segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

O tempo de trabalho não é relevante no Reino de Deus

    "Porque o Reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça. E disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos derradeiros até aos primeiros. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um; vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas, do mesmo modo, receberam um dinheiro cada um". Mateus 20.1-10. 
 
    A Parábola dos Trabalhadores na Vinha apresenta uma das mais extraordinárias lições concernentes ao caráter de Deus. Nesta analogia, o Senhor é comparado a um pai de família que sai de madrugada a fim de recrutar trabalhadores para sua vinha. Estas figuras, “pai de família” e “proprietário de uma vinha”, apresentam-no como Soberano. Todavia, este conceito é complementado pela demonstração de sua justiça e misericórdia. Estes atributos manifestam-se no relacionamento entre Deus e os homens. Podem ser observados não somente no convite a todos os que estavam ociosos nas praças em diversos horários, mas também no final do expediente, no momento em que Deus concede o mesmo salário tanto aos primeiros quanto aos últimos trabalhadores. Jesus ensina que a justiça divina não é conforme a capacidade e mérito pessoal, mas segundo a sua misericórdia e graça. 
 
    A mensagem de Jesus aos líderes judeus é clara e taxativa: na ética do Reino quem deseja ser o primeiro deve ser o servo de todos. Portanto, ter elevado conceito de si mesmo, a custa do desprezo das demais pessoas, é atitude reprovável no Reino dos Céus. Deus espera que o sirvamos por amor, ausentes de inveja e sem visar prêmios ou posições privilegiadas. Não se trabalha na vinha de Deus visando recompensas ou vantagens. A recompensa não é maior nem menor, porque é direito de todos. Pequenos e grandes, pobres e ricos, todos são tratados de igual modo na vinha do Senhor. 
 
    Há uma verdade imprescindível nesta parábola: cada trabalhador receberá aquilo a que fizer jus. A obra feita não é medida pelo tempo. Quer tenhamos trabalhado no primeiro turno, quer no undécimo, teremos o mesmo salário. Pois este não tem como critério a quantidade, mas a qualidade. É o próprio Senhor quem o diz: “os derradeiros serão primeiros, e os primeiros, derradeiros”. No Reino de Deus, não há discriminação, nem favoritismo. Os trabalhadores da undécima hora são tão importantes quanto os da primeira. Pois o mérito do serviço, aos olhos de Deus, não depende da quantidade; depende do espírito com que é feito o trabalho. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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