segunda-feira, 31 de julho de 2023

Tipos de autoidolatria

    1. Idolatria da autoimagem. A idolatria é tudo o que se coloca no lugar da adoração a Deus (Êx 20.3-5). Nesse caso, podemos dizer que o culto à autoimagem é uma forma de idolatria. Enquanto Cristo reflete a imagem de Deus (Hb 1.2,3), o narcisismo humano reflete a natureza do pecado (Jo 8.34). O apóstolo Paulo retrata o homem caído como uma pessoa egoísta: amante de si mesmo; avarenta: amante do dinheiro; odiosa: sem amor para com o próximo; rebelde: sem amor para com Deus; e hedonista: amante dos deleites (2Tm 3.2-4). Desse modo, uma pessoa não regenerada tem a necessidade de autopromover-se, desenvolvendo uma opinião elevada de si mesmo (Lc 18.11). Ela também anseia por reconhecimento e, de modo ilícito, busca estar sempre em evidência (Lc 22.24-26). Contrária à autoidolatria, a Bíblia ensina que a primazia é de Cristo, não do homem (Jo 3.30). 
 
    2. Idolatria no coração. O coração se refere às emoções, à vontade e ao centro de toda personalidade (Rm 9.2; 10.6; 1Co 4.5). Ele também é descrito como enganoso e perverso (Jr 17.9), pois do seu interior saem os maus pensamentos, as imoralidades, a avareza, a soberba e a insensatez (Mc 7.21,22). Em vista disso, Deus condena a adoração de ídolos no coração (Ez 14.3). Infelizmente, algumas pessoas chegam aparentar que adoram a Deus, mas na verdade servem aos ídolos em seus corações (Mt 15.8). Assim, quem não teme a Deus, traz a idolatria no seu íntimo quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais. Ao contrário dessa postura, a fim de não pecar, somos advertidos a guardar a Palavra de Deus no coração (Sl 119.11). 
 
    3. Idolatria sexual. A falha no controle dos impulsos sexuais está associada a sensualidade (Rm 1.27), imoralidade (Rm 13.13 — NVI) e libertinagem (2Co 12.21 — NVI). A concupiscência da carne caracteriza quem é dominado pelo pecado sexual (Gl 5.19). Não se trata apenas da prática do ato imoral, mas da busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1Co 6.15). É o altar da idolatria sexual edificado no coração (Mc 7.21). Então, a adoração a Deus é trocada pelo culto ao corpo a fim de satisfazer o ídolo da perversão e da lascívia por meio de pecados (1Pe 4.3 — NAA). A orientação bíblica para escapar desse mal é a seguinte: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gl 5.16 — NAA). 
 
    A corrupção da raça humana é o desfecho de sua rebelião à verdade divina. A impiedade e a ausência de retidão resultaram em teorias de autossuficiência em que a criatura se ergue acima de seu Criador. Ao se colocar como medida única de todas as coisas, o homem eleva seu interesse acima da vontade divina. As consequências são a autoidolatria, a depravação moral, a decadência social e espiritual. Não obstante, a Escritura alerta que a ira divina permanece sobre os que são desobedientes à verdade divina (Rm 2.8). 
 

O que é o espírito do mundo?

    A frase o espírito do mundo é um termo que o apóstolo Paulo usou em 1 Coríntios 2:12, onde ele contrasta o espírito do mundo com o Espírito de Deus: “Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente.” 

    Em oposição ao espírito do mundo, o Espírito Santo transmite a verdadeira sabedoria ao crente. O Espírito Santo nos capacita a receber e compreender “a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta” (1 Coríntios 2:7). Somente o Espírito de Deus pode revelar a verdade espiritual, porque somente Seu Espírito conhece "as profundezas de Deus" (1 Coríntios 2:10). 

    O espírito do mundo pode ser compreendido de três maneiras. Em uma interpretação, o espírito do mundo é um espírito demoníaco ou talvez Satanás em particular. Em outras partes das Escrituras, Satanás é chamado de “o príncipe deste mundo” (João 12:31; 14:30; 16:11) e “o deus deste século” (2 Coríntios 4:4). Ele é “o espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Efésios 2:2). 

    Outros sugerem que Paulo não estava se referindo a um espírito maligno per se, mas sim a uma mentalidade que é estranha e oposta ao Espírito de Deus - é a disposição pecaminosa da humanidade, que poderia ser chamada de espírito de rebelião, cobiça, orgulho e falsidade. Uma terceira visão é que o espírito do mundo é a sabedoria humana em geral ou o processo humano básico de compreensão, conforme expresso na filosofia secular e na sabedoria mundana. 

    Deus torna a sabedoria mundana, como promovida pelo espírito do mundo, tola: “Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação” (1 Coríntios 1:20–21). Do ponto de vista mundano e humano, é tolice acreditar em Jesus Cristo como o caminho de salvação. 

    O espírito do mundo leva à loucura porque a sabedoria humana é independente da verdadeira sabedoria de Deus. A sabedoria humana tende a se gabar diante de Deus; é orgulhosa. A sabedoria humana rejeita a pessoa e obra de Cristo, que é o “poder de Deus e sabedoria de Deus” (1 Coríntios 1:24). A verdadeira sabedoria do Espírito do Deus, o qual recebemos, reconhece que nossa salvação é totalmente imerecida e totalmente pela graça de Deus: “pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1 Coríntios 1:27-31). 

    Embora os crentes de Corinto afirmassem ser espiritualmente maduros, eles estavam, na verdade, mostrando sua imaturidade por meio do orgulho e da divisão. Paulo ensinou-lhes que, para serem verdadeiramente maduros, eles teriam que trocar a sabedoria humana (o espírito do mundo) pela pura sabedoria do evangelho do Espírito Santo. Os crentes não podem perceber os maravilhosos tesouros ocultos que receberam de Deus olhando com seus olhos humanos naturais. 

sábado, 29 de julho de 2023

Uma breve reflexão bíblica sobre o tempo, a alma e a esperança

    Quando analisamos a Bíblia devemos refletir sobre a nossa existência de forma a aprendermos sobre o propósito de Deus para as nossas vidas. Neste sentido, faço uma breve reflexão bíblica sobre o tempo, a alma e a esperança. Vamos refletir brevemente sobre cada um desses elementos: 

    O Tempo: 

    A Bíblia fala sobre o tempo de diferentes maneiras, enfatizando sua natureza passageira e a importância de usá-lo com sabedoria. Em Eclesiastes 3:1-8, é proclamado que "há um tempo determinado para cada coisa debaixo do céu": tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de colher, tempo de rir e tempo de chorar, entre outros. Essa passagem nos ensina a valorizar cada momento, pois tudo tem um propósito e uma temporada específica em nossas vidas. 

    A Alma: 

    A alma é o cerne do ser humano e sua essência mais profunda. A Bíblia menciona em Gênesis 2:7 que Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem tornou-se uma alma vivente. Isso ressalta a ideia de que somos mais do que corpos físicos; temos uma dimensão espiritual que nos conecta ao divino. A alma é eterna, e nossa relação com Deus é central para o nosso bem-estar espiritual. 

