A vida é um sopro, um fio tênue entre o nascer e o desaparecer. Somos viajantes de um tempo emprestado, andando por estradas que não controlamos completamente. A finitude não é apenas uma condição, mas uma lembrança constante: tudo o que começa, um dia termina.
E ainda assim, nesse intervalo breve, somos convidados a escolher o que fazemos com o tempo que nos é dado.
Podemos cultivar gentileza, mesmo em dias escuros. Podemos ouvir com atenção, abraçar com presença, amar sem reservas. Podemos pedir perdão e perdoar — libertando a alma de amarras que não nos servem mais. Podemos plantar árvores, histórias e sorrisos, mesmo que não vejamos todos os frutos.
Antes da passagem, podemos aprender a valorizar o agora: o café quente de uma manhã simples, o olhar de quem nos ama, o silêncio que cura, o pôr do sol que insiste em ser bonito mesmo nos dias mais difíceis.
A morte, por mais temida, é também professora. Ela nos ensina o valor da impermanência e nos convida a sermos mais inteiros, mais humanos, mais presentes. Que nossa jornada, mesmo breve, seja intensa em significado — não pelas coisas que acumulamos, mas pelas marcas de amor e transformação que deixamos.
Viver bem é preparar-se para partir em paz. Não com medo, mas com a serenidade de quem, ao fim, sabe que fez o melhor com o tempo que teve.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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