sábado, 31 de agosto de 2024

Entrevista com o Poeta Cacerense

Assista na íntegra uma entrevista com o Poeta Cacerense no Programa Palavra Literária na TV Assembleia MT.



sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Dois ladrões na cruz

    Um dos criminosos que estavam ali dependurados lançava-lhe insultos: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!” Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, pois estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal.” Então ele disse: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino”. Jesus lhe respondeu: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso”. Lucas 23.39-43    
 
    A narrativa dos dois ladrões na cruz ao lado de Jesus, encontrada nos Evangelhos, especialmente em Lucas 23:39-43, é uma passagem rica em significado teológico e moral. As atitudes contrastantes dos dois homens em relação a Jesus revelam verdades profundas sobre a natureza humana, a graça e o arrependimento.    
 
    1. A Indiferença e o Desespero: O Primeiro Ladrão
 
    O primeiro ladrão, que estava crucificado à esquerda de Jesus, representa uma atitude de escárnio e desespero. Ele zombou de Jesus, dizendo: "Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós" (Lucas 23:39). Esta reação demonstra uma falta de fé e um coração endurecido, mesmo diante da morte iminente. Ele não reconhece Jesus como Salvador, mas como alguém que poderia, talvez, oferecer uma fuga temporária do sofrimento.    
 
    Esse ladrão personifica aqueles que, diante do sofrimento, se voltam para o cinismo e a descrença. Ele se preocupa apenas com sua própria sobrevivência e, ao invés de buscar redenção, escolhe desdenhar de Jesus, recusando-se a ver além de sua dor e desespero. Sua atitude reflete a condição de muitos que, em momentos de crise, rejeitam a possibilidade de uma verdade maior ou de um significado mais profundo em suas experiências.    
 
    2. Arrependimento e Fé: O Segundo Ladrão    
 
    Em contraste, o segundo ladrão, crucificado à direita de Jesus, mostra uma atitude completamente diferente. Ele repreende seu companheiro e reconhece a inocência de Jesus, dizendo: "Nem ao menos temes a Deus, estando sob a mesma condenação? Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos atos mereciam; mas este nenhum mal fez" (Lucas 23:40-41). Esse reconhecimento é um ato de humildade e contrição.    
 
    Além disso, o segundo ladrão faz uma súplica sincera: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino" (Lucas 23:42). Essa declaração é cheia de fé. Ele reconhece a realeza de Jesus e sua capacidade de salvar, mesmo na cruz. Essa atitude de humildade e reconhecimento da soberania de Cristo é recompensada com a promessa de salvação: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso" (Lucas 23:43).    
 
    3. Reflexões sobre a Natureza Humana e a Graça   
 
    Os dois ladrões representam as respostas contrastantes da humanidade diante da pessoa de Jesus. O primeiro ladrão simboliza aqueles que, diante do sofrimento e da injustiça percebida, escolhem a amargura e o desespero, negando a possibilidade de redenção. Já o segundo ladrão representa aqueles que, mesmo em meio ao sofrimento, reconhecem sua própria culpa e a santidade de Jesus, buscando a salvação através da fé e do arrependimento.    
 
    Essa narrativa também enfatiza a profundidade da graça divina. O segundo ladrão, apesar de seus pecados, é acolhido no Reino de Deus no último momento de sua vida. Isso ilustra a natureza radical da graça de Deus, que está disponível para todos, independentemente do passado, desde que haja um arrependimento genuíno e fé em Cristo.    
 
    4. Conclusão: Escolha e Consequência    
 
    A história dos ladrões na cruz nos desafia a refletir sobre nossas próprias atitudes em relação a Jesus. Ela nos lembra que, mesmo no último momento, a escolha de nos voltarmos para Deus com fé e arrependimento pode transformar nosso destino eterno. A escolha entre escárnio e fé, entre desespero e esperança, continua a ser relevante para cada pessoa, em cada tempo e lugar.    
    Essa passagem nos convida a reconhecer nossa própria fragilidade e a necessidade de graça, e a entender que, diante de Cristo, todos têm a oportunidade de redenção. A resposta de cada um a essa oportunidade é o que determina sua eternidade.    
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Vale a pena ter nascido

    Quando olhamos para o que acontece a nossa volta e conseguimos ver a beleza nos olhos de alguém há uma felicidade que irradia de nossos corações. O mundo pode parecer um lugar hostil e, muitas das vezes, até mesmo, cruel. Mas, temos que considerar que há uma beleza infinita na alma humana. Deus, o Criador dos céus e da Terra, fez o ser humano com a capacidade de amar e ser amado. E, o amor, é a maior beleza que existe no ser humano. Mesmo em meio as maiores tragédias vemos pessoas demonstrando amor e compaixão pelo próximo. Existem, de fato, muitas pessoas ruins e mal intencionadas vivendo em nossa sociedade. Mas, a beleza do amor em muitas almas faz-nos perceber que a bondade permeia as nossas ações. 
 
    Como já dizia o Poeta Fernando Pessoa “às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Essa sensibilidade para a vida nos faz refletir sobre as maravilhas de um Deus de amor. Mesmo em meio as maiores loucuras humanas é possível sentirmos o vento da bondade nos corações de pessoas que tem a missão de tornar esse mundo melhor. Mesmo em meio as calamidades, há pessoas que estendem as mãos para ajudar o próximo a sair dos escombros. O que precisamos é saber de que lado do caminho estamos. Somos seres com personalidade e força de vontade vencer os obstáculos? 
 
    Vale a pena ter nascido. Vale a pena porque sei que nasci para fazer a diferença. Para deixar uma palavra de fé e otimismo as pessoas que precisam de uma força. Quem sabe você têm passado por um momento de tristeza. Uma perda, uma decepção, enfim, algo que tenha te deixado triste. Saiba que a vida continua e que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus. Não se deixe abater pelas circunstâncias da vida. Olhe para frente e siga o seu caminho de cabeça erguida sabendo que você é uma pessoa especial e que tem uma missão nesta vida. Acredite nos seus sonhos e Deus vai realizar os desejos do seu coração se estiver na direção de Sua vontade. 
 
    Ouça o vento sussurrar em seus ouvidos. Deixe-se tocar pela brisa suave do amor e acredite na vitória em sua vida. Você é especial aos olhos de Deus e chamado para fazer a diferença neste mundo. Deixe-se ser cheio da graça divina e ande nos propósitos do Senhor. Você não está aqui por acaso. Você não é um acidente da natureza. Você é uma pessoa escolhida e separada para um grande propósito antes mesmo de nascer. Faça a sua vida valer a pena. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 24 de agosto de 2024

Muita sabedoria é apenas canseira

    "Por esse motivo me esforcei ao máximo para compreender a sabedoria, bem como a loucura e a insensatez; contudo, o que aprendi, de fato, é que isso igualmente é correr atrás do vento. Afinal, quanto maior o saber, maior o sofrimento; e quanto maior o entendimento maior o desgosto.” Eclesiastes 1. 17,18. 

    Muita sabedoria é canseira. Hoje compreendo essa afirmação feita pelo sábio Salomão a muito tempo. Mas entendo que é preciso analisar a questão com bastante cautela. Logicamente que cansa estar o tempo todo buscando saber o que acontece no mundo porque nunca saberemos na sua íntegra o que acontece. Por outro lado, não podemos nos deixar levar pela ociosidade intelectual e não saber como as coisas funcionam. E a busca pela sabedoria é complicado. Quanto mais sabemos das coisas mais descobrimos que não sabemos nada. É uma busca sem fim. Por isso, a angústia no coração daqueles que se colocam na caminhada das descobertas. 

    O que pensamos ser novo com certeza já foi pensado em outras épocas. O importante, para não ficarmos loucos com isso, é entender que há duas formas de sabermos as coisas. A primeira é pela busca por nós mesmos sobre o funcionamento das coisas no mundo. A outra é acreditar na revelação de Deus aos nossos corações. E aqui eu falo por mim mesmo. Todas as vezes que busquei o conhecimento pelos meus esforços só encontrei canseira e fadiga no meu caminho. Quando permito ouvir o silêncio de Deus falando ao meu coração aprendo com esse silêncio e alcanço patamares por mim não esperado. Como diz Paulo, quando menino pensava como menino, mas agora devo pensar como adulto. 

    O meu conselho é acreditar na revelação de Deus para o nosso crescimento em sabedoria. A sabedoria do mundo é passageira e fugaz. A sabedoria divina é eterna e superior. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O Vale de Ossos Secos: Uma análise bíblica e filosófica

    O vale de ossos secos, descrito no livro de Ezequiel 37:1-14, é uma das passagens mais poderosas e simbólicas da Bíblia. A visão concedida ao profeta Ezequiel fala de um vale cheio de ossos secos que, à primeira vista, representam morte, desolação e desesperança. Deus pergunta a Ezequiel: "Filho do homem, poderão reviver estes ossos?" E Ezequiel sabiamente responde: "Ó Senhor Deus, tu o sabes." 
 
    No contexto bíblico, o vale de ossos secos é uma metáfora para a nação de Israel, que estava espiritualmente morta e exilada. Os ossos secos simbolizam o estado de desespero e a ausência de vida que o povo de Israel experimentava durante o exílio na Babilônia. Contudo, através do poder de Deus, esses ossos voltam a viver, recebem carne, tendões e finalmente o sopro de vida. Isso representa a restauração de Israel, tanto em termos físicos como espirituais. 
 
    Deus, através de Ezequiel, promete trazer nova vida ao seu povo, reafirmando que Ele é capaz de restaurar o que estava perdido, de renovar a esperança onde parecia não haver mais futuro. A passagem sublinha a soberania e o poder de Deus, que pode trazer vida a partir da morte, esperança a partir do desespero, e restaurar o que parece irreparável. 
 
    Filosoficamente, o vale de ossos secos pode ser interpretado como uma alegoria da condição humana. Os ossos secos podem representar a condição de alienação, desesperança e falta de sentido que muitas vezes acomete o ser humano. Em momentos de crise, seja individual ou coletiva, pode-se sentir como um vale de ossos secos, sem vida, propósito ou direção. 
 
    No entanto, a visão de Ezequiel sugere que a transformação é possível, mas não vem apenas do esforço humano, e sim de uma força maior, que podemos interpretar como a graça divina ou a redescoberta de um propósito maior. Filosoficamente, isso pode ser visto como um chamado à transcendência, à busca de sentido além do imediato e tangível, à abertura para o novo que pode surgir mesmo nas circunstâncias mais áridas. 
 
    Assim como os ossos secos revivem pela palavra de Deus, os seres humanos podem encontrar renovação ao se reconectarem com o que é sagrado, com aquilo que dá sentido e direção à vida. Isso envolve uma disposição para a transformação, para se abrir ao novo, ao inesperado, e para confiar que, mesmo nas situações mais difíceis, há potencial para o renascimento e a renovação. 
 
    A história do vale de ossos secos é um poderoso símbolo de renovação e esperança. Ela nos desafia a acreditar na possibilidade de restauração, mesmo quando tudo parece perdido. No âmbito espiritual, nos lembra do poder de Deus para restaurar e reviver o que está morto. No âmbito filosófico, nos convida a refletir sobre a capacidade de transcendência e transformação que habita em cada um de nós, mesmo nas circunstâncias mais adversas. Em ambos os casos, a mensagem é de esperança e renovação: o que parecia irreversivelmente perdido pode, sob a ação do divino, voltar a viver. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Torre de Babel

    A história da Torre de Babel, encontrada na Bíblia, é uma narrativa poderosa que nos permite refletir sobre a linguagem e suas implicações filosóficas. Segundo o relato, após o Dilúvio, toda a humanidade falava uma única língua e, com isso, decidiu construir uma torre que chegasse aos céus. Deus, percebendo a soberba dos homens, confundiu suas línguas, fazendo com que não se entendessem mais, e espalhou-os por toda a Terra. 
 
    Essa história pode ser interpretada de várias maneiras, especialmente no contexto da filosofia da linguagem. A narrativa ilustra o poder unificador da linguagem: quando todos falavam a mesma língua, eram capazes de realizar grandes feitos. A linguagem, nesse sentido, é uma ferramenta que une, possibilitando a cooperação e a construção coletiva. É através da linguagem que as ideias são compartilhadas, os conhecimentos são transmitidos e as sociedades são estruturadas. 
 
    No entanto, a confusão das línguas na Torre de Babel revela também o outro lado da linguagem: seu potencial de divisão. Quando as palavras perdem seu significado comum, quando a comunicação falha, o entendimento se fragmenta e a cooperação se dissolve. Essa divisão não é apenas literal, mas também simbólica, representando a fragmentação das perspectivas, das culturas e das maneiras de ver o mundo. 
 
    A partir dessa reflexão, podemos pensar na linguagem como um fenômeno paradoxal. Por um lado, ela é a ponte que nos conecta, que nos permite transcender nossas individualidades e criar algo maior em conjunto. Por outro, ela também pode ser um muro, uma barreira que nos separa, quando o entendimento mútuo não é alcançado. 
 
    Filósofos como Ludwig Wittgenstein exploraram a ideia de que os limites da nossa linguagem são os limites do nosso mundo. A história de Babel pode ser vista sob essa ótica: a multiplicidade de línguas cria múltiplos mundos, múltiplas realidades que, por vezes, são incomensuráveis entre si. Quando os homens na história bíblica perdem a capacidade de se comunicar, perdem também a unidade de sua realidade compartilhada, sendo forçados a viver em mundos separados. 
 
    Por fim, a Torre de Babel nos convida a refletir sobre o papel da linguagem na construção e desconstrução do mundo humano. Ela nos lembra que, embora a linguagem seja uma das maiores conquistas da humanidade, ela também é uma fonte potencial de conflito e incompreensão. A filosofia da linguagem, portanto, deve sempre considerar tanto o potencial construtivo quanto o destrutivo das palavras, e como elas moldam a nossa existência comum. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 18 de agosto de 2024

Este meu eu desconhecido

    Dentro de mim, há um eu que desconheço, um ser que se esconde nas sombras do que penso conhecer. Ele vagueia por labirintos internos, onde a luz raramente penetra, e as palavras nem sempre encontram eco. 

