Promessas grandiosas erguem-se como
pirâmides no horizonte, mas muitas não passam de sombras sobre a areia. O
tempo, implacável, dissolve discursos e deixa apenas ruínas do que
nunca foi.
O analfabeto político não lê os ventos da história, nem escreve seu próprio futuro. Vive à margem, enquanto outros decidem por ele—e, no silêncio de sua omissão, assina contratos que nunca leu.
Acordos são fios invisíveis tecendo destinos, mas nem todos seguram a linha do mesmo lado. Privilégios, muitas vezes, são nós apertados por uns e laços frouxos para outros.
A verdade, em mãos erradas, torna-se argila — moldada ao gosto de quem a toca, deformada ao ponto de parecer outra coisa. Mas mesmo a mentira bem esculpida carrega rachaduras: a essência do que foi omitido sempre encontra um jeito de vazar.
A política é um rio de correntezas invisíveis: — às vezes, leva sonhos à margem; outras, afoga verdades no fundo. Entre promessas e naufrágios, navegam os que sabem remar… e os que apenas estão a boiar.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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