sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

O antropocentrismo ante a soberania de Deus

    “Não vos assombreis, nem temais; porventura, desde então, não vo-lo fiz ouvir e não vo-lo anunciei? Porque vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não! Não há outra Rocha que eu conheça”. Isaías 44.8 
 
    O antropocentrismo, em sua forma atual, é consequência do conjunto de transformações literárias, artísticas e científicas produzidas na Europa nos séculos XV e XVI conhecido como Renascimento ou Renascença. Entre os aspectos negativos mais acentuados do antropocentrismo de origem renascentista está a ausência de preocupação com a vida religiosa. Há dois tipos de adeptos deste pensamento: os que consideram a religião cristã e seus ensinos desnecessários para explicar o mundo e o próprio homem, e os pensadores cristãos que se esforçam para adequar o cristianismo a essas novas exigências filosóficas, sociais e religiosas. 
 
    As consequências dessa nova identidade cultural são o ateísmo, o deísmo, a deificação do homem, o materialismo e a negação da doutrina da transcendência divina. Contudo, a verdadeira identidade humana não se encontra na cultura pós-moderna, mas nos ensinos das Sagradas Escrituras. 
 
    Os ensinos da filosofia pós-modernista são todos centrados no homem. Nada têm de Deus. O termo que define esse comportamento materialista é antropocentrismo. É o oposto do teocentrismo, que é Deus como único soberano e Senhor. O antropocentrismo considera-se como origem e causa motivante de toda a atividade humana, como se Deus não existisse e não estivesse no controle do Universo. Esse é o espírito que permeia e domina o mundo e que age continuamente para que a verdade de Deus seja obstruída, paralisada e esquecida de todos. 
 
    Quando o homem é levado a pôr em dúvida os desígnios de Deus, a arma diabólica logo empregada é a de que ele pode exercer domínio absoluto sobre a sua vida — ser um pequeno deus — assim como pensou o insensato da parábola proferida por Jesus (Lucas 12.19). Sua afirmação é extremamente reveladora: “Tens em depósito muitos bens, para muitos anos”. Noutras palavras, tenho controle absoluto da situação. Mas não foi isso que ocorreu. Ele teve de deparar-se com a realidade de que Deus permanece sempre no trono. Ele é o Criador. O ser humano apenas criatura. 
 
    Contudo, conhecemos, através da Bíblia, a realidade do fim da história e sabemos que “aquele que habita nos céus se rirá deles” (Salmos 2.4). O triunfo final e total do Reino de Deus já está determinado. Mas enquanto aguardamos esse ditoso dia, temos o compromisso de proclamar que Deus, e não o homem, tem o leme e o destino final da história em suas mãos e que Ele está infinitamente acima do Universo como o grande e sublime Criador de todas as coisas. 
 
    As Escrituras não se preocupam em provar a existência de Deus, visto que isso é um fato admitido. Seria um contrassenso Deus apresentar provas de sua existência à criação que Ele mesmo criou, inclusive o homem. Se hoje, como no passado, muitos duvidam e descreem na existência de Deus, isso provém do distanciamento pecaminoso do homem para com Ele. As Escrituras cumprem o papel de revelá-lo em toda a sua glória e majestade, satisfazendo assim, de forma plena e suficiente, a necessidade da razão e o testemunho da natureza. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Nenhum comentário:

Postar um comentário