terça-feira, 30 de agosto de 2016

Só uma vida, que logo vai passar


Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 
(Poema por C. T. Studd

Um dia escutei duas linhas, nada mais, 
Enquanto viajava ocupado numa vida falaz; 
Aquilo, ao coração, trouxe certeza presente, 
E nunca mais sairia do pensar de minha mente; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Uma vida só, isto mesmo, apenas só uma. 
Cujas horas, fugazes, são como a bruma; 
Então estarei com o Senhor no dia previsto, 
Ali, em pé, diante do Tribunal de Cristo; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Só uma vida, ecoa uma voz no pensamento, 
Rogando: "Escolha o melhor de cada momento"; 
Insistindo que eu deixe minhas metas egoístas, 
E me apegue a Deus, em meus atos e m'ia vista. 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Só uma vida de anos breves na balança, 
Cada um com fardos, temores e esperanças; 
Todos com vasos que preciso encher, 
Do que é de Cristo, ou com o meu querer; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Quando o mundo e miragens vierem me tentar, 
E Satanás quiser de minha meta desviar; 
Quando um ego inflado quiser tomar o meu ser, 
Ajuda-me Senhor, a sempre alegre dizer: 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Dá-me, ó Pai, um só propósito eu ter, 
Na alegria ou tristeza, a Tua Palavra viver; 
Fiel e constante em qualquer tentação, 
A Ti somente eu dedicar meu serão; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Que Teu amor atice a chama de fervor, 
E me leve a fugir deste mundo vil de dor; 
Vivendo para Ti, e para Ti somente, 
O teu prazer seja minha meta frequente; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 

Só uma vida eu tenho, sim, só uma, é verdade, 
Pra poder dizer, 'Seja feita a Tua vontade'; 
E quando ouvir Teu chamado, finalmente, 
Eu possa dizer que a vivi intensamente; 
Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar.

Só uma vida, que logo vai passar 
Só o que for pra Cristo irá ficar. 
E se eu morrer, quão grande gozo terei ali, 
Se minha chama de vida foi consumida só pra Ti. 

"Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus... remindo o tempo, porque os dias são maus." 1 Co 10:31; Ef 5:16 

(Charles Studd foi um milionário britânico e famoso jogador de críquete no século 19, que gastou seus bens e sua vida servindo a Cristo na China, Índia e outros lugares. Traduzido e adaptado por Mario Persona) 

Fonte: http://belverede.blogspot.com.br/2016/08/So-uma-vida-que-logo-vai-passar-Charles-Studd-poesia-paradigma.html

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Os medos do ser humano


Por Odair José da Silva 

Muito se tem produzido ao longo do tempo sobre os medos do ser humano. Existe até uma lista dos 10 maiores medos que assombra o ser humano desde a sua origem até os dias atuais, como por exemplo, medo de altura, medo de sangue, medo de cobras, etc. Alguns dizem que o ser humano só sobreviveu na sua luta pela existência por causa do medo. Quando observamos atentamente esse detalhe não podemos deixar de perceber que realmente o medo pode ter ajudado o ser humano a desenvolver o seu senso de cuidados e proteção. Mas, percebemos também que o medo é causador de muitos males que desafiam o ser humano. Existem diversos tipos de medo que perturbam o ser humano ao longo do tempo. Quero tecer uma análise sobre alguns desses medos e a solução que só pode ser encontrada em Deus.

Medo do insucesso. Uma das características do ser humano é lutar pelo seu sucesso. O mundo capitalista que o diga. O mercado exige pessoas que almejam o sucesso e que luta por ele o tempo todo. Mas, nem todo mundo pode chegar ao topo. E, pelo fato de aumentar a concorrência o medo do insucesso é um dos males do mundo moderno. Isso é uma característica do mundo. Não pode ser uma característica do crente que serve a Deus. A falta de fé em Deus faz com que o crente seja dominado pelo medo de fracassar. Precisamos confiar no Senhor. Precisamos depositar em seus braços a nossa confiança de que Ele é Deus e sabe o que é melhor para cada um de nós. Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele e Ele tudo fará. Eis o mandamento bíblico de que devemos tomar posse. O sucesso que buscamos, seja ele na vida profissional, acadêmica, ministerial ou pessoal só vai ser sucesso se estiver de acordo com a vontade de Deus. O sucesso sem Deus é fracasso!

Medo da morte. Com o aumento assustador da violência e insegurança do mundo moderno o medo da morte tem sido uma constante na vida das pessoas. Quase ninguém mais tem a confiança de sair de casa de manhã e saber que nada de mal irá acontecer. Acidentes, na maioria das vezes por imprudência, assaltos, crimes e outros males assolam as pessoas por onde anda. Uma bala perdida, uma briga de trânsito e mais uma vida que se foi para a eternidade. Há um pavor crescente na sociedade. Mas, o crente não pode temer a morte. E a razão de não temê-la está no fato de Jesus a ter vencido na cruz do Calvário. Ele venceu a morte e nos garante a vitória também. Apenas creiamos no seu poder. Corremos perigo nesta vida, mas temos o consolo de que, se acontecer algo com algum de nós, seremos recebido pelo Senhor no descanso eterno. Não devemos temer a morte. O verdadeiro crente não fica assombrado. Mas confia inteiramente nos propósitos de Deus.

Medo do futuro. Por mais que a ciência se multiplica e o ser humano consegue evoluir em muitos aspectos ainda não se pode saber o que acontecerá amanhã. E o futuro é um sonho para o ser humano. Crise política, econômica e moral perturbam e tiram o sono de muitas pessoas. Quais as previsões para o futuro do planeta? Algumas especulações são debatidas pelas grandes nações, mas não se pode saber com precisão o que acontecerá no futuro. E isso causa medo. No entanto, o cristão não deve temer o futuro e sim confiar em Deus. Pois Ele conhece o fim desde o início. O Senhor Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e será eternamente. Ele nos garante um futuro glorioso. Por isso, o crente não deve temer o futuro. Jesus recomenda que não fiquemos ansiosos com o amanhã, mas que confiemos nEle. A Bíblia afirma que os projetos humanos são falíveis e, por esse motivo, devemos confiar mais em Deus e deixar que Ele nos ajude a caminhar. Devemos planejar o nosso futuro dentro da orientação de Deus e evitar a ansiedade. O medo deve curvar-se ante a fé genuína no Senhor. Eis o segredo para uma vida vitoriosa.

A Bíblia nos revela no Salmo 37.25 que o crente fiel jamais será desamparado pelo Senhor. Por isso devemos confiar na sua providência e caminhar nos seus propósitos, pois fazendo isso seremos vitoriosos em nossa jornada. Seguindo a orientação de Deus não temeremos o insucesso, nem a morte e muito menos o futuro porque sabemos que o melhor de Deus para as nossas vidas ainda está por vir. O Senhor cuida de nós como a menina de seus olhos. Ele está com suas mãos estendidas para nos proteger de todo mal. Louvado seja o nome do Senhor!