    Esse eu é uma constelação de sonhos não sonhados, de medos não confessados, de desejos que mal ouso nomear. Ele carrega em si o peso de memórias que não vivi, de futuros que nunca alcançarão o presente. É uma presença ausente, uma voz sussurrada no silêncio, uma sombra que se alonga quando a luz da consciência vacila. 

    Às vezes, sinto sua presença como um leve tremor na alma, uma inquietação sem nome. Outras vezes, ele se manifesta como um estrondo, rompendo as barreiras do que acredito ser. Esse eu desconhecido é, talvez, a minha essência mais pura, aquela que não foi moldada pelo tempo, pelas escolhas ou pelas circunstâncias. É o que resta de mim quando me despojo das máscaras, quando me permito ser vulnerável diante do espelho do mundo. 

    No entanto, por mais que eu o tema, também o anseio. Porque sei que é nele que reside a minha verdadeira liberdade, a minha capacidade de ser plenamente, sem reservas, sem medo de ser julgado. Esse eu desconhecido é a semente do que posso vir a ser, o núcleo da minha transformação contínua. 

    E assim, sigo nesta jornada interior, buscando conhecer o que em mim é mistério. Cada passo, por mais incerto que seja, me aproxima desse eu profundo, que, ao mesmo tempo em que me desafia, me acolhe. Porque, no fundo, somos todos feitos dessa matéria indefinível: a mistura de luz e sombra, de conhecido e desconhecido, de ser e não ser. 

Reflexão poética: Odair José, Poeta Cacerense

Dom precioso

    A vida é o bem mais precioso que recebemos de Deus. Devemos valorizar esse dom precioso. Toda vida é importante aos olhos do Senhor porque é Ele quem dá a vida. Deus é maravilhoso em sua sabedoria e tem cuidado de cada um de nós. Valorize a vida que Deus lhe concedeu e seja grato pelo fôlego de vida que tens. "Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração". Saber valorizar o nosso bem mais precioso é ter sabedoria para caminhar dentro dos desígnios de Deus. Ele que nos dá o fôlego de vida e cada nova oportunidade ao acordarmos todas as manhãs. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

O que a Bíblia diz sobre problemas familiares?

    Problemas familiares não são novidade. Em um mundo decaído, aqueles que devemos amar mais - nossas famílias - muitas vezes se tornam aqueles com quem mais lutamos. A Bíblia não encobre o pecado, e registra vários problemas familiares, começando com Adão culpando a sua esposa pelo seu pecado (Gênesis 3:12). A rivalidade entre irmãos surge nas histórias de Caim e Abel, Jacó e Esaú, e José e seus irmãos. O ciúme entre as esposas - uma das consequências negativas da poligamia - é encontrado nas histórias de Ana, e Lia e Raquel. Eli e Samuel lidaram com filhos desobedientes. Jônatas quase foi assassinado por seu pai, Saul. Davi ficou de coração partido pela rebelião de seu filho Absalão. Oseias passou por dificuldades conjugais. Em cada um desses casos, os relacionamentos foram danificados pelo pecado. 
 
    A Bíblia tem muito a dizer sobre relacionamentos, inclusive sobre a dinâmica familiar. A primeira instituição que Deus estabeleceu para a interação humana foi uma família (Gênesis 2:22-24). Ele criou uma esposa para Adão e uniu-os em casamento. Citando esse acontecimento, Jesus disse mais tarde: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6). O plano de Deus era que um homem e uma mulher permanecessem casados até que um deles morresse. Ele deseja abençoar essa união com filhos que devem ser criados “na disciplina e admoestação do Senhor” (Efésios 6:4; ver também Salmos 127:3). Muitos problemas familiares surgem quando nos rebelamos contra o desígnio de Deus - por exemplo, a poligamia, o adultério e o divórcio causam problemas porque se desviam do plano original de Deus. 
 
    A Bíblia dá instruções claras sobre como os membros da família devem tratar uns aos outros. O plano de Deus é que os maridos amem suas esposas da mesma maneira que Cristo ama a Sua igreja (Efésios 5:25, 33). As esposas devem respeitar seus maridos e submeter-se a sua liderança (Efésios 5:22-24, 33; 1 Pedro 3:1). Os filhos devem obedecer a seus pais (Efésios 6:1–4; Êxodo 20:12). Quantos problemas familiares seriam resolvidos se maridos, esposas e filhos simplesmente seguissem essas regras básicas? 1 Timóteo 5:8 diz que as famílias devem cuidar de seus membros. Jesus tinha palavras duras àqueles que evitavam suas responsabilidades financeiras para os pais idosos quando alegavam dar todo o seu dinheiro ao templo (Mateus 15:5–6). 
 
    A chave para a harmonia nas famílias não é uma que naturalmente queremos seguir. Efésios 5:21 diz que devemos viver “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.” A submissão está em oposição direta ao desejo de nossa carne de governar e fazer o que quer. Defendemos nossos direitos, defendemos nossas causas, defendemos nossas opiniões e afirmamos nossas próprias agendas sempre que possível. O caminho de Deus é crucificar a carne (Gálatas 5:24; Romanos 6:11) e submeter-se às necessidades e desejos dos outros sempre que pudermos. Jesus é o nosso modelo para esse tipo de submissão à vontade de Deus. 1 Pedro 2:23 diz: “pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente.” 
 
    A maioria dos problemas familiares poderia ser diminuída se todos seguíssemos as instruções encontradas em Filipenses 2:3-4: “Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros.” Quando adotamos o espírito de humildade e tratamos os outros como Jesus os trataria, podemos resolver muitos dos nossos problemas de família e de relacionamentos. 
 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A caminhada pode ser árdua

    A perseverança é uma virtude que nos fortalece na jornada da vida. A Palavra de Deus nos ensina que, mesmo em meio às dificuldades e desafios, devemos manter a fé e a confiança no Senhor. Em Romanos 5:3-4, lemos: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança.” 
 
    Essa passagem nos lembra que as tribulações não são em vão; elas têm um propósito em nossas vidas. Quando perseveramos, desenvolvemos uma fé inabalável e uma esperança que nos sustenta. A caminhada pode ser árdua, mas é através da perseverança que Deus molda nosso caráter e nos prepara para receber as bênçãos que Ele tem reservado para nós. 
 
    Lembre-se, Deus está com você em cada passo da jornada. Não desanime, pois sua perseverança será recompensada. Como diz em Gálatas 6:9: “E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.” Continue firme, confiando que Deus é fiel para cumprir todas as Suas promessas. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

A fé no impossível

    "E Jesus olhou para eles e disse: 'Para os homens é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis.'" (Mateus 19:26) 
 
    Acreditar no impossível é um convite para expandirmos nossa fé além dos limites do que vemos e entendemos. Muitas vezes, nos deparamos com situações que parecem sem solução, desafios que superam nossas capacidades e sonhos que parecem inalcançáveis. Nessas horas, somos lembrados de que Deus não está limitado pelas mesmas restrições que nós. 
 
    O mesmo Deus que abriu o mar para que os israelitas passassem, que fez com que o maná caísse do céu, e que ressuscitou Lázaro dos mortos, é o Deus que atua em nossas vidas hoje. Ele nos chama a confiar que, mesmo quando tudo parece impossível, Ele pode transformar a situação. 
 
    A fé no impossível nos desafia a colocar nossas limitações nas mãos de Deus, crendo que Ele pode realizar o que está além do nosso alcance. Quando nos voltamos para Ele em oração e confiança, estamos permitindo que Sua força se manifeste em nossas fraquezas, e que Seus propósitos se cumpram, muitas vezes, de maneiras que jamais poderíamos imaginar. Que possamos sempre acreditar que, para Deus, nada é impossível. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

Aprenda a confiar

    "Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; em todos os seus caminhos, reconheça-O, e Ele endireitará as suas veredas." (Provérbios 3:5-6) 
 
    Confiar em Deus é um ato de fé que nos leva além das circunstâncias visíveis. Quando colocamos nossa confiança nEle, reconhecemos que Seus caminhos e pensamentos são mais altos que os nossos. Muitas vezes, enfrentamos desafios que parecem impossíveis de superar, mas é nesses momentos que somos chamados a entregar nossas preocupações nas mãos do Senhor. 
 
    Ao confiar em Deus, aprendemos a descansar na certeza de que Ele está no controle de todas as coisas. Mesmo quando não entendemos o porquê de certas situações, podemos ter a convicção de que Ele está trabalhando para o nosso bem. Que possamos, dia após dia, entregar nossas vidas ao cuidado do Pai celestial, sabendo que Ele nos guiará com amor e sabedoria, conduzindo-nos pelos caminhos da paz e da justiça. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 13 de agosto de 2024

Vinde a mim!

    "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei." (Mateus 11:28) 
 
    Quando a alma está aflita, a vida parece um deserto sem fim, onde o calor das provações nos desgasta e nos deixa sem forças. As dificuldades parecem montanhas intransponíveis, e o coração se enche de angústia. Nessas horas, a tentação é buscar alívio em coisas passageiras, mas Jesus nos convida a buscar nele o verdadeiro descanso. 
 
    Ele conhece cada peso que carregamos e cada lágrima que derramamos. Jesus nos lembra que não precisamos enfrentar as lutas sozinhos. Ele oferece um descanso que vai além do físico; é um descanso para a alma, uma paz que excede todo entendimento. 
 
    Esse descanso vem quando depositamos nossas preocupações aos pés de Cristo. Em oração, podemos entregar a Ele tudo o que nos aflige, sabendo que Ele cuida de nós. Ao nos voltarmos para Ele, encontramos alívio e renovação, pois o Senhor é nosso Pastor, e nada nos faltará. 
 
