quarta-feira, 16 de agosto de 2023

7 Reflexões Filosóficas no Filme "O Iluminado"

    Sinopse 
 
    Durante o inverno, um homem (Jack Nicholson) é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher (Shelley Duvall) e seu filho (Danny Lloyd). Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo em que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo. 
 
    "O Iluminado"(1980), dirigido por Stanley Kubrick e baseado no romance de Stephen King, é um dos filmes de terror mais icônicos e analisados da história do cinema. Embora muitas interpretações giram em torno do terror sobrenatural, há também profundas reflexões filosóficas que podem ser extraídas da obra. Sendo assim, abaixo estão algumas reflexões que faço nesse sentido: 
 
    1. Natureza vs. Educação: O passado violento do Hotel Overlook reflete a ideia de que a violência e o mal podem ser intrínsecos ao local ou à pessoa, ou talvez sejam um produto de suas experiências e ambiente. Jack Torrance, com seu passado conturbado e relação tensa com sua família, é uma representação da luta entre sua natureza inerente e as influências externas do hotel. 
 
    2. O Labirinto do Eu: O labirinto, que desempenha um papel crucial no clímax do filme, pode ser visto como uma metáfora da mente humana. Assim como o labirinto é complicado e desorientador, a psique humana também pode ser. Jack, perdido no labirinto, pode ser interpretado como alguém perdido em sua própria mente e insanidade. 
 
    3. Isolamento e Identidade: O isolamento do Hotel Overlook durante o inverno é um reflexo do isolamento mental e emocional. A solidão e o isolamento podem levar a uma introspecção profunda, mas, neste caso, levam à loucura. Isso levanta questões sobre a fragilidade da identidade humana e como ela pode ser facilmente distorcida. 
 
    4. O Eterno Retorno: A famosa linha "Você sempre esteve aqui" sugere a ideia nietzschiana do eterno retorno, onde os eventos ocorrem repetidamente ad infinitum. Isso levanta questões sobre predestinação, livre-arbítrio e se estamos condenados a repetir os erros do passado. 
 
    5. Realidade vs. Percepção: Ao longo do filme, é difícil discernir o que é realidade e o que é ilusão ou visão. Essa ambiguidade reflete a natureza frequentemente ilusória da percepção humana e como nossas experiências, medos e desejos podem distorcer nossa visão da realidade. 
 
    6. Legado e História: O sangue que jorra dos elevadores e os fantasmas dos antigos moradores do hotel falam sobre os horrores do passado que continuam a assombrar o presente. Pode ser uma reflexão sobre como os atos e eventos históricos, mesmo os mais terríveis, continuam a influenciar e moldar o presente e o futuro. 
 
    7. A Dicotomia Civilização/Selvageria: O Hotel Overlook, em sua grandiosidade e isolamento, é um bastião da civilização no meio da vasta selvageria. No entanto, à medida que o filme avança, a linha entre civilização e selvageria começa a desaparecer, sugerindo que a barreira entre os dois é mais permeável do que se poderia pensar inicialmente. 
 
    Dessa forma, podemos destacar que "O Iluminado" é uma obra rica e multifacetada que oferece uma variedade de interpretações. Suas imagens evocativas e narrativa perturbadora proporcionam um terreno fértil para reflexões filosóficas sobre a natureza humana, a realidade, a história e o próprio conceito de mal. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário