Dois exemplos bíblicos: Jó e Davi.
Durante nossa jornada nessa vida é preciso, constantemente, pararmos e fazermos uma introspecção de nossas atitudes diante das situações. Quando olhamos para dentro de nós mesmos somos capazes de observarmos se estamos na direção certa ou se estamos nos desvirtuando do caminho. Tomando essa atitude conseguiremos ser pessoas capazes de superar nossas próprias limitações e vencermos as dificuldades que sempre aparecem na nossa vida.
Acontece que muitas vezes passamos por momentos de dificuldades e somos acusados de pecados que não cometemos. Somos injustiçados e isso dói na alma humana. Queremos nos vingar daquelas pessoas que nos julgam erradamente e nos caluniam. Há momentos em que as acusações são falsas e acabam resultando em contendas e inimizades. O que fazer nessas situações? Passo a lhes apresentar o exemplo de dois personagens históricos. Jó e Davi.
A Bíblia diz que Jó era um homem reto e temente a Deus. O próprio Deus deu testemunho de Jó de que ele era uma pessoa de integridade. No entanto, Jó é acometido de doenças terríveis. Perde todos os seus bens. Perde a família e se vê no pó da terra. O que mais dói quando vemos a história desse personagem é que seus amigos o julgam de forma errônea. Olham para ele ali no meio das cinzas e afirmam que se ele está nessa situação é porque, com certeza, pecou contra Deus e seu sofrimento é um castigo. Bildade questiona Jó da seguinte forma: Como, pois, seria justo o homem para com Deus, e como seria puro aquele que nasce de mulher? Jó 25:4. A acusação de Bildade é que Jó é orgulhoso por afirmar que seu sofrimento não era resultado de qualquer pecado. Jó nunca alegou ser sem pecado. Ele teve a coragem de saber que necessitava da salvação de Deus.
O mais surpreendente aqui é que Jó, mesmo no sofrimento, não se revoltou contra as palavras de Bildade. Mesmo sabendo que estava sendo injustamente acusado de orgulho ele permaneceu confiante de que Deus sabia o propósito de seu sofrimento. Abro aqui um parêntese para afirmar que nos dias atuais, as vezes, nos revoltamos só do irmão olhar de cara feia pra nós. Qualquer coisinha já é motivo para praguejar que está sendo caluniado e sofrendo perseguição por este ou aquele. O exemplo de Jó nos inspira a olharmos para o nosso interior. A Bíblia diz que Jó olhou para dentro de si mesmo. Vejamos: Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; Se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa, E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, Também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima. Jó 31:24-28. Essa é uma atitude digna de uma pessoa que se humilha diante de Deus.
Davi é outro exemplo de pessoa que, em meio as acusações falsas, não se deixou abalar e nem praguejou contra seus acusadores. A atitude dele foi entregar a Deus tudo aquilo que estava passando para que Deus fosse o Juiz da sua causa. A Bíblia diz que Davi estava sendo perseguido por Saul porque algumas pessoas tinham inventado história para o rei de que Davi queria tomar o seu reino. Em uma noite o exército de Saul estava dormindo e Davi foi até a tenda de Saul e teve oportunidade de tirar sua vida e não o fez. Sabia ele que no tempo certo a promessa de Deus se cumpriria em sua vida. Assim está registrado a passagem bíblica: E disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Eis que Davi procura o teu mal? Eis que este dia os teus olhos viram, que o SENHOR hoje te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a minha mão contra o meu senhor, pois é o ungido do SENHOR. Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão; porque cortando-te eu a orla do manto, não te matei. Sabe, pois, e vê que não há na minha mão nem mal nem rebeldia alguma, e não pequei contra ti; porém tu andas à caça da minha vida, para ma tirares. 1 Samuel: 24. 9-11.
Porém, o que mais chama a atenção para esse acontecimento é que ao ser perseguido Davi sentiu o que qualquer um de nós sentiria. Medo, revolta e injustiça pela forma que tudo aconteceu. Davi, no entanto não condenou ninguém, antes olhou para si mesmo e entregou toda sua vida para o Senhor. Encontramos sua oração nos salmos. SENHOR meu Deus, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos, Se paguei com o mal àquele que tinha paz comigo (antes, livrei ao que me oprimia sem causa), Persiga o inimigo a minha alma e alcance-a; calque aos pés a minha vida sobre a terra, e reduza a pó a minha glória. Salmos 7:3-5. Nessa oração vemos Davi sendo corajoso diante de Deus e entregando a ele toda sua angústia com a situação, mas, em nenhum momento agindo com as próprias mãos.
A partir desses dois exemplos devemos pautar as nossas vidas em confiar mais em Deus. Nossa primeira atitude deve ser olharmos para as nossas próprias misérias e pedirmos a misericórdia de Deus nas nossas vidas. Quanto aos que nos caluniam ou levanta falso testemunho e nos julgam de acordo com seus preconceitos sigamos o conselho de Paulo aos romanos. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Romanos 12:18-19. Que Deus em Cristo nos abençoe!
Texto: Odair.
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