    Lembre-se de que as provações têm um propósito. Elas nos moldam, fortalecem nossa fé e nos aproximam do amor de Deus. Ainda que a jornada seja difícil, o Senhor caminha ao nosso lado, nos sustentando em cada passo. Ele é nossa fortaleza e nossa rocha segura. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

O que significa a perfeição na Bíblia?

    O significado de perfeição na Bíblia refere-se a um estado de plenitude ou integridade absoluta. A perfeição bíblica implica estar livre de falhas, defeitos ou deficiências. No Novo Testamento, o termo grego para "perfeição" também pode ser traduzido como "maturidade". A Bíblia expressa perfeição em pelo menos três contextos diferentes: a perfeição de Deus, a perfeição de Cristo e a perfeição dos seres humanos. 
 
    A perfeição absoluta é uma qualidade que só pertence a Deus. No entanto, somente em Mateus 5:48 a Bíblia afirma explicitamente que Deus é perfeito por natureza: "Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês, que está no céu." Visto que Deus é o ser perfeito, tudo o que faz é perfeito: "Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo. Deus é fidelidade, e nele não há injustiça; é justo e reto" (Deuteronômio 32:4). O Seu conhecimento é perfeito (Jó 37:16). O Seu caminho é perfeito, e a Sua Palavra é infalível: "O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é confiável; ele é escudo para todos os que nele se refugiam" (Salmo 18:30). As leis de Deus também são perfeitas (Salmos 19:7; Tiago 1:25). O apóstolo Paulo descreve a vontade de Deus como perfeita: “E não vivam conforme os padrões deste mundo, mas deixem que Deus os transforme pela renovação da mente, para que possam experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). 
 
    Em Hebreus 2:10, a Escritura diz que Jesus foi aperfeiçoado por meio do sofrimento: "Porque convinha que Deus, por causa de quem e por meio de quem todas as coisas existem, conduzindo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse, por meio de sofrimentos, o Autor da salvação deles." 
 
    Como Deus encarnado, Jesus já era moralmente perfeito. O sofrimento e a morte de Cristo o tornaram "perfeito" para que Ele pudesse servir como o impecável Sumo Sacerdote para o povo de Deus (Hebreus 7:28). Somente por meio do sofrimento na cruz Cristo foi capaz de realizar a obra da redenção e se tornar o Salvador perfeito, completo e eficaz de Seu povo (Hebreus 5:9). Jesus foi o exemplo perfeito do que significa viver em obediência à vontade do Pai. 
 
    Como lemos em Mateus 5:48, os filhos de Deus são chamados para serem perfeitos. Isso não significa que os seres humanos possam alcançar a mesma perfeição sagrada de Deus, pois somente Ele é santo (Isaías 6:3; Salmo 99:9; Êxodo 15:11). O chamado para ser perfeito é o que o apóstolo Paulo quis dizer quando afirmou: "Portanto, sejam imitadores de Deus, como filhos amados" (Efésios 5:1). Assim como os filhos tendem a imitar seus pais, os filhos de Deus devem imitar o seu Senhor e refletir a Sua perfeição na maneira como vivem. 
 
    A ideia de maturidade espiritual está intimamente relacionada com a palavra perfeição na Bíblia. Os seres humanos não são perfeitos, embora os discípulos de Cristo sejam exortados a buscar a perfeição: “Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que vocês sejam perfeitos e íntegros, sem que lhes falte nada” (Tiago 1:4). Paulo disse que ainda não havia alcançado a perfeição, mas que havia feito dela seu objetivo: "Não que eu já tenha recebido isso ou já tenha obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus" (Filipenses 3:12). Paulo sabia que a perfeição para os crentes só seria alcançada na outra vida (versículos 13-21). 
 
    A perfeição é um dom que os seres humanos recebem através do sacrifício de Jesus Cristo: "Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, para exercer o serviço sagrado e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados. Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus, aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados" (Hebreus 10:10-14). 
 
    Outro versículo que é chave para entender a perfeição em relação à vida cristã é 2 Coríntios 12:9: “Então ele me disse: ‘A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.’ De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.” Pela graça que Deus nos oferece em Jesus Cristo, os cristãos são aperfeiçoados na fraqueza; ao compartilhar os sofrimentos de Jesus Cristo, eles são conformados à Sua imagem (Mateus 5:10-12; 1 Pedro 2:19-25; 3:14; 4:12-19). 
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2024

As bênçãos da nova criação

    O homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do “homem em Adão”, em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o “homem em Adão”, símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele. 
 
    O homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O “homem em Cristo”, símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13). 
 
Fonte: Lições Bíblicas CPAD

terça-feira, 6 de agosto de 2024

O verdadeiro cidadão dos céus

    O verdadeiro cidadão dos céus é uma pessoa íntegra em sua vida espiritual, social, moral e pessoal. Precisamos tomar uma atitude sincera diante de Deus para que possamos caminhar nos seus preceitos. Só assim poderemos ser considerados cidadãos dos céus. É necessário que guardemos os mandamentos do Senhor. Que obedecemos as suas palavras e sejamos guiados pela sua orientação. Bem-aventurado é o homem que teme ao Senhor e medita em sua Palavra. Feliz é a pessoa que pode desfrutar da presença de Deus através da oração. Quando isso acontece passamos a pensar nas coisas íntegras e honramos a Deus em nossos pensamentos. E, não existe nada nesta vida que seja melhor do que sentir a presença de Deus e conhecer os seus desígnios por nós. 
 
Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

domingo, 4 de agosto de 2024

Vida e testemunho de Santo Agostinho

    Santo Agostinho, também conhecido como Agostinho de Hipona, é uma das figuras mais influentes do Cristianismo e da filosofia ocidental. Sua vida e obra são testemunhos profundos da busca pelo sentido, pela verdade e pela transformação pessoal. 

    Nascido em 354 d.C., em Tagaste, na atual Argélia, Agostinho experimentou uma jornada complexa de autoconhecimento e transformação espiritual. Sua juventude foi marcada por uma vida de prazeres e buscas intelectuais, onde explorou diversas filosofias e religiões, incluindo o maniqueísmo. Essa fase de sua vida destaca sua inquietação e sua insatisfação com as respostas que o mundo oferecia para as grandes questões existenciais. 

    A conversão de Agostinho ao Cristianismo, narrada em suas "Confissões", é um dos momentos mais emblemáticos de sua trajetória. Este livro, considerado uma das maiores obras da literatura espiritual, oferece um relato sincero e profundo de sua luta interna, de suas dúvidas e de sua eventual rendição à fé cristã. Sua famosa frase "Nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Ti" encapsula sua compreensão de que a verdadeira paz e satisfação só podem ser encontradas em Deus. 

    Após sua conversão, Agostinho tornou-se bispo de Hipona e dedicou sua vida à teologia, à filosofia e ao pastoreio de sua comunidade. Suas obras, como "A Cidade de Deus" e "Sobre a Trindade", não apenas moldaram a doutrina cristã, mas também influenciaram profundamente o pensamento ocidental, abordando questões sobre a natureza de Deus, do homem, do pecado e da graça. 

    Santo Agostinho é um exemplo vivo de transformação e redenção. Sua vida mostra que a busca pela verdade é uma jornada contínua e que, mesmo em meio a dúvidas e erros, é possível encontrar um propósito maior. Seu legado nos convida a refletir sobre nossas próprias buscas e inquietações, lembrando-nos de que a verdadeira sabedoria e paz estão enraizadas em uma relação profunda com o transcendente. 

    Agostinho nos ensina que a vida é uma peregrinação, uma constante busca pela verdade e pelo bem. Sua vida é um testemunho de que, independentemente de onde começamos, é sempre possível encontrar o caminho para a verdadeira sabedoria e paz interior. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sábado, 3 de agosto de 2024

Pare e reflita sobre a sua vida

    Pare e pense sobre a sua vida e suas atitudes. Você tem alcançado um grau de maturidade espiritual com o passar do tempo? Ou sente que estás estagnado na vida? Saiba que cada pequeno passo de fé é um passo gigante de crescimento. Você fica desanimado com sua aparente falta de crescimento espiritual? Talvez você costume perder a calma ou gostar daquele bocado picante de fofoca que você simplesmente não consegue resistir a repassar. Ou talvez você se levante tarde demais para ter tempo de orar e ler a Bíblia, apesar da resolução de ligar o alarme para mais cedo. Se isso está acontecendo, você precisa redirecionar as ações de sua vida. Precisa de compromisso com Deus. Precisa urgentemente voltar-se para a presença do Pai e buscar o seu auxílio. Quanto mais perto de Deus você estiver, mais a presença dEle se fará visível em sua vida. 

Reflexão: Odair José, Poeta Cacerense

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O que a Bíblia diz sobre a autodisciplina?

    A autodisciplina é essencialmente o mesmo que o autocontrole, um dos nove frutos do Espírito listados por Paulo em Gálatas 5:22-23. Geralmente se refere à nossa capacidade de nos controlar ou nos conter de todos os tipos de sentimentos, impulsos e desejos, o que inclui o desejo de conforto físico e material. Agora, embora o autocontrole seja o último dos frutos espirituais mencionados por Paulo, e embora seja um termo não usado extensivamente na Bíblia, o autocontrole é claramente um atributo indispensável da vida cristã, especialmente como nossa carne não redimida às vezes nos faz sucumbir ao puxão persistente de nossos desejos pecaminosos. 
 
    O apóstolo Paulo nos chama a que “purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Coríntios 7:1). E em sua carta aos romanos, ele nos exorta: “Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus”, e a não nos conformarmos com o padrão deste mundo (Romanos 12:1-2). No entanto, a maioria dos cristãos concorda que submeter a constante atração desses desejos mundanos a agradar nosso Senhor nem sempre é uma coisa fácil de fazer. Paulo discute seu próprio conflito interior e luta com o pecado em sua carta aos Romanos: “...pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.... quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim” (Romanos 7:15-20). 
 
    É claro que nossos apetites e necessidades humanos aparentemente insaciáveis podem facilmente levar a excessos pecaminosos se não forem controlados. Especialmente em sociedades ricas, a falta de autodisciplina é desenfreada, levando a problemas como obesidade, alcoolismo, uso de drogas e dívidas. As tentações do mundo material fizeram com que muitos ansiassem e adquirissem bens materiais muito além de suas necessidades e condições financeiras. De fato, as nações do mundo caíram na mesma armadilha, pegando emprestado trilhões de dólares para financiar orçamentos inchados que resultam da incapacidade de exercer a autodisciplina. Para os cristãos, se não há a autodisciplina, nossos apetites por confortos e prazeres podem facilmente se tornar nosso mestre e nos levar ao pecado ou de alguma outra forma nos atrapalhar em nossa caminhada espiritual. Se o espiritual não governar o físico, podemos nos tornar alvos fáceis para Satanás devido à nossa falta de autocontrole (1 Coríntios 7:5). 
 
    Paulo fala da autodisciplina em sua carta à igreja de Corinto. Como os gregos tinham as Olimpíadas e os jogos ístmicos, eles estavam muito familiarizados com os rigores do treinamento atlético, especialmente se alguém quisesse ganhar o "prêmio" ou a "coroa". Paulo faz uma analogia entre viver uma vida cristã disciplinada e um atleta em treinamento: "Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível" (1 Coríntios 9:25). Quando Paulo diz "mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão", ele está dizendo que seu corpo está sob o domínio e controle de sua mente, e não o contrário. Paulo está nos mostrando como o autocontrole é necessário para vencer a corrida diante de nós e viver a vida que é "santa e agradável a Deus". Para Paulo, a "corrida" era ganhar almas para Cristo, um objetivo que ele afirma quatro vezes nos versículos 19-22. 
 
    É importante entender que o autocontrole é uma obra do Espírito Santo, não uma obra do indivíduo. Afinal, Gálatas 5:22-23 lista o fruto do Espírito, não o fruto do cristão. Como somos meramente os ramos sobre os quais a Videira (Cristo) pendura o fruto que Ele produz (João 15:1-8), é a presença do Espírito Santo que dá aos cristãos o poder e a capacidade de exercer autocontrole para que não sejamos dominados pelos “desejos do homem pecador”. Como Paulo disse: “Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1:7). De fato, os cristãos são controlados não pela natureza pecaminosa, mas pelo Espírito Santo (Romanos 8:9), que nos ajuda em nossa fraqueza (v.26), o que nos torna capazes de dizer “não” ao pecado. 
 
    O sábio rei Salomão escreveu muitos provérbios com o propósito de nos ajudar a viver uma vida "disciplinada" e prudente (Provérbios 1:3). Certamente, seremos mais vitoriosos em nossa caminhada cristã quando exercermos o autocontrole que o Espírito nos deu, o que nos ajuda a responder em obediência aos mandamentos das Escrituras e nos permite crescer em nossa vida espiritual. 
 

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Guardai-vos da avareza

    “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lucas 12.15). 
 
    O cristão verdadeiro não fundamenta sua vida nos bens materiais e não se deixa vencer pela cobiça e pelo orgulho. No mundo moderno o conceito de felicidade e realização pessoal é confuso e distorcido. A satisfação geralmente é vinculada à ideia de possuir ou comprar alguma coisa. Essa é a razão pela qual vivemos tempos de consumismo inconsciente e acelerado, em que aflora a cobiça, o orgulho e a avareza. 
 
    Embora algumas pessoas consigam satisfazer esse desejo material, sua alma ainda permanece vazia e sedenta por algo mais. E assim nunca se sentem completamente satisfeitas. Mas esse problema não é fruto das circunstâncias sociais do nosso tempo. É um vício espiritual. Existia nos tempos de Jesus e existe ainda hoje no século XXI! Como conhecedor da natureza humana, Jesus vai no profundo da alma e mostra que o caminho do verdadeiro contentamento não está naquilo que possuímos e no poder da nossa posição social. 
 
    Avareza, consumismo, cobiça e orgulho só têm espaço na vida de uma pessoa quando ela entroniza o ego e o dinheiro como seus ídolos, Se Cristo verdadeiramente ocupar a primazia em nossos corações, não haverá espaço para outros senhores e ídolos (Mt 6.33), pois, 0 Senhor nos proporcionará completa satisfação. Paulo disse que aprendeu a se contentar com aquilo que tinha (Fp. 4.11). Então, se temos Cristo, temos tudo. E nada mais nos falta! 
 
Fonte: Lições Bíblicas CPAD