sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Lição Bíblica 8: Aprovados por Deus em Cristo Jesus



SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, após fazer uma ou duas leituras desse primeiro tópico (refiro-me a leitura pessoal de estudo da lição, não em classe), medite na seguinte reflexão acerca da pregação, a fim de internalizar mais a ideia do que representa um arauto do Rei, o pregador do Evangelho: “São inúmeros os requisitos exigidos de um bom mensageiro de Jesus Cristo, uma vez que desempenha o papel de arauto do Rei. Por outro lado, para que lhe demos tão alto qualificativo (de bom pregador), precisa ele preencher certas exigências indispensáveis. Entre outras, que possua grande piedade, e seja homem de oração, portador de dons naturais, cultura — geral e específica — e habilidades, especialmente na Palavra de Deus; que ame ao Senhor e às almas; que tenha vida espiritual plena, pois o batismo no Espírito Santo é ponto de partida e imprescindível.

Íntima comunhão com Deus. Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador ligado com o Céu e ‘as coisas que são de cima’ (Cl 3.1). Só assim conseguirá levar uma vida de oração, consagração e fé, procedimentos indispensáveis a um homem de Deus. Haja em seu interior a chama divinal, grande amor pelas almas e profundo desejo de conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus, que é a mensagem a ser pregada para alimentar tanto a sua alma quanto a de seus ouvintes (1Tm 4.16). Se o desejo de Deus é a salvação das almas também deve ser esta a vontade do pregador, seu mensageiro. Como depositário do conhecimento da Palavra e intérprete do divino querer, deve esforçar-se para desincumbir-se fielmente de tão sublime missão. Para isto, naturalmente, precisa ser cheio do Espírito Santo. Com dom inefável, sua palavra será cheia de graça e poder, capaz de apontar a todo viajor o caminho da vida — Jesus Cristo” (DANTAS, Anísio Batista. Como Preparar Sermões: Dominando a arte de expor a Palavra de Deus. 22ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.23).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A próxima analogia de Paulo diz respeito à variedade de artigos em uma próspera casa antiga. Existem artigos caros, como os vasos ‘de ouro e de prata’; mas existem também aqueles que são baratos, como os vasos “de madeira e de barro”. Alguns servem ‘para honra’, para propósitos nobres, como por exemplo, para serem admirados pelos convidados durante os banquetes; alguns servem ‘para desonra’, a propósitos humildes, comuns, como conter o lixo que será eliminado. A metáfora era comum na antiguidade, tanto no Antigo (Jr 18.1-11) como no Novo Testamento (Rm 9.19-24), mas a aplicação do apóstolo neste contexto é nova.

A expressão ‘De sorte que’, no início do verso 21, liga a aplicação desta analogia ao verso 19, que diz que ‘qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade’, ‘Se alguém se purificar destas coisas’ — do reino do ignóbil, ou seja, do falso ensino — essa pessoa ‘será [um] vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra’. Somente o vaso ‘santificado e idôneo’, nobre e honorável é que possui o mais elevado valor. O que importa não é o valor dos vasos ou do material de que são feitos, mas o conteúdo de cada um. Então, a fim de se enquadrar nesse perfil, cada um deve ser ‘santificado’, isto é, separado para os propósitos sagrados, afastando-se dos ensinos e da prática do mal” (Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1ª Edição. R: CPAD, 2004, p.1495).

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Caro professor, o princípio destacado neste tópico é importante para fazermos uma autocrítica em nossa jornada no magistério cristão. Quantas vezes perdemos tempo com temas sem importância, por exemplo, coisas como “o tamanho da arca de Noé”, “o cumprimento da roupa do sacerdote”, etc.? E muitas vezes não nos apropriamos do princípio da Palavra. Um exemplo clássico são as parábolas de Jesus. Quando deveríamos, por exemplo, na parábola do filho pródigo, focar o princípio do reconhecimento da miséria humana e de seu pecado e de um verdadeiro arrependimento, gastamos tempo no comportamento do irmão mais velho, da postura do pai, etc. Por isso, é importante estudarmos bem qualquer passagem bíblica a fim de termos o pleno domínio sobre o que é essencial ensinarmos e o que são informações secundárias.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

Aprovados por Deus em Cristo

Caro professor, a Escola Dominical é uma grande parceira do Evangelho na formação do caráter de cada crente que a frequenta. Além de preparar pessoas para seguirem Jesus, a Escola Dominical prepara oficiais, pessoas que vão ministrar à igreja local. Por isso, prezado professor, tenha a clareza que os alunos a quem você ministra poderão tornar-se pastores, missionários, principalmente, pregadores da Palavra, segundo a vocação que eles forem chamados.

Atualmente, é notório que a Igreja Evangélica Brasileira vive uma crise nos púlpitos. As mensagens neles expostas, na sua maioria, são antropocêntricas, de auto-ajuda, barganhistas, apresentando um Deus que “comercializa” bênção com os homens, sem compromisso com a Bíblia, isto é, lê-se o texto bíblico sem o compromisso de explicá-lo corretamente e fazer a sua devida aplicação. Por isso, nesta lição é importante você destacar a característica de uma boa pregação. Além do compromisso pessoal do pregador, há uma necessidade de formarmos na mente e no coração dos nossos jovens e adolescentes a cultura da boa pregação. Ainda que eles não sejam chamados por Deus a serem os seus arautos, formaremos ouvintes que saibam distinguir o bom do ruim, o cristocêntrico do antropocêntrico etc.

Basicamente, a pregação que glorifica a Deus confronta o caráter do ser humano. É uma pregação descompromissada com as barganhas e dissimulações do nosso tempo. Era a tal postura que Paulo se referia quando disse: “instruindo com mansidão os que resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade” (2Tm 2.25).

Ler o texto, “explicar” o texto e “aplicar” o texto é o trabalho objetivo de todo arauto de Deus. Mas para isso, exige-se dele uma profunda disciplina pessoal para o estudo. Estude a pregação e a tradição dos puritanos (você pode encontrar um rico material na internet) , mergulhe no mundo da Bíblia e na cultura do seu tempo e cultive uma vida de oração e devoção a Deus. Assim começa nascer o arauto do Senhor.

As pessoas andam aflitas esperando algo da parte de Deus para cultivar uma vida cristã autêntica. A pregação da Palavra ainda é o meio pelo qual o Altíssimo fala, orienta e conduz seu povo. Por isso, no segundo capítulo de 2 Timóteo, o apóstolo Paulo condenou os obreiros que perdem o seu tempo com aquilo que é “comezinho”, que traz somente confusão e contenda e em nada edifica ou constrói, pelo contrário, “a palavra desses roerá como gangrena”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário