sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Babilônia (I)

As maiores visões vejo-as às margens do Rio Quebar. Sinto saudades da Terra Santa, o lar dos meus pais. Minha origem quase foi destruída por causa da rebeldia do meu povo e do descaso feito pelos preceitos do Senhor. Olho para a grandeza da Babilônia e ainda lembro-me das recomendações do Profeta Jeremias para que o povo se arrependesse e voltasse para os caminhos do Senhor. Eles zombaram do profeta, jogaram-no em calabouços e menosprezaram suas advertências. “Deus não permitirá que um povo pagão como os babilônicos destruam seu povo”, diziam eles ao profeta. 
 
Meses de caminhada pelo deserto até chegar neste país estrangeiro. De nosso rei tiraram-lhe os olhos. Dor e sofrimento para os sobreviventes. Morte e destruição na grande Jerusalém. O suntuoso Templo de Salomão agora destruído. A glória de Israel se foi. Culpa dos pecados de um povo que abandonou o seu próprio Deus. 
 
Deveria ser um sacerdote. Minha linhagem é de sacerdotes. Sou profeta. O Senhor me dá visões aterradoras. Vejo naves espaciais. Vejo um vale de ossos secos ganhando vida. O que Deus quer mostrar? Restauração. Vida nova. No cativeiro sinto saudades de Jerusalém a cidade do Grande Rei. A promessa de restauração. Temos fé em Deus. Meu nome: Ezequiel significa “Deus fortalece”. 
 
É preciso ter um coração novo. É preciso assumir a responsabilidade pelo fracasso histórico da nação de Israel. É necessário converter-nos a Deus para que haja uma reconstrução de uma sociedade justa e fraterna. Ouço notícias de conquistas do Grande Nabucodonosor. Ouvi do milagre de livramento do Profeta Daniel. Livramento da boca dos leões. Deus ainda é Deus! 
 
Texto: Odair José, Poeta Cacerense

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