Em um mundo marcado pelo desejo de visibilidade, influência e grandes realizações, o chamado de Cristo segue sendo um convite ao esvaziamento, ao serviço oculto e à fidelidade no ordinário. A tentação de buscar tarefas grandiosas — aquelas que parecem mais nobres, mais visíveis ou mais recompensadoras aos olhos humanos — pode nos afastar do essencial: cumprir com integridade o pequeno serviço que o Senhor nos confiou.
Jesus, nosso modelo, viveu trinta anos em anonimato, na rotina de Nazaré, numa carpintaria esquecida pelo mundo. Seu ministério público durou apenas três anos, mas foi precedido por uma vida inteira de obediência silenciosa. Isso nos ensina que o valor de uma tarefa não está em seu tamanho aparente, mas na fidelidade com que ela é realizada.
O apóstolo Paulo nos lembra:
"Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para os homens". (Colossenses 3:23).
É no cuidado com o pequeno, no zelo pelas tarefas humildes, que o coração é provado. O Reino de Deus não cresce por grandes feitos espetaculares, mas como a semente de mostarda — discreta, silenciosa, mas cheia de vida.
É possível que o serviço que lhe foi confiado pareça insignificante aos olhos do mundo. Pode ser ouvir com paciência alguém que sofre, preparar com carinho o espaço para uma reunião, ou ser fiel no ofício cotidiano. Mas, para Deus, não há obra pequena feita com grande amor.
Se o Senhor lhe confiou um serviço pequenino, faça dele um altar. Ali, no cotidiano aparentemente banal, o Céu toca a Terra. E, um dia, quando tudo for revelado, veremos que os gestos mais simples, feitos com amor e fé, tinham um peso eterno.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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