quarta-feira, 20 de maio de 2015

Os medos e angústias da existência humana - Uma abordagem no filme O Homem Bicentenário



Por Odair José da Silva

Na verdade esses são os temas principais abordados no filme O Homem Bicentenário (EUA, 1999). O filme conta uma história interessante. Na casa de uma família vive um robô que faz as tarefas domésticas. A família começa a perceber que o robô é diferente, com características próprias e personalidade. Cada dia que passa ele apresenta mais traços humanos, têm sentimentos, dúvidas e conflitos que vão se afirmando com a convivência com as pessoas. É um filme de ficção científica baseado em história de Isaac Asimov.

Em toda história da humanidade podemos perceber a busca incessante do ser humano em livrar-se dos seus medos e angústias. Nessa busca pela paz interior e felicidade este ser humano perpassa todos os espaços ideológicos e imaginários para dar respostas às questões existenciais. No entanto, para muitos é como dar um salto no escuro sem saber qual a distância, ou mesmo, se há um fundo para descansar os pés. Uma busca quase sempre sem respostas objetivas para questões subjetivas. E, digo quase sempre, porque existem pessoas que sabem a respostas para esses medos e essas angústias da existência humana. E, são nesses personagens e ideologias expostas por eles que quero deter-me um pouco neste artigo.

O salmista Davi exclama: “O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração”. Salmos 7.10. Davi é um exemplo de pessoa que conhecia os desígnios de Deus e tinha plena convicção de que Ele tinha e tem o controle das coisas que acontecem no universo e na vida particular de cada ser humano. Ele tinha a percepção de um Deus grandioso que comandava dos altos céus as estruturas da terra e cada caminho trilhado pelo homem. Ele conhecia Deus não de ouvir falar, mas de experiência que ele mesmo tinha pessoalmente com Deus. Quando ele canta: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará” ele está afirmando sua confiança no Todo Poderoso.

Não que ele não tenha tido medo e angústia. Muito pelo contrário. Talvez seja um dos que mais tenha se angustiado nesta vida. Já imaginou sua angústia ao esconder-se de seu filho que conjurava o trono? Ou seu medo diante da ameaça do rei Saul em matá-lo? Davi passou por isso. No entanto, ele tinha plena confiança de que Deus estava no controle de tudo e que podia livrá-lo dessas ciladas. Ele deixava-se descansar na proteção de Deus. Com essa confiança ele enfrentava seus medos e suas angústias.

Paulo é outro exemplo de pessoa que confiava em Deus em meio às angústias e medos. Notamos isso quando lemos o que ele escreve aos coríntios: “como ministros de Deus, tornando-nos recomendáveis em tudo: na muita paciência, nas aflições, nas necessidades, nas angústias”. 2 Coríntios 6.4. Como podemos afirmar que ele não sentiu medo no meio da tormenta quando estava prisioneiro no navio que o levava a Roma? Ou que não sentiu angústia quando estava acorrentado na prisão juntamente com Silas? No entanto, ele demonstra confiança em Deus e sabe que Ele é o Criador do universo e tem o controle de todas as coisas. Em meio às angústias ele adora a Deus. Ele canta em meio aos desafios da vida. Ele faz isso porque tem convicção do Deus que serve.

O que falta aos seres humanos é a convicção do Deus verdadeiro Criador dos céus e da terra. Os medos e angústias que perpassam os personagens do filme retratam os mesmos medos e angústias que sufocam a maioria das pessoas espalhadas no globo terrestre. Isso acontece porque as pessoas não conhecem o Criador. No filme, conforme o robô vai adquirindo personalidade começa aumenta seus questionamentos sobre o propósito de sua criação. Ele não tem convicção de sua verdadeira natureza neste mundo. E isso é o que acontece com a maioria das pessoas. Elas não conhecem a sua identidade. Não sabem o seu propósito de vida. E, o medo e as angústias só aumentam com o avanço da tecnologia e ciência que não conseguem dar respostas para as indagações do coração humano.

Quando entendemos que o ser humano foi criado por Deus para sua adoração, então compreendemos o propósito da criação. Cada um de nós temos uma função nesta vida. Fomos feitos semelhante a Ele e com a função de O adorar na beleza da Sua santidade. Quando entendemos isso temos convicção do que somos. E, quando isso acontece, o medo e as angústias deste mundo já não nos deixam preocupados porque sabemos que Deus cuida de nós. Podemos exclamar como Paulo escrevendo aos Efésios: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”. Efésios 2.10.

Texto: Odair

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