domingo, 20 de agosto de 2023

O Nome da Rosa - Uma análise sobre o filme


    SINOPSE 
    "Em 1327 William de Baskerville (Sean Connery), um monge franciscano, e Adso von Melk (Christian Slater), um noviço, chegam a um remoto mosteiro no norte da Itália. William de Baskerville pretende participar de um conclave para decidir se a Igreja deve doar parte de suas riquezas, mas a atenção é desviada por vários assassinatos que acontecem no mosteiro. William de Baskerville começa a investigar o caso, que se mostra bastante intrincando, além dos mais religiosos acreditarem que é obra do Demônio. William de Baskerville não partilha desta opinião, mas antes que ele conclua as investigações Bernardo Gui (F. Murray Abraham), o Grão-Inquisidor, chega no local e está pronto para torturar qualquer suspeito de heresia que tenha cometido assassinatos em nome do Diabo. Como não gosta de Baskerville, ele é inclinado a colocá-lo no topo da lista dos que são diabolicamente influenciados. Esta batalha, junto com uma guerra ideológica entre franciscanos e dominicanos, é travada enquanto o motivo dos assassinatos é lentamente solucionado." 

    "O Nome da Rosa" (1986), um filme baseado no livro homônimo de Umberto Eco, é uma obra rica em simbolismos e referências que propõe uma profunda reflexão filosófica sobre o poder, o conhecimento e a natureza da verdade. 

    Poder e Controle 
    O filme se desenrola em um mosteiro beneditino na Itália durante a Idade Média, onde ocorrem uma série de mortes misteriosas. Dentro das paredes do mosteiro, há uma biblioteca labiríntica, que é ao mesmo tempo um símbolo do conhecimento acumulado da humanidade e um instrumento de controle. Ao limitar o acesso a essa biblioteca, a Igreja, na figura dos monges, exerce poder sobre o conhecimento e, por extensão, sobre aqueles que buscam o saber. Esta questão levanta importantes reflexões sobre quem detém o controle da informação e como essa posse pode ser usada para manter ou expandir o poder. 
    Conhecimento como Perigo 
    A trama gira em torno da descoberta de um livro perdido de Aristóteles sobre o riso, considerado perigoso pela Igreja, pois sugere que o riso pode ser libertador e subversivo. Essa noção destaca a ideia de que o conhecimento em si mesmo não é inerentemente bom ou mau, mas sim como ele é percebido e utilizado pelas autoridades e pela sociedade. A ideia de censurar ou esconder conhecimento é um tema recorrente ao longo da história da humanidade, levantando questões sobre liberdade de expressão, controle e a natureza da verdade. 
    A Busca pela Verdade 
    O personagem principal, William de Baskerville, é um monge franciscano e detetive que busca desvendar os mistérios do mosteiro. Ele representa a razão e o empirismo, e a sua abordagem contrasta com a dogmática e o obscurantismo da Igreja da época. William busca a verdade não apenas através da fé, mas também através da lógica e da observação. Sua postura reflete a tensão entre fé e razão que permeou a Idade Média e continua relevante nos debates filosóficos atuais. 

    Dessa forma, podemos concluir que "O Nome da Rosa" não é apenas uma história de mistério, mas também uma profunda reflexão sobre a natureza do conhecimento, do poder e da verdade. O filme levanta questões que são tão pertinentes hoje quanto eram na Idade Média: Quem controla o conhecimento? O que é verdade e quem decide o que é verdadeiro? E qual é o papel da razão e da fé na busca pela verdade? Em uma era de desinformação e polarização, essas questões são mais relevantes do que nunca. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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