Texto: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Como vencer o medo


"Na caridade, não há temor; antes, a perfeita caridade lança fora o temor" (1 Jo 4.18a).

Medo: Sentimento de inquietação, pavor ou assombro ante a noção de um perigo real ou imaginário. 

"Medo" é o sentimento que melhor caracteriza o presente século. Os homens vivem inquietos, sem paz e desesperados por causa da insegurança do mundo (Sl 27.1-3;121;124). As fobias cada vez mais se multiplicam em razão do estresse e da angústia provocados pela desorganização da vida moderna (Mt 10.28;30,31; Lc 21.26; Jo 16.33). O que fazer? Como lidar com essa situação? Só Cristo pode livrar-nos do medo e de seus maléficos efeitos.

1. Faça a vontade de Deus. O crente que vive segundo a vontade de Deus, dorme em paz mesmo diante de grande tensão (Sl 3.1-5; Pv 3.24). Sua tranqüilidade se baseia na certeza de que o Senhor agirá em seu favor: "O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra" (Sl 34.7). Ler Sl 3.6; 23.4; Lc 21.18.

2. Busque a presença do Senhor. Em toda parte há crentes que moram em cidades violentas ou ameaçadas por catástrofes. "As famílias constroem suas casas e as sentinelas guardam as cidades, mas ambas as atividades são inúteis se o Senhor não estiver presente" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal). "Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela..." (Sl 127.1; 27.1-3).

3. Busque o refúgio do Senhor. A humanidade está mergulhada no medo porque o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19). Todavia, não há razão para o crente temer. Deus preserva os que são seus (Gn 7; Sl 3). Os que se refugiam em Deus, descansam em segurança (Sl 91).

A vitória sobre o medo está no amor. Por amar a Deus, grandes cristãos do passado não temeram pela própria vida. A Bíblia diz que no amor não existe medo, ao contrário, o perfeito amor lança fora o medo (1 Jo 4.18). Amemos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, e Ele nos guardará de todo mal e temor. Ler Lc 8.50; 12.7,32.

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2008/2008_03_03.htm

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Davi - As vitórias e as derrotas de um homem de Deus



“E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (At 13.22).

O que tornou Davi um homem segundo o coração de Deus? O que o distinguiu dos demais monarcas a ponto de sua vida servir de referencial para avaliar todos quantos vieram depois dele? Constantemente, encontramos expressões que classificam os reis como os que governaram bem porque andaram no “caminho de Davi” (2 Rs 22.2); e os que governaram mal, pois não fizeram o que era reto aos olhos do Senhor, “como Davi” (2 Cr 28.1). Acreditamos que há indicações nas Escrituras que nos permitem identificar alguns traços do caráter de Davi, que levaram-no a ser considerado pelo próprio Deus um homem segundo o coração dEle. Podemos aprender algumas lições na vida desse servo de Deus.

1. Davi serviu voluntariamente a sua geração. O texto de Atos 13.36 na versão atualizada traz a seguinte redação: “Porque, na verdade, tendo Davi servido à sua própria geração, conforme o desígnio de Deus, adormeceu, foi para junto de seus pais e viu corrupção”. Paulo faz uma importante afirmação sobre Davi quando diz que ele viveu para servir. Nessa declaração observamos o segundo monarca de Israel sendo um ajudador do povo, e não o contrário. O povo era o ator principal e Davi, o coadjuvante. Talvez isso nos surpreenda pelo fato de estarmos tão acostumados a contemplar, muitas vezes, os líderes sendo servidos e nunca servindo. Entretanto, a mensagem que resume bem o coração da Bíblia pode ser sintetizada na palavra “servir”. Servir foi a missão do filho de Deus (Mt 20.28) e também a de seu ancestral humano, Davi.

2. Davi serviu a Deus com propósito. Há outro fato sobre Davi registrado no texto de Atos 13.22 que merece a nossa reflexão: “Achei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que fará toda a minha vontade”. Essa Escritura é digna de uma atenção especial porque é o próprio Deus que dá testemunho de Davi. É Ele quem declara que encontrou Davi e que este fará toda a sua vontade. Este rei serviu a sua geração, no entanto, o seu servir foi segundo a vontade de Deus. Davi viveu para o Eterno e, consequentemente, viveu também para os outros. A vontade de Deus aparece aqui como “o que se tem determinado e que será feito”. Este homem, com seu coração de servo, realizou aquilo que o Senhor esperava. Ele serviu à sua geração e, assim, pagou a dívida moral e política que tinha com esta. Todos nós, de alguma forma, somos devedores à geração que pertencemos. Por isso, é importante discernirmos o que o Senhor está pedindo de nós.

3. O menor na casa de Jessé se tornou o maior em Israel. Segundo os melhores intérpretes, Davi deveria ter entre 15 a 20 anos na época em que foi ungido por Samuel como o futuro sucessor de Saul. Nessa ocasião, ele por certo não sabia da grandeza de que agora desfrutava como rei. Sem dúvida isso mostra a grande fé que Davi demonstrou no Senhor e nas suas promessas. Do ponto de vista humano, o futuro era distante e incerto, já que Deus não lhe antecipara os detalhes da sua unção (1 Sm 16.11; 17.14,28).

4. O pequeno pastor que realizou proezas com o poder da fé. A fé de Davi o transformou em um grande homem. De fato, é a fé que está por trás de cada uma das suas ações. Uma das primeiras demonstrações públicas dessa confiança é quando ele enfrenta o gigante filisteu. A cena mais impressionante do combate é quando a Bíblia afirma que, “levantando-se o filisteu e indo encontrar-se com Davi, apressou-se Davi e correu ao combate, a encontrar-se com o filisteu” (1 Sm 17.48). Apesar de já termos visto em detalhes esse duelo, vale a pena relembrar que aos olhos naturais isso parecia uma corrida rumo ao suicídio, porém, na perspectiva de fé do jovem pastor, era a corrida da vitória.

5. Quando buscou reconciliação com o Senhor. Davi era um homem de diálogo e pronto tanto para perdoar como para se humilhar. Sem dúvida essa era uma de suas maiores virtudes (Sl 34.18). Davi era um homem de temperamento forte, mas também de coração quebrantado. Podemos demonstrar isso com apenas dois fatos. O caso ocorrido com Bate-Seba, esposa de Urias (2 Sm 11-12), e o incidente do censo (1 Cr 21). No primeiro e mais dramático caso, observamos Davi reconhecendo o seu erro e obtendo como resposta do profeta a garantia do perdão de Deus. No Salmo 51, toda a sua interioridade é derramada diante de Deus. Somente um homem realmente arrependido e com um coração quebrantado faz uma oração tão pura e sincera como a descrita naquele texto. O caso do censo é relatado na Bíblia como algo que “pareceu mal aos olhos de Deus” (1 Cr 21.7). Sendo cabeça do povo, o ato de Davi trouxe consequências terríveis para a nação, provocando a morte de milhares de pessoas por meio de uma praga enviada por Deus. Tão logo se deu conta do mal causado, Davi quebranta-se mais uma vez diante do Senhor: “E disse Davi a Deus: Não sou eu o que disse que se contasse o povo? E eu mesmo sou o que pequei e fiz muito mal; mas estas ovelhas que fizeram? Ah! SENHOR, meu Deus, seja a tua mão contra mim e contra a casa de meu pai e não para castigo de teu povo” (1 Cr 21.17).

6. Quando buscou reconciliação com o próximo. Pelo menos em duas situações específicas, Davi demonstra ser um homem disposto a construir relacionamentos. Primeiramente perdoando a Saul quando este o perseguia para matá-lo, e depois quando foi procurado no deserto por Abigail, esposa de Nabal, o carmelita (1 Sm 25). Quanto a Saul, como já vimos, seu ódio e fúria em relação a Davi não tinha apenas uma origem humana, mas também diabólica (1 Sm 18.10-12). No caso de Nabal, sua falta de cordialidade, diplomacia e bom senso, indignaram a Davi, que estava disposto a cometer uma chacina (1 Sm 25.13-17). Mesmo estando preparado para cumprir seu intento, Davi recebe Abigail, mulher de Nabal, que, por meio do diálogo, o convence de não executá-lo (1 Sm 25.18-35).

Davi foi o homem segundo o coração de Deus, no entanto, como aprendemos, isso não significa que fosse isento de falhas ou imune ao pecado. Ele teve seus acertos, mas também seus erros. Os aspectos do caráter de Davi revelados nas Escrituras tornaram-no muito mais que um rei. Eles o transformaram em um líder-servo, um homem segundo o coração de Deus, que até hoje ilustra as histórias bíblicas para as crianças, inspira vocações e serve de referencial para nós, adultos.

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2009/2009_04_13.htm

sábado, 20 de agosto de 2016

Assembleianos limparam cemitério cantando


 Quatipuru - PA
Por Izaque Barbosa

A história assembleiana é marcada por humilhações de todas as formas. Nossos pioneiros foram severamente perseguidos pelas autoridades e por aqueles que sempre se sentiram serem os donos de tudo e de todos. A perseguição à fé pentecostal é um tema que tenho me dedicado a explorar desde que me dediquei às pesquisas para conhecer as origens de nossa fé pentecostal na grande região do sudoeste mato-grossense.

Tenho encontrado fragmentos da nossa história assembleiana que revelam o quanto o nosso povo sofreu perseguições desde o início dos primeiros cultos pentecostais em Belém do Pará. Jamais podemos nutrir o ódio contra os nossos antigos agressores nem os que perseguem nesta era pós-moderna. Sempre devemos ter em mente as poderosas palavras de nosso Mestre Amado: "Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus". Mateus 5.10. Contudo o passado nos serve como fonte para reflexões e novas tomada de decisões no tempo presente.

Um fragmento da história das perseguições remonta ao ano de 1913 quando a Igreja Assembleia de Deus de Quatipuru – PA sofreu uma grandiosa humilhação. Homens, mulheres e crianças da igreja fundada por Daniel Berg foram obrigados pelas autoridades a limparem o cemitério da cidade e o fizeram cantando cheios do Espírito Santo. Os relatos foram feitos pelo seu biógrafo no livro “Enviado por Deus” publicado pela CPAD. Nesta obra o biógrafo David Berg assim expressou:

“Assim que terminaram de cantar o último hino, o chefe de polícia foi à frente. Pediu silêncio e ordenou aos presentes que permanecessem em seus lugares, onde iam formar em filas, para em seguida se dirigirem à delegacia de polícia. Daniel perguntou de que exatamente estavam sendo acusados, mas disseram-lhe que somente ficariam sabendo na chegada. Não havia escolha. A ordem tinha de ser obedecida. Logo uma longa fila de crentes era vista marchando pelas ruas rumo à delegacia, a cantar louvores a Deus e a adorar o seu nome. Por onde quer que passavam, apareciam pessoas atônitas nas janelas. Algumas abriram-nas para melhor ouvir as músicas que estavam sendo cantadas. Outras os acompanhavam meio a distância para saber o que estava acontecendo. A casa de detenção encheu-se de irmãos orando e cantarolando. O maravilhoso culto que havia sido realizado na igreja teve continuidade ali, e alguns irmãos foram até batizados com o Espírito Santo. Apesar de há muito tempo estarem sem dormir, não sentiam sono, fome ou cansaço. (David Berg 1995, p. 148)

A ordem para prenderem os assembleianos foi dada por um senhor rico e poderoso chamado Leandro. Ele e seu irmão detinham toda a influência sobre as autoridades da grande região. Berg prossegue:

Leandro ordenou ao chefe de polícia que os processasse por perturbação da ordem e os encaminhasse ao cemitério da cidade, onde receberiam novas instruções. A intenção de Leandro era assustá-los' Olhou para os crentes e viu o quanto estavam amontoados. As mães abraçavam seus filhos cada vez mais para perto de si'. (p. 149)

Foram humilhados perante a população quatipuruense, porém eles deixaram o cemitério muito bem limpo. Apesar de tudo o nosso Deus os abençoou fortalecendo-os com seu Santo Espírito. Berg faz uma observação do direito sobre o fato:

Não havia sido registrada nenhuma queixa contra eles. Não podiam ser acusados de rebelião, pois não haviam induzido, nem obrigado ninguém a segui-los. Pelo contrário, muitos dos que estavam ali haviam se juntado a eles de livre e espontânea vontade, assim que perceberam a felicidade, gozo e convicção que reinava entre eles. (p. 150)

Esse fragmento da história assembleiana merece ser ainda detalhadamente estudado e comparado com a atual situação em que vivemos hoje, sob a emergente volta àqueles tempos de humilhação, vergonha e intimidação social que os primeiros assembleianos sofreram.

E não foi somente em Quatipuru que isso aconteceu: onde brilhou a chama pentecostal houveram perseguições das mais veladas às mais brutais. Em Cáceres temos vários capítulos de perseguições aos assembleianos a partir de 1952. Podemos enumerar alguns:

1 - A gritaria na porta da Igreja no salão da Rua General Osório. Tentativas de vadios organizados por alguns líderes católicos para atrapalhar as orações e louvores a Deus.