    A Esperança: 

    A esperança é uma temática frequente na Bíblia e está intrinsecamente relacionada à nossa fé em Deus. Em Romanos 5:2-5, o apóstolo Paulo nos lembra que temos acesso à graça de Deus por meio da fé, e isso nos dá esperança. A esperança cristã não se baseia nas circunstâncias momentâneas, mas na certeza do amor de Deus e em sua promessa de vida eterna através de Jesus Cristo. Essa esperança transcende as adversidades e nos encoraja a perseverar, confiando no plano soberano de Deus. 

    Dessa forma, a Bíblia nos ensina a valorizar o tempo como um presente de Deus, a compreender que somos seres espirituais com uma alma eterna e a manter a esperança firme em Deus, mesmo diante das incertezas da vida. Esses três elementos estão interligados, guiando-nos em nossa caminhada espiritual e nos lembrando da importância de cultivar um relacionamento profundo com o Criador, encontrando nele a verdadeira esperança para nossas almas. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 28 de julho de 2023

Os Valentes de Davi

    "Então aqueles três poderosos romperam pelo arraial dos filisteus, e tiraram água da cisterna de Belém, que está junto à porta, e a tomaram, e a trouxeram a Davi." 2 Samuel 23:16 

    A história de Davi e os valentes é uma narrativa repleta de coragem, determinação e valor que serve de inspiração para todos nós. Nos livros de I e II Samuel e I e II Crônicas, encontramos a história desse jovem pastor que se tornou rei de Israel e os feitos extraordinários de seus valentes guerreiros, que o acompanharam em suas batalhas. Esses homens corajosos e destemidos enfrentaram desafios aparentemente impossíveis, demonstrando uma força interior que ultrapassava os limites do comum. 

    A coragem de Davi e seus valentes manifesta-se em diversas situações. Desde a icônica batalha contra o gigante Golias, em que Davi não titubeou ao enfrentar um adversário de tamanho e força superiores, até as inúmeras guerras e batalhas que enfrentaram ao longo de suas vidas. Eles não se acovardaram diante das adversidades, mas, ao contrário, encararam-nas de frente com bravura e ousadia. 

    Essa coragem estava enraizada em sua determinação inabalável. Davi e seus valentes não apenas confiavam em sua habilidade de combate, mas também na crença firme em suas convicções e no propósito maior que os guiava. Eles estavam dispostos a arriscar suas próprias vidas em prol de causas maiores, como a defesa do povo de Israel e o cumprimento da vontade de Deus. 

    O valor desses valentes é algo que transcende o conceito comum de bravura física. Eles também demonstraram valor moral e espiritual, mantendo sua integridade mesmo em meio às tentações e adversidades. A capacidade de resistir à corrupção, permanecer fiel a princípios éticos e agir com honra e justiça em todas as situações destaca sua verdadeira grandeza. 

    Essa história de coragem, determinação e valor dos valentes de Davi tem implicações significativas para nossas vidas até hoje. Ela nos encoraja a enfrentar nossos próprios "gigantes", que podem assumir a forma de desafios pessoais, medos, inseguranças e dificuldades cotidianas. Assim como Davi, somos chamados a não nos intimidarmos diante das circunstâncias, mas a confiar em nossas habilidades, em nossos valores e, acima de tudo, em Deus. 

    A história também nos lembra da importância da determinação para alcançarmos nossos objetivos. Em nossas vidas, enfrentaremos obstáculos e momentos de dúvida, mas é a determinação que nos impulsiona a continuar em direção aos nossos sonhos, mesmo quando parece que tudo está contra nós. 

    Além disso, o valor dos valentes de Davi nos incentiva a agir com retidão e integridade em todas as áreas de nossa vida. Em um mundo onde a ética muitas vezes parece ceder espaço para interesses pessoais, a história desses homens destemidos nos lembra da importância de mantermos nossos princípios e valores, mesmo que isso signifique enfrentar oposição. 

    Portanto, a história de Davi e seus valentes é muito mais do que um relato antigo; é um exemplo atemporal que pode nos guiar em nossas jornadas pessoais. Ela nos lembra que a coragem, a determinação e o valor são virtudes essenciais para alcançarmos nossos objetivos e nos tornarmos pessoas melhores. Ao internalizarmos esses ensinamentos, podemos enfrentar a vida com confiança e ousadia, tornando-nos protagonistas de nossas próprias histórias, assim como foram Davi e seus valentes em sua época. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Crescer na graça e no conhecimento

    Antes de iniciar o meu argumento sobre crescimento na graça gostaria de transcrever uma história que Plínio relata. De acordo com Plínio, Zeuxis pintou uma vez tão bem um menino segurando um prato de uvas, que as aves se enganaram e voaram para debicar as frutas. O artista, no entanto, estava desgostoso com o quadro, pois, disse ele: “houvesse eu pintado tão bem o menino como devia os pássaros não teriam ousado tocar nas uvas”

    Essa pequena história ilustra-nos uma grande lição de vida quando pensamos em crescimento espiritual. As pessoas estão cada dia mais presas ao mundo moderno cheio de suas tecnologias que esqueceram a principal razão pelo qual vivemos que é sermos frutos para a Glória de Deus. Crescer na graça requer amadurecimento. É necessário que tenhamos em mente que precisamos brilhar em meio à escuridão do mundo. Reluzirmos o brilho de Cristo em meio às densas trevas que sufocam a alma humana. Para que isso aconteça essencial é sermos cheios da Graça de Deus. 

    Na história citada acima conta-se a busca da perfeição com que o artista queria que sua obra estivesse. Isso acontece quando um escritor escreve um livro ou quando um pintor pinta sua obra máxima. Eles procuram se esforçar para que suas obras sejam as melhores possíveis. Isso nos orienta a sermos os melhores naquilo que fazemos na obra de Deus. 

    Para alcançarmos o conhecimento precisamos ser humildes o bastante para aprender com os outros. Precisamos escutar os demais e dar valor as lições que vemos diariamente acontecer a nossa volta para que possamos crescer. Quando a Bíblia nos orienta a crescer na graça e no conhecimento ela se refere a dois tipos de crescimento. Crescer na graça está relacionado a busca pela misericórdia de Deus através da oração e súplica. Afinal, é de Deus que alcançamos essa graça. Crescer no conhecimento está relacionado aos estudos e compreensão dos acontecimentos a nossa volta. 

    Outro passo necessário para esse crescimento espiritual na graça é não confiarmos em nós mesmo. Isso se faz necessário para não acharmos que somos alguma coisa. Na verdade, Paulo foi categórico em afirmar que, se não fosse à misericórdia de Deus nada seriamos. E, no momento de maior luta Deus assim falou para ele: a minha graça te basta. Esse procedimento nos leva a entender que tudo que somos é permissão de um Deus onisciente que conhece nossas limitações e, mesmo assim, nos permite fazermos grandes coisas. Que possamos cada dia mais buscar a presença de Deus para realizar a obra que Ele tem nos chamado a fazer. 

