sua presença e seguir na sua direção. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário