sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Quem ainda se lembrará de mim daqui a cem anos?

    Quem garante que o ano de 2122 existirá? E, se existir ainda, alguém se lembrará de mim? E, se lembrarem de mim, o que terei deixado para que se lembrem? Serão coisas boas ou más? Ao refletir sobre isso os pensamentos são levados a pensar sobre a realização da vida. O que fazemos nesta vida ecoa na eternidade. São muitas teorias sobre a existência humana e, na verdade, sabemos bem pouco o que é a vida. Na verdade, passamos boa parte da vida, quando não toda ela, pensando formas de viver e acabamos não vivendo. Viver é muito mais do que simplesmente existir. Os pensamentos povoam a minha mente e preciso externar minhas reflexões. 
 
    O que não me deixa triste é saber que não estou sozinho nestas indagações. Jó, um grande patriarca dos tempos antigos, passou por momentos difíceis em sua vida quando perdeu todos os seus bens, seus filhos e, por fim, a sua saúde. Em seu desespero, afinal ele não sabia porque tinha caído em situação miserável como a que estava, ele deixa transparecer a sua preocupação com o que iriam pensar sobre ele. "Quem dera minhas palavras fossem registradas! Quem dera fossem escritas num monumento, entalhadas com um cinzel de ferro e preenchidas com chumbo, gravadas para sempre na rocha!". Eis que as palavras dele foram gravadas e podemos ler toda sua história através desse registro. 
 
    Esse patriarca procurava um sentido para sua vida e não entendia, neste momento crucial, o que estava passando. Isso nos leva a perceber o quanto estamos longe de saber toda a verdade. O que estamos fazendo aqui? Existe um sentido para as nossas vidas? Essa é uma reflexão que vale a pena refletir. Meditar sobre o nosso papel na sociedade onde estamos inseridos. Saber que temos algo a fazer, pessoas a ajudar, filhos a educar e, muito além disso, uma alma a cuidar. 
 
    Não somos frutos do acaso. Não existe possibilidade de ser assim. Então, temos uma missão, um propósito neste planeta. A nossa vida tem uma razão de ser. Por isso, não me importo quem estará lendo minhas palavras daqui a cem anos. Eu não estarei mais aqui. No entanto, quero que saiba que você tem um valor e sua vida é importante. O nosso personagem encontrou o sentido para a sua vida. Sabemos disso pelas suas próprias palavras: "Quanto a mim, sei que meu Redentor vive e que um dia, por fim, ele se levantará sobre a terra"
 
    Se existe uma coisa que não pode ser destruída e apagada essa coisa é a esperança. Então, espero eu que as minhas palavras sejam registradas para sempre e que eu possa ser lembrado daqui a cem, duzentos, mil anos pelas boas coisas que fiz. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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