2 - As bombas lançadas debaixo da porta da igreja (os cultos de oração eram de portas fechadas por causa das perseguições) estouravam nos pés dos irmãos e irmãs provocando lesões. Ninguém foi responsabilizado na época.

3 - A tentativa de impedimento em 1958 da compra do terreno da Rua Seis de Outubro de propriedade do Dr. Francisco Eduardo Rangel Torres. Esse homem foi um grande amigo da Assembleia de Deus e do Pastor Benedito da Silva. Na época as autoridades católicas queriam proibi-lo de vender o terreno para a igreja. Contudo, o doutor na sua mais correta acepção do Direito Privado compreendeu que deveria fazê-lo sem cerceamento algum de sua liberdade civil. Bravo! Hoje nossa igreja está localizada, em bem localizada, no centro da cidade de Cáceres. Graças primeiramente a Deus e a tenacidade do nosso grande e saudoso pioneiro: Pastor Benedito da Silva.

4 - A tentativa de assassinato do Pastor Benedito e um de seus cooperadores quando se dirigiam de bicicleta à uma antiga fazenda (hoje Fazenda Grendene) para dirigir um culto na casa de um dos irmãos que lá moravam. Deus milagrosamente os livrou, impedindo os criminosos de vê-los e nem de ouvi-los passar.

5 - A acusação de que a igreja receptou objetos furtados. Isso aconteceu na época em que em Cáceres existiam apenas duas máquinas de escrever da mesma marca. Uma era de propriedade da Prefeitura Municipal e a outra da Igreja Assembleia de Deus. A máquina da Prefeitura fora furtada e alguém viu uma idêntica na Igreja e informou aos responsáveis da Prefeitura que ela estava lá. Imediatamente mandaram o delegado prendê-la e processar o pastor Benedito. Porém, o delegado não foi sábio e o acusou de roubo ao ver a máquina na igreja. Pastor Benedito que era muito prudente havia guardado a Nota Fiscal de aquisição e de pronto apresentou-a. O delegado envergonhado pediu-lhe desculpas, achando que ficaria assim só. O que ele ouviu não foi um: "tudo bem, tá desculpado doutor". Não, ele ouviu foi uma enorme repreensão diante de seus subordinados que saiu envergonhado e com a orelha ardendo. Teve que sair curvado diante da autoridade do homem de Deus.

São tantas histórias de perseguições que esse post é pequeno para tanto, porém em outros posts podemos apresentar mais algumas. O propósito destas reflexões é para que todos saibam o quanto a família assembleiana foi e é perseguida na atualidade, e também para que reflitamos, e da mesma forma como o nosso pioneiro, dar as respostas com autoridade inerente à nossa cidadania àqueles que nos perseguem.

Nestes tempos difíceis precisamos conhecer um pouco da história da nossa dor assembleiana e do quanto queríamos expressar o que guardamos em nosso coração desde nossos pais até o dia de hoje. Cirilo Alves Barbosa, meu saudoso e caríssimo pai, também foi alvo de inúmeras perseguições por pregar o evangelho pentecostal, mas ele foi fiel até o fim e triunfou ao ver a liberdade de crença estampada na nossa Carta Magna - a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. De posse dessa lei ele pregou sem medo até o dia de sua partida para o céu e se tornou um dos herois da pregação pentecostal por meio do velho alto-falantes.

Assembleianos, é imprescindível para que não sejamos envergonhados e humilhados como os assembleianos de Quatipuru em 1913, que tomemos posse dos direitos inerentes à nossa cidadania garantida nas leis nacionais e internacionais. Precisamos evidenciá-la a todo o custo e reclamar que a nossa liberdade seja respeitada.

Texto: Izaque Barbosa.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Os mitos da religião



“Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5).

Evangelizar os religiosos é um dos maiores desafios da Igreja de Cristo no século XXI. Ao contrário do que supunham os racionalistas, o sentimento religioso do ser humano não foi destruído pelo avanço da ciência. Hoje, pessoas de todas as classes sociais continuam a procurar refúgio na religião. Nessa busca, milhões de almas famintas deixam-se enredar por guias inescrupulosos, demônios e falsos deuses.

Falar de Cristo aos religiosos também é nossa missão. No Brasil, deparamo-nos com estes grupos altamente desafiadores e prioritários: católicos, espíritas, judeus, muçulmanos, ateus e desviados. Com base na ação evangelística de Cristo, veremos como falar da verdadeira religião aos religiosos.

Genericamente, a religião é definida como um sistema doutrinário e litúrgico, que facilita o acesso do ser humano a Deus. A partir desse conceito, foram criados três mitos que barram o acesso do pecador ao céu.

1. Mito um: todas as religiões são boas. Não podemos afirmar que todas as religiões são boas. Vejamos, por exemplo, o caso de Moloque. Em sua adoração, os amonitas queimavam suas criancinhas (Lv 18.21; Jr 32.35). E, no culto a Baal-Peor, divindade venerada pelos midianitas e moabitas, os desregramentos sexuais não tinham limites (Os 9.10). A prática de tais abominações levaram o Senhor a castigar severamente a Israel (Nm 25). Vê-se, pois, que nem todas as religiões são boas.

2. Mito dois: todas as religiões levam a Deus. Com base nos casos mencionados no tópico anterior, como podemos alegar que todas as religiões levam a Deus? No tempo de Paulo, a civilização greco-latina dava-se ao culto aos demônios (1Co 10.20,21). Hoje, não é diferente. Muitos são os que sacrificam animais e víveres aos ídolos. E, nos últimos dias, a humanidade adorará a Besta, o Falso Profeta e o Dragão (Ap 13.4). Tais religiões não conduzem o homem a Deus. Muitos, declaradamente, prestam culto a Satanás.

3. Mito três: nenhuma religião é verdadeira. Tiago afirma que a religião pura e imaculada é visitar os órfãos e viúvas em suas necessidade (Tg 1.27). Por conseguinte, não podemos nivelar, por baixo, a religião que nos foi concedida pelo Senhor, por meio de seus santos profetas e apóstolos.

Receber a Jesus como Único e Suficiente Salvador não faz da pessoa um religioso, mas sim alguém que foi transformado pela misericórdia divina.

“Há uma crença comum de que todas as religiões basicamente contêm a mesma verdade, embora se apresentem de maneiras distintas. Esse é o conceito de que ‘Deus, mesmo quando chamado por outro nome, é ainda Deus’. Deus habita no topo de uma enorme montanha, e todas as religiões e sistemas de crenças do mundo são como caminhos distintos que nos levam ao topo. Como todos os caminhos, por fim, levam ao cume, assim todas as religiões também levam a Deus.

