sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O que é a vida?



Este final de semana foi atípico na minha vida e alguns acontecimentos me levaram a reflexão sobre a vida que compartilho com os leitores desta página. Na sexta-feira recebi uma ligação me falando de um falecimento de uma pessoa conhecida. Foi à oportunidade de rever amigos de infância que não via a mais de décadas. A mãe de meus amigos, uma pessoa que fez parte da minha adolescência, havia partido para a eternidade. Em solidariedade fui até o velório e acompanhei todo o processo até o sepultamento ocorrido no sábado à tarde.

Durante o tempo que decorria no velório pude rever os meus principais amigos de infância e relembrar várias aventuras que fizemos juntos. Tudo bem que não era esse o melhor momento para nos encontrarmos. No entanto, isso me levou a pensar uma coisa. Enquanto observava os cinco irmãos em volta do esquife pude entender que no mundo moderno e agitado que estamos vivendo o único momento de reunião da família inteira é em volta do caixão de um deles. As pessoas já não têm mais tempo de estar juntas. São muitos afazeres e o tempo passa muito rápido.

Outro fator que perpassou a minha mente foi o fato de que não sabemos qual será o último dia em que vemos uma pessoa que amamos. Não sabemos qual será o último olhar, as últimas palavras. Por isso, devemos conscientizar de que todo momento é importante para estarmos sendo gentis com aqueles que nos cercam. Se sentirmos mágoa de alguma coisa não devemos deixar o sol se por sobre a nossa ira. É melhor estarmos bem com as pessoas.

Antes do sepultamento acompanhei um dos filhos da falecida até o cemitério. Ali pude perceber que alguns demonstram mais proximidade e uma dor maior. No entanto, sabemos que a dor pode ser cruel num momento desse e que nem todos demonstram a dor que sente como a outra pessoa. Ali, também, pude perceber o quanto a vida é passageira. Túmulos abrigam restos mortais de pessoas de todas as idades. Uma demonstração que devemos estar preparado o tempo todo para esse dia, pois não sabemos o momento em que o último suspiro de vida estará nas nossas narinas.

Um fato me chamou a atenção e é digno de registro. Enquanto retirávamos algumas folhas da cova onde seria sepultado o corpo o tempo estava se fechando e prometia uma chuva em breve. Comentamos sobre isso e o rapaz afirmou que tinha feito uma oração para que Deus não permitisse a chuva antes do sepultamento. Olhei outra vez para as nuvens que se formavam. Tudo parecia contribuir para uma chuva torrencial no exato momento do sepultamento. Mas, não aconteceu. O tempo fechou tudo em volta mais não caiu uma gota até terminarmos o sepultamento. Entendi como um milagre de Deus. Depois de vir embora, deitei-me e dormi um sono pesado para descansar de todo aquele momento em que estivemos atarefados no objetivo de conduzir a pessoa até a sua última morada.

No domingo à tarde fui com meu pai, minha mãe e minha filha até um pessoal conhecido nosso fazer uma visita a senhora que está no leito de enfermidade. Uma situação lamentável a qual ela se encontra fez-me refletir sobre o sentido do sofrimento. Uns demoram a partir. Sofrem uma dor terrível e fazem os familiares sofrerem. Outros morrem quando ninguém espera. Por que isso acontece? São os desígnios de Deus e não entendemos.

Quanto a mim aprendi lições importantes que me firmaram os meus pés. O meu tempo está nas mãos de Deus e Ele sabe todas as coisas. Que Ele possa me despertar cada vez mais a observar atentamente as situações a minha volta como sinais para a minha vida espiritual.

Quanto a você que está lendo esse testemunho. Faça uma reflexão sobre sua vida. O que tens feito dela? Como está sua alma diante de Deus? O que acontecerá se for chamado diante dEle? O que tens preparado e para quem será? Que Deus em Cristo possa falar melhor em cada coração.

Texto: Odair

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