"Da montanha que refulge passa-se muitas vezes sem dificuldades aos castelos, cidades, casas e igrejas de cristal, tão frequentes nas clássicas visões do Paraíso." Sérgio Buarque de Holanda.
A colonização portuguesa sobre a América não foi estimulada exclusivamente por motivações econômicas. Junto a elas houve também impulsos de ordem religiosa. Especificamente, desde a Idade Média, circulavam na Península Ibérica diversas lendas narrando a existência do Jardim do Édem (o Paraíso) em longínquas terras além-mar.
De acordo com esse imaginário, a situação geográfica da América corresponderia à localização imaginada do Paraíso. Assim, o fascínio inicial dos conquistadores europeus com a diversidade da fauna, a exuberância da flora e as populações nativas da América foram resultado, em grande medida, da crença de que esses colonizadores efetivamente haviam encontrado o Paraíso terrestre.
Seja pela extração do pau-brasil, seja, então, pela busca de pedras preciosas (como esmeraldas, diamantes e ouro), entre os séculos XVI e XVII, a colonização ocorreu, sob determinado aspecto, acompanhada da crença de que o Brasil poderia representar uma espécie de paraíso terrestre em razão da farta quantidade de riquezas naturais disponíveis para serem exploradas.
"A crença na realidade física e atual do Édem parecia então inabalável." (Sérgio Buarque de Holanda).
Se não conhecermos a nossa história estamos fadados a repetir os erros do passado.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense
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