Há apenas um problema com esse pensamento: todas as religiões não podem ser verdadeiras. Como podemos ter tanta certeza? Porque todas as religiões são diferentes e, em vários pontos, mutuamente exclusivas. Em vez de dizer que todas as religiões são verdadeiras, seria mais razoável acreditar todas são falsas, ou que apenas uma delas é verdadeira, e as outras, falsas.

Neste ponto, você pode estar imaginando: ‘Mas será que todas as religiões não contêm uma verdade?’. Correto. Mas, isso não significa que toda religião é verdadeira. Como gostamos de dizer: Há verdade em tudo, mas nem tudo é verdade” (BRUCE, Bickel; JANTZ, Stan. Guia de Seitas e Religiões: Uma visão panorâmica. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2012, pp.11,12). Fonte:

http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2016/2016-03-08.htm

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

O que acontece depois da morte?


Dentro da fé cristã, há uma quantidade significativa de confusão sobre o que acontece após a morte. Alguns sustentam que após a morte, todos "dormem" até o julgamento final, após o qual todo mundo vai ser enviado para o céu ou inferno. Outros acreditam que no momento da morte, as pessoas são imediatamente julgadas e enviadas aos seus destinos eternos. Outros ainda afirmam que quando as pessoas morrem, suas almas/espíritos são enviados a um paraíso ou inferno "temporários" para aguardar a ressurreição final, o julgamento final e, em seguida, a conclusão do seu destino eterno. Então, o que exatamente a Bíblia diz que acontece depois da morte?

Em primeiro lugar, para o crente em Jesus Cristo, a Bíblia nos diz que após a morte as almas/espíritos dos crentes são levados para o céu porque os seus pecados foram perdoados por terem recebido a Cristo como Salvador (João 3:16, 18, 36). Para os crentes, a morte é "deixar o corpo e habitar com o Senhor" (2 Coríntios 5:6-8; Filipenses 1:23). No entanto, passagens como 1 Coríntios 15: 50-54 e 1 Tessalonicenses 4: 13-17 descrevem os crentes sendo ressuscitados e tendo corpos glorificados. Se os crentes ficarão com Cristo imediatamente após a morte, qual é o propósito desta ressurreição? Parece que, embora as almas/espíritos dos crentes estejam com Cristo imediatamente após a morte, o corpo físico permanece na sepultura "dormindo". Na ressurreição dos crentes, o corpo físico é ressuscitado e glorificado e, em seguida, reúne-se com a alma/espírito. Este reunião do corpo-alma-espírito glorificados será a posse dos crentes por toda a eternidade nos novos céus e nova terra (Apocalipse 21-22).

Em segundo lugar, para aqueles que não recebem a Jesus Cristo como Salvador, a morte significa punição eterna. No entanto, semelhante ao destino dos crentes, os descrentes também parecem ser enviados imediatamente para um local de armazenamento temporário a fim de aguardar a sua ressurreição e julgamento finais, assim como o seu destino eterno. Lucas 16:22-23 descreve um homem rico que está sendo atormentado imediatamente após a morte. Apocalipse 20: 11-15 descreve todos os descrentes mortos ressuscitando, sendo julgados no grande trono branco e, em seguida, sendo lançados no lago de fogo. Os incrédulos, então, não são enviados para o inferno (lago de fogo) imediatamente após a morte, mas a um reino temporário de julgamento e condenação. No entanto, embora os incrédulos não sejam imediatamente enviados ao lago de fogo, o seu destino imediato após a morte não é agradável. O homem rico gritou: "estou atormentado nesta chama" (Lucas 16:24).

Portanto, após a morte, uma pessoa reside em um paraíso ou inferno "temporário". Após este reino temporário, na ressurreição final, o destino eterno de uma pessoa não vai mudar. O "local" preciso desse destino eterno é o que muda. Os crentes, no fim das contas, terão acesso à entrada nos novos céus e nova terra (Apocalipse 21: 1). Os incrédulos serão finalmente enviados ao lago de fogo (Apocalipse 20: 11-15). Estes são os destinos finais e eternos de todas as pessoas - com base inteiramente em sua decisão de confiar em Jesus Cristo para a salvação ou não (Mateus 25:46; João 3:36).

Fonte: http://www.gotquestions.org/Portugues/

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Lições da vitória de Davi sobre Golias



"Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado" (1 Sm 17.45).

O desafio de Davi a Golias, o gigante filisteu, representa a luta espiritual que o crente trava com o mundo, a carne e o Diabo. Quem lê o capítulo 17 de 1 Samuel, principalmente os versículos 31 a 50, observa que Davi, ao enfrentar o gigante filisteu, estava cônscio de que aquele combate não era somente físico, mas também espiritual. Todo crente fiel enfrenta essa luta contra os poderes do inferno (Mt 16.18; Ef 6.10-18). A vitória de Davi sobre Golias aponta para a nossa vitória diária na vida cristã através do Filho de Davi, Jesus Cristo, que venceu por nós (2 Co 2.14; Rm 8.37).

1. Davi venceu porque estava sob a direção e autoridade de Deus. Nos dias do patriarca Abraão, Deus firmou uma aliança com ele (Gn 12.1-3; 17.1-11). Essa aliança, o Senhor a confirmou com os descendentes de Abraão: Isaque (Gn 26.3,4) e Jacó (Gn 28.13,14). Herdeiro dessas alianças de Deus com seu povo, Davi sabia que estava sob a proteção do Senhor (2 Sm 7.15,16). Assim, a indignação de Davi não consistia meramente no fato de que Golias estava desafiando os soldados do exército do Povo Escolhido, mas o próprio Deus dos Exércitos de Israel (1 Sm 17.45). O homem segundo o coração de Deus estava convicto de que, assim como havia um exército humano comandado por Saul, existia um exército celestial comandado pelo Senhor! Na realidade, a vitória de Davi está diretamente relacionada à autoridade espiritual da qual ele estava investido. Ele não lutava em seu próprio nome, mas no nome do Deus de Israel que estava sendo afrontado (1 Sm 17.45). A Bíblia declara que "as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas" (2 Co 10.4). Tal como Davi, o crente é um soldado cristão e jamais deve esquecer que não está lutando contra o sangue e a carne, mas contra os principados e potestades (Ef 6.12), e que, por isso, deve estar sempre revestido de toda a armadura de Deus (Ef 6.11).

2. Davi venceu porque teve fé e confiança em Deus. Quando Saul quis saber como o jovem Davi poderia enfrentar o gigante, ele relatou que já havia matado um leão e um urso, que tinham atacado o seu rebanho (1 Sm 17.34-37). Se ele pôde destruir aqueles animais ferozes, da mesma forma poderia derrotar o gigante filisteu. Quem tem fé e confiança no Senhor costuma ver as coisas por outro ângulo, e foi o que Davi demonstrou ali. Sua confiança em Deus era tão grande e evidente, que logo convenceu tanto Saul como o comandante do seu exército. Só Deus faz estas coisas. Não é sem razão que Davi é um dos componentes da galeria dos heróis da fé (Hb 11.32). Sempre que a fé está presente, as leis da lógica formal são anuladas. A fé em Deus faz o menor vencer o maior; uma guerra ser vencida sem luta (2 Cr 20.17); a fraqueza virar força (Hb 11.34); e a alegria prevalecer no sofrimento, pois a fé pode crer mesmo contra a esperança (Rm 4.18); ela contempla como existentes coisas que ainda não existem (Hb 11.1). Davi estava tomado por essa fé em Deus, por isso, derrotou o gigante filisteu.

A vitória de Davi sobre Golias é sem dúvida alguma um grande divisor de águas na história da nação hebraica. De um simples e pequeno pastor desconhecido, Davi passa a ser uma figura-chave na construção da monarquia de Israel. Tudo isso graças à sua coragem e fé ousada na ocasião em que não temeu o enfrentamento com um inimigo aparentemente invencível. Fica para nós a lição de que nenhum gigante é imbatível, quando o combatemos confiando plenamente no Senhor.

Fonte: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2009/2009_04_02.htm

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor


Por Odair José da Silva

Uma das recomendações bíblicas que acho mais importante diz respeito em conhecer o Senhor nosso Deus. O apóstolo Pedro nos diz em sua segunda epístola dizendo: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”. 2 Pedro 3. 18. Essa recomendação não é por acaso. É um alerta para que possamos nos aproximar de Deus a cada dia. O profeta Oséias, inspirado por Deus, dá essa mesma advertência para o povo de Deus dizendo: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Oséias 6.3.

O verdadeiro conhecimento de Deus é essencialmente comunhão, fé, obediência e adoração, vivendo humildemente na dependência de Deus. Como eu posso ter comunhão com Deus? Se eu o conhecer. Na verdade, se eu procurar conhecê-lo vou aprender a andar em seus preceitos e, dessa forma, terei comunhão com Ele. Quantas pessoas estão agindo de forma errada. Querem ter uma comunhão com Deus, mas não querem obedecer aos seus mandamentos. Como isso pode ser possível? “Andarão dois juntos se não estiverem de acordo?” De forma nenhuma!

Conhecer ao Senhor trata-se de um relacionamento pessoal com Deus. Crescer na graça e no conhecimento é envolver-se com os propósitos de Deus para as nossas vidas. É deixá-lo conduzir os nossos planos e efetuar a sua vontade. Precisamos saber que Deus tem o controle de todas as coisas. Que Ele nos conhece antes mesmo de nascermos e que Ele sempre tem o melhor para as nossas vidas. Isso fala de fé. Eu preciso crer nisso. Eu preciso acreditar. Sem fé é impossível agradar a Deus. “Porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam”. Hebreus 11.6.

Quando eu passo a ter esse entendimento então eu creio na existência de um Deus pessoal, infinito e santo, que tem cuidado de mim. Precisamos crer nisso. A humanidade tem se afastado de Deus ao longo dos séculos e procurado satisfazer seus próprios desejos distante de Deus. Mas, o que vemos é o aumento da ansiedade humana e o caos constituído.

Conhecer ao Senhor é adorar o seu santo nome e exaltar a maravilha da sua salvação. Através de Jesus Cristo podemos nos aproximar de Deus. O véu da separação foi rasgado e Jesus Cristo é o nosso sumo sacerdote. Ele intercede por cada um de nós junto ao pai e através dEle podemos alcançar a salvação. Portanto, meus amados, conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor.

Texto: Odair José, o Poeta Cacerense

sábado, 6 de agosto de 2016

Lutero - O homem certo na hora certa


Por Odair José da Silva

“E, vendo o Senhor que se virava para lá a ver, bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui.” Êxodo 3.4.

“Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel.” Atos 9.15.

Em dois momentos cruciais da história do povo de Deus vemos o Senhor escolhendo um homem para fazer a diferença. Quando o povo era escravo no Egito, Deus chama Moisés. E através dele realiza uma história épica com o livramento do povo de Deus da escravidão do Egito para a terra prometida. Moisés fez a diferença porque era o homem certo na hora certa. O mesmo aconteceu com o apóstolo Paulo. Quando o Senhor precisou de um homem para expandir os ideais do cristianismo ele escolheu Paulo e o capacitou para fazer uma obra extraordinária. Era o homem certo na hora certa.

Mas, não apenas esses dois homens fizeram a diferença no seu tempo. Poderíamos estender essa lista e citar outros nomes. Homens que se colocaram na brecha. Que não mediram esforços para realizar o serviço do Senhor. E a lista seria enorme. Por isso quero falar de outro homem certo na hora certa: Martinho Lutero.

Em 31 de outubro de 1517, Lutero, que era monge, afixou na porta da catedral de Wittemberg, na Alemanha, as 95 teses contra a Igreja Católica. A iniciativa de Lutero é tida como decisiva para o fim do monopólio que a Igreja Católica exercia sobre os cristãos. Em poucos anos, como diria o historiador Lucien Febvre, Lutero deixava de ser um homem de importância provinciana, para se tornar uma figura européia. Mas, quem foi Lutero e qual a importância dele para os propósitos de Deus?

Martinho Lutero, monge agostiniano e destacado teólogo, mostrava-se particularmente envolvido com o tema da salvação. Buscava compreender o ensinamento da Igreja de que a salvação dependia da fé, das obras e da graça. As práticas defendidas pela Igreja para se obter a salvação – as boas ações, as orações, o jejum, as peregrinações, a missa e os outros sacramentos – jamais haviam convencido Lutero. O conceito de salvação pela fé parecia responder à sua busca espiritual.

A fé, dada gratuitamente por Deus através de Cristo, proporcionaria a salvação. Com base nisso, Lutero concluiu que, por mais numerosas e necessárias que fossem, as boas obras não trariam a salvação. A Igreja pregava que, após a morte, havia três destinos possíveis para as almas: o Céu, o Inferno e, para aqueles que ainda não estavam prontos para entrar no Céu e tampouco mereciam o Inferno, o Purgatório. As pessoas temiam o purgatório, pois se preocupavam com o tempo que poderiam ter de passar nessa zona de espera.

A esse temor a Igreja respondia com as indulgências, que eram oferecidas como garantia de redução desse tempo. Eram concedidas aos que oravam, compareciam à missa e realizavam boas obras, incluindo doações de dinheiro à igreja. Os críticos dessa prática – dentre eles Lutero – percebiam que as doações na verdade sinalizavam para a tentativa de “compra” da entrada no Céu. Usado por Deus, ele se colocou contra essa prática mesmo sabendo que corria sério risco de parar nas fogueiras da Inquisição. Ao saber da ação de Lutero, o papa exigiu que ele desmentisse publicamente tudo o que havia dito em suas teses. Lutero recusou-se e rompeu com a Igreja de Roma. A tentativa de puni-lo provocou o protesto dos nobres que apoiavam a Reforma. Por essa razão, os seguidores de Lutero ficaram conhecidos como protestantes. Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, tornando a sua leitura possível para todos os alfabetizados. Dessa forma, divulgou sua convicção de que somente a fé aproximava os homens de Deus. Além disso, aboliu o clero e negou a infalibilidade do papa.
É importante saber: se Lutero tivesse se revoltado contra a Igreja Católica um século antes, possivelmente teria sido queimado numa fogueira, como ocorreu com outros que o fizeram. No momento em que Lutero se revoltou, o descontentamento com as atitudes da Igreja era grande e havia pessoas poderosas – reis e príncipes – dispostas a romper com aquela instituição e a proteger quem o fizesse. É aqui que vemos o propósito de Deus na vida de Lutero. Um homem certo na hora certa.

Quem sabe você tenha, até hoje, pensado que não é ninguém nesse vasto universo. Mas, quero que saiba que Deus tem um propósito para a sua vida e que você foi chamado para fazer a diferença. Quem sabe não uma obra gigantesca como Moisés, Paulo ou Lutero. Mas, um pequeno trabalho junto a sua família, seus amigos ou pessoas a sua volta. Descubra o que Deus tem reservado para você e faça a diferença nesse mundo. Você é a pessoa certa na hora certa.

Texto: Odair José, o Poeta Cacerense

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Ateísmo: um suicídio intelectual


Por Gabriel Reis 

Cornelius Van Til foi um proeminente filósofo cristão do século XX. Ele é mais conhecido por sua defesa de um método apologético (defesa da fé) chamado de pressuposicionalismo. Para Van Til, o apologista cristão, ao invés de ignorar os pressupostos do incrédulo que norteiam a sua cosmovisão, ele deve expô-los e desafiá-los diretamente com seus próprios pressupostos cristãos.

Ele propôs o argumento transcendental para a existência de Deus. Um argumento transcendental é um tipo distinto de argumento que visa identificar os pressupostos do pensamento racional. A afirmação máxima de Van Til foi que esses pressupostos só podem ser explicados por uma visão cristã de mundo.

Outra proposta de Van Til é que devemos fazer uma crítica interna em cada visão de mundo. Qual visão de mundo podemos dar sentido para as coisas que nós tomamos como concedidas a todo o momento; que o universo é ordenado, que nossas mentes são equipadas para pensarmos racionalmente e que é verdade que existem padrões objetivos?

O que Van Til propôs era que fizéssemos uma redução ao absurdo na cosmovisão incrédula, assumindo ela por hipótese, e demonstrando que ela não fornece as condições de possibilidade para o pensamento racional, mas pelo contrário, ela destrói. Para Van Til, um ateu argumentando contra a existência de Deus é semelhante a um bebê que bate no rosto do seu pai. Ele só pode fazer isso porque o pai o mantém em seus braços.

A partir dessa analise de Van Til, uma série de pensadores cristãos têm comprado a briga pra levar o projeto de Van Til pra frente. Um fato curioso é que há um número crescente de ateus que estão demonstrando, mesmo que inconscientemente, que Van Til estava correto.

O absurdo de um mundo sem Deus 

Pense em Friedrich Nietzsche, o filósofo alemão do século 19 que era contra a religião. Sua frase mais famosa é “Deus está morto”, que significava a morte da crença significativa em Deus. Nietzsche reconheceu que colocar Deus de lado não é uma questão trivial, mas que tem profundas implicações. Você não pode destruir o Sol e depois esperar que você viva sem calor e luz. Da mesma forma, depois que você tira Deus do mundo – reconheceu Nietzsche – você deve tirar todas as coisas que dependem de Deus, tais como: significado e propósito da vida, moralidade objetiva, a racionalidade e a inteligibilidade do mundo, e até mesmo a ideia de verdade objetiva.

Então, Nietszche era um bom vantiliano fora de época, pelo menos nesse sentido dito, que se você nega a realidade de Deus você nega tudo o que vem com Ele. Mas eu gostaria de analisar uma obra mais recente chamada “O Guia do Ateu para a Realidade: Apreciando a vida sem ilusões”, de um ateu vantiliano, Alex Rosenberg. Para ele, nem o universo como um todo, nem a vida humana em particular, tem algum significado ou propósito. Não há liberdade ou qualquer diferença objetiva entre o certo e o errado. E que o ateu consistente deveria ser um niilista.

Embora ele compartilhe a visão de mundo naturalista-evolucionista de Richard Dawkins, a diferença importante entre esses dois ateus é que Rosenberg é filosoficamente treinado e muito mais equipado para reconhecer todas as implicações de sua visão de mundo. E isso é precisamente o que o Guia do Ateu propõe a fazer.

O livro é dirigido principalmente aos seus companheiros ateus e procura convencê-los de que eles não fizeram o suficiente para limpar a sua casa intelectual. Se eles estão a tomar a sua visão de mundo a sério, devem limpá-la de cada coisa até o último remanescente do teísmo. A realidade é dura e fria e muito mais estranha do que nós pensamos.

O ateísmo e a destruição da moral 

Rosenberg argumenta que o niilismo teleológico leva ao niilismo moral. Quando se trata de questões de moralidade, “vale tudo”. Simplesmente não existem respostas corretas para quaisquer questões morais. Isso inclui o aborto, a eutanásia, o homicídio, o estrupo e qualquer outro tipo de atrocidade humana. Nada é certo ou errado. Não há fundamento moral sem Deus. O ateísmo e a destruição do pensamento Rosenberg escreveu que “a seleção natural não é muito boa em escolher crenças verdadeiras” e “há fortes evidências de que a seleção natural produz grande quantidade de crenças falsas, mas úteis.” Se o naturalismo evolucionista é verdadeiro, o nosso cérebro não foi desenvolvido para alcançar a verdade. Existe uma possibilidade maior da seleção natural ter selecionado crenças em mim que são falsas, mas que no fim garantem a minha sobrevivência, pois a verdade não importa. Se eu creio que o naturalismo é verdadeiro, então, as crenças no meu cérebro não foram formadas a fim de alcançarem a verdade. E isso inclui a minha crença no naturalismo.

