O distanciamento social, quando nasce do íntimo desejo de recolhimento, não é negação do outro, mas um chamado para dentro de si.
É como o lago que, ao se manter quieto, permite que suas águas revelem a profundidade.
Há instantes em que a convivência contínua se torna um excesso, e a alma pede espaço para respirar sozinha.
Nesse silêncio, não buscamos isolamento por hostilidade, mas harmonia: o simples ato de repousar em nossa própria companhia.
Estar consigo mesmo é aprender a aceitar a própria presença, sem distrações, sem máscaras.
É compreender que a paz não se encontra fora, mas no equilíbrio entre o mundo que nos cerca e o mundo que somos.
Assim, esse distanciamento não nos afasta da vida — ao contrário, prepara-nos para voltar a ela mais inteiros, mais serenos, mais conscientes.
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

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