    Para finalizar esse texto quero aqui deixar um conselho de um dos homens mais sábios que já passou pela Terra e que foi usado por Deus para nos orientar. Um conselho maravilhoso. Salomão escreveu: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”. (Prov. 4.18). 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 27 de julho de 2023

O Exemplo do Profeta Eliseu

    "Então Elias saiu de lá e encontrou Eliseu, filho de Safate. Ele estava arando com doze parelhas de bois e conduzindo a décima segunda parelha. Elias o alcançou e lançou sua capa sobre ele." 1 Reis 19.19 
 
    O Profeta Eliseu é, sem dúvidas, um dos maiores exemplos de pessoa que confiou inteiramente em Deus. Sua história, retratada no Antigo Testamento da Bíblia, é um exemplo notável de dedicação e confiança total em Deus. Desde seu chamado como sucessor do profeta Elias, Eliseu demonstrou uma entrega inabalável ao serviço divino, colocando sua fé e dependência inteiramente nas mãos do Senhor. 
 
    A primeira manifestação clara dessa confiança ocorreu quando Eliseu, um simples lavrador, recebeu o chamado de Elias para se tornar seu sucessor profético. Ao perceber a grandiosidade da tarefa que lhe estava sendo confiada, Eliseu não hesitou em abandonar seus bois e arados para seguir seu chamado divino. Esse ato de abandono material simboliza sua disposição para deixar para trás a vida cotidiana e se dedicar completamente ao serviço de Deus. 
 
    Ao longo de seu ministério profético, Eliseu continuou a manifestar sua total dependência de Deus em todas as situações. Em suas ações e palavras, ele reconhecia que a sabedoria e o poder eram provenientes do Senhor, não de suas próprias habilidades ou forças. A história de Eliseu também é marcada por inúmeros milagres, curas e intervenções divinas que demonstram sua fé inabalável na capacidade de Deus de intervir na vida das pessoas. 
 
    Um episódio particularmente marcante é o relato de quando o exército sírio cercou a cidade de Dotã para capturar Eliseu. Diante de uma situação aparentemente sem saída, seu servo estava apavorado, mas Eliseu respondeu com calma e confiança: "Não tenha medo! Aqueles que estão conosco são mais numerosos do que os que estão com eles". Em seguida, Eliseu orou para que Deus abrisse os olhos do servo, permitindo-lhe ver os exércitos angelicais ao redor deles, prontos para protegê-los. Esse episódio revela sua profunda confiança na proteção divina, mesmo nas situações mais adversas. 
 
    A vida do Profeta Eliseu é uma inspiração para os crentes, lembrando-nos da importância de dedicarmos nossas vidas a Deus e confiarmos plenamente em Sua providência. Sua história ressalta que, ao abrir mão de nossos próprios interesses e desejos, e ao nos entregar totalmente a Deus, somos capacitados por Ele para enfrentar os desafios da vida com fé e coragem. A história de Eliseu nos lembra que a verdadeira força e sabedoria vêm de Deus e que, ao dependermos inteiramente d'Ele, podemos experimentar a plenitude de Sua graça e poder em nossas vidas. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

O Filho Pródigo e a busca pela felicidade longe de Deus

    "Não muito tempo depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente." Lucas 15.13 
 
    A parábola do filho pródigo é uma história atemporal que nos ensina valiosas lições sobre a busca por uma felicidade ilusória no mundo exterior. O filho mais novo decide deixar a casa do pai em busca de liberdade e prazeres, ansioso por experimentar o que ele acredita ser uma vida melhor longe do ambiente familiar. No entanto, sua jornada revela-se uma ilusão passageira, uma vez que ele acaba desperdiçando toda a sua herança em uma vida de excessos e prazeres fugazes. 
 
    Essa narrativa simboliza uma experiência humana comum: a busca por algo que nos preencha fora de nós mesmos. Muitas vezes, as pessoas caem na armadilha de acreditar que a felicidade está sempre em outro lugar, em bens materiais, na fama, na posição social ou em relacionamentos externos. No entanto, o filho pródigo descobre que essa busca incessante por satisfação externa é vazia e leva à decepção e ao vazio interior. 
 
    A ilusão do mundo lá fora nos leva a acreditar que a resposta para nossos anseios e insatisfações está em algo externo, quando na verdade a verdadeira transformação e realização se encontram dentro de nós mesmos. Quando deixamos o Espírito Santo de Deus ocupar a nossa vida encontramos a verdadeira felicidade. É apenas quando o filho pródigo atinge o fundo do poço e enfrenta a escassez e a fome que ele começa a questionar suas escolhas e volta-se para dentro, para sua verdadeira essência. 
 
    O retorno do filho pródigo à casa do pai representa uma jornada de autodescoberta e redenção. Ele percebe que sua verdadeira identidade e valor não estão em suas posses ou realizações externas, mas na conexão com a família, com suas raízes e com o amor incondicional do pai. Ele reconhece a sua dependência de Deus e percebe que a vida longe de Deus é apenas um vazio existencial. 
 
    Essa reflexão nos convida a repensar nossas próprias buscas e aspirações. É importante lembrar que a verdadeira plenitude e contentamento não podem ser encontrados em coisas passageiras e superficiais. A busca por sentido e felicidade deve começar internamente, através da revelação da mensagem divina e da construção de relacionamentos autênticos com os outros. 
 
    A parábola do filho pródigo nos ensina a valorizar o que realmente importa na vida e a não nos deixarmos enganar pela ilusão de que a felicidade está lá fora, distante de nós. Ao invés disso, devemos procurar encontrar significado e propósito em nossa própria jornada, cultivando um senso de gratidão pelo que temos e buscando crescimento espiritual e emocional em nosso interior. Somente assim podemos encontrar a verdadeira realização e paz duradoura em nossas vidas. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 26 de julho de 2023

Meditações do Poeta Cacerense LXIV

    1. A bondade de Deus é como um raio de sol em um dia nublado, iluminando nossa existência com esperança e amor. Ela se manifesta em cada pequeno detalhe da vida, desde o sopro suave do vento até o sorriso sincero de um amigo. Ao olharmos para a beleza da natureza e para as conexões significativas em nossas vidas, percebemos que Deus nos presenteia constantemente com Seu amor incondicional. Sua bondade é o alicerce que sustenta nossa fé e nos dá forças para enfrentar os desafios da vida. 

    2. Como um pai zeloso cuida de seus filhos, Deus nos envolve com Seu amoroso cuidado. Em cada momento de alegria e tristeza, Ele está presente, acolhendo-nos em Seus braços de compaixão. Mesmo quando nos sentimos perdidos ou desamparados, podemos encontrar consolo na certeza de que Deus está ao nosso lado, guiando-nos através das incertezas da vida. Seu cuidado é como um farol que nos guia pelas águas turbulentas, sempre nos direcionando para um porto seguro. 

    3. A graça de Deus é um presente precioso que não podemos merecer, mas que Ele generosamente derrama sobre nós. É através da Sua graça que encontramos o perdão por nossas falhas e a oportunidade de recomeçar. Ela nos envolve em um abraço de amor incondicional, independentemente de nossas imperfeições. Ao experimentarmos a graça de Deus, somos convidados a ser mais compassivos com nós mesmos e com os outros, estendendo esse amor a todos ao nosso redor. A graça é a prova de que Deus acredita em nosso potencial para a transformação e nos encoraja a trilhar o caminho da bondade e da compaixão. 

    4. A presença de Jesus na história da humanidade é um lembrete constante do amor e da compaixão divina. Seu exemplo de humildade, perdão e amor ao próximo nos inspira a buscar uma vida mais significativa e altruísta. Ele ensinou-nos a importância de valorizar os necessitados, acolher os excluídos e promover a paz entre os homens. A presença de Jesus, mesmo que não seja física, continua viva nos ensinamentos e na fé daqueles que buscam seguir seus passos. 

    5. O amor de Deus pela humanidade é incompreensível em sua magnitude e abrangência. Mesmo diante das nossas falhas e imperfeições, o amor divino permanece incondicional e eterno. É um sentimento que transcende nossa compreensão humana e nos convida a uma jornada de autoconhecimento e transformação. Sentir e reconhecer esse amor divino nos enche de gratidão e nos motiva a compartilhar esse amor com os outros, buscando a empatia, a compreensão e a compaixão em nossas relações interpessoais. 

    6. A sabedoria divina é como um farol que guia nossos passos em meio às incertezas da vida. Buscar a sabedoria divina é reconhecer que não temos todas as respostas e que precisamos da orientação e do discernimento que vêm de uma fonte superior. Essa busca nos leva a uma conexão mais profunda com o divino, nos ensina a lidar com as dificuldades e nos ajuda a tomar decisões mais acertadas, alinhadas com princípios espirituais e morais elevados. 

    7. Encontrar a sabedoria divina requer humildade para reconhecer nossa limitação humana e disposição para buscar conhecimento e entendimento através da oração, meditação, estudo das escrituras sagradas e da busca de uma relação pessoal com Deus. Quando nos abrimos para a sabedoria divina, percebemos que há uma profundidade de entendimento e uma perspectiva maior que transcende os aspectos superficiais da vida cotidiana, guiando-nos em direção à verdade e ao propósito mais elevado. 

    8. O perdão de Deus é um presente divino que transcende nossa compreensão humana. Ele nos oferece sua misericórdia incondicionalmente, independentemente de nossos erros e falhas. Em Sua infinita graça, Deus nos mostra que, mesmo quando erramos, podemos ser perdoados e recomeçar. O perdão divino é uma prova do amor inabalável de Deus por nós, e é uma oportunidade para aprendermos a perdoar aos outros também, assim como Ele nos perdoa. 

    9. Os caminhos do Senhor nem sempre são fáceis, mas são os caminhos que nos levam à verdadeira paz e plenitude. A jornada pode ser desafiadora, repleta de obstáculos e tentações, mas a perseverança nos leva a crescer em fé e maturidade espiritual. Nos momentos de dificuldade, é importante lembrar que Deus está ao nosso lado, fortalecendo-nos para seguir adiante. A perseverança é o combustível que nos mantém firmes em nossa fé, capacitando-nos a superar as tribulações e a encontrar um propósito maior em nossas vidas. 

    10. Quando contemplamos a grandiosidade da criação e a complexidade da vida, é impossível não reconhecer a glória e majestade de Deus em tudo o que nos rodeia. Cada nascer do sol, cada sorriso, cada milagre da vida é um testemunho do Seu poder criativo. Devemos nos maravilhar com a imensidão de Seu amor e a perfeição de Sua sabedoria. Ao experimentarmos a presença divina em nosso viver, somos convidados a cultivar uma profunda gratidão, humildade e reverência diante de Deus, que é o autor da nossa existência e o sustentador de nossas vidas. 

    11. Em meio às adversidades da vida, enfrentamos constantes tentações e desafios. Resistir ao Diabo representa mais do que uma batalha individual; é um convite à força interior e à conexão com Deus. Quando firmamos nossa fé em princípios sólidos, o mal perde seu poder sobre nós. Assim, ao enfrentarmos as tentações com coragem e determinação, o Diabo se vê enfraquecido e acaba por se afastar, não resistindo à nossa determinação em seguir a luz do bem. 

    12. Em nosso caminho pela vida, é fácil nos perdermos em meio a distrações e obstáculos. Contudo, olhar para o alvo que é Jesus significa fixar nosso olhar em algo maior e mais significativo. Jesus representa o exemplo de amor, compaixão e sabedoria, e ao mirarmos nesse objetivo maior, somos guiados em direção à verdade e ao propósito. Manter Jesus como referência nos ajuda a tomar decisões alinhadas com nossos valores e a viver com mais autenticidade e paz. 

    13. A vida é um presente efêmero e precioso, e muitas vezes nos perdemos em rotinas e trivialidades que nos afastam da sabedoria. Contar os nossos dias não se refere apenas à passagem do tempo, mas a reconhecer a finitude de nossa existência e a necessidade de priorizar o que realmente importa. Quando nos conscientizamos de nossa mortalidade, somos impelidos a buscar o que é essencial, a nutrir relacionamentos significativos e a dedicar nosso tempo a causas e aprendizados que enriqueçam nossa alma. Assim, alcançamos corações sábios, deixando um legado de sabedoria para as gerações futuras. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 25 de julho de 2023

A Revolução do Pensamento Humano

     O antropocentrismo é o conjunto de ações e de doutrinas filosóficas que colocam o ser humano no centro de todas as coisas. Também chamado de humanismo, essa herança cultural do movimento histórico, político e social conhecido como Renascença, vem se desdobrando desde o século XIV. Contudo, como sabemos, a verdadeira identidade humana não se encontra no antropocentrismo, mas nos ensinos das Escrituras Sagradas, cujo Criador Todo-Poderoso é soberano sobre todas as coisas. 
 
    1. Renascentismo. A Renascença é um movimento intelectual que surgiu na Europa Ocidental, entre os séculos XIV e XVI. A característica desse movimento foi o seu profundo racionalismo, ou seja, tudo devia ter uma explicação racional. Os renascentistas recusavam-se acreditar em qualquer coisa que não pudesse ser comprovada racionalmente. Durante esse período, que coincide com o início da Idade Moderna, que os historiadores marcam a partir da tomada dos otomanos pelos turcos em 1453 até a 1789 (Revolução Francesa), a visão teocêntrica (em que Deus era a medida de todas as coisas) foi mudada por uma concepção antropocêntrica (em que o homem se tornava a única medida de todas as coisas). No lugar de ver o mundo a partir das lentes do Criador, os homens passaram a enxergá-lo a partir das lentes da criatura. Assim, surgiram os primeiros efeitos do processo de secularização da cultura, quando a vida social passou a ceder o espaço para o racionalismo e o ceticismo (Jo 20.25,29). Nesse sentido, a revolução científica e literária, que se deu a partir do Renascimento, contribuiu para o surgimento do Humanismo. 
 
    2. Humanismo. A Itália foi o principal centro humanista nos fins do século XV. Para o movimento humanista, a ética e a moral dependem do homem. Assim, a criatura passou a ser a base de todos os valores, e não o Criador. Os humanistas aprofundaram seus estudos na história antiga a fim de desconstruir os livros sagrados. De positivo, destaca-se a valorização dos direitos do indivíduo. Porém, esta não é uma bandeira própria do humanismo. A Bíblia possui um arcabouço de concepções de liberdade e de igualdade (Dt 6.1-9) que antecedem muitos direitos que apareceram nos tempos modernos. Destaca-se, ainda, que a Escritura ensina a igualdade entre raças, classe social e de gênero (Gl 3.28). 
 
    3. Iluminismo e Pós-modernismo. O Iluminismo surgiu na Europa, entre os séculos XVII e XVIII. Seus adeptos rejeitavam a tradição, buscavam respostas na razão, entendiam que o homem era o senhor do seu próprio destino e que a igreja era uma instituição dispensável. Já a Pós-modernidade, ou Modernidade Líquida, surge a partir da metade do século XX. Sociólogos observam que a sociedade deixou de ser “sólida” e passou a ser “líquida”. Isso quer dizer que os valores que eram “absolutos” tornaram-se “relativos”. Nesse aspecto, a coletividade foi substituída pelo egocentrismo em que os relacionamentos se tornaram superficiais. Nesse contexto, os dois grandes imperativos que marcam esse movimento foram o hedonismo e o narcisismo. Na busca do bem-estar humano tudo se torna válido, tais como: o uso das pessoas, o abuso do corpo, a depravação e o consumismo desenfreado. 
 
    A corrupção da raça humana é o desfecho de sua rebelião à verdade divina. A impiedade e a ausência de retidão resultaram em teorias de autossuficiência em que a criatura se ergue acima de seu Criador. Ao se colocar como medida única de todas as coisas, o homem eleva seu interesse acima da vontade divina. As consequências são a autoidolatria, a depravação moral, a decadência social e espiritual. Não obstante, a Escritura alerta que a ira divina permanece sobre os que são desobedientes à verdade divina (Rm 2.8). 
 
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre de 2023

segunda-feira, 24 de julho de 2023

O exemplo de uma menina que acreditava em Deus

    "E saíram tropas da Síria, da terra de Israel, e levaram presa uma menina que ficou ao serviço da mulher de Naamã. E disse esta à sua senhora: Antes o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra." 2 Reis 5:2,3 

    A história da menina levada cativa pelos sírios e serva na casa de Naamã é um relato inspirador de bondade, compaixão e confiança em Deus que pode servir como um exemplo poderoso para a nossa vida. Apesar de sua condição de escravidão e das dificuldades que enfrentou, essa jovem demonstrou qualidades notáveis que podem nos ensinar lições valiosas. 

    Em primeiro lugar, sua bondade e compaixão foram evidentes ao observar o seu senhor, Naamã, doente. Em vez de nutrir ressentimentos ou sentimentos de vingança por causa de sua situação, ela se importou com a saúde e o bem-estar de seu senhor. Esse ato de empatia é um lembrete de que, mesmo diante de circunstâncias adversas, podemos escolher cultivar o amor e a preocupação genuína pelos outros. Independentemente de nossas próprias lutas, podemos encontrar forças para sermos uma fonte de conforto e apoio para os que nos cercam. 

    A atitude da menina se destaca ainda mais quando ela sugere que Naamã busque a ajuda do profeta em Israel para encontrar a cura. Ela não hesita em compartilhar sua crença no poder do profeta Eliseu e em Deus para realizar milagres. Essa fé inabalável é uma lição poderosa sobre a importância de confiar em Deus, independentemente dos momentos de dificuldades que nos encontremos. Mesmo sendo uma jovem cativa em uma terra estranha, ela não perdeu a fé e a esperança de que Deus poderia intervir e fazer a diferença. 

    A confiança da menina em Deus é uma inspiração para nós, lembrando-nos de que mesmo nos momentos mais sombrios de nossas vidas, podemos encontrar coragem e paz ao depositar nossa confiança no Deus que tudo pode. Acreditar no Senhor, que fez os céus e a terra e que faz muito além de nossas limitações humanas, pode nos dar força e perseverança para enfrentar os desafios e superar as adversidades. 

    Além disso, a história também ressalta a importância de sermos corajosos o suficiente para compartilhar nossas crenças e valores com os outros, mesmo que sejam diferentes. A menina não hesitou em indicar o profeta em Israel, apesar de ser uma estrangeira na terra síria. Sua disposição em falar sobre sua fé e crença em Deus mostra que podemos impactar positivamente a vida das pessoas ao nosso redor ao compartilhar o que acreditamos ser verdadeiro e significativo. 

    Em resumo, a história da menina levada cativa pelos sírios e serva na casa de Naamã é um exemplo poderoso de bondade, compaixão e confiança em Deus. Seu comportamento é um lembrete de que podemos escolher responder às adversidades com amor e empatia, independentemente de nossas próprias dificuldades. Também nos encoraja a depositar nossa confiança em Deus e compartilhar nossas crenças e valores com coragem. Essas lições atemporais podem ser aplicadas em nossa própria vida, nos ajudando a crescer como seres humanos mais compassivos, solidários e confiantes em Deus. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

O Caminho de Emaús: Angústia e alegria

    A história dos discípulos no caminho de Emaús é um relato bíblico cheio de significado e lições para a vida. Esse episódio, narrado no Evangelho de Lucas (Lucas 24:13-35), retrata a experiência de dois discípulos que caminhavam tristes e desanimados, após a crucificação de Jesus, sem ainda compreender plenamente o alcance dos acontecimentos que se desenrolaram em Jerusalém. 

    Inicialmente, a ida dos discípulos para Emaús é marcada por uma profunda angústia e desilusão. Eles haviam sido testemunhas dos ensinamentos e milagres de Jesus, nutrindo esperanças de que ele fosse o Messias que libertaria Israel. Entretanto, suas expectativas foram frustradas quando Jesus foi condenado à morte e crucificado, deixando-os perplexos e desanimados. 

    Essa angústia reflete um aspecto comum na jornada humana: a experiência da decepção diante das circunstâncias imprevisíveis e dolorosas da vida. Em momentos de dificuldades, é natural questionarmos nossas crenças, esperanças e propósitos. Os discípulos sentiram-se perdidos e desamparados, incapazes de enxergar além daquele momento de sofrimento. 

    No entanto, durante a caminhada para Emaús, algo extraordinário acontece. Jesus, embora os discípulos não o reconheçam inicialmente, aproxima-se deles e começa a explicar as Escrituras, mostrando como todos aqueles acontecimentos dolorosos estavam interligados com as profecias e o propósito maior de Deus. Essa passagem bíblica ensina que, mesmo nos momentos de maior aflição, a presença de algo maior e transcendente pode nos acompanhar e trazer entendimento à nossa jornada. 

    É no momento do partir do pão, durante o jantar com Jesus, que os discípulos finalmente o reconhecem. Nesse instante, a angústia que carregavam se transforma em alegria e esperança. Eles percebem que a morte de Jesus não foi o fim, mas parte de um plano divino de redenção e salvação. O encontro com o Cristo ressurreto restaura a fé dos discípulos e lhes traz uma nova perspectiva para suas vidas. 

    Essa mudança de sentimentos dos discípulos no caminho de Emaús para o retorno a Jerusalém é uma lição sobre a importância da perseverança e da fé mesmo em meio às adversidades. Mostra que, muitas vezes, o entendimento de nossa jornada não ocorre imediatamente; é preciso caminhar, refletir, aprender e, eventualmente, a compreensão se revelará. 

    A história também nos lembra que, ao compartilhar experiências e discutir nossas aflições com outros, podemos encontrar apoio e clareza. O diálogo entre os discípulos e Jesus demonstra que a comunicação e o compartilhamento das nossas dificuldades podem nos conduzir a uma compreensão mais profunda e à renovação da esperança. 

    Em suma, a jornada dos discípulos no caminho de Emaús é uma narrativa de transformação emocional e espiritual, que nos encoraja a confiar em Jesus, a buscar entendimento mesmo em meio à angústia e a encontrar alegria e esperança no encontro com a verdade. Essa história ressoa até os dias atuais, convidando-nos a refletir sobre nossa própria caminhada, nossas crenças e a importância de compartilhar nossas experiências com os outros. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 22 de julho de 2023

Ensinamentos preciosos que encontramos no livro de Eclesiastes

    O livro de Eclesiastes, atribuído ao Rei Salomão, contém ensinamentos valiosos que ainda são relevantes para a vida atual. Algumas das lições importantes que podemos aprender com os ensinamentos de Salomão no livro de Eclesiastes incluem: 

    1. A transitoriedade da vida: Salomão enfatiza repetidamente a fugacidade da vida e a efemeridade de todas as coisas terrenas. Ele nos lembra que a vida é passageira e que devemos respeitar o tempo que temos aqui. 

    2. Busca por sentido e significado: Salomão explora a busca por significado e propósito na vida. Ele questiona a utilidade de buscar a felicidade nas riquezas, no trabalho árduo ou nas tribulações, e destaca que somente em Deus se encontra verdadeira satisfação e sentido. 

    3. Aproveitar a vida com sabedoria: Apesar da aparente falta de significado no mundo, Salomão encoraja as pessoas a aproveitarem a vida com sabedoria, desfrutando das coisas boas que Deus concede, como comida, bebida e relacionamentos. 

    4. Reconhecer a inevitabilidade da morte: Salomão lembra que a morte é inevitável e que todos, independentemente de sua posição social ou riqueza, enfrentarão esse destino. Isso nos impulsiona a refletir sobre o que é realmente importante em nossa existência. 

    5. Valorizar a sabedoria e o conhecimento: Salomão enfatiza a importância da sabedoria e do conhecimento, indicando que a busca por compreensão e discernimento é essencial para viver uma vida significativa. 

    6. Ser responsável por nossas ações: Salomão nos lembra que, no final, seremos responsáveis ​​por nossas ações e que cada ato terá consequências. Isso nos incentiva a viver com integridade e responsabilidade. 

    7. Aceitar as nossas limitações humanas: O livro de Eclesiastes reconhece como inerentes à condição humana. Salomão nos exorta a aceitar nossas fraquezas e limitações, enquanto buscamos fazer o melhor com o que temos. 

    8. Priorizar o bem-estar do próximo: Salomão destaca a importância de ajudar os outros e ser compassivo. O altruísmo e a empatia são valores essenciais para uma vida plena. 

    9. Confiança em Deus: Em meio a todas as incertezas e mistérios da vida, Salomão enfatiza a importância de confiar em Deus e em Seus desígnios. Isso nos proporciona uma base sólida em tempos difíceis. 

    Em resumo, os ensinamentos de Salomão no livro de Eclesiastes oferecem perspectivas valiosas sobre a vida, o propósito e a busca por significado, incentivando-nos a viver com sabedoria, humildade e confiança em Deus. Essas lições podem ser aplicadas em nossas vidas para encontrar maior contentamento e compreensão em meio às reflexões do mundo. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 21 de julho de 2023

Lições que aprendemos com a viúva de Naim

    "E aconteceu, pouco depois, ir ele à cidade chamada Naim, e com ele iam muitos dos seus discípulos e uma grande multidão. E, quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva; e com ela ia uma grande multidão da cidade. E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela e disse-lhe: Não chores. E, chegando-se, tocou o esquife (e os que o levavam pararam) e disse: Jovem, eu te digo: Levanta-te. E o defunto assentou-se e começou a falar. E entregou-o à sua mãe. E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo. E correu dele esta fama por toda a Judeia e por toda a terra circunvizinha." Lucas 7:11-17 

    A história da viúva de Naim é um relato poderoso que destaca a compaixão e o poder transformador de Cristo. Nesse episódio, Jesus está se aproximando da cidade de Naim, onde se depara com um cortejo fúnebre liderado por uma viúva que havia perdido seu único filho, tornando sua situação ainda mais desesperadora. 

    A viúva de Naim representa a tristeza e o desamparo que muitas pessoas enfrentam em momentos de luto e sofrimento. Naquela época, as viúvas eram especialmente vulneráveis na sociedade, pois perder o marido significava perder proteção e sustento financeiro. A morte de seu filho, além disso, era uma tragédia inimaginável, trazendo consigo uma sensação de perda e solidão devastadoras. 

    O encontro com Cristo na história é uma imagem poderosa da intervenção divina nas vidas humanas. Ao ver a viúva enlutada, Jesus é profundamente tocado pela sua dor e sofrimento. Ele demonstra compaixão genuína e se aproxima dela, oferecendo palavras de conforto e esperança. E, com um ato miraculoso, Ele restaura a vida do filho morto, devolvendo-o à mãe. 

    Essa ressurreição milagrosa simboliza o poder de Cristo para superar a morte e trazer vida nova. Além disso, mostra que Jesus não apenas compreende o sofrimento humano, mas também está disposto a agir para aliviá-lo. Esse episódio revela que o coração de Deus está sempre aberto para aqueles que sofrem, e Ele é capaz de transformar até mesmo as situações mais sombrias em esperança e renovação. 

    Ao refletirmos sobre essa história, somos convidados a encontrar significado em nossas próprias experiências de perda e sofrimento. A viúva de Naim nos lembra que, mesmo nos momentos mais difíceis, não estamos sozinhos. A presença compassiva de Cristo nos envolve e oferece a promessa de que Ele é capaz de trazer vida onde havia desolação. 

    Por fim, a história da viúva de Naim e seu encontro com Cristo nos lembra de buscar consolo na fé, sabendo que o amor e o cuidado de Deus estão sempre disponíveis para nos sustentar em nossas fraquezas e dificuldades. E assim, como a viúva, podemos encontrar esperança na ressurreição da vida, mesmo diante das circunstâncias mais desafiadoras. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 20 de julho de 2023

Instruídos nos caminhos do Senhor

    É muito bom quando somos instruídos nos caminhos do Senhor. Nesta vida temos que enfrentar muitos dissabores, tristezas e dores. Mas, quando estamos na orientação de Deus e andando em seus preceitos Ele nos ajuda na caminhada e nos dá a paz e proteção que tanto precisamos para um viver feliz nesta terra. Ser instruído nos caminhos do Senhor faz toda diferença. 

    Quantas pessoas andam de acordo com suas próprias vontades e na direção de seus olhos. Mas, logo percebem que estão caminhando na escuridão e sujeitos a toda espécie de calamidades. Os caminhos sem Deus podem até parecer caminhos bons, mas o seu final sempre são caminhos de morte. Não se deixe levar pelas suas próprias concupiscências e nem pelos desejos de seu coração. Somente na direção de Deus temos a certeza de chegarmos ao nosso destino final em segurança. 

    Ande na presença de Deus, obedeça os seus preceitos e desfrute da gloriosa presença do Senhor em sua vida. Que Cristo seja o nosso alvo e que possamos ser instruídos nos seus preceitos. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense.

quarta-feira, 19 de julho de 2023

A revanche de Deus

    A revanche de Deus é uma análise sociológica feita por Gilles Kepel sobre o crescimento das principais religiões no mundo a partir dos anos 70 com o declínio do comunismo e de outras ideologias socialistas. A partir de sua análise quero tecer algumas considerações. As três grandes religiões monoteístas – Islamismo, Cristianismo e Judaísmo – e mais o Hinduísmo e o Xintoísmo procuram, através de movimentos de renovação carismática, mostrar o mal-estar da civilização contemporânea após a morte das utopias terrenas que desmoronaram com o Marxismo. O que vem depois? 

    Duas coisas importantes podem ser pensadas neste contexto. Primeira é a “crise” do mundo. Por mais que existam pessoas vivendo em ricas mansões e luxuosos condomínios, a maioria da população do globo terrestre vive seus dias cercados de violência, miséria, insegurança e incertezas, frutos de uma economia falida e cruel que tira qualquer esperança de um futuro menos problemático. Com isso, a religião ganha espaço e mostra a necessidade, não física, mas espiritual do ser humano. 

    Em segundo lugar é preciso considerar que a igreja necessita de um novo estilo de liderança para atrair pessoas mais instruídas, menos acostumadas a obedecer sem perguntar e com maior liberdade de escolha. Na verdade, a nova liderança terá de saber persuadir, conquistar, não impor. 

    Ao longo da História surgiram muitas formas de manifestação religiosa. Algumas já desapareceram no tempo, outras modificaram e/ou inovaram seus rituais e outras surgiram com diferentes abordagens que conquistam fiéis pelo mundo. A crença em algum tipo de divindade e o sentimento religioso são fenômenos generalizados em todas as sociedades. 

    Então, a minha pergunta é a seguinte: onde fica o argumento destas pessoas que defendem a inexistência de Deus? Com qual argumento eles podem refutar a veracidade de que o ser humano busca em Deus a compreensão de seu propósito nesta vida. Por mais que o ser humano negue a existência de Deus, a realidade comprova que esse mesmo ser humano necessita de um contato com o seu Criador. O grande mal que atinge a humanidade é o afastamento dAquele que tudo pode e tudo fez para o bem estar dessa mesma humanidade. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 18 de julho de 2023

Como fortalecer a esperança em tempos difíceis

    “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus!” (Salmos 42.1). 
 
    Jamais podemos nos esquecer de que a nossa alma é dependente de Deus. Não há nada em que podemos colocar a nossa confiança para preencher o lugar do Senhor. Somente Ele nos completa e não nos deixa caminhar sozinhos. Somente a comunhão com o Eterno pode trazer equilíbrio espiritual e social, bem como nos conduzir a viver a vontade de Deus. 
 
    1. Não esteja sozinho. 
 
    Diferentemente do tempo dos filhos de Corá, você tem a presença de Jesus e a plenitude do Espírito Santo com você (Hb 13.5; Jo 14.16). Por isso, uma lição que o Salmo 42 ensina é que nada em nossa vida pode tirar o foco da fé. Sua vida espiritual dará a direção para o futuro que você colherá. Por isso, vá ao altar do Senhor, louve-o, pois Ele é a sua alegria (Sl 43.4); anseie e priorize a presença de Deus, pois Ele é o teu auxílio (Sl 43.5; cf. Js 1.8). Observe a importância dos cultos públicos, das reuniões de estudos bíblicos, da vocação ministerial e da devoção pessoal. Disso depende o sentido da sua vida cristã. 
 
    2. Equilíbrio espiritual e social. 
 
    Há muitos desafios na vida de muitos jovens. Há jovens que trabalham e estudam. Há os que assumiram o sustento da casa, pois um dos pais foi recolhido por Deus. Outros ainda estão iniciando a carreira nas forças armadas, ou lutando para se sustentar numa universidade pública ou privada. Enfim, os desafios são complexos. Dependendo de como reagimos a esses desafios sociais, podemos entrar num ciclo de ansiedade tendo como consequência a depressão. Por isso, uma preciosa lição que o Salmo nos ensina é que na proporção que a sua vida espiritual for profunda, você superará os desafios reais da vida, podendo prevenir a rota da ansiedade e da depressão. Por isso, se você está vivendo uma situação complexa, pare, se acalme e reflita: 1) ore e leia a Palavra de Deus; 2) estude e trabalhe com dedicação: 3) espere em Deus. Assim, esse momento complexo passará, você aprenderá com ele e sairá mais maduro do que quando entrou (cf. Rm 5.3-5). 
 
    3. Traga à memória o que dá esperança. 
 
    Outra lição preciosa que podemos extrair do Salmo 42 é a capacidade de trazer boas lembranças para o tempo presente desafiador. Tenha em mente que o que Deus permitiu você passar ontem é porque isso o ajudará hoje (Lm 3.21). Por isso, Ele nos deu a faculdade da memória. Entre recordações e lembranças, nossa alma é alimentada por tudo o que Deus fez de bom. Não seja escravo das lembranças que trazem sofrimento e dor, mas cultive aquelas que trazem esperança, ânimo e coragem (Js 1.13). A nossa alma é dependente de Deus. Não há nada em que você possa colocar a sua confiança para preencher o lugar do Senhor. 
 
    A alma sente a ausência de Deus diante de uma tributação e angústia, embora Ele esteja perto. Podemos usar recursos espirituais para reagir ao sentimento paralisante. Assim, somos convidados a não estar sozinhos, a andar em equilíbrio espiritual e social, bem como, a cultivar lembranças que nos motivam a viver a vontade de Deus. 
 
Fonte: Lições Bíblicas Jovens CPAD 2º Trimestre 2023

Refutando o Ensino Progressista

    É muito provável que você já tenha ouvido algumas preleções em que há uma insistente ênfase em desconstruir postulados que sempre foram caros ao cristianismo bíblico. Em relação a isso, o apóstolo Paulo diz que estamos diante de pessoas orgulhosas, tomadas por desejo doentio por discussões a respeito de palavras, fazendo falsas acusações a respeito da piedade como uma mera fonte de lucro; trata-se, pois, de uma mente pervertida, privada da verdade (1Tm 6.3-5). 
 
