quarta-feira, 8 de março de 2023

Débora, uma mulher que fez a diferença

    "E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Ela assentava-se debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo." Juízes 4:4,5 
 
    Débora, uma mulher juíza e profetisa que fez a diferença em seu tempo. Essa serva de Deus atuou em um período difícil na história de Israel, pois depois da morte de Josué se levantou uma outra geração que não conhecia ao Senhor (Jz 2.10). A falta do conhecimento de Deus da nova geração levou o povo ao declínio moral e espiritual. Débora fez a diferença em seu tempo e foi posteriormente lembrada como aquela que reagrupou as tribos dispersas, levando o povo novamente para perto de Deus. 
 
    Os dias de Débora. Após a morte de Josué e de seus contemporâneos, “outra geração após eles se levantou, que não conhecia ao SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel” (Jz 2.10). Percebe-se que não foi de um momento para outro a mudança que ocorreu no pensamento e nas atitudes dos hebreus em relação às coisas de Deus. Cada geração precisa ter sua própria experiência com Deus. A geração de Josué presenciou diversos milagres, e mesmo assim teve atitudes de rebeldia para com o Eterno e com Moisés, o líder que Deus escolheu. Se aquela geração agiu dessa forma, imagine o que deveria se esperar da geração que se seguiria? Eles se esqueceriam de Deus, mesmo tendo sido lembrados da Lei do Senhor e terem visto a promessa de Deus se cumprindo em suas vidas. Milhares de pessoas morreram no deserto por desacreditarem da fidelidade de Deus. E na geração após Josué, o povo se esqueceu de Deus (Jz 2.12). 
 
    Débora, a profetisa. A Palavra de Deus descreve Débora como uma mulher que profetizava e julgava a Israel. Matthew Henry comenta que o nome “Lapidote”, do esposo de Débora, significa lâmpada, e que rabinos ensinam que Débora fabricava pavios para as lâmpadas do tabernáculo. O texto não entra em detalhes a respeito do ministério de Débora como alguém que trazia os oráculos de Deus para os israelitas, nem fala quantas profecias foram dadas ao povo por ela. Entretanto, deixa claro que havia da parte de Deus uma mensagem a Baraque, pessoa escolhida pelo Senhor para libertar a Israel. Deus enviaria livramento aos filhos de Israel, pois estes “clamaram ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel violentamente” (Jz 4.3). Jabim era o rei de Canaã, e tinha ao seu serviço um homem chamado Sísera. Pelo teor do texto, Jabim exercia sua opressão de forma violenta contra os hebreus, e estes clamaram ao Senhor. É triste quando uma pessoa se lembra de Deus somente nos momentos de aperto e dificuldades. Israel, seguindo os padrões de Deus, tinha garantida uma vida protegida pelo próprio Deus, mas preferiu seguir ciclos onde era oprimido por suas desobediências. 
 
    Débora julgava a Israel. Débora é descrita não apenas exercendo o ministério profético em Israel, mas também julgando questões trazidas pelo povo. É importante que haja pessoas com conhecimento e sabedoria para exercer atividades como essa. Em uma coletividade, pessoas costumam ter desavenças, e em muitos desses casos, é necessária a intervenção de uma pessoa com autoridade, sabedoria, conhecimento e temor de Deus para fazer com que haja ordem e que os desentendimentos não se tomem um fator que desestruture a paz social. Observe o exemplo de Salomão que precisou julgar a causa de duas mulheres que tiveram filhos. Em uma noite, uma das crianças morreu, e a mãe que perdeu o filho trocou o corpo da criança morta pela criança viva. Ambas as mulheres levaram o caso ao Rei, e esse julgou com sabedoria aquele problema. A importância de se ter pessoas sábias tratando de dirimir conflitos é tão grande que a Bíblia diz que “todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer justiça” (1Rs 3.28). Se por um lado temos o exemplo de um julgamento bem feito, por outro lado, temos também na Bíblia um exemplo de um grupo de pessoas que, mesmo estando na igreja, não conseguia se acertar em suas relações sociais. A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios mostra que alguns irmãos daquela igreja chegaram a mover ações judiciais contra outros irmãos, e isso, por si só, já é questionável, mas ainda tinha algo pior destacado por Paulo: não haver na igreja pessoas que pudessem exercer juízo entre seus irmãos. Paulo chegou a perguntar: “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?” (1Co 6.3). A falta de pessoas com sabedoria e discernimento pode custar caro para a igreja. 
 
    Ser usado por Deus em palavras é tão importante quanto ser usado em ações. Débora se destacou no livro dos Juízes por ser mais do que uma profetisa. Ela creu tanto no que Deus disse por seu intermédio que foi à batalha com Baraque. Ela entendeu que a sua presença seria um fator de incentivo ao homem que Deus havia escolhido para libertar Israel. Não basta ter conosco somente a Palavra de Deus, é preciso dar mostras de que confiamos em Deus para agir em seu nome com outras pessoas. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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