segunda-feira, 5 de maio de 2025

A Sabedoria que vem do alto

    "O princípio da sabedoria é: adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento." Provérbios 4:7 
 
    A busca pela sabedoria é mais do que o acúmulo de conhecimento. Na Bíblia, sabedoria é retratada como um caminho espiritual, uma jornada de aproximação com Deus. É ouvir antes de falar, é discernir antes de agir. É o dom que nos permite ver além das aparências e reconhecer o valor eterno nas pequenas coisas. 
 
    Salomão, ao assumir o trono de Israel, poderia ter pedido riquezas, poder ou fama. Mas pediu sabedoria para governar com justiça. E Deus se agradou disso: "Dá, pois, ao teu servo um coração entendido para julgar o teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal." 1 Reis 3:9 
 
    A verdadeira sabedoria não se ensoberbece. Ela é humilde, pacífica e cheia de misericórdia: "Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura; depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos." Tiago 3:17 
 
    Buscar sabedoria, portanto, é buscar o coração de Deus. É reconhecer que somos limitados, que nossas certezas humanas são frágeis. É confiar que, mesmo quando não compreendemos o porquê das coisas, há um propósito maior conduzindo cada passo. 
 
    Que cada dia sejamos como aqueles que clamam: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios." Salmo 90:12 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 4 de maio de 2025

A força que vem do silêncio

    Em meio às pressões da vida, às palavras duras e aos conflitos inesperados, o coração humano tende a se inflamar com facilidade. A raiva se apressa, o medo grita, a mágoa ecoa. Mas a Palavra nos ensina que a verdadeira força não está em reagir com ímpeto, mas em permanecer sereno, firmados na confiança em Deus. "O insensato revela de imediato o seu aborrecimento, mas o prudente ignora a afronta." Provérbios 12:16 
 
    Dominar as emoções não é reprimir, mas escolher um caminho mais alto. É permitir que o Espírito Santo governe nossas respostas, não o impulso da carne. O mundo valoriza quem fala alto, quem revida, quem tem a última palavra. Mas o céu olha com ternura para quem responde com mansidão e guarda o coração em paz. "Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade." Provérbios 16:32 
 
    Jesus, mesmo diante da cruz, respondeu com silêncio, com perdão, com amor. Ele é nosso exemplo maior de serenidade em meio à tormenta. A paz dEle não depende das circunstâncias — ela é fruto da comunhão constante com o Pai. "Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize." João 14:27 
 
    Portanto, quando a alma quiser gritar, que a oração seja nossa linguagem. Quando o coração quiser explodir, que a Palavra seja o freio. Pois o domínio próprio é fruto do Espírito, e cada vez que o cultivamos, nos parecemos mais com Cristo. "Mas o fruto do Espírito é... domínio próprio." Gálatas 5:22-23 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 3 de maio de 2025

O que é um conclave papal?

    O conclave papal é o encontro do Colégio de Cardeais para escolher um novo Papa para a Igreja Católica Romana. O Colégio de Cardeais é o corpo coletivo de todos os cardeais ao redor do mundo. Para evitar interferências políticas, impasses e intrigas, os cardeais qualificados são isolados numa área do Vaticano que inclui a Capela Sistina (onde ocorre a votação) e alojamentos estilo dormitório. Os cardeais permanecem lá até que um novo Papa seja escolhido. Se um cardeal deixar o local por outros motivos que não a saúde, ele não pode retornar. 
 
    O procedimento do conclave papal é bastante básico. Após ouvirem sermões sobre o estado da Igreja Católica Romana e as regras do conclave, os cardeais votam até quatro vezes por dia através de cédulas secretas. As cédulas são contadas, lidas, registradas e queimadas. Um Papa deve ser escolhido por uma votação de dois terços. Se a contagem não resultar numa eleição, adicionam-se químicos às cédulas queimadas para que a fumaça se torne escura; se resulta numa eleição, a fumaça é colorida de branco e os sinos tocam. A cada três dias ou sete votos, o conclave faz uma pausa para oração e contemplação. 
 
    Católicos devotos se reúnem na Praça de São Pedro para assistir à chaminé da Capela Sistina. Quando a fumaça se torna branca, o Papa eleito presta um juramento de cargo e veste as vestimentas papais. Ele então cumprimenta o povo na praça a partir da varanda da Basílica de São Pedro. 
 
    É tradição que o cargo de Papa não seja disputado. Qualquer católico do sexo masculino batizado pode ser eleito Papa, embora o último não-sacerdote eleito tenha sido Leão X em 1513, e todos os Papas desde então foram escolhidos entre os cardeais. Aqueles que não desejam ser considerados fazem seus desejos conhecidos antecipadamente. O cargo é considerado um compromisso para toda a vida. Papa Bento XVI foi o primeiro Papa a renunciar desde Gregório XII em 1415. 
 
    A ideia e o procedimento do conclave papal são bíblicos? Não, eles não são. Como o próprio cargo de Papa não é bíblico, o procedimento católico romano de selecionar um novo Papa também é não bíblico. Jesus Cristo é o cabeça da Igreja (Colossenses 1:18). O Espírito Santo é o verdadeiro “Vigário de Cristo” (João 14:16-18, 26; 16:13). 
 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Entre o urgente e o importante

Vivemos correndo atrás do que grita mais alto. 
O e-mail que apita, o prazo que vence, a mensagem que não pode esperar. 
Mas, no meio dessa pressa, quantas vezes deixamos o essencial escorrer pelos dedos? 
 
