sábado, 19 de abril de 2025

O peso silencioso do exemplo

    Na história do pensamento, muitos filósofos reconheceram que a ação carrega uma verdade que as palavras, por mais belas ou convincentes que sejam, não conseguem alcançar sozinhas. O exemplo, ao contrário da fala, possui corpo. Ele é visível, tangível, e sua influência se infiltra no mundo sem pedir licença. 
 
    As palavras podem inspirar, mas o exemplo transforma. Um discurso sobre honestidade pode emocionar por alguns minutos, mas um gesto honesto em meio à corrupção tem o poder de moldar consciências. O exemplo é um argumento vivido. Enquanto a linguagem pode ser manipulada, ensaiada, ou até mesmo usada para enganar, o exemplo revela o que somos, não o que dizemos ser. 
 
    Sócrates viveu como pensava. Ele não apenas discursava sobre a virtude — ele foi virtuoso até sua morte. Gandhi pregava a paz, mas também a encarnava, jejuando, marchando e resistindo sem violência. Esses homens não foram lembrados apenas por suas palavras, mas por suas atitudes que as sustentavam. 
 
    Talvez por isso o exemplo tenha mais força: ele não precisa convencer, apenas existir. E ao existir, arrasta. Porque somos seres que aprendem pela convivência, não apenas pela escuta. E diante do exemplo, mesmo o silêncio fala. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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