Viver é, antes de tudo, um caminhar. E cada passo, ainda que simples ou cotidiano, carrega em si o potencial de transformar não apenas o caminho, mas também o caminhante. “Caminhe alegre pela vida!” não é apenas um convite à leveza, mas uma decisão filosófica profunda de como estar no mundo.
A alegria aqui não é sinônimo de ingenuidade ou fuga das dores inevitáveis da existência. Como diria Nietzsche, a alegria verdadeira é aquela que surge mesmo diante do sofrimento, quando escolhemos afirmar a vida em sua totalidade, sem ressentimento. Caminhar alegre é aceitar que o mundo não é perfeito, mas que ainda assim podemos escolher o bem, o belo, o justo.
Plantar sementes boas de paz e otimismo é um gesto que nasce da responsabilidade ética. Nossos atos deixam marcas invisíveis na realidade – palavras, silêncios, gestos cotidianos. Como pensava Gandhi, “seja a mudança que você quer ver no mundo”: a paz começa em nós, e o otimismo não é uma negação do real, mas uma postura ativa diante do caos – uma forma de resistência que se recusa a alimentar o desespero.
Viver bem com a própria consciência, por fim, é o maior dos desafios e talvez a maior das conquistas. A consciência é a única testemunha que jamais nos abandona. Viver em paz com ela é viver de forma coerente, sem máscaras, com integridade. É alinhar pensamento, palavra e ação. É não apenas parecer virtuoso, mas ser, ainda que ninguém veja.
Portanto, caminhar alegre pela vida, semeando a paz e o otimismo, é um modo de existência que transcende o individual. É um compromisso silencioso com o mundo, uma forma de deixar rastros luminosos no tempo. E quando, no fim da jornada, olharmos para trás, veremos que, embora os pés estejam cansados, o coração permaneceu leve.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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