Somos o que somos, mesmo quando fingimos ser outra coisa.
A carne, os gestos, o olhar... tudo denuncia o invisível.
A manifestação externa — nossas palavras, reações, silêncios —
não são máscaras, mas janelas, rachaduras da alma que se revela.
O ser humano não escapa de si mesmo.
Ainda que se esconda sob mil papéis, o íntimo vaza, transborda, se insinua.
A amargura se mostra no tom da voz.
A alegria mora no brilho dos olhos.
A paz se percebe no ritmo da respiração.
A raiva, na tensão do corpo.
O amor, na gentileza que escapa sem esforço.
Somos reflexo daquilo que cultivamos em silêncio.
Quem carrega luz por dentro, ilumina até mesmo o breu ao redor.
Quem cultiva sombras, projeta noite mesmo ao meio-dia.
Não há separação real entre o que sentimos e o que somos.
A alma fala, mesmo quando a boca se cala.
E a vida, como um espelho fiel, apenas nos devolve aquilo que somos por dentro.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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