A pergunta na sala de aula ecoa como um sino perturbador: "Será a guerra e a loucura a forma melhor de liberdade?"
A guerra, muitas vezes, nasce do desejo de quebrar correntes: políticas, ideológicas, sociais. Em meio ao caos, pode-se dizer que há um tipo de liberdade brutal – o colapso das regras, o fim da autoridade imposta, a possibilidade de recomeço. Mas é uma liberdade encharcada de sangue, onde o preço da autonomia é a destruição. A guerra destrói tiranias, sim, mas também vidas inocentes, culturas, futuros.
A loucura, por outro lado, pode ser vista como uma fuga radical da norma, uma rejeição das convenções, um grito interior contra o mundo que não faz sentido. Há, na loucura, uma liberdade crua – liberdade de pensamento, de sentir sem filtros, de ser o que não se pode ser no mundo dos “sãos”. Mas essa liberdade muitas vezes vem acompanhada de solidão, dor e exclusão.
Talvez, a pergunta esteja invertida: não seria o desejo de liberdade tão intenso que leva alguns à guerra e outros à loucura? Quando os caminhos convencionais são trancados, quando as vozes não são ouvidas, restam os extremos como única saída.
Portanto, guerra e loucura não são as melhores formas de liberdade. São, talvez, gritos desesperados por ela. Formas distorcidas, radicais, pelas quais o ser humano tenta romper limites insuportáveis.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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