segunda-feira, 5 de setembro de 2022

É certo o cristão destilar discurso de ódio?

"...orai pelos que vos caluniam." (Lucas 6.28) 

    Alguma coisa não está certa nos dias atuais. Vivemos dias de ódio. Disseminado nos discursos de quem se diz cristão. Uma defesa ao confronto irracional aos que pensam contrário. Se somos caluniados, caluniamos. Se somos expostos ao desprezo, desprezamos. É a lei de talião em crescimento na defesa da famigerada apologia ao armamentismo. O "cidadão de bem" precisa andar armado. Até se utilizam da Bíblia (ou parte dela) para justificar suas ideias. Mas, não consigo encontrar esse respaldo nas Escrituras. 

    O Senhor Jesus nos deixou vários conselhos de que o melhor a se fazer em situações assim é orarmos pelos que nos caluniam. Orar pelas pessoas que nos tratam com desprezo é uma maneira de fazer "...o bem aos que vos odeiam". Abençoar (e não amaldiçoar) aqueles que nos perseguem, nas palavras do Apóstolo Paulo, nos separa deles e nos alinha com Deus, porque o Altíssimo é bom mesmo com os perversos. "Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis." Romanos 12:14. "Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso." Lucas 6:35,36. Parece mesmo que estamos andando na contramão do que Jesus nos ensinou. Então, cabe a pergunta: os cristãos de hoje estão seguindo a Cristo? Lembre-se: pagar o bem com o bem é humano; pagar o mal com o bem é divino

    Duas coisas podemos ponderar sobre isso. A primeira é que amar os nossos inimigos não significa um amor emotivo, isto é, de ter afeto por eles. Ninguém consegue isso. Mas, uma genuína solicitude pelo seu bem e pela salvação eterna. Essas pessoas tem uma alma que precisa ser salvas e devemos, enquanto cristão, orar para que o Senhor venha alcançá-las para o seu Reino. A segunda é que amar os nossos inimigos não quer dizer ficarmos indiferentes enquanto os malfeitores continua suas atividades perigosas. É nossa função agir em defesa dos menos favorecidos e dos que não conseguem se defender de injustiças. No entanto, devemos fazer isso dentro das leis que regem a nossa nação e não através da justiça pelas próprias mãos como muitos estão fazendo. "E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção." 1 Pedro 3:8,9 

    Que Deus em Cristo nos ajude a sermos exemplos de Cristo neste mundo e não apenas hipócritas defensores de uma falsa religiosidade. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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