O urgente nos seduz com sua aparência de necessidade. 
Ele bate à porta com força, exige resposta imediata, nos faz sentir úteis. 
Mas o importante… o importante fala baixo. 
É o silêncio de uma conversa que precisa acontecer, 
O tempo de qualidade com quem amamos, 
O cuidado com o corpo, com a mente, com o que somos quando ninguém está vendo. 
 
O urgente é como fogo: se não contido, consome tudo. 
O importante é como uma planta: se não regado, morre em silêncio. 
 
Talvez a sabedoria esteja em aprender a escutar o que não berra. 
A dar atenção ao que não corre, mas sustenta. 
A reconhecer que, se o urgente nos move, 
É o importante que nos mantém inteiros. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Deus é o restaurador dos anos perdidos

    "Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto, a locusta, o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós." Joel 2.25 (João Ferreira de Almeida - Revista e Atualizada) 
 
    Esse, sem dúvidas, é um dos versículos mais confortadores da Bíblia. Ele fala de um Deus que não apenas perdoa, mas que também restitui o tempo perdido, os momentos devorados pelas dores, pelas escolhas erradas, pelas crises ou pelos sofrimentos que pareciam sem sentido. 
 
    O contexto é de juízo: o povo havia passado por um período de destruição, simbolizado pelos ataques de diferentes pragas de gafanhotos. Tudo foi devastado. Mas Deus, em sua misericórdia, promete reverter aquilo que parecia irrecuperável. 
 
    Essa promessa nos lembra que, com Deus, nada está definitivamente perdido. Ele é capaz de transformar cicatrizes em testemunhos, e desertos em jardins. 
 
    Às vezes, os "gafanhotos" da nossa vida tomam a forma de perdas, frustrações, erros ou tempos em que estivemos longe dEle. Mas Joel 2.25 nos assegura: o Senhor pode devolver a alegria, o propósito e até os frutos de tempos aparentemente estéreis. 
 
    Aplicação pessoal 
    Você sente que perdeu tempo com decisões erradas? Que parte da sua vida parece devastada? Que sonho foi consumido por circunstâncias difíceis? 
 
    Lembre-se: Deus não só cura, mas também restaura. E às vezes, Ele usa até mesmo os tempos difíceis para preparar algo muito maior. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

O cuidado com a boca

    "Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios." (Salmos 141:3 – ARA) 
 
    Davi faz um pedido profundo e humilde a Deus: que o Senhor vigie suas palavras. Ele reconhece que a língua tem um poder tremendo — pode construir ou destruir, abençoar ou ferir. 
 
    Ao pedir que Deus coloque uma “guarda” à sua boca, Davi está confessando que não confia plenamente em si mesmo para controlar o que diz. Ele entende que, muitas vezes, as palavras escapam impulsivamente e podem trazer consequências sérias. Por isso, clama por uma intervenção divina, como um sentinela que se coloca diante dos portões de uma cidade para proteger o que entra e sai. 
 
    Essa oração nos convida a refletir sobre como temos usado nossas palavras. Será que nossas conversas têm sido fonte de vida ou de discórdia? Estamos atentos ao que dizemos ou falamos por impulso? 
 
    Pedir a Deus que vigie nossa boca é um ato de sabedoria e humildade. É reconhecer que, em tempos de pressa, raiva ou frustração, podemos nos tornar instrumentos de dor se não tivermos cuidado. Por outro lado, com a ajuda do Espírito Santo, nossas palavras podem ser fonte de consolo, direção, esperança e paz. 
 
    Oração: 
    "Senhor, guarda minha boca e vigia os meus lábios. Que minhas palavras não sejam motivadas pelo orgulho, pela raiva ou pelo medo, mas guiadas pelo teu amor. Que eu fale menos e ouça mais. Que eu aprenda a silenciar quando o silêncio edifica mais do que qualquer frase. E que, quando eu falar, seja para abençoar. Amém."
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quinta-feira, 1 de maio de 2025

O trabalho

    “Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens.” (Colossenses 3:23) 
 
    O trabalho é mais do que uma obrigação diária — é um ato de adoração. Desde o princípio, Deus trabalhou: criou os céus e a terra, moldou o ser humano com as próprias mãos e descansou no sétimo dia. Ao nos criar à Sua imagem, Ele nos deu também a capacidade e o chamado para criar, construir, cuidar e transformar o mundo ao nosso redor. 
 
    Trabalhar com excelência, honestidade e dedicação não é apenas um dever social ou financeiro — é espiritual. Quando entregamos nosso esforço a Deus, mesmo as tarefas mais simples ganham um sentido eterno. 
 
    Contudo, a Bíblia também nos lembra que o trabalho não deve se tornar um ídolo. Em Eclesiastes, Salomão observa que o esforço humano, sem propósito, é vaidade. Por isso, é essencial lembrar que o trabalho deve nos aproximar de Deus, não nos afastar d’Ele. 
 
    Que possamos, então, encarar o trabalho não como um fardo, mas como uma oportunidade sagrada de servir, crescer e refletir a luz do Criador no mundo. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense