Ter um dia de melancolia é, muitas vezes, como uma pausa necessária na pressa da vida. Não é necessariamente um sinal de fraqueza, mas um lembrete de que sentimos profundamente — que estamos vivos, conscientes, e em contato com algo mais interno. Às vezes, a tristeza vem sem motivo claro, como uma nuvem que encobre o sol sem prometer chuva. E tudo bem.
Esses dias nos convidam ao recolhimento, à escuta silenciosa do que está dentro. Nos afastam do barulho e das expectativas, e nos aproximam de nós mesmos. Neles, a alma parece mais sensível, e isso pode ser um terreno fértil para a criatividade, a introspecção, ou até para perceber o que estava passando despercebido na correria.
Aceitar a melancolia como parte natural da existência — em vez de reprimi-la ou apressar sua partida — é um ato de gentileza consigo. Porque até as árvores, no outono, perdem suas folhas sem se desesperar. Elas sabem que é só um ciclo.
E talvez nós também saibamos, lá no fundo, que dias assim não duram para sempre, mas ensinam muito enquanto duram.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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