quarta-feira, 11 de março de 2020

Era uma igreja avivada


Por Odair José da Silva

Era uma igrejinha avivada. A coluna daquela pequena cidade. E os cultos ali realizados não podem ser da memória apagados. O segredo era a humildade e a observância à palavra de Deus. Era uma igreja que orava. Havia comunhão entre os irmãos e a sinceridade em cada coração. Deus operava livremente e realizava milagres na vida daquelas pessoas. O Espírito Santo tinha liberdade para operar maravilhas e ouviam-se línguas repartidas como que de fogo. Pentecostes? Aconteciam todos os dias. Os cultos de oração eram os mais lotados e em todos eles havia o verdadeiro ensino da palavra de Deus.

Os irmãos eram humildes. A maioria morava na roça. Viam de corroças, viam a cavalo, viam de bicicletas, viam a pé. Mais viam. Alguns andavam quilômetros e quilômetros. Saiam de casa com o sol ainda a pino e chegavam à igreja alegres louvando ao Senhor. Quando terminava o culto eles iam contente pelo caminho sob a luz das estrelas. Só Deus sabe a alegria e o conforto que esses irmãos sentiam na alma após os cultos naquela igrejinha.

Era uma igreja avivada. Um avivamento genuíno, puro e verdadeiro. Havia lágrimas, havia cânticos, havia pureza de coração e Deus era adorado por corações que eram contritos e comovidos. As mensagens tocavam a alma e as orações tremiam as bases infernais. O trono da graça parecia tão perto. Deus era tão real que não havia tristeza que pudesse resistir as orações daqueles irmãos. E como eram fervorosos.

Os cânticos, alguns até mesmo sem ritmos, eram ungidos e, quando cantados, faziam o fogo do céu descer naquele lugar. Crianças, jovens, irmãs e irmãos eram tocados pelo Espírito Santo e falavam em línguas. O batismo no Espírito Santo acontecia nas terças, no culto de oração e também nas casas dos irmãos nos cultos ali realizados. Andávamos longas distâncias a pé para cultuar a Deus em lugares que não tinha nem luz elétrica. Em alguns casos tinha um lampião, em outros tinha lamparina e até a luz de velas fazíamos os cultos e Deus operava maravilhas. Não precisava de culto de libertação porque a igreja era liberta.

Pela graça de Deus foi onde descobri o primeiro amor. O amor de Deus que preenche o coração. Oxalá vivêssemos avivamento como aquele nos dias atuais.

Texto: Odair José, Poeta Cacerense

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