    1. Reafirmando a autoridade bíblica. 
 
    Em refutação ao ensino progressista é indispensável reafirmar a doutrina da inspiração divina, verbal e plenária da inerrante Palavra de Deus (2Tm 3.16,17) e validar o princípio de Sola Scriptura instituído na Reforma, que estabelece a Bíblia como a única regra infalível e autoridade final de fé e prática. Nessa direção, Lutero advertia sobre a necessidade de distinguir entre o que foi entregue por Deus nos textos sagrados e o que foi inventado pelos homens no contexto da pesada tradição romana na Idade Média. Armínio, por sua vez, alertava que a perfeição das Escrituras é solapada quando sua verdade é negada ou reinterpretada. Desse modo, a autoridade bíblica é ratificada quando se oferece resistência à presunção das ideologias humanas em acrescentar ou retirar alguma coisa das Escrituras (Ap 22.18,19). 
 
    2. Ensinando as doutrinas bíblicas. 
 
    A Grande Comissão confiada à igreja consiste em fazer e ensinar discípulos (Mt 28.19,20). Compreende uma ordenança proclamadora e um mandato educacional. A incumbência é tanto de formação quanto de transformação de indivíduos. É responsabilidade da Igreja evangelizar o mundo e ensinar as doutrinas bíblicas (2Tm 4.2). Em vista disso, Paulo exorta a necessária dedicação ao ensino (Rm 12.7). A atividade é essencial para instruir, expor e corrigir o erro (2Tm 3.16). Essa atuação é primordial na transformação da velha natureza (Ef 4.22-24), formação do caráter cristão (Ef 4.13), resultando no genuíno crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16).
 
    3. Enfatizando a santificação. 
 
    O fortalecimento da autoridade bíblica e o aprendizado das doutrinas cristãs precisam estar atrelados a uma vida de santidade (1Pe 1.16). O verbo santificar vem do grego hagiazõ que significa “separar, purificar, consagrar”. O adjetivo “santo” é tradução do vocábulo “hagios”. Desse modo, a santificação é a operação do Espírito Santo em manter o crente separado do pecado e consagrado a Deus (Rm 12.1,2). É a continuação da obra iniciada na regeneração (Ef 1.13), quando o salvo recebe novidade de vida (2Co 5.17) e se estende até o dia da glorificação do crente (Rm 6.22). A ênfase está na obediência à Palavra de Deus (Tg 1.22), no abandono das concupiscências (1Pe 1.13,14) e numa vida de retidão moral em toda a maneira de viver (1Pe 1.15). 
 
    As Escrituras advertem que a conduta humana dos “últimos dias” é de repulsiva descaracterização da fé. A heresia progressista critica as Escrituras, promove o enfraquecimento da ortodoxia, instiga a frouxidão moral e afasta as pessoas do verdadeiro cristianismo. Contudo, a postura da Igreja não deve ser de inércia, mas de resistência a iniquidade. A defesa da fé ocorre quando os valores imutáveis e atemporais da Bíblia são exercitados pelo poder de Deus na vida diária do crente salvo (1Co 2.4,5). 
 
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre 2023

O perigo das Teorias Progressistas

    Os ensinos progressistas enfraquecem a autoridade da Bíblia. Suas heresias propagam que as Escrituras contêm erros, que Deus não é soberano e que o sobrenatural é um mito. São indiferentes à doutrina bíblica do pecado, relativizam os valores morais e defendem a necessidade de “ressignificar” a fé cristã. Por conseguinte, seus ensinos progressistas resultam na descaracterização do cristianismo bíblico. 
 
    1. A desconstrução da Bíblia. 
 
    O ensino progressista é o desdobramento do liberalismo teológico. Sua principal característica é o repúdio à inspiração e inerrância da Bíblia (2Tm 3.16). A ênfase do Progressismo repousa no antropocentrismo (homem como centro). Esse ensino produz pessoas egocêntricas e retira a convicção do pecado (2Tm 3.2). O parâmetro progressista é de reinterpretação das Escrituras para satisfazer a concupiscência humana (2Tm 4.3). Então, propaga-se um “evangelho” em que a salvação do homem ocorre por meio de uma reforma social com a relativização do pecado, da moral e da fé bíblica (Gl 1.7-10). Assim, o termo “progressista” refere-se às teorias que se distanciam do cristianismo bíblico, em especial na deturpação das doutrinas e dos valores cristãos (Fp 3.18,19; 2Pe 2.19). 
 
    2. O Teísmo aberto. 
 
    Outra corrente da teologia liberal/progressista é o ensino do teísmo aberto. Nessa teologia, Deus é limitado, não conhece o futuro em detalhes, não exerce o controle absoluto sobre o universo e nem sobre a vida humana. Afirma-se que o conhecimento divino das coisas que estão por acontecer depende das ações livres dos homens. Rejeita-se o conceito de presciência em que Deus sabe todas as coisas antecipadamente. Nessa heresia, Deus foi surpreendido pelo pecado no Éden e forçado a redesenhar a história (Gn 3.8-19). Essa ênfase extremada nas decisões do homem sacrifica a soberania de Deus, e a autolimitação divina anula o que a Bíblia ensina sobre a queda e a corrupção do gênero humano, afetando assim a doutrina da providência divina e da presença do mal moral no mundo. Logo, embora seus postulantes não reconheçam publicamente, a conclusão é bem lógica: Se Deus não é soberano, então, não faz sentido orar a Ele. 
 
    3. A Teologia da Demitologização. 
 
    Em 1958, Rudolph Bultmann propôs um programa de demitologização do texto bíblico. O mito é uma história de caráter religioso que não tem fundamento na realidade, e que se destina a transmitir um conceito de fé. Para esse teólogo alemão havia mitos na Bíblia e era preciso separá-los da verdade. Nesse pensamento, o Céu e o Inferno, a tentação, os demônios e a possessão demoníaca passam a ser vistos como mitológicos. Até a doutrina da concepção, do nascimento virginal e a promessa da vinda de Cristo são classificados como mitologia. Nessa teologia, a Bíblia só é crível se dela forem extirpados os milagres, os sinais e outras revelações sobrenaturais. Em oposição a esses disparates, ratificamos que a Bíblia é a verdade plena de Deus, atestada pelo Espírito Santo, sustentada pela história e confirmada por milhões de pessoas alcançadas pela fé em Cristo (2Pe 1.21). 
 
    As Escrituras advertem que a conduta humana dos “últimos dias” é de repulsiva descaracterização da fé. A heresia progressista critica as Escrituras, promove o enfraquecimento da ortodoxia, instiga a frouxidão moral e afasta as pessoas do verdadeiro cristianismo. Contudo, a postura da Igreja não deve ser de inércia, mas de resistência a iniquidade. A defesa da fé ocorre quando os valores imutáveis e atemporais da Bíblia são exercitados pelo poder de Deus na vida diária do crente salvo (1Co 2.4,5). 
 
Fonte: Lições Bíblicas CPAD 3º Trimestre 2023.