Ele também argumenta que a introspecção humana é radicalmente enganosa. Porque se levarmos a ciência a sério, nós nunca pensamos sobre a forma que pensamos. E que, na verdade, o nosso maior erro é pensar que nós pensamos sobre alguma coisa.

Rosenberg admite que isso soa absurdo, mas ele acha que tem um argumento definitivo para isso. Ele afirma que a introspecção, os seus pensamentos, exibe intencionalidade. Intencionalidade é quando os meus pensamentos estão dirigidos a alguma coisa, é sobre alguma coisa. No entanto, Rosenberg explica, a intencionalidade pode não ser uma propriedade intrínseca dos objetos físicos.

Ele diz que “um aglomerado de matéria não pode ser sobre outro aglomerado de matéria”. No entanto, o cientificismo diz que não há mente distinta do cérebro: o pensamento é algo que o seu cérebro faz. E o cérebro é apenas mais um amontoado de matéria no universo. Logo, se os seus pensamentos são nada além do que estados cerebrais físicos, então, seus pensamentos não podem realmente ser sobre qualquer coisa. Portanto, o seu pensamento não é sobre nada, caso o ateísmo seja verdade.

Outros absurdos do ateísmo 

No decorrer do livro, Rosenberg vai mais além dizendo que os ateus deveriam negar o propósito cósmico do mundo, o progresso histórico, a existência humana significativa, a vida após a morte, verdades morais, livre vontade, o direcionamento de nossos pensamentos, nossa capacidade de formular e executar planos.

Rosenberg também diz que se o naturalismo é verdadeiro, nenhuma sentença possui um significado, que não existem sentenças verdadeiras e que ninguém perdura por dois momentos no tempo, você não é a mesma pessoa que era quando começou a ler esse artigo. E eu chamaria o livro de: O guia do ateu para o suicídio intelectual.

A loucura da incredulidade 

Devemos observar que isso confirma o que a Bíblia diz sobre a loucura da incredulidade. A ideia bíblica de loucura tem a ver com a inteligência, e o tempo nos mostra que essa loucura é revelada no ato de abandonar o senso comum e abraçar absurdos auto-destrutivos, tudo para não aceitar a realidade de Deus. Não é surpreendente porque algumas pessoas estão mais dispostas a negar que existe diferença entre o certo e o errado e que os nossos pensamentos são sobre alguma coisa, do que admitir que eles são criados por Deus.

Fonte: http://bereianos.blogspot.com.br/2016/08/ateismo-um-suicidio-intelectual.html

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Objetos “sagrados” comercializados pela Igreja


Por Odair José da Silva 

“As igrejas da Europa possuíam pedaços de madeira da verdadeira cruz em quantidade suficiente para construir um navio. Nada menos que cinco tíbias do jumento montado por Jesus quando entrou em Jerusalém eram exibidas em lugares diferentes, não se falando de doze cabeças de João Batista. [...] O arcebispo de Mogúncia [...] alegava possuir ‘uma libra inteira do vento que soprou para Elias na caverna do monte Horebe, além de duas penas e um ovo do Espírito Santo’”. (BURNS, Edward M. História da civilização ocidental, p. 378).

Ao ler esse relato para os meus alunos na aula de História pude perceber o olhar de admiração por tal fato. Como podem existir pessoas tão ingênuas para acreditar nisso? Foi à pergunta de um dos alunos. Claro que ele não usou a expressão “ingênuo” e sim a famosa lembrança do animal que carrega carga. Então fiz outra pergunta para tentar esclarecer a situação. Será que não vemos isso nos dias de hoje? Como tentei não entrar no mérito do que cada denominação prega nos dias atuais para não correr o risco de ser mal interpretado só deixei a pergunta como uma reflexão. Logicamente que é fácil ver a comercialização do “sagrado” nos dias atuais. Vendem-se de tudo um pouco. Tijolinhos ungido para abençoar na construção da sua casa própria; miniatura de carros para você adquirir o seu veículo; vassoura ungida para varrer o mal da sua casa; entre outras infinidades de coisas.

Cantores e pregadores que cobram cachês exorbitantes para fazerem as suas apresentações sem nenhum compromisso com Deus. A glória são deles e não do Senhor Jesus Cristo. Aliás, Jesus só serve mesmo para venderem os seus produtos. Logicamente que existem aqueles que fazem as coisas de boa fé. Estou me referindo aos lobos devoradores. Mercantilistas que aproveitam a ingenuidade do povo para poderem lucrar e alcançarem o sucesso. Refiro-me as práticas, cada vez mais patentes de inescrupulosos deturpadores do Evangelho.

Na época anterior a Reforma Protestante em 1517, a Igreja Católica, maior senhora feudal da Europa e detentora das maiores riquezas, só queria se manter no poder as custas dos pobres miseráveis. Havia um grande número de padres do baixo clero que não sabiam ler e não conheciam o Evangelho. Alguns mal sabiam rezar: celebrava as missas fingindo que falavam latim, o idioma oficial da Igreja. Muitos clérigos namoravam às escondidas enquanto o alto clero vivia uma vida luxuosa sem se importar com os menos favorecidos. Para manter esse status com a decadência do feudalismo era preciso extorquir os pobres fiéis prometendo-lhes o perdão dos pecados por meio das indulgências.

É nesse contexto que Deus levanta um homem para abalar as estruturas da religião já definhada pela ganância e totalmente afastada dos princípios do verdadeiro evangelho. Martinho Lutero. Um homem cheio do Espírito Santo e guiado por Deus vai enfrentar o papa e afirmar que a salvação é pela fé em Jesus Cristo.

Infelizmente vivemos dias em que vemos um grande número de falsos pregadores espalhando um evangelho falsificado. Distante dos ensinos de Jesus Cristo. Alguns legalistas são verdadeiros fariseus modernos. Colocam tanto jugos e obstáculos à salvação que é impossível alguém conseguir alcançá-la. Outros são tão liberais que já não exigem nenhum sacrifício dos fiéis. A porta é tão larga que a pessoa pode fazer o que quiser e mesmo assim ser salvo em Jesus. Ele só quer o coração, dizem, como se Jesus fosse açougueiro.

Mas, aqui está o meu brado de atalaia para que voltemos ao verdadeiro Evangelho. Jesus ainda está convidando: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma”. ( Mateus 11. 28, 29). Não vejo aqui a necessidade de se comprar esse ou aquele objeto para alcançar prosperidade e ser abençoado. Nem vejo a necessidade de fazer muita coisa para ser salvo. Vejo, sim, a simplicidade de um Evangelho que prioriza o Jesus Cristo, o Filho de Deus que deu a sua vida em resgate da minha e da sua vida. Que possamos entender o sentido do verdadeiro Evangelho.

Texto: Odair José, o Poeta Cacerense