A existência é, por natureza, um campo de possibilidades e conflitos. Em cada passo, somos convidados a escolher: permanecer na estagnação confortável ou aceitar o risco do crescimento.
Andar com aqueles que nos desafiam a crescer é, antes de tudo, um ato de coragem. São eles que, com sua presença inquieta, nos obrigam a olhar para os cantos escuros da nossa própria ignorância. Não são companheiros fáceis, nem previsíveis. Mas são necessários. Eles desconstroem certezas frágeis, provocam rupturas internas e nos forçam a abandonar o conformismo.
Crescer é um movimento de dor e de liberdade. Requer abandonar a proteção das narrativas prontas, o abrigo das opiniões coletivas e o conforto da obediência cega. Quem nos desafia a crescer é aquele que, com palavras ou exemplos, nos lembra que o pensamento crítico é uma forma de amor – duro, mas profundamente honesto.
Por outro lado, a ignorância coletiva tem a sedução de um abraço morno. Ela convida ao silêncio, ao riso fácil, ao consentimento tácito. Faz com que nos tornemos cúmplices de equívocos, preconceitos e repetições automáticas. Nos transforma em peças de um jogo que perpetua a mediocridade.
Recusar essa cumplicidade é um dever ético. Exige posicionamento. Exige olhar o mundo com olhos próprios, mesmo que isso custe aceitação social.
No fim, a escolha é sempre individual: ou você caminha com os que te elevam, ou se afunda com os que te adormecem.
A lucidez pode ser solitária, mas é o único solo fértil onde a consciência verdadeiramente floresce.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:
Postar um comentário